sábado, 21 de janeiro de 2017

PLURALIDADE DOS MUNDOS

55. Todos os globos que se movem no espaço são habitados?

“Sim e o homem terreno está longe de ser, como supõe, o primeiro em inteligência, em bondade e em perfeição. Entretanto, há homens que se têm por espíritos muito fortes e que imaginam pertencer a este pequenino planeta o privilégio de conter seres racionais. Orgulho e vaidade! Julgam que Deus criou o Universo só para eles.”

Deus povoou os mundos de seres vivos e todos esses seres colaboram para o objetivo final da Providência. Acreditar que só haja viventes no planeta que habitamos seria duvidar da sabedoria de Deus, que não fez coisa alguma inútil. Certamente Ele deu a esses mundos um objetivo mais sério do que enfeitar nossa visão. Aliás, nada há, nem na posição, nem no volume, nem na constituição física da Terra, que possa supor que ela goze do privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos milhares de milhões de mundos semelhantes.


56. A constituição física dos globos é a mesma?

“Não; em nada se assemelham.”


57. Se não é uma só constituição física para todos os mundos, podemos concluir que os seres que lá habitam tenham organizações diferentes?

“Sem dúvida, do mesmo modo que no vosso os peixes são feitos para viver na água e os pássaros no ar.”


58. Os mundos mais afastados do Sol estarão carentes de luz e calor, por motivo de esse astro se lhes mostrar apenas com a aparência de uma estrela?

“Pensam então que não há outras fontes de luz e calor além do Sol e não levam em conta a eletricidade que em certos mundos desempenha um papel que desconhecem e bem mais importante do que o que lhe cabe desempenhar na Terra? Além disso, já dissemos que os seres não são feitos da mesma matéria e nem têm órgãos iguais aos de vocês.”

As condições de existência dos seres que habitam os diferentes mundos devem ser adequadas ao meio em que vivem. Se jamais houvéramos visto peixes, não compreenderíamos que um ser vivo pudesse viver dentro d’água. Assim acontece com relação aos outros mundos, que sem dúvida contêm elementos que desconhecemos. Não vemos na Terra as longas noites polares iluminadas pela eletricidade das auroras boreais? Que há de impossível em alguns mundos a eletricidade ser mais abundante do que na Terra e desempenhar neles uma função de ordem geral, cujos efeitos não podemos compreender? Bem pode suceder, portanto, que esses mundos tragam em si mesmos as fontes de calor e de luz necessárias a seus habitantes.





Allan Kardec






Fonte: "O Livro dos Espíritos", cap. 3, questões 55 a 58
Versão digital numa Linguagem Simplificada, adaptação de Louis Neilmoris
Edição revisada, julho 2011, Ed. Luz Espírita, www.luzespirita.org
Fonte da Gravura: Tumblr.com

UMA MEDITAÇÃO TEOSÓFICA: O MANTRA NAMU AMIDA BUTSU

O Eu Superior é Impessoal e Universal


O estudo teosófico é, de certo modo, teúrgico. Ele evoca, pelo critério da afinidade, níveis superiores de consciência. Ele produz gradualmente um contato consciente, mas não-verbal, do indivíduo com o mundo divino.

Para os estudantes de filosofia esotérica, investigar a relação entre o indivíduo e a consciência universal é uma atividade prioritária. Este é um dos grandes temas da obra máxima de Helena Blavatsky, “A Doutrina Secreta”. Mas o assunto também está presente em várias outras áreas do conhecimento humano.

A Astrologia traz evidências - trocadas em miúdo - sobre a ligação entre o universo todo e cada ser humano específico. O hinduísmo e o taoísmo filosóficos oferecem pontes para a consciência individual do infinito. O budismo da Terra Pura, um dos mais populares no Japão, promove a recitação do famoso mantra “NAMU AMIDA BUTSU”, uma de cujas traduções possíveis é “Eu me refugio na vida eterna e na luz infinita”, ou, alternativamente, “Eu me refugio na luz eterna e na vida infinita.” Outras formas de budismo autêntico trilham o mesmo caminho. Diversas culturas asiáticas trabalham intensamente o contato consciente, impessoal, anônimo, silencioso - sem mediação de palavras ou imagens - do ser humano com o infinito.

Qual é a importância real deste fato? A questão deve ser examinada. A percepção da vida eterna e da luz infinita é uma função do eu superior. A ideia constitui um dos elementos decisivos no “Diagrama de Meditação” de H. P. Blavatsky, que recomenda:

“Primeiro, conceba a UNIDADE através da Expansão no Espaço, e da Infinitude no Tempo. (Seja com ou sem auto-identificação.)”

No mantra budista da Terra Pura isso é feito com auto-identificação: a pessoa busca, paradoxalmente, um auto-refúgio na luz e na vida eternas e infinitas. Também é possível contemplar a mesma ideia sem auto-identificação, e neste caso não entra a noção de “eu”.

A simples ideia de refugiar-nos no Eterno e no Ilimitado purifica e amplia nossos horizontes, inclusive subconscientemente. As preocupações pequenas do eu inferior perdem sua aparente importância. O cosmo sem fronteiras tem relação com Atma, o eu superior. O verdadeiro eu é impessoal, e universal.

Para a teosofia clássica, a contemplação autêntica deve ser feita ao longo das 24 horas do dia, sem prejuízo das atividades cotidianas. “Namu Amida Butsu” pode e deve ser praticado a qualquer hora do dia. Alguns estudantes de teosofia que praticam de tempos em tempos esse mantra japonês avaliam que vale a pena combinar o mantra em si com o seu significado em nosso idioma. Eles refletem lenta e meditativamente - uma e outra vez - sobre estas palavras:

“Namu Amida Butsu: eu me refugio na luz eterna e na vida infinita”.

O mantra deve ser dito mentalmente, aceitando-se o silêncio mental quando ele ocorrer. Embora a velocidade varie conforme as circunstâncias, a lentidão é um fator positivo. A ideia do refúgio na vida e no espaço ilimitados está presente no âmago de “A Doutrina Secreta” e facilita a compreensão vivencial da filosofia esotérica original.

Através dessa prática, discutida no texto “Diagrama de Meditação” [1], o estudante pode preparar-se com eficiência para o estudo reflexivo da filosofia teosófica.





Fonte do Texto e da Gravura:
Boletim "O Teosofista", Ano V, Número 49, Junho de 2011.
www.FilosofiaEsoterica.com e www.TeosofiaOriginal.com





NOTA:

[1] O texto “Diagrama de Meditação” pode ser encontrado através da Lista de Textos por Ordem Alfabética, ou pela Lista de Textos por Autor, em www.FilosofiaEsoterica.com .

JEJUM: TRANSPONDO-O PARA OS PLANOS ASTRAL E MENTAL

Todas as religiões recomendaram o jejum como exercício de purificação. Mas o jejum não deve ser compreendido somente no plano físico. Se certas impurezas se introduziram no corpo físico e provocam perturbações físicas, abster-se de alimento (com moderação, é claro) pode eliminá-las. Mas as impurezas também podem introduzir-se no corpo astral e no corpo mental, sob a forma de sentimentos e desejos grosseiros, de pensamentos e juízos errados. Estes pensamentos, estes sentimentos e estes desejos são entidades tenebrosas que obrigam os humanos a absorver certos alimentos de que elas necessitam, pois os pensamentos, os sentimentos e os desejos são entidades vivas que também querem ser alimentadas. Para se desembaraçar destas entidades tenebrosas, o homem não deve continuar a dar-lhes “de comer”, ou seja, é necessário não só que ele deixe de alimentar pensamentos e sentimentos egoístas, agressivos, mas também que os substitua por pensamentos e sentimentos puros e luminosos. Se ele privar essas entidades dos alimentos que elas procuram, fá-las-á “jejuar” e, então, sentindo-se ameaçadas de morrer à fome, elas deixá-lo-ão. É assim que é preciso compreender o jejum: transpondo-o para os planos astral e mental.




Omraam Mikhaël Aïvanhov





Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com