sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

AS DOZE NOITES SANTAS (7ª NOITE - 30/31 dezembro)

De novo temos o nascer do sol que anuncia o novo dia, e no final deste o cair da noite. Uma nova estrela brilha no céu emanando luz da Constelação da Virgem, o portal do qual emanam as forças dos Kyriotetes, os Seres da Sabedoria, também chamados Domínios.

Na evolução, eles acordaram ao perceber a existência de outros Seres, para os quais criaram então o espaço do acolhimento. Estamos ainda no âmbito da segunda hierarquia, os Seres que acolhem e realizam os planos divinos. As forças do Signo da Virgem configuraram o ventre, que é um aspecto físico do feminino que pode receber e gerar outro ser. A alma, a nossa vida interna também tem esta qualidade do feminino, de levar para dentro, de acolher no íntimo e de guardar a nossa essência, o nosso Eu.

A Virgem é a imagem terrestre da Alma cósmica, a Sofia, e ela é considerada virgem porque corresponde a um aspecto de nossa alma que permanece intocada pelas necessidades terrestres, e pode então acolher e gerar o Espírito individualizado em nós. Isto significa um estado de entrega e doação constantes, de cortesia e polidez.

Na sétima Noite Santa através do portal da Virgem recebemos os impulsos espirituais dos Kyriotetes, que são capacidades de criar o espaço para algo novo Ser gestado no íntimo, e de encontrar forças a partir do seu próprio interior, para fazer desabrochar a sua vida.

Nesta noite concentre-se, como faz a semente, na essência do que você quer realizar. Da região da Virgem, os Kyriotetes, Espíritos de Sabedoria, trazem a você a capacidade de encontrar forças a partir do seu próprio interior, para fazer desabrochar a sua vida.





Texto de Rudolf Steiner e Serguei Prokoffief
Pesquisa Edna de Andrade






Fonte do Texto e da Gravura: www.noitessantas.com.br
Via Biblioteca Virtual da Antroposofia
http://www.antroposofy.com.br/

ACESSAR A CERTEZA

O que é ter certeza?

Ter certeza é saber que, seja o que for que encontremos em nossas vidas, independente de quanto desagradável ou difícil, é para trazer benefícios ao nosso crescimento espiritual.

Essa certeza não acontece quando as coisas vão muito bem. Afinal, se tudo estiver correndo bem em nossas vidas, se tivermos tudo que precisamos, para que precisaríamos dessa certeza?

Cada um de nós vem a esse mundo com seu próprio pacote: sua própria energia, seu próprio trabalho, sua própria posição no Jogo da Vida. Para a maioria de nós, o caminho para alcançar o que nascemos para fazer está repleto de desafios.

O valor de ter Certeza na Luz reside em entendermos que, quanto maior o desafio, mais esforço é necessário para alcançar o lugar de nosso crescimento, e mais energia existe guardada para nós dento do processo.

Esperamos que, por meio das lições que aprendemos em nossas jornadas, obtenhamos a capacidade de dar um passo atrás e olhar para a situação e dizer: ”Embora esta situação pareça ser difícil, eu sei que de alguma maneira é uma oportunidade para eu crescer.”

É essa certeza que nos permite dizer: “Não sei como aquela porta vai abrir, mas eu sei que abrirá.”




Karen Berg





Fonte: Centro de Kabbalah
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com

O SONO E OS SONHOS (A Consciência Superior do Ser Humano)


Há alguma coisa em nós que entra no estado chamado de sonho, no estado chamado de sono, e no estado chamado de morte. Nenhuma compreensão pode ser obtida dos estados a que passamos, e dos quais emergimos, exceto com base na ideia de que existe um Ego, um pensador, um observador, um conhecedor, um experienciador, que ingressa nos estados e emerge deles, e de que este Ego, o verdadeiro ser humano, preserva a sua integridade em todos eles.

Nós somos mais do que qualquer um dos estados em que ingressamos, por mais admiração que possamos ter por algum destes estados. Mesmo se imaginarmos que já alcançamos, ou que podemos alcançar o estado mais elevado de inteligência e ação – aquele que chamamos de  divino – somos nós que ingressamos nele. Assim, uma compreensão dos estados nos quais ingressamos só pode ser obtida quando reconhecermos que existe um Algo em nós que atravessa todos aqueles estados; devemos, portanto, tentar entender o que é este algo, e começar o esforço exatamente onde nós estamos agora. Não podemos começar de qualquer outro lugar ou posição que não seja aquele em que estivermos no momento.

O que descobrimos, então? Que somos uma identidade continuada. Já passamos por muitas mudanças desde o nascimento até agora, mas nossa identidade não mudou, sejam quais foram as mudanças pelas quais ela necessitou passar. Quando temos este fato claramente fixado em nossas mentes, alcançamos o ponto da percepção de que há uma natureza imortal em cada um de nós; de que ela é divina em sua essência, e de que não é sujeita a mudanças, mas imutável.

Entramos no estado de sonho logo que saímos do corpo, antes de passar para o estado de sono sem sonhos; e, antes de acordar, ele é novamente o estado de transição, ao qual nós retornamos antes de reassumir o estado de vigília no corpo. Sabemos que temos todos os sentidos durante os sonhos, embora o corpo esteja quieto, e os órgãos dos sentidos não estejam sendo usados. Podemos ver e sentir; nós escutamos, falamos e agimos, assim como fazemos no estado de vigília, mas sem usar os órgãos físicos associados com estas sensações e ações. Isto mostra que estamos conscientes, vivos, que existimos, embora o corpo não perceba coisa alguma. Sabemos, além disso, que a nossa identidade não é perturbada pelo ingresso no estado de sonho; somos nós mesmos, e mais ninguém, que está vivenciando aquele estado.

Sabe-se que o estado de sonho dura muito pouco, se comparado com o estado de vigília. É sabido que podemos vivenciar no sonho o que parece um período muito longo de tempo, embora a experiência não dure mais do que alguns segundos de acordo com o relógio. Há uma parte do descanso de uma noite, de longe aquela parte que é a maior, que só é conhecida por nós, durante o estado de vigília, como “o sono sem sonhos”. Este é apenas o sono do corpo. O corpo fica então quase como se tivesse sido inteiramente abandonado. No entanto, o ser deve estar em algum lugar, porque ele existe o tempo todo, e é consciente, tendo a mesma identidade. Se isso não fosse verdade, nós não acordaríamos, ou então, ao acordar, haveria outro ser completamente diferente.

Os psicólogos ocidentais não foram além destas ideias, em  relação a sono e sonho. [1] Eles não sabem o que já era sabido eras atrás e ainda é conhecido hoje por alguns; que o Ego, o homem, o pensador, está mais completamente ocupado, e está mais em seu verdadeiro ser, durante o sono sem sonhos do corpo, do que em qualquer outro momento. Por isso já se disse que o dia claro do corpo é a noite da alma, e a noite do corpo é o dia claro da alma. Quando o corpo adormece, o verdadeiro homem fica ativo ao máximo, com o grau maior de inteligência, mas pensando e agindo em um plano diferente dos planos que conhecemos durante a existência comum em estado de vigília.

Nada sabemos sobre o sono, embora digamos que passamos por esta experiência. O que sabemos é que estamos ficando sonolentos – isto é, que o corpo está ficando exausto – mas o sono nunca vem a nós. Estamos acordados durante o dia; estamos conscientes; pensamos. Mas, quando acordados, a nossa capacidade de ver e saber se aplica quase exclusivamente a coisas externas de tipo material, de modo que aquilo que chamamos conhecimento – conhecimento do estado de vigília – é, praticamente, uma aplicação de todas as nossas forças à existência física, e só a ela. Quando dormimos, o que ocorre?

Durante aquele intervalo, sabemos que o corpo está absolutamente sem responder a qualquer coisa externa. Não sabemos nem sentimos qualquer coisa que aconteça a nossos amigos. Podem ocorrer as piores calamidades ao nosso redor, mas nada saberemos sobre elas até que retomemos o controle do corpo. No entanto, devemos estar vivos, conscientes, e com a mesma identidade. Isto coloca as nossas mentes diante da questão de por que, ou como, ao acordar, nada sabemos daquela atividade em planos mais elevados e completamente diferentes, durante o sono profundo do corpo.

Temos dentro de nós, em estado suspenso, mas não esquecido nem inacessível, todo este conhecimento. Ele está registrado e inscrito em nossa natureza imperecível tão verdadeiramente quanto qualquer outro registro pode ser feito – qualquer coisa pela qual tenhamos passado, cada aspecto da experiência, do conhecimento que tenhamos alguma vez  adquirido. Quando dormimos – isto é, quando o corpo dorme – nós voltamos àquela fonte de conhecimento que está dentro de nós; mas não “despertamos” pela manhã nem um pouco mais sábios. Como pode ocorrer que, possuindo um tal conhecimento, possuindo os poderes que pertencem ao Espírito imortal, à Inteligência divina, nós não possamos usá-los, e não sejamos sequer conscientes da sua presença em nós?

Há uma lei conhecida como Carma, a lei da ação e da  reação, que tem sido enunciada da seguinte maneira: “O que se planta, se colhe.” Nós pensamos e atuamos, enquanto estamos no corpo, de um modo a produzir um instrumento que contradiz a nossa verdadeira natureza. Empregamos o poder da nossa inteligência para avaliar e usar coisas materiais – coisas que pertencem a um nível de existência inferior ao nosso próprio – e assim ficamos envolvidos com tais objetos. O cérebro que usamos responde quase inteiramente a estas ideias inferiores, de modo que, quando retornamos a ele, ao acordar, não há nada no cérebro que possa receber a mais leve impressão ou registro daqueles níveis de consciência pelos quais passamos.

Se somos seres que passam por altos níveis de consciência durante o sono, como poderemos, em algum momento, recuperar o conhecimento deste nosso patrimônio? Se nos dizem que somos naturalmente divinos e não terrestres; que temos um passado imenso; que temos planos de consciência mais altos do que este e capacidade de agir naqueles planos – qual é o efeito disso sobre nós? O que isso nos transmite? O que isso desperta em nós? Isso não nos faz olhar a vida de um ponto de vista diferente daquele que estamos, até agora, acostumados a adotar?

Tudo o que fazemos na vida e cada resultado que colhemos é governado por alguma atitude mental que adotamos diante da vida. Se alguém é ateu, digamos, ou materialista, e pensa que a vida começou com este corpo e vai terminar com ele, todos os seus pensamentos e ações estarão sobre esta base. Mas se o indivíduo troca esta ideia pela premissa de que ele é imortal em sua natureza essencial, então este fato começa, por si mesmo, a provocar uma transformação.

O importante não é o que vivemos, mas o que aprendemos com a vida. O que devemos desejar é conhecimento, e não conforto ou posição social. Nós desejamos conhecer porque, ao ter conhecimento, percebemos a coisa certa a fazer e os pensamentos corretos a alimentar. Já que pensamos o tempo todo, estamos tendo sempre pensamentos bons, maus ou indiferentes; e nossas ações são boas, más ou indiferentes – conforme nossos pensamentos. Se começamos a pensar corretamente, damos uma direção àquela Força Espiritual que é a própria essência da nossa natureza. Se um homem pensar corretamente, se pensar e agir sem egoísmo, ele seguramente abrirá circuitos em seu cérebro que levarão a uma percepção e uma compreensão cada vez maiores da sua própria natureza. Quando alcançar determinado ponto, ele será capaz de perceber que, seja qual for o estado da sua consciência – em vigília, sonhando ou em sono sem sonhos, e ainda que o corpo tenha passado para o estado chamado de morte – não há cessação para ele.

Supondo que sejamos capazes de passar do estado de vigília para o sonho; do sonho para o sono; do sono para a morte; e da morte para o renascimento em outro corpo – e que passemos por todos estes estágios e mudanças sem uma só perda de memória, de modo que possamos não só manter uma memória intacta ao ir de estados inferiores para superiores, mas também trazê-la conosco ao vir de estados superiores para inferiores, ao longo de cada plano, e trazendo o conhecimento neste ou em outro corpo – o que seríamos nós? Seríamos, neste caso, exatamente o que somos. Saberíamos a relação que existe entre este plano e todos os outros. Poderíamos ler os corações das pessoas. Poderíamos ajudá-las a adotar um ponto de apoio mais elevado. Não seríamos mais iludidos pelas ideias que motivam a maior parte das pessoas. Não lutaríamos mais por destaque ou posições sociais. Lutaríamos apenas por conhecimento, e por todo tipo de condições que nos permitissem ser mais capazes de ajudar e ensinar aos outros. Quer estivéssemos em um corpo ou fora dele, nós estaríamos junto à Divindade o tempo todo.

É para despertar os seres humanos para uma compreensão da sua própria natureza e para o uso correto dos seus poderes que a Teosofia foi trazida novamente até eles, como foi feito em uma época após a outra, por Aqueles que são maiores do que nós – Aqueles que passaram pelos mesmos estágios em que estamos agora – nossos Irmãos Mais Velhos, os Cristos de todos os tempos, as Encarnações Divinas. São eles que vêm para lembrar-nos das nossas próprias naturezas; e para despertar-nos para a ação, de modo que o que realmente somos possa ser conhecido e expressado por nós aqui, neste plano físico mais inferior, no qual estamos realizando nosso destino – um destino feito por nós mesmos, um destino que só pode ser mudado por nós, pelo próprio poder daquele Espírito que nós somos.

Ninguém pode saber coisa alguma através de outra pessoa. Cada um tem que saber por si mesmo. Cada um deve fazer o seu próprio aprendizado. O objetivo da Teosofia é ensinar e mostrar ao ser humano o que ele é, e apresentar a ele a necessidade de que conheça a si mesmo. Nenhuma salvação vicária, nenhuma transmissão indireta de conhecimento é possível. Mas pode ser indicado o rumo em que se encontra o conhecimento; os passos que nos levarão naquela direção podem ser mostrados; e isso só pode ser feito por quem já trilhou o caminho antes. É exatamente essa tarefa que está sendo feita. Este tem sido o procedimento de todos os salvadores da humanidade. É a doutrina de Krishna, de Buddha, de Jesus, e também a doutrina de H. P. Blavatsky. Os dois ensinamentos que o Ocidente necessita mais urgentemente são os do Carma e da Reencarnação, isto é, as doutrinas da esperança e da responsabilidade. Carma, a doutrina da responsabilidade, significa que tudo o que o homem plantar, colherá. Reencarnação, a doutrina da esperança, significa que, seja o que for que ele esteja colhendo agora, nunca haverá um tempo em que ele não possa plantar as sementes de algo melhor. O próprio fato de sofrer é uma bênção. O Carma e a Reencarnação nos mostram que o sofrimento é provocado por pensamentos e ações errados. Através da dor, podemos chegar a uma compreensão de que estávamos em um rumo equivocado. Aprendemos através do nosso sofrimento.

A vida é uma grande escola que ensina a Ser, e já chegamos a aquele estágio em que  é a hora de compreender o propósito da existência; de assumir firmemente o comando do nosso ser. É hora de usar todos os meios que estão à nossa disposição, nas diferentes dimensões – vigília, sonho, sono sem sonhos ou qualquer outro estado – para colocar toda a nossa vida em harmonia, de modo que o nosso instrumento inferior possa estar “alinhado”, e assim seja, cada vez mais, um reflexo da nossa natureza interiormente divina.




Robert Crosbie





Fonte: do Blog "Filosofia Esotérica"
http://www.filosofiaesoterica.com/sono-os-sonhos/
Fonte da Gravura: www.papoderespeito.com.br/saude/sono-durma-rapido-e-acorde-renovado/



O texto foi traduzido do livro “The Friendly Philosopher”, de Robert Crosbie, Theosophy Co., 1945, 416 pp., pp. 258-263, e publicado pela primeira vez na edição de fevereiro de 2008 de “O Teosofista”. Seu título original é “Sleep and Dreams”. (Carlos C. Aveline)



NOTA:

[1] Este texto foi escrito por Robert Crosbie entre 1909 e 1919.  (C. C. Aveline)

O DHARMA DO CORAÇÃO É O DHARMA SUPREMO

Um verdadeiro ser humano é aquele que segue e pratica o princípio da retidão (dharma). Queimar é a natureza (dharma) do fogo. Frio é o dharma do gelo. O fogo não é fogo sem queimar. O gelo não é gelo sem esfriar. Da mesma forma, o dharma de um ser humano reside em realizar ações com o corpo e seguir os comandos do coração. Todo ato realizado com pensamento, palavra e ação em harmonia é um ato de retidão (dharma). Uma vida reta (dhármica) é uma vida divina. Dizemos a palavra dharma sem conhecer sua verdadeira natureza e majestade. Dharma é de vários tipos: dharma de um chefe de família, de um celibatário, de um recluso e de um renunciante. Mas o dharma do coração é o dharma supremo. Este dharma do coração é, na verdade, o dharma da vida também. O Ramayana consagra em si mesmo a própria essência do dharma do indivíduo, da família e da sociedade. Na verdade, todo ser humano que encarna os ideais de Rama, de certa forma, é o próprio Rama. Por isso, é imperativo por parte de cada indivíduo cultivar os ideais de Rama. (Chuvas de Verão, 1996, Capítulo 2)




Sathya Sai Baba





Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Tumblr.com

A MULHER ATLANTE

A Evolução pela qual as mulheres passaram no período Lemuriano, levou ao exercício de um importante papel dado ao sexo feminino na próxima raça raiz, a Atlante. Essa próxima raça apareceu sob a influência de entidades altamente desenvolvidas, familiarizados com as leis da formação de raças e capazes de orientar as forças existentes da natureza humana para  dar à luz uma nova raça. Desses seres falamos mais tarde; para o momento é suficiente dizer que tinham um poder e sabedoria sobre humanos. O que eles fizeram foi deixar de lado um pequeno grupo de seres humanos da humanidade lêmure e os destinaram a se tornar os ancestrais da seguinte raça Atlante. Eles foram isolados nos trópicos. Sob a sua orientação, os membros deste grupo foram instruídos para o controle das forças naturais.

Eles eram muito vigorosos e sabiam como obter os mais diversos tesouros da Terra. Eles podiam cultivar os campos e usar seus frutos para subsistir e adquiriram uma forte Vontade (força de vontade) por meio da disciplina a que haviam sido submetidos. A alma e o coração eram subdesenvolvidos, o que não acontecia com as mulheres que tinham um grande desenvolvimento da memória e fantasia e de tudo o que se relaciona a elas.

Os guias acima mencionados, fizeram que o grupo fosse dividido em grupos menores. Eles fizeram que as mulheres se encarregassem de ordenar e estabelecer essas comunidades. Graças à memória que possuíam, elas tinha adquirido a capacidade de fazer úteis as experiências e aventuras do passado. O que foi útil ontem levou a percepção que seria útil amanhã. Portanto, delas emanaram as iniciativas da vida em comunidade, e também os conceitos de “bem” e “mal”, já que sua vida reflexiva lhes tinham dado uma compreensão da natureza.

Observando a natureza, elas desenvolveram idéias em seu interior com as quais dirigiam as ações dos homens. Os guias tinham organizado tudo para que, através da alma feminina, é enobrecida e refinada a natureza volitiva e força vigorosa do homem. É evidente que temos de imaginar este começo como quase infantil. As palavras de nossa língua podem evocar muito facilmente representações da vida moderna.

Através da alma desperta das mulheres, os guias começaram a desenvolver a vida anímica dos homens. Na colônia que descrevemos, a influência das mulheres era, por conseguinte, enorme.

Tinham que recorrer a elas quando queriam ler os sinais da natureza. Todo o caráter da vida da alma feminina, estava, no entanto, ainda dominado pelas forças anímicas “ocultas” do ser humano. Nós não podemos descrever com precisão esse estado, apenas aproximadamente, como um estado de contemplação sonhadora naquelas mulheres. Em alguns sonhos elevados foram transmitidos os segredos da natureza e recebiam deles o impulso para a ação. Para elas, tudo tinha uma alma e lhe apareciam em poderes e aparições psíquicas. Elas se entregaram à teia misteriosa de forças psíquicas e o que as impelia a agir eram “vozes interiores” do que diziam as plantas, os animais, as pedras, as rochas, as nuvens, o sussurro das árvores etc.

Deste estado de espírito que surgiu o que chamamos de “religião”. Gradualmente começou-se a venerar e adorar o espiritual na natureza e na vida humana. Algumas mulheres conseguiram uma certa supremacia, porque elas podiam interpretar o que estava no mundo, com base em profundidades especiais misteriosas.

O que vivia dentro dessas mulheres poderia tornar-se uma espécie de linguagem natural. Porque o início da linguagem é um elemento semelhante ao cantar. O poder do pensamento foi transformado em som audível e o ritmo interior da natureza soou dos lábios das mulheres “sábias”. As pessoas costumavam se reunir em torno destas mulheres e suas frases, semelhantes a música, manifestavam expressões de poderes superiores. Com essas coisas começou a adoração dos deuses.

Nesse período, não se pode falar sobre o “significado” do que era falado. O que se percebia era som, tom e ritmo, e não se pensava em relacionar coisas a isso; simplesmente se absorvia na alma o poder do que foi ouvido. Todo o processo estava sob a direção dos guias superiores que inspirou as sábias sacerdotisas com tons e ritmos de uma forma que não podemos continuar a explicar aqui. Isto teve um efeito enobrecedor sobre as almas dos homens. Indiscutivelmente, assim, o homem começou a despertar a verdadeira vida anímica.

Com este cenário pode se ver belas cenas da Crônica do Akasha. Imaginemos uma delas: Estamos em uma floresta perto de uma árvore gigante, o sol nascendo no leste. A árvore, semelhante a uma palmeira, se eleva solitária e projeta longas sombras. A sacerdotisa voltada para o oriente, em êxtase, e está sentada em um assento feito de objetos estranhos e plantas. Gradualmente, em sequência rítmica, sons repetidos vêm de seus lábios. Um certo número de homens e mulheres estão sentados em um círculo em torno dela, seus rostos imersos em sonhos, absorvendo a vida interior do que estão ouvindo.

Pode-se ver outras cenas: Em um lugar, disposto da mesma forma, uma sacerdotisa “canta” em uma maneira similar, mas seus tons têm algo mais poderoso, mais potente. Aqueles a sua volta se movem em danças rítmicas. Porque essa era outra maneira pela qual a “alma” penetrou na humanidade. Os misteriosos ritmos da natureza que se podiam ouvir eram imitados pelos movimentos dos membros. Assim sentiam-se conectados com a natureza e os poderes que atuavam na mesma.





Rudolf Steiner






Fonte: Biblioteca Virtual da Antroposofia
http://www.antroposofy.com.br/forum/rudolf-steiner-a-mulher-atlante/
Tradução: Leonardo Maia
Fonte da Gravura:
http://www.antroposofy.com.br/forum/wp-content/uploads/2015/08/mulher-atlante.jpg

O SOFRIMENTO DOS JUSTOS

A maior parte das religiões ensinam que os nossos sofrimentos vêm de Deus: é Deus que envia provações aos justos, porque os ama, e é também Deus que persegue os maus, para os punir pelos seus erros e os obrigar a voltar ao caminho certo. Como é, na realidade? Existem leis imutáveis que regem o universo criado por Deus, assim como o seu funcionamento. Como o ser humano faz parte do universo, se ele transgride as leis, vai contra as forças cósmicas e sofre as consequências disso. Num certo sentido, pode-se dizer, pois, que Deus o pune. E, se ele se esforçar por compreender e respeitar sempre melhor as leis, as dificuldades que necessariamente encontra também são para ele uma causa de sofrimentos; mas estes sofrimentos que cada um encontra no caminho da evolução contribuem para o seu desenvolvimento interior. Por isso, pode-se dizer, igualmente, que Deus faz sofrer os justos: Ele fá-los sofrer porque é o seu amor que quer que eles cresçam, que eles se desenvolvam. Este amor também faz parte das leis cósmicas.




Omraam Mikhaël Aïvanhov





Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com