sábado, 14 de setembro de 2013

ELO FRATERNAL

O fato de se nascer numa certa época, em determinado país e determinada família, de se ter uma certa constituição física, de se ter ou não certas qualidades – o que é determinado pelas encarnações anteriores – estabelece, à partida, as oportunidades e os sucessos dos indivíduos. 

Uma sociedade pode sempre trabalhar no sentido da igualdade, e é desejável que o faça, mas as desigualdades subsistirão. O único meio de atenuar essas desigualdades é a consciência do elo fraternal que liga todos os seres humanos entre eles. 

A verdadeira igualdade é irrealizável e, na sociedade como nas famílias, a desigualdade deverá sempre ser compensada pela fraternidade.



Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A MAGIA DA ROSA

Há algum tempo, li uma pequena história que me impressionou muito pela sua maneira simples de expor coisas muito sérias e que agora vou tentar transmitir a vocês.

A história falava de uma pessoa, um homem, que vivia ansioso por servir à  humanidade, mas não sabia como fazê-lo. Sempre que tentava, sentia que ninguém lhe permitia prestar um serviço. Aquele homem dirigia-se a todas as partes procurando dar um pouco de si mesmo, mas nunca conseguia bom resultado. Um dia encontrou alguém que lhe disse:

“Primeiramente, deverás descobrir e conhecer o teu próprio Eu. Somente então, poderás servir.”

Ele então andou buscando o seu Eu e quando começou a descobrir quem realmente era, tentou mais uma vez, com maior interesse  do que antes. Mas, quanto mais tentava menos era capaz de dar algo de si àqueles com quem entrava em contato. Eles não aceitavam. E o pobre homem  pensava: “Por quê?” Comentava com os outros e não obstante não encontrava resposta. Ele não sabia o que era servir...

Um dia, sentou-se tranquilo em um lugar silencioso, ao lado de um lindo jardim, e viu à sua frente uma linda roseira onde desabrochava uma belíssima rosa. Pensou: “Que beleza de rosa!”, e ficou em silêncio contemplando e absorvendo a beleza e o perfume da rosa. De repente, animou-se, pois descobriu que pelo simples fato de existir, a rosa SERVIA! Ela cumpria sua  missão, já no arbusto. Bastava apenas existir, oculta, crescendo, sempre ela mesma, para ainda perpetuar a sua espécie. A rosa não tentava ou procurava  servir-lhe, simplesmente acumulava beleza por meio de sua própria forma e  aguardava viva, verdadeira!

A rosa já se expressava totalmente quando o nosso homem aproximou-se. Ela, a rosa, nada mais necessitava. No entanto, devido à ansiedade do homem, ela tornou-se algo mais. Ela não lhe pediu que a usasse, mas, quando ele o fez, SERVIU-O, porque estava à sua disposição. Estava pronta para servir a qualquer pessoa que necessitasse daquilo que ela realmente era: UMA ROSA. Ela servia mais do que ele jamais havia conseguido em toda a sua vida.

E o homem pensou: “Agora, não estou mais vazio. Já obtive a resposta.”

Como podemos ver, não é preciso que andemos sem rumo, para lá e para cá em busca de pessoas e lugares onde possamos servir. Os lugares e as pessoas estão ali, onde estamos, à nossa volta. Basta que os vejamos e que, como a rosa, ESTEJAMOS PRONTOS PARA SERVIR ÀQUELE QUE NECESSITE DAQUILO QUE REALMENTE SOMOS.

Cada um de nós tem algo a dar, por mais insignificante que nos consideremos pessoalmente. Se nunca procurarmos descobrir o que temos para dar não o poderemos oferecer a ninguém. Como seres humanos somos capazes de prestar auxílio desinteressado e amar outros seres. Podemos também amar e apreciar coisas que aparentemente não tem utilidade prática, como as cores magníficas de um pôr-do-sol, ou uma pequena flor, os sons harmoniosos do canto dos pássaros e, com isso, acumulamos em nós, belezas para servirmos, nos empenhando em aumentar a harmonia e a felicidade do mundo.

Nós somos os filhos da Luz e alguma coisa dentro de nós proclama que a alegria e o amor devem sempre ser considerados e expandidos para que possam nos fortalecer e nos tornar autênticos Filhos da Luz e, como a rosa, servirmos com amor, pela simples circunstância de existirmos!



Verleid Mendes de Abreu



BOA VONTADE MUNDIAL / TUTMONDA BONVOLO
www.lucistrust.org
www.gem.org.pt

Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

FELICIDADE QUE NÃO ESTÁ NA MENTE

Podemos sair de um refinamento para outro, de uma sutileza para outra, de uma satisfação para outra, mas no centro de tudo isto está o “eu”; o “eu” que está se satisfazendo, que quer mais felicidade; o “eu” que procura, busca, deseja felicidade; o “eu” que luta; o “eu” que se torna mais e mais refinado, mas não gosta de chegar a um fim. 

Só quando o “eu”, em todas as suas formas sutis, chega a um fim, há um estado de alegria que não pode ser buscado; um êxtase, um contentamento real sem dor, sem corrupção. Quando a mente vai além do pensamento do “eu”, do experimentador, do observador, do pensador, então existe a possibilidade de uma felicidade não corruptível. 

Essa felicidade não pode ser permanente, no sentido em que usamos essa palavra. Mas nossa mente busca felicidade permanente, alguma coisa que vá durar, que continuará. Esse próprio desejo de continuidade é corrupção. Se pudermos compreender o processo da vida sem condenar, sem dizer que está certo ou errado, então acho que surge uma felicidade criativa que não é “sua” ou “minha”. Essa felicidade criativa é como o brilho do sol. Se você quiser manter o brilho de sol para você mesmo, não é mais o sol claro e quente que dá vida. Do mesmo modo, se você quer felicidade porque está sofrendo, ou porque perdeu alguém, ou porque não teve sucesso, então isso é meramente uma reação. Mas quando a mente pode ir além, então existe a felicidade que não está na mente.



J. Krishnamurti



Fonte: The Book of Life
www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

MEDITAÇÃO - ATENTOS E DESAPEGADOS

De acordo com numerosos filósofos, só há um método de criatividade interna - a meditação (que é aprender a dar atenção, a ser desapegado e agir como testemunha do melodrama contínuo dos padrões de pensamento).

Para romper com a existência no nível do ego, precisamos identificar com certa precisão o que está acontecendo em nossa vida diária, reconhecer, talvez dolorosamente, como nosso apego aos hábitos nos manobra. Ou, para abrir-se para o amor, podemos focalizar a atenção em nossos relacionamentos com o mundo. Ou, quem sabe, poderemos querer contemplar a realidade. Todas essas técnicas requerem prática básica em sermos atentos e desapegados. A meditação nos ensinar isso.

Entre as muitas formas de meditação, a mais comum é praticada sentado. Se mantemos a atenção na respiração (com os olhos fechados ou abertos), na chama de uma vela ou no som de um mantra (em geral cantado com os olhos cerrados), ou em qualquer objeto, estaremos praticando MEDITAÇÃO COM CONCENTRAÇÃO. Nessa prática, em todas as ocasiões em que a atenção vagueia e surgem pensamentos, como invariavelmente acontece, gentil e persistentemente trazemos a atenção de volta ao foco, mantendo unidirecionalidade para transcender o pensamento, para mudá-lo do primeiro para o segundo plano da percepção.

Em outra forma, denominada MEDITAÇÃO DE PERCEPÇÃO, o próprio pensamento - na verdade, todo o campo da percepção - torna-se o objeto. O princípio em jogo aqui é que se permitimos que a atenção observe livremente o fluxo de pensamentos, sem fixar-se em qualquer pensamento particular, ele permanecerá em estado de repouso, no tocante ao desfile dos pensamentos. Esta forma de meditação pode nos permitir uma visão desapegada, objetiva, de nossos padrões de pensamento que, eventualmente, nos permitirá transcendê-los.

A DIFERENÇA entre concentração e meditação de percepção pode ser compreendida invocando para o pensamento o princípio da incerteza. Quando pensamos em nossa maneira de pensar, o pensamento individual (a posição) ou fluxo de pensamento (o momentum) torna-se vago ou incerto. À medida que a incerteza sobre o pensamento individual torna-se progressivamente cada vez menor, a incerteza no fluxo do pensamento tende a tornar-se infinita. Desaparecida a associação, tornamo-nos centralizados com o aqui-agora.

Na meditação com percepção, a incerteza na associação é que se torna progressivamente cada vez menor, levando-nos a perder o aspecto ou conteúdo do pensamento. Uma vez que o apego resulta do conteúdo do pensamento, se o conteúdo desaparece, o mesmo acontece com o apego. Tornamo-nos observadores desligados, ou testemunhas, de nossos padrões de pensamentos.



Amit Goswami



Fonte: "O Universo Autoconsciente", Ed. Rosa dos Tempos
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O AMOR SE REVELARÁ

As abordagens Dual ou Não-dual da Divindade (Dwaitha ou Adwaitha) não são distintas, pois elas são estágios de transformação mental. O fruto é o mesmo; o sol e o solo o amadurecem através dos estágios intermediários verde, tenro e maduro. 

No dia em que você compreender o endereço do Senhor conforme especificado na Gita: "Ishwarah sarva bhutanam, hriddese, Arjuna Thishthati (Ó Arjuna, o Senhor está no coração de cada ser)", nesse dia você terá realmente alcançado-O. 

Para perceber o Senhor em todos os seres, é preciso cultivar o amor e expulsar os morcegos de ódio, inveja e maldade que infestam as cavernas escuras de seu coração. Deixe a luz do Amor iluminar seus pensamentos, palavras, atividades, movimentos e julgamentos. Quando você for transmutado dessa maneira pelo amor, o Senhor, que é o Amor-encarnado, irá Se revelar a você.



Sathya Sai Baba



Fonte: www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal