segunda-feira, 25 de agosto de 2014

OBSTÁCULOS À MEDIUNIDADE

A mediunidade tem, como fim providencial, a elevação espiritual da Humanidade e do planeta que habita. Como consequência, faculta o intercâmbio dos desencarnados com os homens, rompendo a cortina que aparentemente os separa, destruindo na base a negação e o cepticismo a que muitos se aferram. Da mesma forma, oferece a correta visão da realidade de ultratumba, ampliando a compreensão em torno do mundo primeiro e causal onde todos se originam e para o qual retornam; dá ensejo ao esforço de promoção cultural e moral, graças ao qual se torna possível a libertação dos vícios e dos atavismos mais primários que lhe predominam em a natureza.

A faculdade mediúnica propicia o esclarecimento dos que se demoram na rebeldia espiritual, num ou noutro lado da vida, auxiliando a terapia das alienações e, sobretudo, da desagregação interior que resulta do desconhecimento das Leis que os Espíritos Superiores explicam e ajudam a ser respeitadas, em face da finalidade que têm de manter a ordem e o equilíbrio, que constituem fundamento primacial no Universo.

Assim, o exercício mediúnico fortalece os laços da fraternidade entre os habitantes das duas esferas de diferentes vibrações, ampliando a área do afeto e eliminando o ódio cáustico que infelicita grande faixa de seres; estimula a humildade, pois que demonstra, diante da grandeza da Vida, a pequenez do homem, não obstante ser o grande investimento do Amor que o promove e eleva através dos milênios, trabalhando pelo seu engrandecimento.

Apesar de tais objetivos, há escolhos graves que se lhe antepõem, intentando impedir-lhe os logros elevados. O mais cruel são as imperfeições morais do próprio médium, que permitem a interferência dos maus Espíritos como dos frívolos, que com ele se afinam, mantendo identificação de propósitos, naturalmente de natureza inferior. Concomitantemente, esse intercâmbio de características negativas ou vulgares determina o aparecimento das síndromes obsessivas que, não cuidadas em tempo próprio, se transformam em malsinada fascinação e subjugação, com graves riscos, inclusive, de vida para o invigilante.

Essa inferioridade em a natureza moral do médium, quando não encontra conveniente educação e aprimoramento, responde por incontáveis males que não deixam o medianeiro alcançar o elevado mister a que está destinado. Por essas razões, variam os graus de mediunidade, em decorrência dos registros que tipificam as credenciais intelecto-morais de cada um. Da mesma forma, diferem os tipos de mediunidade, e graças à sua larga faixa, a documentação da sobrevivência melhor se afirma, fazendo que se esboroem as hipóteses que se lhe contrapõem com arroubos de negação da sua real procedência.

O médium deve, como efeito dos perigos a que está exposto, trabalhar pelo aprimoramento íntimo constante, exercendo o seu ministério com abnegação e desinteresse, mediante o que granjeia a simpatia dos Bons Espíritos, que passam a assisti-lo, ao mesmo tempo em que haure recursos fluídicos entre aqueles que lhe recebem os benefícios, adquirindo mais segurança e capacidade de autodoação. Assim se fortalece e sai das frequências mais baixas vivem dando, então, os ideais relevantes e altruísticos.

O orgulho e a presunção, a indolência e a irresponsabilidade, tão do agrado das pessoas descuidadas em relação aos compromissos de alto porte, não devem viger nas atitudes de quem abraça a tarefa mediúnica, pois que aquelas qualidades perniciosas do caráter tornam-se-lhe escolhos perigosos. Vemos, no dia-a-dia, esses indivíduos instáveis e incorretos, exercendo a mediunidade com insegurança e descontrole, com altibaixos que bem denotam a sua conduta reprochável e o seu deplorável estado íntimo.

Não é a mediunidade responsável por esses comportamentos ridículos e perigosos, conforme fazem crer alguns médiuns inescrupulosos, mas eles mesmos, por serem de constituição moral frágil e emocionalmente atormentados, tenteando com os episódios obsessivos que terminarão por vitimá-los, mais tarde. Exercem a faculdade mediúnica para autopromoção, sem escrúpulo nem consciência correta dos próprios atos.

Acreditando-se criaturas especiais, permitem-se contínuas leviandades, brincando com as forças da vida, que atiram aos jogos espúrios dos interesses imediatos, descambando para graves situações nas quais se infelicitam e aos demais prejudicam. Ardilosos, mentem, dissimulam, disfarçando esses sentimentos inferiores como sendo influência dos Espíritos maus, o que realmente sucede às vezes, porém pela simples razão de serem eles mesmos os responsáveis pela ocorrência, em face da afinidade recíproca existente, assim se comprazendo em permanecer na postura que fingem deplorar.

Os médiuns seguros, conforme definiu Allan Kardec, ouvem as comunicações de que se fazem intermediários, aplicando-as em favor do próprio progresso, cônscios dos compromissos dignos que assumiram e buscam desincumbir-se com dignidade. São, por isso mesmo, homens honrados, que mais facilmente se engrandecem pelos exemplos de que dão mostras, tornando-se merecedores de ser seguidos pelo bem-estar que exteriorizam, porque o fruem na sua vivência cotidiana.

O diluente eficaz para esses obstáculos da mediunidade é, desse modo, o aprimoramento moral do sensitivo, que encontrará no trabalho da edificação do bem e da caridade, na oração e no estudo edificante, as forças para romper os impedimentos próprios da sua natureza em estágio de progresso, alcançando os patamares da libertação.





Divaldo Pereira Franco / Manoel Philomeno de Miranda





Fonte: baseado no livro "TEMAS DA VIDA E DA MORTE"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

RAIVA E TRISTEZA SÃO AS DUAS FACES DA MESMA ENERGIA, REPRIMIDA

Normalmente, a raiva não é ruim. Normalmente, ela faz parte da vida natural; ela surge e vai embora. Mas, se você a reprime, então ela se torna um problema. Você começa a acumulá-la. Ela deixa simplesmente de surgir e ir embora; torna-se o seu próprio ser. Não é que às vezes você fique com raiva; você vive com raiva, vive em fúria, só à espera de alguém que o provoque. Basta uma leve provocação e você se inflama e faz coisas das quais mais tarde diz, “Eu estava fora de mim”.

Analise essa expressão — “fora de mim”. Como você pode fazer algo enquanto está fora de si mesmo? Mas a expressão está absolutamente correta. A raiva reprimida se torna uma loucura temporária. Às vezes ela fica incontrolável. Se você pudesse controlá-la, faria isso, mas ela de repente transbordou. De repente ela extravasou, você não conseguiu fazer nada, ficou impotente — e ela aflorou. Uma pessoa assim pode não estar com raiva, mas ela vive e se movimenta com raiva.

Se você um dia já observou as pessoas... pare na calçada e só observe; você verá dois tipos de pessoa. Continue observando o rosto delas. Toda a humanidade se divide em dois tipos de pessoa. Um é o tipo triste, que tem uma aparência muito triste, anda se arrastando por aí. O outro é o tipo zangado, vive borbulhando de raiva, pronto para explodir por causa de qualquer coisa.

A raiva é a tristeza ativa; a tristeza é a raiva inativa. Elas não são duas coisas diferentes.

Observe o seu próprio comportamento. Quando você fica triste? Você fica triste só em situações em que não pode ficar com raiva. O seu chefe no escritório diz alguma coisa e você não pode ficar com raiva, pode perder o emprego. Você não pode demonstrar raiva, tem de continuar sorrindo. Então você fica triste. A energia se torna inativa.

O marido sai do trabalho, vai para casa e, quando está com a esposa, encontra uma pequena desculpa, algo sem importância, e fica com raiva. As pessoas gostam de ter raiva, ela traz alívio, pois pelo menos elas sentem que estão fazendo alguma coisa. Na tristeza, você sente que estão fazendo alguma coisa a você. Você é a parte passiva, a parte receptiva. Fizeram-lhe algo e você estava indefeso, não pode retrucar, não pode revidar, não pode reagir. Se tem raiva, você se sente um pouco melhor. Depois de um grande acesso de raiva, você se sente mais relaxado e isso traz bem-estar. Você está vivo! Você também pode fazer coisas! Claro que você não pode fazer essas coisas ao chefe, mas pode fazer com a sua esposa.

Então a esposa espera os filhos chegarem em casa — porque não é muito sensato descarregar a raiva no marido, ele pode se divorciar dela. Ele é o chefe e a mulher depende dele e é arriscado se zangar com ele. Ela esperará pelos filhos. Eles chegarão da escola e ela então saltará sobre eles e os castigará — para o próprio bem deles. E o que os filhos farão? Eles irão para o quarto e atirarão longe os livros, chorarão ou castigarão as bonecas, os cachorros, ou torturarão os gatos. Eles têm de fazer alguma coisa. Todo mundo tem de fazer alguma coisa, do contrário fica triste.

As pessoas que você vê na rua com uma aparência triste, que vivem tão tristes que o rosto delas parece uma máscara de tristeza, são pessoas tão impotentes, que estão num degrau tão baixo da escada, que não encontram ninguém com quem possam ficar com raiva.

Essas são as pessoas tristes, nos degraus mais altos você encontrará as pessoas com raiva. Quanto mais alto você chega, mais raivosas são as pessoas que encontra. Quanto mais baixo, mais tristes elas são.

Na Índia, você verá que os intocáveis, a casta mais baixa, têm uma aparência triste. Então olhe os brâmanes; eles são cheios de raiva. Um brâmane está sempre com raiva; qualquer coisinha o tira do sério. Um intocável é simplesmente triste, porque não há ninguém abaixo dele em quem possa descarregar a raiva.

Raiva e tristeza são as duas faces da mesma energia, reprimida.

A raiva comum não tem nada de errado. Na verdade, as pessoas que conseguem ficar com raiva e esquecer tudo no minuto seguinte são pessoas realmente muito boas. Você sempre as achará amistosas, vibrantes, amorosas, compassivas.

Mas aquelas que estão sempre reprimindo as emoções, controlando tudo, não são pessoas boas. Elas estão sempre tentando mostrar que são mais virtuosas que você, mas você pode ver raiva nos olhos delas. Você pode ver raiva no rosto delas, em cada gesto que fazem — no jeito como andam, como falam, como se relacionam com os outros, você pode vê-la sempre ali, borbulhando. Elas estão sempre prontas para explodir. Esses são os assassinos, os criminosos, são os verdadeiros malfeitores.

A raiva é humana, não há nada de errado com ela. É simplesmente uma situação em que você é provocado e, por estar vivo, você reage. Ela significa que você não cederá, que essa não é uma situação que você possa aceitar; que essa é uma situação em que você quer dizer não. Ela é um protesto e não há nada de errado com ela.

Veja uma criança quando ela está com raiva de você. Olhe o rosto dela! Ela está com tanta raiva, tão vermelha, que gostaria de matar você. Ela diz, “Nunca mais vou falar com você. Acabou!” e no minuto seguinte ela está sentada no seu colo, conversando de um jeito encantador. Ela já esqueceu tudo. Qualquer coisa que tenha dito no momento de fúria, não sente mais. Não se tornou uma bagagem na mente dela.

Sim, no ardor do momento, ela estava com raiva e disse algumas coisas, mas agora a raiva passou e tudo o que ela disse não vale mais. Ela não ficará comprometida com isso para sempre, foi um ataque momentâneo, uma ondinha na superfície da água. Mas ela não ficou congelada naquele ataque, ela é um fenômeno fluido.

A ondulação surgiu, uma onda se avolumou, mas agora não existe mais. Ela não vai carregá-la para sempre. Mesmo que você a lembre, ela rirá e dirá, “Bobagem minha!” Dirá, “Não me lembro. Eu disse isso?” Dirá, “Eu disse mesmo isso? Impossível!” Foi só um acesso de raiva.

Isso tem de ficar bem claro. A pessoa que vive de instante em instante às vezes fica com raiva, às vezes fica feliz, às vezes fica triste. Mas você pode ter certeza de que ela não carregará com ela essas emoções para sempre.

A pessoa que é muito controlada e não deixa que nenhuma emoção aflore em seu ser é perigosa. Se você a insulta, ela não fica zangada; ela se contém. Pouco a pouco ela vai acumulando tanta raiva que acaba fazendo algo realmente maldoso.

Não há nada de errado com um acesso momentâneo de raiva — num certo sentido, ele é belo. Simplesmente mostra que você ainda está vivo. O acesso momentâneo simplesmente mostra que você não está morto, que você responde às situações e de maneira autêntica. Quando você sente que a situação exige que você fique com raiva, ela irrompe. Quando sente que a situação requer felicidade, a felicidade também irrompe. Você dança conforme a música, não tem preconceitos nem contra nem a favor. Você não tem nenhuma ideologia.

Eu não sou contra a raiva, eu sou contra raiva acumulada. Eu não sou contra o sexo, sou contra sexualidade acumulada.

Qualquer coisa surgida no momento é boa, qualquer coisa trazida do passado é ruim, é uma doença.





Osho






Fonte: "Saúde Emocional: Transforme o Medo, a Raiva e o Ciúme em Energia Criativa"
http://www.palavrasdeosho.com/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

MISERICÓRDIA - AMOR

Hoje em dia, considera-se que a misericórdia é um sinal de fraqueza de caráter. Não é verdade. Pelo contrário, é um sinal de grande força, visão e sabedoria. Ser misericordioso é revelar um entendimento preciso das situações na vida que vão muito além dos fatos e evidências como são apresentados visivelmente. Ser misericordioso indica uma consciência elevada, tão alta, que apesar das disparidades e más ações, podemos ter a força para dizer "Eu entendo e eu perdoo".

Amor é estar em harmonia consigo, Deus e nossos companheiros. Amor é abnegação. Amor não é um estado emocional, confinado aos caprichos e fantasias, mas um estado transcendente de consciência que vai além das formas corpóreas. O amor não tem nada a ver com os corpos, o amor vive na alma. Precisamos deixar o amor fluir para fora e ao redor de nós. Assim permanecemos eternamente refrescados, atrativos e saudáveis. Sem amor os tesouros da vida ficam trancados, longe da nossa visão e experiências, pois, na verdade, “O amor é a chave”.





Brahma Kumaris





Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal