A Torá não é um rolo sagrado que tenta definir a moral e a ética adequadas pelos quais o ser humano deveria viver...
Por tradição, descreve-se a Torá como constituída pelos Cinco Livros de Moisés, em que estão inscritas as leis fundamentais de conduta moral e física.
Algumas pessoas não-religiosas vêem a Torá como um documento que registra a história, enquanto outros a vêem como uma coletânea de histórias que falam da relação de D-us com o homem e da criação do mundo.
Para o cabalista, todas essas descrições erram o alvo.
Por exemplo, o eminente cabalista Rabi Shimon bar Yochai, o autor do Zôhar, dizia que em sua própria geração havia grandes escritores que seriam capazes de compor histórias bem mais interessantes do que os relatos que aparecem na Torá. E ainda por cima, ele classificou todos esses rabinos, estudiosos e filósofos que tomam a Torá literalmente como inteiramente tolos. Estas são palavras muito fortes, vindas de uma figura histórica, um conhecedor tão respeitado da Bíblia.
Concepções erradas sobre moral
A Torá não é um rolo sagrado que tenta definir a moral e a ética adequadas pelos quais o ser humano deveria viver. Esta talvez seja uma das concepções mais equivocadas da religião - um equívoco que contribuiu para 2000 anos de sofrimento, perseguição e apatia. A humanidade jamais passará por uma mudança duradoura e positiva enquanto conceitos vagos de moralidade e ética forem nossa motivação e recompensa pela bondade e pela decência. Esta pode ser uma causa nobre, mas é uma causa que por mais de dois mil anos vem fracassando em trazer-nos paz e unidade.
De acordo com a Cabala, enunciados da Bíblia como “não matarás” ou “não roubarás” não estão na Torá para nos ensinar moralidade.
O que vem a ser realmente a Torá?
O código da Torá
Quando nosso olho, o órgão físico, vê um objeto, registra-o de cabeça para baixo. Transmite então a imagem invertida para o cérebro. De acordo com a ciência, um mecanismo inverte no cérebro essa figura de forma tal que temos agora uma percepção mental da imagem de cabeça para cima.
A Cabala diz que esse processo ocorre dentro da alma. O olho como órgão físico está conectado com o nosso mundo físico do caos - conhecido em termos cabalísticos como a "Árvore do Conhecimento". A alma está conectada com uma realidade mais elevada com ordem e plenitude absolutas - conhecida pelo termo em código "Árvore da Vida".
Quando nosso olho observa um objeto neste mundo físico, a imagem invertida vai para o nosso cérebro. A alma, conectada com a realidade da Árvore da Vida, pega essa informação caótica e a transforma em ordem - invertendo a imagem mental no nosso olho da mente.
Esta relação inerente entre o corpo e a alma é um processo natural do nosso universo - um processo que também se estende até a Torá do plano físico.
A Torá, como o corpo físico da sabedoria universal, também apresenta suas histórias de cabeça para baixo, invertidas. Somente a alma da Tora - a Cabala - pode reverter a imagem e nos apresentar a verdadeira compreensão e o verdadeiro significado espiritual.
Antídoto
Basta olhar para o mundo da medicina para obter uma outra instância da perspectiva cabalística do mecanismo interno da Torá. Para evitar que a doença de pólio aflija nossas vidas, a medicina moderna criou uma vacina contra a poliomielite. Dentro dessa vacina encontramos uma linhagem fraca da doença! Injetando porções mínimas da própria doença no corpo, evitamos que a doença completa se materialize.
Para a Cabala, a Torá funciona de acordo com um princípio semelhante. Quando a Torá fala de matar, assassinar, roubar e de outras ações negativas, na realidade estamos recebendo uma vacinação para evitar que essas "doenças" recaiam sobre nossas vidas. A Torá é a vacina ou o antídoto, se você preferir, que nos protege e nos cura das forças negativas e destrutivas de que fala em suas histórias.
Não matarás
Existe na Torá uma história muito famosa em que D-us ordena que os israelitas matem seu inimigo, uma nação conhecida como "Amalek". O massacre deve incluir todos os homens, mulheres e crianças de Amalek. Essa nação inteira deve ser exterminada. Para dizer o mínimo, é uma instrução controversa, principalmente à luz do mandamento de "não matarás". Como se pode conciliar o mandamento de D-us de "Não Matarás" com essa ordem para matar homens, mulheres e crianças? A Cabala explica essa aparente contradição.
O Zôhar revela que a palavra Amalek tem o mesmo valor numérico que a palavra em hebraico para incerteza. E o que há de tão importante acerca da palavra "incerteza"? Segundo os cabalistas, a "incerteza" é a semente de todo o mal do mundo. Todos nós temos, em algum nível: Incerteza sobre nós mesmos. Incerteza sobre a existência de D-us. Incerteza sobre o nosso destino e sobre nossa capacidade de superar desafios. Incerteza sobre se há justiça no mundo. Incerteza sobre as recompenses associadas ao comportamento positivo, espiritual.
Por exemplo, se D-us estivesse do nosso lado, a plena vista, será que pegaríamos uns poucos "trocados" a mais do cofrinho se não houvesse ninguém mais no quarto? Será que perderíamos a cabeça e xingaríamos nossos amigos e familiares quando eles nos incomodassem? Será que mentiríamos, roubaríamos, enganaríamos, abusaríamos ou manipularíamos os outros para gratificar o nosso próprio ego?
É claro que não. Mas a Força que chamamos de D-us está oculta. Por isso, ficamos incertos acerca da presença de D-us em nossa vida. Então, nos comportamos com intolerância. Colocamos a nós mesmos na frente dos outros. Duvidamos da existência do Criador e por isso nos sentimos confiantes de poder ficar numa boa com nosso comportamento insensível e com nossas ciumeiras pessoais e profissionais. Viramos as costas para a noção de espiritualidade e de transformação de caráter. Ficamos motivados unicamente pelo intelecto e pelo ego, e esquecidos de outros anseios que deixamos ociosos em nossa alma.
Decodificando a história
"Eu vi o inimigo, e somos nós" - Pogo.
A Cabala explica que D-us na verdade está dizendo aos israelitas - e às pessoas de todas as gerações, incluindo a nós mesmos - para matar as incertezas dentro de nossa própria natureza. Cada um de nós é um "cidadão" da nação de Amalek. Não existe uma nação inimiga "lá fora". O inimigo é interno. A palavra Amalek é um código que significa a incerteza que habita dentro de nossa própria mente racional.
A história da Torá está invertida. Virada pelo avesso. De cabeça para baixo. De pernas para o ar. Invertida.
As percepções espirituais ocultas por trás da história carregam a verdade!
Matar os "homens, mulheres e crianças de Amalek" significa a destruição de nossas próprias incertezas. Os "filhos de Amalek" representam as sementes iniciais de dúvida que se insinuam em nossa mente no momento em que somos expostos a obstáculos ou a verdades espirituais. Os "homens e mulheres de Amalek" correspondem às incertezas, aos cepticismos e aos pensamentos adulterados já totalmente ampliados que nos assolam diariamente.
Este é um aspecto da Torá. Há um outro...
O objetivo da história da Torá
Essa história possui uma dimensão adicional, que forma o núcleo do objetivo último do rolo da Torá. Siga com cuidado: Esta história específica da Torá emana influências espirituais que ajudam as pessoas a erradicar e a remover a incerteza de suas vidas. A dúvida é apagada de nossa consciência através da energia mística que flui através de cada letra e palavra da Torá.
O pergaminho, a tinta, as letras e os versículos que formam a Torá são todos componentes intricados que transformam o rolo num "gerador de força espiritual".
Quando a Torá fala de maldições, de doenças, de fome ou de guerra, as influências que emanam desse instrumento nos inoculam com uma "vacina" para impedir que essas calamidades nos afetem.
O Zôhar extrai percepções espirituais de cada uma das porções da Torá que são lidas ao longo do ano. Cada semana oferece uma energia diferente que podemos usar em nossa vida de maneira prática. Essas influências incluem: cura; prosperidade; eliminação da inveja; capacidade para atrair nossa alma gêmea; força para ascender acima de nossos medos.
Sem o conhecimento espiritual que decifra a história, a Torá se torna inoperante. Ela se torna um símbolo de tradição improdutivo, em vez de ser um instrumento incrível de poder. Ainda pior, os sábios nos dizem que se alguém simplesmente aceita a Torá literalmente - lendo-a com uma postura mental religiosa ao invés de se conectar com ela num nível espiritual - a Torá se tornará um veneno.
Por tradição, descreve-se a Torá como constituída pelos Cinco Livros de Moisés, em que estão inscritas as leis fundamentais de conduta moral e física.
Algumas pessoas não-religiosas vêem a Torá como um documento que registra a história, enquanto outros a vêem como uma coletânea de histórias que falam da relação de D-us com o homem e da criação do mundo.
Para o cabalista, todas essas descrições erram o alvo.
Por exemplo, o eminente cabalista Rabi Shimon bar Yochai, o autor do Zôhar, dizia que em sua própria geração havia grandes escritores que seriam capazes de compor histórias bem mais interessantes do que os relatos que aparecem na Torá. E ainda por cima, ele classificou todos esses rabinos, estudiosos e filósofos que tomam a Torá literalmente como inteiramente tolos. Estas são palavras muito fortes, vindas de uma figura histórica, um conhecedor tão respeitado da Bíblia.
Concepções erradas sobre moral
A Torá não é um rolo sagrado que tenta definir a moral e a ética adequadas pelos quais o ser humano deveria viver. Esta talvez seja uma das concepções mais equivocadas da religião - um equívoco que contribuiu para 2000 anos de sofrimento, perseguição e apatia. A humanidade jamais passará por uma mudança duradoura e positiva enquanto conceitos vagos de moralidade e ética forem nossa motivação e recompensa pela bondade e pela decência. Esta pode ser uma causa nobre, mas é uma causa que por mais de dois mil anos vem fracassando em trazer-nos paz e unidade.
De acordo com a Cabala, enunciados da Bíblia como “não matarás” ou “não roubarás” não estão na Torá para nos ensinar moralidade.
O que vem a ser realmente a Torá?
O código da Torá
Quando nosso olho, o órgão físico, vê um objeto, registra-o de cabeça para baixo. Transmite então a imagem invertida para o cérebro. De acordo com a ciência, um mecanismo inverte no cérebro essa figura de forma tal que temos agora uma percepção mental da imagem de cabeça para cima.
A Cabala diz que esse processo ocorre dentro da alma. O olho como órgão físico está conectado com o nosso mundo físico do caos - conhecido em termos cabalísticos como a "Árvore do Conhecimento". A alma está conectada com uma realidade mais elevada com ordem e plenitude absolutas - conhecida pelo termo em código "Árvore da Vida".
Quando nosso olho observa um objeto neste mundo físico, a imagem invertida vai para o nosso cérebro. A alma, conectada com a realidade da Árvore da Vida, pega essa informação caótica e a transforma em ordem - invertendo a imagem mental no nosso olho da mente.
Esta relação inerente entre o corpo e a alma é um processo natural do nosso universo - um processo que também se estende até a Torá do plano físico.
A Torá, como o corpo físico da sabedoria universal, também apresenta suas histórias de cabeça para baixo, invertidas. Somente a alma da Tora - a Cabala - pode reverter a imagem e nos apresentar a verdadeira compreensão e o verdadeiro significado espiritual.
Antídoto
Basta olhar para o mundo da medicina para obter uma outra instância da perspectiva cabalística do mecanismo interno da Torá. Para evitar que a doença de pólio aflija nossas vidas, a medicina moderna criou uma vacina contra a poliomielite. Dentro dessa vacina encontramos uma linhagem fraca da doença! Injetando porções mínimas da própria doença no corpo, evitamos que a doença completa se materialize.
Para a Cabala, a Torá funciona de acordo com um princípio semelhante. Quando a Torá fala de matar, assassinar, roubar e de outras ações negativas, na realidade estamos recebendo uma vacinação para evitar que essas "doenças" recaiam sobre nossas vidas. A Torá é a vacina ou o antídoto, se você preferir, que nos protege e nos cura das forças negativas e destrutivas de que fala em suas histórias.
Não matarás
Existe na Torá uma história muito famosa em que D-us ordena que os israelitas matem seu inimigo, uma nação conhecida como "Amalek". O massacre deve incluir todos os homens, mulheres e crianças de Amalek. Essa nação inteira deve ser exterminada. Para dizer o mínimo, é uma instrução controversa, principalmente à luz do mandamento de "não matarás". Como se pode conciliar o mandamento de D-us de "Não Matarás" com essa ordem para matar homens, mulheres e crianças? A Cabala explica essa aparente contradição.
O Zôhar revela que a palavra Amalek tem o mesmo valor numérico que a palavra em hebraico para incerteza. E o que há de tão importante acerca da palavra "incerteza"? Segundo os cabalistas, a "incerteza" é a semente de todo o mal do mundo. Todos nós temos, em algum nível: Incerteza sobre nós mesmos. Incerteza sobre a existência de D-us. Incerteza sobre o nosso destino e sobre nossa capacidade de superar desafios. Incerteza sobre se há justiça no mundo. Incerteza sobre as recompenses associadas ao comportamento positivo, espiritual.
Por exemplo, se D-us estivesse do nosso lado, a plena vista, será que pegaríamos uns poucos "trocados" a mais do cofrinho se não houvesse ninguém mais no quarto? Será que perderíamos a cabeça e xingaríamos nossos amigos e familiares quando eles nos incomodassem? Será que mentiríamos, roubaríamos, enganaríamos, abusaríamos ou manipularíamos os outros para gratificar o nosso próprio ego?
É claro que não. Mas a Força que chamamos de D-us está oculta. Por isso, ficamos incertos acerca da presença de D-us em nossa vida. Então, nos comportamos com intolerância. Colocamos a nós mesmos na frente dos outros. Duvidamos da existência do Criador e por isso nos sentimos confiantes de poder ficar numa boa com nosso comportamento insensível e com nossas ciumeiras pessoais e profissionais. Viramos as costas para a noção de espiritualidade e de transformação de caráter. Ficamos motivados unicamente pelo intelecto e pelo ego, e esquecidos de outros anseios que deixamos ociosos em nossa alma.
Decodificando a história
"Eu vi o inimigo, e somos nós" - Pogo.
A Cabala explica que D-us na verdade está dizendo aos israelitas - e às pessoas de todas as gerações, incluindo a nós mesmos - para matar as incertezas dentro de nossa própria natureza. Cada um de nós é um "cidadão" da nação de Amalek. Não existe uma nação inimiga "lá fora". O inimigo é interno. A palavra Amalek é um código que significa a incerteza que habita dentro de nossa própria mente racional.
A história da Torá está invertida. Virada pelo avesso. De cabeça para baixo. De pernas para o ar. Invertida.
As percepções espirituais ocultas por trás da história carregam a verdade!
Matar os "homens, mulheres e crianças de Amalek" significa a destruição de nossas próprias incertezas. Os "filhos de Amalek" representam as sementes iniciais de dúvida que se insinuam em nossa mente no momento em que somos expostos a obstáculos ou a verdades espirituais. Os "homens e mulheres de Amalek" correspondem às incertezas, aos cepticismos e aos pensamentos adulterados já totalmente ampliados que nos assolam diariamente.
Este é um aspecto da Torá. Há um outro...
O objetivo da história da Torá
Essa história possui uma dimensão adicional, que forma o núcleo do objetivo último do rolo da Torá. Siga com cuidado: Esta história específica da Torá emana influências espirituais que ajudam as pessoas a erradicar e a remover a incerteza de suas vidas. A dúvida é apagada de nossa consciência através da energia mística que flui através de cada letra e palavra da Torá.
O pergaminho, a tinta, as letras e os versículos que formam a Torá são todos componentes intricados que transformam o rolo num "gerador de força espiritual".
Quando a Torá fala de maldições, de doenças, de fome ou de guerra, as influências que emanam desse instrumento nos inoculam com uma "vacina" para impedir que essas calamidades nos afetem.
O Zôhar extrai percepções espirituais de cada uma das porções da Torá que são lidas ao longo do ano. Cada semana oferece uma energia diferente que podemos usar em nossa vida de maneira prática. Essas influências incluem: cura; prosperidade; eliminação da inveja; capacidade para atrair nossa alma gêmea; força para ascender acima de nossos medos.
Sem o conhecimento espiritual que decifra a história, a Torá se torna inoperante. Ela se torna um símbolo de tradição improdutivo, em vez de ser um instrumento incrível de poder. Ainda pior, os sábios nos dizem que se alguém simplesmente aceita a Torá literalmente - lendo-a com uma postura mental religiosa ao invés de se conectar com ela num nível espiritual - a Torá se tornará um veneno.
Rav Philip Berg
Fonte: Centro da Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal