sábado, 1 de outubro de 2022

HARMONIZAÇÃO COM O NOSSO CENTRO


Quando contemplardes o Sol, tentai reencontrar o centro em vós – o vosso espírito, que é omnipotência, sabedoria, omnisciência, amor universal – e aproximai-vos dele, dia após dia. Enquanto permanecerdes afastados do centro, estareis à mercê das correntes mais desordenadas e contraditórias. É certo que, por vezes, se é obrigado a abandonar o centro para realizar atividades na periferia. Sim, devemos saber afastar-nos do centro, porque é necessário, mas isso não significa que devemos cortar a ligação com ele. Pelo contrário, quanto mais atividades tiverdes no mundo, ou seja, na periferia, mais deveis reforçar a ligação com o centro, com o Espírito, porque é do centro que recebeis a energia, a luz e a paz de que necessitais para levar a bom termo tudo o que pretendeis realizar.



Omraam Mikhaël Aïvanhov




Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/trigo-campo-p%c3%b4r-do-sol-2391348/

DOR - EXPERIÊNCIA DE CRESCIMENTO


As experiências de dor devem ser entendidas como experiências de crescimento. Todos trazemos, de vivências anteriores, lições inacabadas que precisam ser concluídas, programas mentais equivocados que necessitam ser reinstalados, sentimentos que precisam ser depurados, amor acanhado que pede para ser expandido.

Examinando a progressão dos Espíritos, Kardec registra: "[...] será passando pelas provas que Deus lhes impõe que os Espíritos adquirem conhecimento. Uns aceitam submissos essas provas e chegam mais depressa à meta que lhes foi assinada. Outros, só a suportam murmurando e, pela falta em que desse modo incorrem, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade." (O Livro dos Espíritos, item 115)

O pensamento coloca-nos diante de duas possíveis posturas diante das dificuldades da vida: a atitude dos que aceitam submissos e a dos que a suportam murmurando. A primeira postura evoca a atitude pacificada, não do indivíduo conformado, acomodado, pois o pensamento kardequiano é dinâmico por excelência, mas do indivíduo que assume perante os desafios árduos ou dolorosos um estado de espírito que abre portas na solução das dificuldades. Pessoas que já estão conscientes de que toda queixa corresponde a desgaste emocional e tempo perdido, e que lhes compete receber as dificuldades por lições, aceitando-lhes a utilidade e o objetivo. A segunda postura se identifica com a revolta, a inconformação, o desespero e os desastres decorrentes disso.

Escreveu Emmanuel no livro "Coragem": "A educação é obra de sacrifício no espaço e no tempo, e atendendo à Divina Sabedoria, que jamais nos situa uns à frente dos outros sem finalidade de serviço e reajustamento para a vitória do amor, amemos nossas cruzes por mais pesadas e espinhosas que sejam, nelas recebendo as nossas mais altas e mais belas lições. [...] Imagina como seria difícil de suportar um educandário em que os alunos tão somente soubessem chorar na hora do ensino. Reportamo-nos à imagem para considerar que sendo a Terra nossa escola multimilenária, urge receber-lhe as dificuldades por lições aceitando-lhe a utilidade e o objetivo. Diante dos obstáculos, ninguém precisa fixar-se no lado escuro que apresentem. Um náufrago, faminto de estabilidade, ao sabor das ondas, não se lembrará de examinar o lodo no fundo das águas, mas refletirá no melhor meio de alcançar a terra firme. Todo minuto de queixa é minuto perdido, arruinando potencialidades preciosas para a solução dos problemas, sobre os quais estejamos deitando lamentação. Toda prova, seja qual for, aparece na estrada, a fim de elastecer-nos a força e aperfeiçoar-nos a experiência. Em síntese, quase toda dificuldade implica sofrimento e todo sofrimento, notadamente aqueles que não provocamos, redunda em renovação e auxílio para nós mesmos, lembrando a treva noturna, em cujo ápice começa a alvorada nova. Saibamos arrostar os impedimentos da vida, sem receá-los. Cada qual deles é portador de mensagem determinada. Esse é um desafio a que entesoures paciência, aquele outro te impele à sublimação da capacidade de amar no cadinho da provação. Tuas dificuldades – tuas bênçãos."

Comenta Emmanuel, ainda no livro "Coragem": "Às vezes, nós – Espíritos eternos – perdemos sucessivas reencarnações, simplesmente pelo medo de facear certas dificuldades justas e necessárias ao nosso burilamento. Problemas, no entanto, constituem o preço da evolução. Não há conhecimento sem experiência e não há experiência sem provas. [...] Nunca te certificarias se possuis bastante reservas de coragem, sem o obstáculo que te ensina a decifrar os segredos da auto superação, e jamais saberias se realmente amas, sem a dor que te ajuda a desentranhar os mais puros sentimentos do coração. Problemas são sinônimos de lições. Se tens o caminho repleto deles, isso significa que chegaste à madureza de espírito, com a possibilidade de frequentar simultaneamente vários cursos de aperfeiçoamento no educandário do mundo."

Muitas vezes, só o sofrimento é capaz de fazer por nós aquilo que deveríamos ter feito espontaneamente. Se a vida nos coloca em uma máquina de polir pedras, temos duas opções: sair dela moídos e triturados, ou polidos como o diamante. A experiência de sofrimento só será uma experiência de crescimento se, de alguma maneira, contribuir para o nosso amadurecimento. A dor terá um significado profundo se nos modificar por dentro. Ao nos tornar mais sensíveis ao sofrimento alheio, depura os nossos sentimentos e amplia a nossa capacidade de amar. Nos tornamos mais compassivos e respeitosos. A dor vivenciada com dignidade sinaliza para dentro de nossa intimidade as emoções e sentimentos que outras pessoas, em igual situação, estariam vivenciando. E isso promove o desenvolvimento moral.

[...] O modo evolucionista de pensar, contudo, nos dá o real entendimento dos dissabores da vida: amadurecimento espiritual, possibilidades de crescimento, expansão dos bons sentimentos.

Quando tudo vai bem nós mal conseguimos perceber os limites de nosso próprio poder. Os avanços da ciência nos dão a sensação de invulnerabilidade. Isso deixa pouco espaço para Deus e nos deixa com a desconfortável sensação de estarmos no comando de tudo o que acontece conosco. Nós, que em geral, somos tão autoconfiantes, de repente, diante de uma tragédia pessoal, nos damos conta de que o que realmente importa em nossa vida, muitas vezes, está além de nosso controle. Quando chegamos ao limite de nossas próprias forças, precisamos socorrer a uma força maior do que nós e do que tudo o que existe no Universo. Quantas pessoas encontram Deus, quando chegaram ao limite de suas forças! Costuma-se dizer que não existem ateus nas trincheiras de guerra, pois são nesses momentos, em que chegamos ao limite de nossa resistência, que pedimos socorro. Deus não costuma ser encontrado nos momentos felizes. O pedido de socorro é o rompimento com a autossuficiência, quebra a nossa arrogância e nos torna permeáveis ao sentido da espiritualidade e às mudanças que têm significado profundo.

[...] Importante considerar, também, que boa parte das tribulações, aborrecimentos e ansiedades da vida são pertinentes à inferioridade do mundo em que estagiamos. A inferioridade da Terra responde por grande parte das dificuldades da vida.

Chico Xavier contou para um grupo de amigos, que, em determinada época de sua vida, pensou em transferir residência de Uberaba. As dificuldades eram tremendas! Confrades convidaram-no para ir morar em São Paulo, outros queriam que ele fosse para o Rio... Emmanuel, então lhe disse: "– Chico, para onde você for, a dificuldade irá atrás. Chico comentava que boa vida não leva ninguém a lugar nenhum. Até mesmo Jesus sofreu intensa perseguição dos Espíritos perturbados. Ele não podia se demorar por muito tempo numa cidade – logo, as “trevas” davam um jeito de colocar as autoridades contra ele... Ele pregou o Evangelho em fuga! Jesus passou aos três anos de sua peregrinação sob o constante assédio das trevas. E concluía: por que nós, tão inferiores espiritualmente, vamos querer boa vida?

O nosso (planeta) é um mundo de provas e expiações, na definição Kardequiana. Esses mundos... "servem de lugar de exílio para Espíritos rebeldes à Lei de Deus. Os Espíritos têm aí de lutar, ao mesmo tempo, com a perversidade dos homens e com a inclemência da natureza, duplo e árduo trabalho que simultaneamente desenvolve as qualidades do coração e as da inteligência. É assim que Deus, em sua bondade, faz que o próprio castigo redunde em proveito do progresso do Espírito. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IV)

Destacamos no texto as expressões perversidade dos homens e inclemência da natureza, que estão na origem de grande parte dos nossos desafios pessoais. O nosso mundo, por ora, é um mundo onde campeia a desonestidade, a disputa selvagem pelo poder, a propina, a irresponsabilidade, a corrupção, a incompetência e o descaso humanos, e, por outro lado, a hostilidade do clima, as epidemias e as tragédias naturais. Somos, então, chamados a conviver de forma pacífica com aqueles que não entendem a paz e superar com determinação os imensos inconvenientes do meio ambiente em que vivemos, usando a inteligência para minorar suas consequências danosas.

Mesmo considerando a inferioridade da Terra, muitos infortúnios poderiam ser plenamente evitados se nos conduzíssemos melhor perante a vida.

Lembra Kardec "... que as aflições da vida são muitas vezes a consequência da imperfeição do Espírito. Quanto menos imperfeições, tanto menos tormentos. Aquele que não é invejoso, nem ciumento, nem avaro, nem ambicioso, não sofrerá as torturas que se originam desses defeitos." (O Livro dos Espíritos, item 133-a)

Assim, quantas pessoas infelizes com os filhos porque nunca se ocuparam com eles! Quantas pessoas caminhando sozinhas porque nunca deram valor à família! Quantos infelizes na atividade profissional porque nunca se esforçaram para conseguir algo melhor! Quantos amargando enfermidades crônicas evitáveis se tivessem se preocupado um pouco mais com a saúde. Quantos atormentados por dívidas cumulativas porque gastam mais do que ganham; pessoas que poderiam viver em paz com o pouco que dá o necessário, mas vivem perturbados com o muito que é falso, que não condiz com suas possibilidades financeiras.



Ricardo Baesso de Oliveira



Fonte: do livro "O Sentido da Reencarnação"
EVOC – Editora Virtual O Consolador, 2020
www.oconsolador.com
Londrina-PR
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O DHARMA NASCE NO CORAÇÃO


Para descobrir o que é correto (dharma) e o que é incorreto (adharma), aplique este simples teste: se vai contra a Verdade e o Amor, é incorreto; se promove a Verdade e o Amor, ou é repleto destes, é correto. (Sai Baba -Sathya Sai Speaks, vol. XVI, p. 86)

A palavra dharma, que está realmente relacionada com uma infinita variedade de significados, está sendo inadequadamente descrita, na era moderna, por uma palavra – dever. Dever é apenas aquilo que está conectado com uma condição individual, ou com uma época ou país em particular. Por outro lado, o dharma é eterno, o mesmo para todos em todos os lugares. Ele expressa o significado do Ser Interno (Atma). O lugar de nascimento do dharma é o coração. Aquilo que emana do coração como uma ideia pura, quando traduzido em ação é chamado dharma. Se tivesse que dizer de uma maneira que se pudesse entender, a pessoa poderia dizer ‘faça aos outros o que você quer que façam a você; isto é dharma. O dharma consiste em descartar ações que iriam ferir os outros. Se alguém causa felicidade a você, então, você, em retorno, deveria fazer coisas que causassem felicidade aos outros. Quando nós reconhecemos que o que os outros fazem irá causar dificuldades e fazemos mesmo, isto é adharma (ausência de retidão). (Digest, p. 95)

Obs: a palavra dharma é geralmente traduzida como retidão, ação correta, dever, mas, de acordo com o contexto, também pode se referir à Lei Eterna ou Ordem Cósmica, à Religião Eterna, à missão do indivíduo no mundo etc.

Existem 7 facetas do dharma (aqui, no sentido de retidão ou ação em harmonia com a Lei Cósmica), assim como existem 7 cores contidas nos raios do sol. A primeira faceta do dharma é a verdade. A segunda faceta é o bom caráter. A terceira é a conduta correta. A quarta é o controle dos sentidos. A quinta é a penitência ou austeridade. A sexta é a renúncia e a sétima é a não-violência. Todas esta facetas foram estabelecidas para a proteção do indivíduo e o bem-estar da sociedade. (Digest, p. 97)

Define-se dharma como Ação-Correta, Retidão. Este não é o significado mais apropriado. Dharma, por si só, é a Verdade. Assim, o que nasce da Verdade é dharma. Para o fogo, a capacidade de queimar é dharma. Quando este não pode queimar, não pode ser fogo: torna-se apenas carvão. O dharma do açúcar é a sua doçura. Se não há doçura, não pode ser açúcar, mas apenas pó. Assim, se nós não manifestarmos nossa consciência, não seremos dharma. Devemos, em tudo, seguir nossa consciência. Existem dois tipos de dharma: um é o dharma mundano, e o outro é o que se origina da divindade. Seguir a Vontade Divina é o verdadeiro dharma. Em tudo, a pureza do coração é importante. O primeiro passo é: o que ensinamos aos outros, devemos praticar. Esta é a verdadeira natureza humana. Qual é a razão para que verdade (sathya), retidão (dharma), paz (shanti), amor (prema) e não-violência (ahimsa) não estejam sendo preservados atualmente? A propagação e a publicidade destes valores está sendo feita, sem que os mesmos estejam sendo praticados.Vocês devem mostrar, pelo falar e pelo exemplo, que o caminho da auto-realização é o que conduz à alegria perfeita. Consequentemente, sobre vocês repousa grande responsabilidade: a de demonstrar por sua calma, serenidade, humildade, pureza e virtude, coragem e convicção em todas as circunstâncias, que o caminho por vocês percorrido os tornou pessoas melhores, mais felizes e mais úteis. Pratiquem. Demonstrem. (Sri Sathya Sai Bal Vikas - Maio/94)



Sathya Sai Baba



Fonte: Editado pelo S.S.S. Education in Human Values Trust - Bombay
https://www.sathyasai.org.br/citacoes-diversas
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/hindu%c3%adsmo-ganesh-adora%c3%a7%c3%a3o-divindade-1633815/