Atualmente, a finalidade dos Templos deve ser proporcionar-nos um meio ambiente artificial que sirva de estímulo e fortaleça nossas habilidades espirituais.
A finalidade dos Templos é criar condições favoráveis para estabelecer uma comunicação com as inteligências interiores, e não recordar-nos de um passado primitivo. Os Templos devem estar baseados em princípios modelares que podem ser copiados e adaptados como programa próprio, de forma que este modelo se converta em um elemento real, integrante da psique. Dito de outro modo, um Templo deveria chegar a ser um símbolo ambiental do ideal humano individual. Qualquer Templo que não se ajuste a este objetivo tem muito pouco valor, ou melhor, nenhum, do ponto de vista esotérico. Desta maneira, a ideia de colocar as pessoas em um meio ambiente saudável e harmonioso, com a esperança de que ele lhes estimule finalmente a refletir este meio ambiente em seu próprio caráter, não é muito diferente.
Isto quer dizer que um Templo deve conter símbolos práticos para a auto construção e a conservação da alma humana. Evidentemente, isso inclui a indumentária pessoal e qualquer tipo de adorno.
Não só é preciso que cada objeto tenha um significado próprio especial como este significado deve ser muito bem compreendido por todo aquele que use ditos objetos. Não basta a explicação do uso, a simbologia deve ter sido realmente experimentada (e assimilada) por aqueles que utilizem o Templo para seu aperfeiçoamento espiritual. Isto é, todas as impressões sensoriais da simbologia do Templo precisam ser traduzidas de acordo com as respostas que produzem. A menos que as pessoas estejam realmente conscientes dos motivos pelos quais tudo o que está relacionado com o Templo é o que é e está onde está, assim como o que ocorre com isso, não terá nenhuma utilidade e poderia não estar presente. Portanto, a primeira instrução que o aspirante aos Mistérios Sagrados precisa receber, poderia muito bem ser: conheça teu templo.
O único tipo de simbologia de que nenhum esoterista pode prescindir é o próximo. Mesmo que existam poucos humanos que se consideram parte integrante da simbologia de um templo, isso é exatamente o que são e que, na medida do possível, deveriam se esforçar para chegar a ser. Realmente, as pessoas são os símbolos mais importantes, porque são símbolos vivos do Poder com o que estão entrando em contato, e deveriam fazer as vezes de mediadoras para transmitir uns aos outros esse Poder de forma que todos compartilhem sua influência. Pode acontecer que cada um deles tenha que desempenhar um papel diferente ou tenha que cumprir certa função específica no psicodrama mútuo, mas se não colaboram de forma ordenada, fazendo circular as correntes de energia como deveriam, nada realmente efetivo poderá resultar de sua associação. Não deve haver “público” observando o desenvolvimento de nenhuma cerimônia esotérica. TODOS tem de participar ativamente ainda que não movam um só músculo durante todo o tempo. Todos os presentes devem se concentrar, e harmonizar suas consciências de modo preciso, segundo o objetivo da prática que esteja sendo executada. Todas as habilidades internas e toda a atenção deverá estar enfocada naquilo que esteja sendo dirigido pelas dimensões espirituais. Se alguém não pode ou não quer fazê-lo, não deveria estar presente, pois somente o que poderá fazer é entorpecer o processo.
Na linguagem esotérica, “construir um Templo” significa criar um espaço livre na consciência, de onde haja um mínimo de contaminação, para que seja possível entrar em contato com energias puramente espirituais e fazê-lo com a maior plenitude e liberdade possível. A construção de um Templo pode ser considerado um processo quádruplo. Em primeiro lugar como auto estrutura, em segundo lugar a nível familiar, em terceiro lugar a nível sectário e em quarto lugar está o esperado acordo esotérico ecumênico entre todos os setores da humanidade. Este movimento tem de começar no indivíduo e expandir-se para fora, em lugar de ser controlado por um consórcio externo e forçado para dentro, exigindo uma conformidade de todos os indivíduos sem que estes o desejem. Dito de outro modo, as almas individuais devem preparar-se para estar em condições de trabalhar com grupos que só buscam expandir-se, e incluir outros para a consecução de um fim último universal de união fraternal com o Cosmos.
As pessoas não se dão conta, perfeitamente, das diferenças que existem entre uma experiência sintética e real. Só a participação em um Templo “vivo” pode transformar uma experiência sintética em uma real. O processo real é controlado por meio da vontade e de acordo com a intenção. Assim se converte numa disciplina definida por direito próprio, e merece ser tida muito em conta pelos que estudam a sério os procedimentos espirituais. Da mesma maneira que os lugares onde se organizam desfiles e os campos de manobras são umas zonas específicas em que se treinam e formam os soldados, os Templos são os lugares adequados para preparar a consciência dos seres humanos, a fim de que sigam umas diretrizes espirituais que ajudem o desenvolvimento de determinadas características internas. Estas, muito provavelmente, conduzirão à instrução em todos os níveis. Em ambos os casos, a constante repetição dos exercícios práticos, exige um grande esforço. Este treinamento básico conduz à especialização dentro de um determinado campo de ação. É impossível formar um bom esotérico longe do Templo da experiência, mesmo que o Templo se limite ao corpo físico do praticante.
Não é que os assuntos esotéricos sejam necessariamente melhores, nem que resultem mais vantajosos, mas, geralmente se entrarmos em mais detalhes haverá também uma melhor especialização. Não interessam os métodos de produção em massa, que são mais adequados para as coletividades humanas do tipo médio, mas sim as que se centram na evolução do indivíduo e no desenvolvimento de certas características especiais. A finalidade dos métodos é servir espiritualmente ao conceito de Divindade, a que estejam dedicados. Ainda que tais sistemas geralmente operam nos Templos onde se reúnem as congregações, todos os membros devem ser preparados a fim de converterem-se em Templos, de forma que toda a sua vida passe a ser uma celebração constante dos diversos serviços que há que levar a cabo simbolicamente, de uma maneira psicodramática. Em outras palavras, todas as operações que se realizam no Templo são, ou deveriam ser, modelos de vida conectados com os poderes espirituais e os princípios reais, fundamento de nossa existência como pessoas que tem um objetivo concreto. Ao fixar estes modelos em nossas mentes, como base de apoio para a prática nos Templos, conseqüentemente nos modificamos e produzimos uma impressão significativa nas correntes da Consciência Cósmica que circulam através de nosso ser. Esta é uma resposta recíproca que segue a dupla direção das relações entre o homem e a Divindade.
Nos tempos antigos, os membros das congregações esotéricas não estavam autorizados a participar de trabalhos coletivos (que então se denominavam teúrgicos ou “trabalho de Deus”) até que tivessem realizado a aprendizagem, sob as ordens de um tutor, e finalmente pudessem “passar os portais”. Estes portais eram, literalmente, etapas que marcavam a disposição metafórica da pessoa para o trabalho de grupo. Isto acontecia quando uma alma, do tipo médio, havia estudado e praticado até alcançar o grau de preparação que o tutor considerava satisfatório para o trabalho em grupo. Esta era uma prática normal em todas as chamadas religiões dos mistérios e nos sistemas espirituais esotéricos. Com o passar do tempo, as igrejas cristãs o deixaram cair em desuso e, atualmente não são muito exigentes no que concerne à formação de seus membros. Em geral, cada vez aceitam níveis mais baixos de aptidão espiritual. Só um número relativamente pequeno de grupos esotéricos seguem insistindo na necessidade de uma formação inicial adequada, ainda que muitos sejam susceptíveis de ser excessivamente rígidos e intolerantes, confundindo a intelectualidade com qualidades genuinamente espirituais.
Para aquelas almas responsáveis que preferem se encarregar da sua própria formação, guiadas diretamente pelo tipo superior espiritual que podem contatar por seus próprios meios, a melhor maneira de começar seria aclimatar-se à simbologia básica. As cerimônias mais complicadas e elaboradas, realizadas em qualquer Templo esotérico deste mundo, são simplesmente ampliações dos mesmos fundamentos. A celebração mecânica destas cerimônias não serve absolutamente de nada por si só. Todas as liberações de energia que produzem algum efeito, são ativadas pela consciência condicionada que é aplicada intencionalmente pelas mentes preparadas dos presentes.
Em todo o ser humano, há um estado de ego, que poderia denominar-se campo de forças psíquicas, muito semelhante ao campo magnético que existe dentro e ao redor de um ímã. Todavia, um imã não está vivo, no sentido que para nós tem essa palavra. O estado de ego é uma situação energética derivada de uma Fonte de Vida separada e distribuída por um grande número de canais. É a relação de cada indivíduo com A VIDA e a vida, para marcar as diferenças existentes entre as situações importantes e as que carecem de transcendência. Ou seja, é o que nós somos em um dado momento e portanto é de suprema importância para todos os que estão sobre a terra dado que é o “Eu Sou o que Sou” de todos nós. Sem dúvida, o que somos troca muito facilmente pela ação de muitas coisas distintas, em alguns casos o impacto procede de fontes externas e em outras de fontes internas. Assim pois, o estado médio do ego resulta do equilíbrio existente entre ambas as fontes...
Os aficcionados ambiciosos não parecem ter em conta que o melhor que podem fazer é começar modestamente, e trabalhar as técnicas mais comuns que são desenvolvidas no Templo, em lugar de passar diretamente ao luxo máximo e pedir que a própria Divindade se manifeste diretamente com todos os seus adornos. Caso isso não ocorresse, talvez ficassem satisfeitos com a aparição de uma série de arcanjos. Raramente lhes ocorre pensar que as graças do Templo podem desenvolver significativamente suas qualidades internas e seu caráter, e que o Templo deve cumprir sua autêntica função, e fazer a Divindade se manifestar neles mesmos. Só aqueles que percebem com clareza esta importante questão e estão dispostos a trabalhar com paciência e constância para obtê-la, tirarão algum proveito dos Templos Esotéricos...
(desconheço o autor)
Fonte: Ordem Rosacruz - AMORC
Fonte da Gravura: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBZvi2Gw-RRqx4p-jDcJNGoKv9O-TnJaa21C80OqfXNdMNPmMr1aTsDesuibLdnJtIcF0VQirMoQz4HnG0WJM0m4BydMdJN_Gr4puwr15otw_TUuN_1n67wVAmE8z1f4ruQmk65bLaUps/s1600/399063_314974918571771_1509015543_n.jpg