terça-feira, 25 de março de 2014

UM TESTE DE CERTEZA

A vida é uma serie de testes. Nossa certeza na Luz é testada todos os dias. Quando chegamos à espiritualidade, geralmente nossa vida muda. Podemos fazer novos amigos e abrir mão dos antigos. Às vezes as coisas melhoram, mas mais frequentemente elas ficam mais difíceis. Da mesma forma que fazemos esforço na academia para ter um corpo saudável, precisamos nos esforçar em nossa espiritualidade: precisamos passar por testes.

Rabi Shimon, o autor do Zohar, passou quatorze anos numa caverna, fugindo da perseguição de seus opositores. Ao sair, seu corpo estava atrofiado e repleto de feridas. Mas quando seu sogro se aproximou dele, chorando ao ver seu corpo ferido, ele lhe disse: " Se não fosse por essas feridas, eu não seria quem sou." Em outras palavras, se não tivesse passado por essa dificuldade, ele não poderia ter revelado a Luz que revelou para o mundo.

Não penso que haja alguém neste mundo que mesmo nos momentos mais desesperadores dirá que sua certeza na Luz é sempre inabalável - não somos anjos e a vida é dura. Coisas acontecem.

O ponto é que mesmo quando não temos certeza em um determinado momento, isso não muda a certeza da presença da Luz, que é imutável. Se nos encontrarmos nas profundezas do desespero, precisamos saber que talvez o Criador esteja abrindo a porta para nós em um lugar diferente, para que possamos nos tornar as pessoas que estamos destinadas a ser.




Karen Berg




Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

QUAL É O FUTURO DO YOGA?

garbha pindasana 300 Qual é o futuro do Yoga?


O desenvolvimento tecnológico moderno, crescente e ilimitado, nos põe face a face com o poder humano frente ao domínio da natureza. Somos cada vez mais senhores das comunicações à distância, das conquistas espaciais, do aproveitamento racional do tempo, da juventude prolongada e da morte adiada. Parece que nossa ambição de conquistas tecnológicas desconhece qualquer limite. Temos a nosso favor todos os frutos desse desenvolvimento. Podemos nos comunicar com pessoas de todas as partes e de diferentes culturas do mundo e ter acesso a qualquer tipo de conhecimento através da internet. Temos uma indústria farmacêutica gigante que alivia nosso sofrimento físico e que promete aliviar também o nosso sofrimento psíquico. Suplementos alimentares garantem um equilíbrio nutricional perfeito para o funcionamento do nosso organismo. As intervenções médicas são cada vez mais especializadas e a busca pela cura de doenças, antes fatais, nos dão esperança do prolongamento da nossa existência.

O Ocidente é mestre no desenvolvimento de tudo aquilo que tende a facilitar a vida humana e economizar o tempo, tornando-o mais produtivo. Ou seja, busca-se mais resultado do trabalho com menos esforço e tempo. E assim a humanidade se desenvolve. Por que então praticar Yoga neste mundo tão rápido, pragmático e imediatista?

Talvez porque o mundo moderno seja o mundo das contradições. A depressão é o mal do século que, ironicamente, convive lado a lado com uma intensa e extravagante indústria do entretenimento e do lazer, movida pela busca incessante de um eterno estado de euforia. A pergunta é: “por que não estamos felizes?”. Se dependêssemos apenas de pílulas para garantir nossa felicidade, estaríamos plenamente satisfeitos, pois o “trio maravilha”, ou seja, prozac, viagra e xenical, nos aliviariam das dores da alma, das dificuldades sexuais e nos garantiria o corpo de modelo, tão sonhado e arduamente almejado pela maioria dos pobres mortais.

Diz o velho ditado que, se não encontramos nosso caminho (nosso sadhana) pelo amor, o encontramos pela dor. O “trio maravilha”, ou a “santíssima trindade” da modernidade, parece que realmente não está dando conta do recado. Parece que existe algo mais que a eterna busca pelo dinheiro, pelos bens materiais, pelo status profissional, pelo corpo perfeito, pelos prazeres dos sentidos, pela juventude infinita.

Estamos em Kali Yuga, era do declínio espiritual. Enquanto a ciência avança a passos largos em todas as esferas do saber humano, o sofrimento psíquico, ou, podemos pensar, o sofrimento da alma, se aprofunda, e nos sinaliza que as aflições humanas não são sanadas com conquistas externas. O desenvolvimento tecnológico e econômico certamente é vital para sobrevivência da humanidade, sobretudo na garantia de condições que possibilitem a existência humana com dignidade e com usufruto total de suas potencialidades na vida terrena. No entanto, os exageros do mundo moderno tendem a nos afastar de nós mesmos.

Yoga busca a nossa evolução enquanto seres humanos. O desenvolvimento externo de nada adianta se não é acompanhado pelo desenvolvimento interno. Yoga, após milênios de existência, adentrou no universo ocidental, e tem, cada vez mais, praticantes e estudiosos entusiasmados com as descobertas interiores desse caminho. A vida moderna parece desumanizar o ser humano, através de relações sociais utilitárias e mecanizadas, permeadas por interesse e pragmatismo. Banalizamos o cotidiano e estamos retirando todos os rituais que os antigos praticavam em respeito à sacralidade da vida. Yoga nos propõe um mergulho em nós mesmos em busca da nossa essência espiritual, que nos leva a reconhecer no outro a existência dessa mesma essência que nos sustenta.

O futuro do Yoga é desafiante, pois trilhar o caminho do auto-conhecimento em um mundo cada vez mais voltado para o auto-desconhecimento pressupõe muito esforço pessoal para manter-se em pé frente às turbulências de Kali Yuga. Estamos diante de um desafio, que nos instiga a harmonizar o progressivo desenvolvimento externo que nos circunda, através dos ganhos e das dificuldades que isso tudo gera, com o nosso crescimento interno, que pressupõe um caminho de interioridade, um recolhimento dos sentidos.





Subhashni Arora




Fonte do Texto e da Gravura: Ekadanta Yoga
http://www.ekadantayoga.com.br/

O SUCESSO NÃO É POSSÍVEL

Uma mulher que estava sentada em um carro conversível parado na rua percebeu que o homem que estava em pé, próximo a ela, balançava a cabeça para um lado e para outro como se fosse um parquímetro. A curiosidade da mulher foi se aguçando e ela perguntou a ele o que estava fazendo.

“Bem, assim eu posso marcar o tempo”, respondeu o homem.
“Ah, e que horas são, então?” perguntou ela.
“Quatro e meia”, disse ele, ainda balançando a cabeça.
“Você está enganado, meu caro, são quinze para as cinco”.
“Hum! Então, eu devo estar atrasado!” respondeu o homem, enquanto aumentava o ritmo do seu balançar.

É assim que as coisas prosseguem: se você não alcança algo, você acha que talvez não tenha feito o esforço que se fazia necessário ou você foi lento ou o seu espírito de competitividade não foi o bastante para competir com os demais ou não foi agressivo o bastante, ou não foi violento o bastante; que você foi letárgico e preguiçoso; que, da próxima vez, terá que se sobressair; da próxima vez, você quer provar que tem brio.

Isso não tem nada a ver com brio. Você fracassou porque o sucesso não é algo possível. Você não fracassou devido aos seus esforços, velocidade ou pouca agressão. Não, você não fracassou porque foi imperfeito. Você fracassou porque fracassar é a única possibilidade no mundo. Ninguém alcança o sucesso. Ninguém pode ter sucesso! O sucesso não é possível. OS DESEJOS NÃO PODEM SER PREENCHIDOS. E AS PROJEÇÕES NUNCA PERMITEM QUE VOCÊ VEJA ESSA REALIDADE E VOCÊ FICA APRISIONADO.

Você também experimenta o mesmo fracasso várias vezes, como eu experimentei. Você também experimenta o mesmo fracasso várias vezes como Buda ou Saraha experimentaram.

Então qual é a diferença?

A única diferença é que você experimenta o fracasso, mas você não aprende nada com ele. Esta é a diferença.

E no momento em que você começar a aprender com essas experiências você será um iluminado, um buda.



Osho, em "A Visão Tântrica - Discursos Sobre as Canções de Saraha"




Fonte: http://www.palavrasdeosho.com/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

REVOLUÇÃO INTERIOR

O que é verdade só pode ser encontrado de momento a momento, não é uma continuidade, mas a mente que quer descobrir isto, sendo ela mesma produto do tempo, só pode funcionar no campo do tempo; portanto é incapaz de encontrar o que é verdadeiro. Para conhecer a mente, a mente deve conhecer a si mesma, pois não existe "eu" apartado da mente. Não existem qualidades separadas da mente, do mesmo modo que as qualidades do diamante não estão separadas do próprio diamante. Para compreender a mente você não pode interpretá-la segundo a ideia de outra pessoa, mas deve observar como sua própria mente trabalha. Quando você conhece o trabalho dela como um todo, como ela raciocina, seus desejos, motivos, ambições, buscas, sua inveja, ambição e medo então a mente pode ir além dela mesma, e quando o faz há a descoberta de algo totalmente novo. Essa qualidade de novidade confere uma extraordinária paixão, um tremendo entusiasmo que produz profunda revolução interior: e só esta revolução interior pode transformar o mundo, não qualquer sistema político ou econômico.




J. Krishnamurti




Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal