segunda-feira, 11 de maio de 2020

SUFISMO - IDEAIS


O EMBLEMA SUFI

O Emblema do Movimento Sufi - um coração alado - simboliza seus ideais.

O coração é tomado em ambos os sentidos, o celeste e o terreno. Como o centro do ser de uma pessoa, é um receptáculo na Terra, do Espírito Divino, e se eleva ao Reino do Céu quando corresponde ao Espírito de Deus, que eternamente procura guiar a humanidade. A elevação do coração é indicada pelas asas abertas, e estas representam, respectivamente, desprendimento e independência; desprendimento dos gozos mundanos e da arbitrária opinião, e independência na consciência do Amor, da Sabedoria e do Poder de Deus.

O Crescente no coração simboliza correspondência; é o coração correspondendo ao Espírito de Deus, que se levanta. O Crescente é o símbolo da correspondência, porque vai ficando mais cheio, correspondendo mais e mais ao sol. A luz, que se vê na lua crescente, é a luz do sol, e, aumentando correspondentemente, se torna ela cheia da luz do sol. Semelhantemente, a alma nobilitada sempre se torna uma expressão mais plena das qualidades divinas.

A Estrela no centro do Coração representa a centelha Divina, que se reflete no coração humano com amor, e, pela virtude do sopro Divino, pode ser soprada até que se levante uma chama para iluminar o caminho da vida de uma pessoa.


O IDEAL SUFI

O principal objetivo do Movimento Sufi é no rumo da Unidade, que é um ideal dual. Primeiramente, unidade do homem com Deus a fim de que a humanidade possa compreender perfeitamente a verdade da afirmação de Cristo - «Eu e meu Pai somos um » - porque por este meio o Reino do Céu pode ser alcançado aqui na Terra, como exortou o Mestre. O ideal correspondente conduz à unidade mais estreita entre os povos do mundo, pela transposição das barreiras e distinções artificiais de raça e credo, que parecem dividir os homens; isto pode ser realizado por um conhecimento mais perfeito do objetivo da vida e uma compreensão mais profunda das suas leis e possibilidades. O princípio básico reconhecido pelos Sufis é a «Paternidade de Deus, e a Fraternidade do Homem».

As principais atividades do Movimento Sufi são:

a) Fraternidade Mundial,
b) Adoração Universal, e
c) A Ordem Sufi.

A Fraternidade Mundial projeta uma luz cheia sobre os aspectos interiores da vida, artes, religião comparada, reforma social, educação etc., pois que, por este meio, nós podemos prosseguir no destino da vida, criando uma atitude simpática para com outrem, o que dará em resultado harmonia e felicidade mútuas e culminará eventualmente na muito desejada paz mundial.

A Adoração Universal. A devocional atividade do Movimento Sufi reconhece a Divina Sabedoria na diversidade das formas religiosas e das crenças; reconhece os Mensageiros e Fundadores de cada religião que Deus tem mandado à terra em diferentes períodos, a fim de socorrer a humanidade segundo as necessidades da época; respeita, outrossim, todas as almas iluminadas, que têm aurido sua inspiração de uma e a mesma fonte, o Divino Espírito de Guia, que sempre dirige o homem para a meta ideal.

O Serviço Devocional não se restringe a nenhuma religião particular, pois que todas compreende, é a Igreja de Todos, e inclui todas as igrejas; seguindo-o, portanto, a pessoa não abandona a sua religião ou forma de adoração. Os termos da mística, tais como Iluminação, Revelação, Salvação, Libertação, Unificação e União, são reconhecidos como correspondendo ao ideal Sufi da Consciência de Deus. Visto que filosofia, ciência, arte e religião formal, invariavelmente, deixam de satisfazer o apetite da alma, os grandes Sufis do mundo têm realizado uma divina bem-aventurança, que transcende os mais altos sonhos do homem normal.

A qualidade de membro do Movimento Sufi investe uma pessoa dos privilégios de ambas as atividades exotéricas acima, e ao mesmo tempo, a torna elegível para ser recebida na escola esotérica chamada a Ordem Sufi.


A ORDEM SUFI

Esta é uma escola de treino individual no conhecimento da verdade. A iniciação (Bayat) e o treino dados na Ordem Sufi compreendem o desenvolvimento físico, mental, moral e espiritual para o desdobramento da alma humana - o ser eterno, ao qual pertence todo poder e beleza. Não se impõem restrições ou disciplina especiais, nem se exigem votos ou compromissos. Assim como ao sedento se dá água e ao faminto alimento, assim também, ao que busca a Verdade se lhe revela o Caminho para Deus. Há uma Chave de Ouro resolvendo os mistérios da vida, e que é a sincera devoção com o entendimento esclarecido. O corpo humano é o Templo de Deus e o coração, o Seu Sacrário. Ninguém pode aspirar por justiça a bênção Divina, ela é conferida pela Graça de Deus, semelhantemente, ninguém pode justamente dizer - «estou pronto para Bayat (iniciação) e mereço-a». Cristo disse verdadeiramente: «pedi e recebereis, procurai e achareis».

O termo Sufi deriva-se da mesma raiz da palavra grega Sophia, significando Sabedoria, e a palavra persa Sajaí, significando Pureza. Sua moderna significação implica em Sabedoria Pura, ou a Essência da Verdade, que é a base de todas as religiões.

A aspiração do Sufi é alcançar um conhecimento consciente de Deus, tornar real a Divina Presença e gozar a União com o Pai.


Hazrat lnayat Khan



Fonte: do livro "A Mensagem Sufi", pp. 11-13
Fundação Educacional e Editorial Universalista - FEEU, Porto Alegre/RS
Fonte da Gravura: http://www.sufiireland.com/uploads/8/1/2/7/8127955/9541154.gif

O SELO DE SALOMÃO PARA O MARTINISTA


O Selo de Salomão representa o Universo e seus dois ternários, Deus e a Natureza; ele é, por este motivo, chamado o “Sinal do Macrocosmos” ou do "Grande Mundo", em oposição à estrela de cinco pontas que é o “Sinal do Microcosmos”, do "Pequeno Mundo", ou seja, do Homem.

O Selo de Salomão é formado por dois triângulos. O que tem seu vértice para cima representa tudo o que ascende. Simboliza o Fogo e o Calor. Psiquicamente, representa as aspirações que o ser humano eleva até seu Criador. Em um sentido material significa a evolução das forças físicas, desde o Centro da Terra até o Centro do Sistema planetário ao qual pertencemos, o Sol. Em uma palavra, expressa o retorno natural das forças morais e físicas até o Princípio do qual emanaram.

O triângulo com a ponta para baixo representa tudo o que desce. É o símbolo hermético da Água e da Umidade. No mundo espiritual representa a ação da Divindade sobre Suas Criaturas. No mundo físico corresponde à corrente involutiva que parte do Sol, centro de nosso sistema planetário, até chegar ao Centro da Terra.

Estes dois triângulos combinados expressam não só a Lei do Equilíbrio, como também a Lei da Atividade Eterna de Deus e do Universo. Representam o movimento perpétuo, a degeneração e a regeneração incessantes pela Água e pelo Fogo. Quer dizer, mediante a Putrefação - termo usado antigamente em lugar da palavra mais científica de Fermentação.

O Selo de Salomão é, pois, a imagem perfeita da Criação e é com este significado que Louis Claude de Saint-Martin o inclui em seu Pantáculo Universal.



(Autor não especificado)



Fonte: HERMANUBIS MARTINISTA
http://www.hermanubis.com.br/artigos/artigos.htm
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/estrela-de-davi-dreidel-judaica-4703731/
https://i.pinimg.com/564x/ac/e3/04/ace3044448117172e8e72e32081e5dbd.jpg

A LEI DE ETERNA JUSTIÇA


Dentre as leis que regem a manifestação de Vida subjetiva – se assim quisermos chamar a Vida Interior do homem, independente ou quase das funções vegetativas da vida corporal – uma há que recebeu um nome hoje consagrado pela terminologia mundial teosófica: a Lei de Carma ou de Ação e Reação. Esta Lei, que pode ser chamada com razão Lei fundamental da manifestação da Vida e de sua expressão nos três mundos Mental, Emocional e Físico, é a que se expressa em relação a cada homem sob o aspecto de destino ou predestinação individual.

É uma lei complexa que parece como que o traço de união, a argamassa que liga todos os seres e coisas do Universo, a trama invisível que encadeia os acontecimentos, palavras, atos, pensamentos e sentimentos de todos os seres do Universo. Encadeia essas coisas, porque cada pensamento origina um novo pensamento; cada emoção uma nova emoção; cada desejo um novo desejo; cada palavra uma nova palavra, cada ato um novo ato, cada acontecimento um novo acontecimento, cada situação uma nova situação, e isto obedecendo a uma ordem transcendentemente lógica e perfeita, embora nem sempre ao alcance do homem vulgar.

Em virtude desta Lei, sábia e resumidamente expressa pelo Apóstolo Paulo, “cada um colhe o que semeia”, seja individual, seja coletivamente, pois existe o Carma coletivo e o Carma individual, que caraterizam: o primeiro as raças, as nações, os povos, as sociedades, as famílias etc., e o segundo o caráter individual e as individuais qualidades, idiossincrasias e atributos de cada indivíduo.

“Não se colhem figos nos espinheiros nem uvas nas silvas”, disse o Cristo. “Pelo fruto se conhece a árvore” – é uma expressão da linha cármica individual. E estas outras palavras do mesmo grande Instrutor caracterizam outro aspecto do Carma como Imanência Divina: “Nem um cabelo de vossa cabeça cairá sem que o Pai saiba.”

Outro grande Instrutor, Gautama, o Buddha, ou Sakia Muni, afirmou no Dhammapada, título de uma escritura que quer dizer “Caminho da Lei”:

“As coisas brotam do coração e o coração as determina; aquele que fala ou age com mau coração, a dor o acompanha como a roda acompanha o pé do animal que a arrasta. Porém o homem que fala ou age com bom coração, a felicidade o acompanha como a própria sombra.”

Eis aí uma belíssima expressão figurada da atuação da Lei do Carma na vida dos indivíduos.


Aleixo Alves de Souza



Fonte: do texto "O Que a Teosofia Ensina", de A.A.S
www.filosofiaesoterica.com.br
Fonte da Gravura: Seara de Luz - Instagram