sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

12º TRABALHO DE HÉRCULES (A CAPTURA DO GADO VERMELHO DE GERIÃO) - SIGNO DE PEIXES

12º Trabalho de Hércules, "A Captura do Gado Vermelho de Gerião", significando a transcendência da animalidade, a salvação.

O Mestre chamou Hércules e disse-lhe: “Tu agora estás diante do último Trabalho. É o que falta para que o ciclo seja completo, e a liberação conquistada. Vai até aquele lugar sombrio chamado Eritéia onde a Grande Ilusão está entronizada; onde Gerião, o monstro de três cabeças, três corpos e seis mãos, é rei e senhor. À margem da lei ele mantém um rebanho de gado vermelho escuro. De Eritéia deves trazer até nossa Sagrada Cidade, este rebanho. Cuidado com Euritião, o pastor, e seu cão de duas cabeças, Ortus.” E depois de uma pausa continuou: “Mais um aviso posso dar. Invoca a ajuda de Helio.” 

Hércules partiu e no templo, fez oferendas a Helio, o deus do fogo e do sol. Por sete dias Hércules meditou, e depois mereceu dele um favor. Um cálice dourado caiu no chão aos seus pés. Ele sentiu no seu íntimo que esse objeto brilhante o capacitaria a cruzar os mares para alcançar o país de Eritéia. E assim foi. Sob a segura proteção do cálice dourado, ele velejou pelos mares agitados até chegar a Eritéia. Numa praia naquele país distante, Hércules desembarcou. Não muito longe dali ele chegou a um pasto onde o gado vermelho escuro pastava. Era guardado pelo pastor Euritião e o cão de duas cabeças, Ortus. Quando Hércules se aproximou, o cão lançou-se como uma flecha para ele, rosnando ferozmente, tentando alcançá-lo. Com um golpe decisivo Hércules derrubou o monstro. Então, Euritião, amedrontado pelo bravo guerreiro que estava diante dele, suplicou que sua vida fosse poupada. Hércules concedeu-lhe o pedido. 

Conduzindo o gado vermelho-sangue adiante dele, Hércules voltou sua face para a Cidade Sagrada. Ainda não estava muito longe daquelas pastagens quando percebeu que o monstro Gerião vinha em louca perseguição. Logo Gerião e Hércules estavam face-a-face. Exalando fogo e chamas de todas as três cabeças simultaneamente, o monstro avançou sobre ele. Esticando bem o seu arco, Hércules lançou uma flecha que parecia queimar o ar e que atingiu o monstro em seu flanco. Tamanho foi o ímpeto com que fora lançada, que todos os três corpos de Gerião foram perfurados. Com um guincho desesperado, o monstro oscilou, depois caiu, para nunca mais se levantar. Hércules conduziu, então, o lustroso gado para a Cidade Sagrada. Difícil foi a tarefa. Volta e meia alguns bois se desgarravam, e Hércules deixava o rebanho para procurar aquelas cabeças que se perdiam. Através dos Alpes ele conduziu o seu rebanho, até a Halia. 

Onde quer que o mal houvesse triunfado, ele golpeava as forças do mal com golpes mortais, e corrigia a balança em favor da justiça. Quando Eryx, o lutador, o desafiou, Hércules o derrubou tão vigorosamente que ele permaneceu caído. Novamente, quando o gigante Alcioneu lançou sobre Hércules uma rocha que pesava uma tonelada, este último a deteve com a sua clava e a mandou de volta, matando seu agressor. Às vezes ele perdia o seu rumo, mas sempre se voltava, refazia seus passos, e prosseguia. 

Embora exausto por este cansativo trabalho, Hércules por fim voltou. Quando chegou, o Mestre que o esperava, disse-lhe: “A joia da imortalidade te pertence. Por esses doze Trabalhos tu superaste o humano e te revestiste do divino. De volta ao lar viestes, para não mais partires. No firmamento estrelado o teu nome será inscrito, um símbolo para os batalhadores filhos dos homens, de seu imortal destino. Os trabalhos humanos estão encerrados, tua tarefa Cósmica começa.”

Este último Trabalho está associado ao signo de Peixes. Hércules viajou, velejando até a ilha numa taça dourada e quando lá chegou, ele subiu até o topo da montanha onde passou a noite em oração. Depois matou o cão de duas cabeças mas não o pastor. Ele também matou o dono daquelas paragens. Aqui está a parte mais bela da história: Hércules colocou o rebanho inteiro na taça dourada da qual se utilizara para a vinda, levou-o para a Cidade Sagrada e o ofereceu em sacrifício a Athena, a Deusa da Sabedoria. Esta cidade sagrada consiste de duas cidades ligadas por um belo muro e um portão chamado o Portão do Leão. Depois que o gado foi entregue, acabou-se o trabalho de Hércules. 

Vamos pensar em Hércules como um salvador mundial. Ele vê a humanidade possuída por um monstro, um homem de três cabeças, o símbolo de um ser humano com os corpos físico, emocional e mental unidos. O simbolismo do gado vermelho é claramente o dos desejos inferiores, o desejo sendo sempre uma destacada característica da humanidade. Eles são guardados por um pastor, que é a mente, o cão de duas cabeças, representando os aspectos matéria e psiquismo. Está claro porque Hércules poupou o pastor: a mente ainda pode ser o pastor do gado, mas o cão de duas cabeças, a natureza psíquica-emocional e o aspecto matéria, Hércules matou, o que significa que foram privados de qualquer poder.





Fonte: Sociedade das Ciências Antigas
http://www.sca.org.br/
“Os trabalhos de Hércules”, de Alice A. Bailey
Gravura de: Johfra Bosschart (Franciscus Gijsbertus van den Berg, 1919, Rotterdam)


PEIXES: SALVAÇÃO E LIBERAÇÃO

Pode ser inspirador refletir sobre as qualidades deste signo e o processo de Salvação que representa, sem entrar tanto no técnico mas aproveitando seu influxo para esclarecer temas vinculados à energia pisciana. Talvez o primeiro ponto a levantar deva ser que estamos diante de um signo dual, no qual são possíveis dois tipos de vivência, aquela vinculada à consciência e aquela relacionada com a Vida. Em ambos os casos surge a ideia de sacrifício, de um estado do ser que se perde na escuridão para ocultamente “resgatar” outro e demonstrar através do Amor a unidade de todo o manifestado. Isto implica em um grande sacrifício da alma, porque durante eões a consciência apenas ilumina a personalidade e deve permanecer em suspenso até chegar a ela a invocação por parte da personalidade em crise.

Mas, sobretudo, é um grande sacrifício da Mônada, que se aproxima da consciência e a inunda com sua Vida, que se enterra no mais profundo da personalidade e permanece durante um período incomensurável até que o dia esteja com ela e o ser tomar consciência do seu imenso poder. Peixes permite tomar consciência deste grande sacrifício, o supremo, encarnado pela permanência do fogo monádico nas próprias raízes da existência.

Peixes tem sido associado frequentemente à consagração e o se submeter a algo, entendida esta expressão em um sentido positivo. É interessante sentir como da perspectiva da Tríade e o aspecto Vida que esta começa a transmitir, nessa rendição se encontra a chave da continuidade de consciência.

Espírito e matéria, a dualidade aparentemente irreconciliável, só pode voltar a ser Una graças ao Poder de Shamballa, à energia da Mônada. É necessário trabalhar desde a consciência, o coração, e “descer aos infernos”, e também se vincular com o aspecto matéria e não só aspirar a ser o espírito, para encontrar a via elétrica que une ambos os aspectos.

Esta porta que permite a passagem de energia ou a fluidez entre o espírito e a matéria, ou a Mônada e a personalidade, está ancorada no plano intuitivo ou búdico; o 4º plano, o intermediário entre o 1º e o 7º, é o grande ponto de união entre as duas correntes, proporcionando a qualidade álmica tão própria do reino humano.

Este processo dual tem analogia na relação entre os centros coronário e raiz, e ao amparo do coração se converte em uma única corrente de Vida que abre as portas para a Liberdade.

Neste processo temos também uma conjetura do papel que a humanidade pode exercer na evolução planetária e inclusive na solar, como estação energética e ponto de encontro entre duas correntes de força. Isto só é possível cada vez que se alcança o plano búdico, e daí a importância de desenvolver a mente e, ocultamente, “apagar seu fogo” com o coração. “O fogo só pode ser apaziguado com mais fogo”, lemos no livro Mundo Ardente; somente o fogo da compreensão, do coração inteligente é capaz de consumir e esgotar a mente, abrindo assim as portas a Shamballa.

Paralelamente e em nível dos centros, essa relação entre os centros coronário e raiz permite compreender o papel de um Salvador de uma perspectiva dupla, desde a Hierarquia e desde Shamballa, pelo menos de um ponto de vista, já que é um tema muito amplo e elevado.

Desde a Hierarquia, a Salvação é um processo de atração magnética em direção ao centro da própria consciência, uma irradiação de luz que desperta e eleva para realidades mais preclaras e serenas. É o Cristo sacrificando-se pela humanidade, e esta O reconhecendo como um Irmão Maior que mostra o caminho para que também ela salve outros ainda na escuridão.

Da perspectiva de Shamballa, a Salvação poderia ser entendida de uma forma distinta, no sentido de que mal se pode liberar quem já é livre; não existe um Salvador, existe apenas um Dragão despertando e se liberando por si mesmo de todas as cadeias, elevando-se pela própria energia que, com todo direito divino, foi reclamada para si. É uma demonstração da Vontade de Deus em ação, a Autossalvação.

Neste sentido pode também ser abordado o lema esotérico do signo: “abandono o Lar do Pai e, retornando, salvo”. A entrada ao Lar do Pai, o Lar do Fogo elétrico, está aqui mesmo, na Terra, e o processo de acesso pode ser entendido de forma dual: como uma elevação às alturas, na direção das realidades cósmicas, ou como uma descida ao mais íntimo da Terra, ao seu próprio núcleo, onde reside latente o fogo de kundalini, aguardando liberação. Da maneira como é transcendido, tal é o papel da alma, simbolizada pelo Sol, porque deixa de ser necessária a intermediação para viver a divindade, simplesmente se é o que fomos desde o começo, Fogo Elétrico Puro. Isto dá uma guinada de 180 graus no primeiro lema para Peixes, o exotérico, que rege a personalidade: “entra na matéria”, e permite complementá-lo com um terceiro, dado na obra Cosmologia Oculta: “O Sol deve ser devorado. Sacrifica tudo”.



Martín Dieser






Fonte do Texto e da Gravura:
LOGOS - Grupo de Investigação em Astrologia Esotérica
http://logosastrologiaesotericaport.blogspot.com.br/2011/03/peixes-salvacao-e-liberacao.html




PEIXES: REDENÇÃO PLANETÁRIA

Peixes é o signo que completa a roda zodiacal. O seu grande tema é redenção. Simplificadamente, podemos dizer que redimir significa trazer algo de volta ao seu estado original de pureza, liberdade e beleza. Durante o mês de Peixes, somos convidados a nos desapegar e sacrificar quaisquer atitudes, crenças e hábitos que produzem limitação, separação e nos impedem de expressar as nossas possibilidades mais elevadas.

A primeira coisa que, talvez, precisemos redimir é a própria imagem que fazemos do humano. Todos os mestres espirituais ensinaram a beleza e a bondade essencial do ser humano, e todas as tradições religiosas afirmam que o homem é um filho de Deus. Apesar disso, nós temos enfatizado exageradamente o outro lado, com inflamados discursos sobre pecado, culpa e degradação. Mas a escuridão não é superada falando de escuridão ou combatendo a escuridão. É preciso discernir a luz, valorizar a luz, alimentar a luz. Assim, é fundamental que nós, humanidade, redescubramos o fato de que o humano é essencialmente sagrado, e que a verdadeira natureza humana é amor, bondade, beleza, verdade e justiça.

A energia de Peixes confere uma aguda sensibilidade, capaz de encontrar a luz em meio à escuridão, perceber a ordem no caos e ver o bem por trás do mal aparente. Esta sensibilidade permite que nos sintamos partes de um Todo Maior, células no corpo de Deus, e que nos sintamos em contato com a divindade e em comunhão com tudo e com todos. Ela permite que reconheçamos e nos sintonizemos com o que há de melhor em cada pessoa, a começar por nós mesmos.

O desenvolvimento da sensibilidade, estimulado por Peixes, deve ser acompanhado pelo desenvolvimento mental. É função da mente compreender e interpretar corretamente aquilo que o coração percebe com sua sensibilidade. Quando isto não é feito, falta ao indivíduo um ajustado senso de proporção, então ele pode ver uma pequena fração da verdade e achar que já conhece a verdade toda. Aí surge um sentimento de ser especial, e frequentemente ele julga que seu grupo, teoria ou doutrina detém o privilégio da salvação.

Sem o complemento de uma mente potente e esclarecida, a sensibilidade pode levar à vulnerabilidade e à passividade. Então, o indivíduo se abala demasiadamente com o aparente mal em si mesmo, nos outros e no mundo. E não consegue aplicar à sua vida prática todas as aspirações, sonhos e ideais do coração. Por isso, todos devemos almejar o equilíbrio e complementação entre cabeça e coração, razão e sensibilidade, firmeza e flexibilidade, planejamento e espontaneidade.

Há uma árvore latente em cada semente, que só precisa das condições adequadas (como nutrientes, água e luz) para germinar e crescer. Semelhantemente, faz parte da natureza humana aprender, amar, compartilhar, se doar... Só é preciso que não atrapalhemos o processo, com culpas, exigências descabidas, apegos, etc. A influência de Peixes nos convida a renunciar a crenças em favor de uma verdade mais ampla, e sacrificar a visão superficial em favor de uma percepção mais profunda, e nos abrir para o melhor em nós e nos outros, e cultivar uma refinada sensibilidade ao bem. Complementada pela correta atuação da mente, que a humanidade vem desenvolvendo consistentemente, o resultado será a redenção planetária.



Ricardo A. Georgini





Fonte do Texto e da Gravura: 
LOGOS - Grupo de Investigação em Astrologia Esotérica
http://logosastrologiaesotericaport.blogspot.com.br/2011/02/piscis-ricardo.html

PEIXES E O OFÍCIO DE SALVAR

Uma palavra que define muito bem a qualidade expressa por Peixes é “salvação”. A mesma se encontra intimamente vinculada à frase esotérica que descreve o caminho ascendente do signo: “Retorno à Casa do Pai e, retornando, salvo”. Vemos ali dois pensamentos entrelaçados, como os dois peixes que simbolizam a energia pisciana: por um lado o caminho para o superior e, por outro, o apego ao inferior, este último transmutando-se oportunamente em magnetismo espiritual e atraindo para a meta comum aqueles que se encontram ligados carmicamente ao Salvador, seja este um discípulo, um iniciado ou a humanidade toda que se reorienta para a luz.

Peixes tem um vínculo muito particular com o 1º raio de Vontade ou Poder, também chamado de raio de síntese. Em certo sentido, a salvação pode ser entendida como um processo de síntese, sempre considerada em função de um interesse oniabarcante, e daí que o raio superior expresso através de Peixes seja o 2º de Amor-Sabedoria. Neste caso, o 2º raio seria a totalidade e o 1º o meio através do qual essa totalidade se transforma em uma verdade consciente.

Para realizar essa tarefa de salvação, primeiro é preciso fomentar a aspiração para o superior, e por isso Netuno rege Peixes em nível exotérico. No entanto, poderíamos dizer que, pelo menos nas últimas etapas, o 1º raio é imprescindível, dado que provê a energia do signo de um mecanismo liberador. Essa função instrumental se encontra simbolizada na presença de Plutão, um planeta de 1º raio que é regente hierárquico e esotérico do signo, quer dizer, que opera como forma de expressão nos planos mais elevados.

Tenhamos em mente então este vínculo entre a salvação espiritualmente compreendida e Peixes, em especial quando esse signo ocupa um lugar proeminente no horóscopo que esteja sob consideração. De uma maneira ou de outra, Peixes resgata, eleva e salva, embora, naturalmente, o desenvolvimento espiritual do ser em questão tenha muito a ver com a qualidade desse serviço.

Cabe lembrar aqui a inter-relação com os demais signos, já que ciclicamente a pessoa experimenta um ou outro, de maneira que o Plano vai se desenvolvendo em etapas graduais e de acordo a Lei de Causa e Efeito. No caso de Peixes temos um link a mais nessa cadeia: todo Salvador possui um campo de ação, e tanto sua amplitude como sua pureza e efetividade serão determinados pela sabedoria adquirida através dos signos restantes; Peixes aportará o seu e, sobretudo, encerrará um ciclo, com efeitos que vão desde o estritamente pessoal até a influência planetária causada pelo retorno à casa do Pai por parte dos Grandes Seres. Por isso o Tibetano o denomina de um signo de culminação.

De todo modo, o processo, para além da sua profundidade, poderia ser visto como similar, já que sempre a grande chave que abre as portas da liberação está no coração. É a compreensão da meta à qual se aspira, a profunda consciência do sentido subjacente em nossos vínculos com o ambiente que nos cerca e novamente a renovada visão do lugar de onde se origina tudo, para onde sabemos que nos levará todo o esforço realizado. Isso explica um tanto mais porque o 2º raio se expressa mediante este signo.

Nesse sentido, todo ato de amor, de compreensão, é uma pequena salvação, que culmina quando entendemos perfeitamente o seu sentido, e para chegar a tal realização é necessário realizar uma síntese e extrair a qualidade, resgatar a matéria iluminada para tê-la em serena expectativa junto a nós.


Para tal fim, Plutão exerce a sua parte, porque provê o mecanismo através do qual é possível “comprimir um significado em uma espiral decrescente, fazer dela um ponto e liberar a essência pelo ápice”. Este ato de síntese final acarreta a morte que, como se infere aqui e segundo sustenta o esoterismo, não é senão a revelação na vida e o nascimento para vivências superiores.

É por isso que se diz que Peixes é um dos signos da morte, precisamente porque conduz através do amor até a fusão plena e, por fim, ao esgotamento da missão que tinha aquela forma. Para conferir essa morte, temos o regente de 1º raio, Plutão. Desse modo é provável que ali tenhamos revelada uma dimensão do estreito vínculo existente entre os Choans do 1º e 2º raio, expressa pelo menos simbolicamente na afirmação de que um tem a sua casa perto da casa do outro.

Essa forte presença da energia ou força de atração nos dá também uma pauta dos efeitos produzidos por Peixes na vida da personalidade. De fato, recordemos o aporte e o processo de aquisição de qualidades que vai se dando nos restantes signos de Zodíaco, e sobretudo tenhamos em conta que assim como a grande função de Peixes é unir, abstrair e salvar, isto poderá se manifestar com diferentes graus de êxito, segundo a polarização seja astral, mental ou búdica. O efeito será sempre dissolvente e essencialmente magnético, embora a atração possa ocorrer no plano astral, ou mental ou búdico, segundo o caso, sugerindo que o oficio de Salvador tem muitas arestas e pode ser entendido sempre à vista de uma escada da perfeição, em um sentido misterioso, com o Salvador “por cima” englobando seus irmãos de baixo. A mente é fundamental neste processo, no que diz respeito à humanidade, mas o seu desenvolvimento viria mais da influência de outros signos. Em troca poderíamos entender Peixes como um promotor da passagem gradual da mente intelectual à intuitiva.

Digamos, finalmente, que essa noção de atração, compreensão, síntese e morte nos fala da compaixão e da fraternidade, da paciência e também da aceitação do Propósito, pois podemos entender como, em distintas escalas, espera-se a que “o último cansado peregrino chegue ao Lar”; essa espera não é cega nem emocional, mas nasce de uma profunda sabedoria e do perfeito conhecimento do Plano por parte de Aqueles que inspiram a humanidade a ser mais inclusiva e a salvar os reinos da natureza pelos quais é responsável, salvando-se assim a si mesma.



Martín Dieser





Fonte do Texto e das Gravuras:
LOGOS - Grupo de Investigação em Astrologia Esotérica
http://logosastrologiaesotericaport.blogspot.com.br/2010/02/peixes-e-o-oficio-de-salvar.html

REENCARNAÇÃO E CONSCIÊNCIA

A conquista lúcida da consciência abre espaços para o entendimento das leis que regem a vida, facultando o progresso do ser, que se entrega à tarefa de educação pessoal e, por consequência, da sociedade na qual se encontra situado.

Não mais lhe atendem as aspirações os conceitos utópicos e as afirmações pueris destituídas de razão, com os quais no passado se anestesiava o discernimento dos indivíduos e das massas.

Com ela a ideia de Deus e da sua justiça evolui, arrancando-o do antropomorfismo a que esteve algemado pela ignorância, para uma realidade mais consentânea com a própria grandeza.

Os velhos tabus, como efeito, cedem lugar aos fatos que podem ser considerados e examinados pela investigação, produzindo amplas percepções de conteúdos que enriquecem a compreensão.

O crescimento interior elucida a justiça, que já não se aferra aos limites das paixões humanas que a padronizaram conforme os próprios interesses, agraciando uns e punindo outros, em lamentável aberração ética e de equanimidade discutível, senão absurda.

A consciência conquistada favorece a penetração nas causas da vida mediante os processos de intuição, de dedução, e de análise decorrente da experiência vívida dos fatores que constituem o Universo.

Engrandecem-se o homem e a mulher que se despojam do temor ou da incredulidade, do beatismo ou da negação, assumindo uma postura digna, portanto coerente com seu estado da evolução.

Somente a consciência favorece a perfeita identificação com a realidade das vidas sucessivas, concepção-lei única a corresponder à grandeza da vida.

Sem a consciência, a inteligência lógica e crê, mas não se submete; a emoção aceita, porém, receia os impositivos do estatuto da evolução, no qual está o mecanismo reencarnacionista.

A consciência abre as comportas da inteligência e do sentimento para a natural aceitação das experiências sucessivas e inevitáveis, que promovem a criatura.

A reencarnação é instrumento do progresso do ser espiritual. Ora ele expia, quando são graves os seus delitos, submetendo-se às aflições que constituem disciplinas educativas mediante as quais se fixam nos painéis profundos da consciência os deveres a cumprir.

Noutras vezes são provações que enrijecem as fibras morais responsáveis pela ação dignificadora.

Longe de ser uma punição, a dádiva do renascimento corporal é bênção do amor, auxiliando o espírito a desenvolver os recursos que lhe jazem latentes, qual terra arroteada e adubada em condições de transformar a semente diminuta no vegetal exuberante que nela dorme.

Diante dessa realidade, amplia a tua consciência pela meditação e age com segurança ética, entregando-te ao compromisso de iluminação desde agora.

Nunca postergues os deveres a pretexto de que terás futuras oportunidades. A tua consciência dirá que hoje e aqui estão o momento e o lugar para a construção do teu ser espiritual, que se deve elevar, libertando-te dos atavismos primitivos e das paixões perturbadoras.

A consciência da reencarnação impulsionar-te-á ao progresso através do amor e do bem sem alternativas de fracasso, porque a luz da felicidade brilhando à frente será o estimulo para que alcances a meta.

Sem a reencarnação a vida inteligente retornaria, ao caos, e a lógica do progresso ficaria reduzida à estupidez, à ignorância.

A consciência da reencarnação explica Sócrates e o homem bárbaro do seu tempo, Gandhi e o selvagem da atualidade, a civilização e o primitivismo nesta mesma época.

Lentamente o ser avança, e, de etapa em etapa adquire experiência, conhecimento, sentimento, sabedoria, consciência.

Em "O Livro dos Espíritos", na questão 170, encontramos o seguinte diálogo:

O que fica sendo o espírito depois da sua última reencarnação?

Espírito bem-aventurado; puro espírito. Para esse desiderato final, a consciência das reencarnações é indispensável.





Divaldo Pereira Franco / Joanna de Ângelis





Fonte: do livro "Momentos de Consciência"
Fonte da Gravura: http://www.imageafter.com/



SABER QUANDO NÃO COOPERAR

Reformadores – políticos, sociais e religiosos – apenas causarão mais sofrimento ao homem a menos que o homem compreenda as operações de sua própria mente. Na compreensão de todo o processo da mente, há uma revolução interna, radical, e dessa revolução interna brota a ação da cooperação verdadeira, que não é cooperação com um padrão, com autoridade, com alguém que “sabe”. Quando você sabe como cooperar porque há esta revolução interna, então também saberá quando não cooperar, o que é realmente muito importante, talvez mais importante. Hoje nós cooperamos com qualquer pessoa que ofereça uma reforma, uma mudança, o que simplesmente perpetua o conflito e a miséria; mas se pudermos saber o que é ter o espírito de cooperação que surge com a compreensão da totalidade do processo da mente e em que existe liberdade do ego, então há uma possibilidade de criar uma nova civilização, um mundo totalmente diferente onde não há ambição, nem inveja, nem comparação. Isto não é uma utopia teórica, mas o estado real da mente que está constantemente inquirindo e buscando aquilo que é verdadeiro e abençoado. 




J. Krishnamurti




Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: http://www.imageafter.com/

A CONQUISTA DO MUNDO DAS ILUSÕES (MAYA) PELA MEDITAÇÃO, NA VISÃO DO GRANDE YOGUE SWAMI SIVANANDA

Onde está a ilusão? Consigo ver? Como ela chega até mim? Ou sou eu que crio? O que faço com ela? Perguntas respondidas diversas vezes nos mais de 200 livros escritos pelo célebre yogue indiano Sri Swami Sivananda (1887-1953), como no trecho abaixo, com respostas sobre como podemos finalmente nos libertar das ilusões e do sofrimento (através da meditação). Não é uma explicação detalhada ou extensa, mas cada frase tem grande concentração de definições e direção, como por exemplo “são as ações da mente que são verdadeiramente denominadas Karmas“. Assim, há outras frases que precisam de reflexão, e idealmente a leitura da obra completa, embora seja difícil reproduzir textos e livros inteiros de alguns autores aqui – para quem quiser, o texto completo que traz os trechos abaixo está neste link http://www.dlshq.org/download/mind.htm (“Mind, Its Misteries and Control“, The Divine Life Society Publication, 1998), em inglês.

Apenas um cuidado especial neste trecho com a expressão “a destruição da mente“, pois alguém pode acabar tomando isso por alguma destruição física, um auto-flagelo ou algo assim (já aconteceu isso num post que usava uma expressão muito parecida). A destruição da mente nesse trecho segue o sentido de uma expressão mais à frente neste mesmo texto: “o destronamento da mente“. É praticamente o mesmo sentido do Bhavagad Gita, quando a mente senta para o controle da charrete ser feito pela consciência. Se houver qualquer dúvida, a coisa certa a se fazer é ler o livro completo.

Os trechos abaixo fazem parte dos capítulos “A Indispensabilidade da Meditação para a Percepção Real de Deus” (Indispensability Of Meditation For God-Realisation), “Condições para a Percepção Real de Si Mesmo” (Conditions for Self-Realization) e “Como Destruir a Inveja” (How To Destroy Jealousy), do compêndio “O Que é Meditação” (What is Meditation), não disponível em português (a tradução abaixo foi feita por este que escreve).


- “Todas as coisas visíveis são Maya. Maya desaparece através da sabedoria (Jnana), ou da meditação no Espírito (Atma). Deveríamos trabalhar para nos livrarmos de Maya. Maya nos atinge através da mente. A destruição da mente significa a aniquilação de Maya. A meditação profunda e repetida é a única maneira de conquistar Maya. O Senhor Buda, o Raja Bhartrihari, Dattatreya  e o Akhow de Gujarat – todos conquistaram Maya e a mente somente pela meditação profunda. Entre no silêncio. Medite. Medite. Solidão e intensa meditação são dois requisitos importantes para a auto-realização.

- (…) São as ações da mente que são verdadeiramente denominadas Karmas. Assim que a perambulação e distração da mente se vai, você terá uma boa meditação. A verdadeira liberação resultado no desentronamento da mente. Aqueles que libertaram a si mesmos das flutuações de suas mentes ganham a posse do Nishtha supremo (meditação). A mente deveria ser limpa de todas as suas impurezas, então ela se torna muito calma e todas as ilusões que aparecem nos nascimentos e mortes são destruídas.

- (…) Se você colocar um grande espelho em frente a um cachorro e colocar um pedaço de pão na frente, o cachorro começará a latir ao olhar seu reflexo no espelho. Ele imagina tolamente que há um outro cachorro. Da mesma forma, o homem vê apenas seu próprio reflexo, através da mente-espelho, em todas as pessoas, mas imagina tolamente, como o cachorro, que são todos diferentes dele e luta contra o ódio e a inveja”.

Swami Sivananda, em “What Is Meditation?”



Nando Pereira





Fonte: DHARMALOG - blog sobre auto-conhecimento
http://dharmalog.com/
Fonte da Gravura: http://www.imageafter.com/