terça-feira, 16 de abril de 2013

CONSEQUÊNCIAS


Cada um dos nossos atos e dos nossos sentimentos, assim como dos nossos pensamentos, aqui, agora, representa uma causa que desencadeia consequências. Mas, como a nossa vida não para no momento em que nós deixamos a terra, esses atos, esses sentimentos e esses pensamentos, que são realidades vivas e atuantes, continuarão a seguir-nos não só no além, mas também quando voltarmos a encarnar-nos.

A reencarnação é, pois, o prolongamento lógico da lei das causas e das consequências. E quem não admite que aquilo que é e que vive agora é influenciado por aquilo que foi e viveu em existências anteriores – e também que o que faz e vive nesta existência terá repercussões em existências futuras – nunca compreenderá nada da Justiça divina.


Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

VIOLÊNCIA É VIOLAÇÃO


Amado Osho: você pode, por favor, dizer alguma coisa sobre a violência como uma expressão de rebelião?

A violência nunca pode ser uma parte do espírito rebelde, pela simples razão de que a violência é todo o passado da humanidade - e o rebelde quer ser descontínuo com o passado.

A violência tem sido a forma de vida por milênios. Direta ou indiretamente, temos vivido sob a violência. Nossos exércitos, nossa polícia, nossas cadeias, nossos juízes,  nossas guerras, nossas assim chamadas grandes religiões, todos têm vivido em violência. E violência, reduzida à sua essência, é desrespeitosa para com a vida.

Para mim, o homem religioso, a consciência religiosa, nada mais é do que uma profunda reverência pela vida em si, porque não existe nenhum deus além da própria vida, não existe nenhum paraíso além da própria consciência. A violência é uma violação de ambas, vida e consciência. Ela é destrutiva.

O rebelde é um criador; toda a sua filosofia é aquela da criatividade. Temos vivido em destrutividade por muito, muito tempo, e qual é o benefício? É por isso que fiz uma clara distinção entre o rebelde e o reacionário. Também fiz uma distinção entre o rebelde e o revolucionário.

O reacionário é a categoria mais baixa. Ele nunca pode desconectar a si mesmo do passado. O passado é a sua orientação, ele reage contra ele. Mas se você está a favor ou contra o passado, ele permanece o seu referencial.

O revolucionário está um pouco acima do reacionário. Ele não apenas reage, mas também tem sonhos para o futuro, tem suas utopias. Mas no que se refere à violência, o revolucionário, através dos tempos, tem pensado que fins corretos podem ser atingidos por meios errados.

Eu refuto esta afirmação. Fins corretos podem ser atingidos somente por meios corretos. Através da violência você não pode conseguir uma humanidade pacífica, silenciosa, amorosa. A violência estará nas raízes, ela envenenará toda a sua superestrutura.

O rebelde tem que ser não-violento, por pura necessidade.

A não ser que ele seja não-violento, ele não pode ser o veículo de uma humanidade pacífica, sem guerras, sem classes.

Se você semear as sementes da violência, você não pode esperar e confiar que as flores não sejam afetadas pela violência. Essas flores virão das sementes que você semeou. Assim, cada revolução violenta tem criado uma outra sociedade violenta, uma outra cultura violenta.

É desonroso ver que ainda necessitamos de exércitos, que ainda necessitamos de armas nucleares. É desonroso ver que necessitamos de polícias, de tribunais, de cadeias. Uma humanidade melhor, um homem mais consciente, se livrará de todas essas coisas sem sentido que nos cercam e poluem todo o nosso ser.

O rebelde não pode ter o coração dividido. Ele não pode ser um selecionador: não pode escolher algumas coisas do passado e deixar de escolher algumas outras. O passado, como um todo, deve ser completamente negado. Somente então podemos nos livrar do barbarismo da humanidade, da crueldade, da violência e de um desrespeito pela vida e pela existência profundamente enraizado.

Reverência pela vida é minha abordagem.

O rebelde estará pronto para morrer, mas não estará pronto para matar. É um orgulho para o homem morrer por uma causa. E animalesco matar alguém, não importa o quão grande a causa possa ser. Matando, você a arruinará completamente. E olhando praticamente, o rebelde é um indivíduo contra o mundo inteiro; mesmo que ele escolha ser violento, ele será esmagado. O inimigo - o passado - tem muito mais poderes violentos em suas mãos.

O rebelde deve confiar no amor, deve confiar no estado meditativo, deve estar consciente de sua imortalidade - mesmo que seu corpo seja crucificado, ele permanecerá intocável. Aqui, não estou falando apenas da rebelião política. Estou falando sobre o rebelde individual - um fenômeno espiritual e não uma entidade política. E nenhuma espiritualidade pode aceitar a violência como um meio de atingir um fim.

A violência está simplesmente fora de questão no que se refere à minha rebelião, ao meu rebelde. Ele não pode destruir - nós já destruímos o suficiente. Ele não pode matar - nós já matamos o suficiente. É hora de acabar com toda essa maneira idiota da viver. Temos que sair desta escuridão para a luz. Mesmo que lhe custe a vida, isso está perfeitamente bem... porque o meu rebelde será basicamente um meditador.

Eu não estou concebendo o meu rebelde sem meditação; esta é a sua experiência essencial. E uma vez que você entenda que é imortal, quem estará preocupado sobre ser assassinado? E se milhões de meditadores estiverem prontos para abrir seus peitos diante das armas do velho e podre passado, existe uma possibilidade: talvez isso também traga uma mudança no coração daquelas pessoas que têm essas armas destrutivas em suas mãos.

A rebelião não foi tentada em larga escala. Apenas com o esforço de milhões de pessoas meditando, em silêncio amoroso e paz, e destruindo todos os tipos de discriminações que criam violência, estaremos abrindo o espaço, o intervalo, a descontinuidade que pode salvar o homem e a vida neste planeta.


Osho, em "O Rebelde: O Verdadeiro Sal da Terra"



Fonte: www.palavrasdeosho.com.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

OS CINCO ELEMENTOS


Os cinco elementos e suas permutações e combinações constituem o Universo. Terra é o mais grosseiro e tem o maior número de características. Ela tem seu próprio cheiro, bem como as características de toque, gosto, forma e som (Gandha, Sparsha, Rasa, Rupa e Sabdha). O próximo elemento é a Água, que é mais sutil que a Terra e tem apenas paladar, tato e forma. O próximo elemento, Fogo, é mais sutil ainda e tem som e toque. O elemento Ar é ainda mais sutil e tem toque como seu atributo especial e som como outra característica predominante. O mais sutil e penetrante elemento, Céu ou Éter, tem apenas uma característica, o som. Deus é mais sutil que todos, e por isso Ele é onipresente, ainda mais que o éter ou algo mais abrangente que isso. Sua natureza está além de todo vocabulário humano, além de toda matemática humana. Tenha esta convicção bem consolidada em seu intelecto.


Sathya Sai Baba



Fonte: www.sathyasai.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O ESPIRITISMO E A ALIMENTAÇÃO VEGETARIANA


A alimentação vegetariana é um tema que vem cada vez mais sendo alvo de discussões no meio espírita. Vários são os livros - psicografados ou não - que fazem alguma alusão a isso e antagônicas são as posições tomadas por diferentes pessoas com relação ao assunto. Mas o que realmente diz a doutrina espírita?

Analisando o Livro dos Espíritos, temos a seguinte passagem:

723. A alimentação animal é, com relação ao homem, contrária à lei da Natureza?

“Dada a vossa constituição física, a carne alimenta a carne, do contrário o homem perece. A lei de conservação lhe prescreve, como um dever, que mantenha suas forças e sua saúde, para cumprir a lei do trabalho. Ele, pois, tem que se alimentar conforme o reclame a sua organização.”

Esse trecho serve de base aos espíritas que se colocam a favor de uma alimentação onde a carne tenha lugar garantido. Mas não há nada mais a ser considerado sobre a resposta acima? Por exemplo: quando foi escrita? Qual era a situação do homem em termos de conhecimentos nutricionais à época em comparação com os dias de hoje? Percebe-se claramente no trecho citado que é colocada a questão da necessidade: uma palavra de grande importância para se discutir o assunto.

O Livro dos Espíritos foi publicado há mais de 140 anos atrás. Muito o homem se desenvolveu cientificamente e tecnologicamente nesse intervalo de tempo. Hoje, por exemplos práticos e não por suposições teóricas, vê-se que a necessidade de comer carne não existe. É plenamente possível viver de forma saudável sem a sua ingestão. 

A despeito de várias publicações espíritas que se colocam a favor da alimentação vegetariana – psicografias de Chico Xavier junto a Emmanuel e André Luiz, de Yvonne Pereira, dentre vários outros – muitos se prendem à questão 723 do Livro dos Espíritos para justificar suas posições contrárias a ela.

Vejamos alguns trechos dos livros O Consolador (Emmanuel – Chico Xavier) e Missionários da Luz (André Luiz – Chico Xavier):

“A ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes consequências, do qual derivaram numerosos vícios da nutrição humana.

É de lastimar semelhante situação, mesmo porque, se o estado de materialidade da criatura exige a cooperação de determinadas vitaminas, esse valores nutritivos podem ser encontrados nos produtos de origem vegetal, sem a necessidade absoluta dos matadouros e frigoríficos.

Temos a considerar, porém, a máquina econômica do interesse e da harmonia coletiva, na qual tantos operários fabricam o seu pão cotidiano. Suas peças não podem ser destruídas de um dia para o outro, sem perigos graves.

Consolemo-nos com a visão do porvir, sendo justo trabalharmos, dedicadamente, pelo advento dos tempos novos em que os homens terrestres poderão dispensar da alimentação os despojos sangrentos de seus irmãos inferiores.”

(Trecho do livro O Consolador, psicografado por Chico Xavier junto a Emmanuel)


“A pretexto de buscar recursos protéicos, exterminávamos frangos e carneiros, leitões e cabritos incontáveis. Sugávamos os tecidos musculares, roíamos os ossos.

Não contentes em matar os pobres seres que nos pediam roteiros de progresso e valores educativos, para melhor atenderem a obra do Pai, dilatávamos os requintes da exploração milenária e infligíamos a muitos deles determinadas moléstias para que nos servissem ao paladar, com a máxima eficiência.

O suíno comum era localizado por nós, em regime de ceva, e o pobre animal, muita vez à custa de resíduos, devia criar para nosso uso, certas reservas de gordura, até que se prostrasse, de todo, ao peso de banhas doentias e abundantes.

Colocávamos gansos nas engordadeiras para que hipertrofiassem o fígado, de modo a obtermos pastas substanciosas destinadas a quitutes que ficaram famosos, despreocupados das faltas cometidas com a suposta vantagem de enriquecer valores culinários.

Em nada nos doía o quadro comovente das vacas-mães, em direção ao matadouro, para que nossas panelas transpirassem agradavelmente.

Encarecíamos, com toda a responsabilidade da ciência, a necessidade de proteínas e gorduras diversas, mas esquecíamos de que a nossa inteligência, tão fértil na descoberta de comodidade e conforto, teria recursos de encontrar novos elementos e meios de incentivar os suprimentos protéicos ao organismo, sem recorrer às indústrias da morte.

Esquecíamo-nos de que o aumento de laticínios para enriquecimento da alimentação constitui elevada tarefa, porque tempos virão, para a Humanidade terrestre, em que o estábulo, como o Lar, será também sagrado.”

“Não nos cabe condenar a ninguém. Abandonando as faixas de nosso primitivismo, devemos acordar a própria consciência para a responsabilidade coletiva.

A missão do superior é a de amparar o inferior e educá-lo. E os nossos abusos com a Natureza estão cristalizados em todos os países, há muitos séculos.

Não podemos renovar os sistemas econômicos dos povos de um momento para o outro, nem substituir os hábitos arraigados e viciosos de alimentação imprópria, de maneira repentina.

Refletem eles, igualmente, nossos erros multimilenários. Mas, na qualidade de filhos endividados para com Deus e a Natureza, devemos prosseguir no trabalho educativo, acordando os companheiros encarnados, mais experientes e esclarecidos, para a nova era em que os homens cultivarão o solo da Terra por amor e utilizar-se-ão dos animais, com espírito de respeito, educação e entendimento.”

(Trechos do livro Missionários da Luz, psicografado por Chico Xavier junto a André Luiz)


É importante não existir o medo diante do novo. O próprio Allan Kardec, por várias vezes, colocou a importância da evolução das ideias. Não devemos pensar que tal evolução acabou na publicação de Obras Póstumas (último livro de sua autoria: uma coletânea de textos deixados por ele após sua morte física). A evolução continua. Quando surgem novas variáveis que permitam a análise de um ponto por novos prismas, assim deve ser feito. Aí está o caráter científico do Espiritismo se mantendo em equilíbrio com sua face religiosa, não permitindo que certos pontos sejam praticamente considerados como dogmas a serem aceitos.

(...)

A situação atual apresenta diferenças muito favoráveis à alimentação vegetariana, aumentando consideravelmente as opções dessa dieta em comparação com outras épocas. Há hoje variedades vegetais com níveis produtivos mais altos, melhores processos de armazenamento e conservação, sistemas de distribuição mais eficazes. Além disso, o homem conhece mais sobre os mecanismos da digestão, as necessidades diárias alimentares e as propriedades dos alimentos. Uma dieta vegetariana bem planejada permite a qualquer pessoa viver com boa qualidade de nutrição. Isso pode ser afirmado por fatos.

Vendo-se, pelos últimos parágrafos, que na realidade a necessidade de se comer carne não existe para o homem atual, toda a questão deve ser analisada por um outro ponto de vista: é justo e correto sujeitar um animal aos sofrimentos (sim, por menor que seja a sua capacidade cognitiva, eles têm a capacidade de sofrer – fato inegável) de que é alvo e posteriormente à morte para satisfazer as preferências de nosso paladar?

O Espiritismo, em seu aspecto moral de bondade, amor e caridade em todas as relações, condena o excesso. A partir do momento que se comprova uma não-necessidade, tudo muda. A partir desse caráter moral da doutrina pode-se concluir com facilidade que a interrupção da matança que hoje é infligida aos animais será um dos passos dados pelo homem no futuro. Passo que não ocorrerá de um só instante, mas ao longo de um tempo, visto que mesmo hoje se vê o seu andamento.

Acompanhando-se a linha de evolução da humanidade, percebe-se que atualmente são considerados bárbaros – ou, no mínimo, errôneos - vários costumes tidos como absolutamente normais e corriqueiros em outras sociedades no passado: os sacrifícios animais e mesmo humanos, a escravidão, a poligamia e o canibalismo, dentre outros. Como disse Victor Hugo: “primeiro foi necessário civilizar o homem em relação ao próprio homem. Agora é necessário civilizar o homem em relação à natureza e aos animais”.

Um ponto importante que deve, no entanto, ser ressaltado é o pretenso nível de intangibilidade moral que alguns podem querer se colocar por terem uma dieta vegetariana. De nada adianta não comer carne, mas também não perdoar, não praticar a caridade, não ser paciente, dentre várias outras coisas de alto grau de importância que estabelecem um bom nível de caráter moral no ser humano.

Apenas cumpre ao homem não cometer excessos e comer para viver, ao contrário de viver para comer. A partir da constatação que o ser mais fraco sofre por uma desnecessidade, o ato de causar tal sofrimento torna-se fútil e repugnante.



Fonte: www.saberespirita.com.br/artigos/alimentacao_vegetariana.html
Fonte da Gravura: http://www.escolovar.org/alimenta_rodas.htm