segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

O AMOR É COMO O NÚMERO UM


O amor vem do Céu e regressa ao Céu. Não existem dois, três ou quatro amores, é sempre o mesmo amor, mas compreendido ou vivido em níveis diferentes. De onde viria o amor humano, se não do próprio Deus, a sua origem? Diz-se que Deus é amor, mas não se sabe o que é esse amor e separa-se o amor físico, o amor sensual, do amor divino. Não, não há separação, são manifestações da mesma força, da mesma energia que vem de muito alto. Ainda não conheceis o suficiente sobre o número um, indivisível. O amor é justamente isso: o número um, e é esse número que produz todos os outros; o dois, o três, o quatro, não passam de manifestações do um. Deus é um, o amor é um, e Deus é amor. Tudo o que não é o um é, na realidade, um aspeto do um; por isso, é preciso voltar à unidade. Nós estamos na multiplicidade, estamos na periferia, e quando se diz que é preciso voltar à unidade, isso significa que é preciso regressar a Deus, a esse amor que é uno.



Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

TIFERET - DESENVOLVENDO UM CORAÇÃO


O grande médico e filósofo do Século XII, Moshé Maimônides, aconselhava os seus discípulos a procurarem sempre o caminho do meio. O interessante é que ele aconselhava as pessoas raivosas e mesquinhas a ir a extremos. Ele dizia a uma pessoa irada para se tornar um pacifista, mesmo quando isto parecia contradizer a lógica; e ele aconselhava um miserável a combater os seus instintos e dar mais do que o quanto poderia suportar normalmente. (...) a raiva e a mesquinhez são as verdadeiras antíteses da natureza doadora do Cosmos.

O conto Chassídico relatado a seguir ilustra este preceito: Era uma vez um rei que tinha dois bons amigos que se rebelaram contra o reino. Neste caso, não restava outra opção ao rei senão a de aplicar a lei — a pena de morte. Mas ele não se sentia em condições de executar os seus amigos. Assim, ao invés disto, ele erigiu uma corda bamba por sobre o pátio, estendida a uma altura razoável. Cada prisioneiro deveria atravessar para o outro lado da corda bamba para alcançar a liberdade. As chances eram escassas, mas, miraculosamente, o primeiro prisioneiro conseguiu atravessar e ganhar a sua liberdade. O segundo prisioneiro pedia orientação ao companheiro agora livre e grato. Este respondeu-lhe à distância: “Todas as vezes que eu me sentia desequilibrado, começando a pender para um lado, eu não esperava até que todo o meu peso pendesse para aquele lado; eu imediatamente compensava com o oposto!”

Este é o conselho de Maimônides. Não espere até que as suas palavras e comportamento revelem um desequilíbrio emocional. Compense, mesmo antes de as expressões se tornarem visíveis. Este é o caminho indicado para o equilíbrio da emoção conseguido através da Sefirá de Tiferet. (*)


Rabino Laibl Wolf



Fonte: do livro "Cabalá Prática - um guia da sabedoria judaica para o dia-a-dia"
Tradução de Sergio M. Cernea
São Paulo, Maayanot, 2003
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/illustrations/equilibrista-desenho-m%C3%A3o-mulher-1831016/


Nota:
(*) Tiferet: sefirá situada no centro do pilar do equilíbrio, na árvore da  vida.