quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

PODER DE JULGAR


De forma imparcial e desapegada, eu julgo meus pensamentos, palavras e ações. Eu vejo se eles são benéficos e coerentes à situação. Eu me torno um juiz de mim mesmo, nunca um juiz dos outros. Como reflexo disso, há um equilíbrio entre amor e lei. Há amor espiritual pelos outros e disciplina para manter minha conduta elevada. Se eu vejo uma pessoa fazer algo que não me parece correto, há duas atitudes possíveis: (1) inspirá-la a agir corretamente, caso ela não tenha percebido o erro; (2) ter bons votos, caso ela tenha reparado no erro e está se esforçando para superá-lo.


Ken O'Donnell



Fonte: Brahma Kumaris
https://www.brahmakumaris.org.br/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/martelo-madeira-sala-de-tribunal-1017953/

ENSINAMENTO DE JOÃO CASSIANO SOBRE A ORAÇÃO


Foi no final do séc. IV que João Cassiano, que teve mais tarde uma grande influência em S. Bento, introduziu o uso de um versículo de oração no monaquismo ocidental. Tendo ele próprio recebido essa prática dos santos padres do deserto, Cassiano situava a sua origem à época de Jesus e dos apóstolos. Ele recomendava a quem se mostrasse desejoso de aprender a orar que pegasse num único versículo e o repetisse sem interrupção. Na sua Décima Conferência sobre a oração, ele aconselha vivamente a utilização desse método de repetição simples e contínua, para afastar as distrações e a tagarelice estéril da mente, a fim de poder ficar imóvel em Deus.

O ensinamento de Cassiano sobre a oração apoia-se nas palavras de Jesus nos evangelhos: “Quando rezares, não sejas como os hipócritas… mas entra no teu quarto e, depois de fechares a porta, reza a teu Pai em segredo, pois Ele, que vê o oculto, ouvir-te-á. Nas tuas orações não sejas como os gentios, que usam de vãs repetições porque julgam que, por muito falarem, serão atendidos. Não faças como eles, porque o teu Pai celeste sabe do que necessitas antes de Lho pedires”. (Mt: 6,5-8)


Autor não especificado.



Fonte: Comunidade Mundial para a Meditação Cristã (Portugal)
https://www.meditacaocrista.com/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/isl%C3%A2mica-ora%C3%A7%C3%A3o-crep%C3%BAsculo-sol-3710002/

DE PASSAGEM


Conta-se que no século XIX, um turista americano foi à cidade do Cairo, no Egito.

Seu objetivo era visitar um famoso rabino.

O turista ficou surpreso ao ver que o rabino morava num quarto simples, cheio de livros.

As únicas peças de mobília eram uma mesa e um banco.

— Onde estão os seus móveis? — perguntou o turista.

E o rabino, bem depressa, perguntou também:

— Onde estão os seus?

— Os meus? — Disse o turista. — Mas eu estou aqui de passagem?!

— Eu também! — Disse o rabino.

A vida está além da dimensão do corpo carnal, exuberante e luminosa, aguardando todos que a enfrentaram.



Divaldo Pereira Franco



Fonte: do livro "Anotações Espíritas", FEB, 1ª ed., 2013
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/bear-s%C3%B3t%C3%A3o-sala-leitura-educa%C3%A7%C3%A3o-3214226/

A TRADIÇÃO DA PALAVRA SAGRADA OU MANTRA


A mente tem sido comparada a uma árvore monumental cheia de macacos turbulentos que saltam de ramo em ramo sem nunca parar o alarido e a agitação. Basta começarmos a meditar para nos darmos conta até que ponto esta imagem descreve com exatidão a agitação permanente que impera na nossa mente. A oração não consiste em aumentar essa confusão tentando cobri-la com mais palavreado.

A meditação tem por objectivo levar a nossa mente agitada e distraída à imobilidade, ao silêncio e à atenção. Para nos ajudarmos nesta tarefa recorremos ao uso de uma palavra sagrada ou mantra.

O meditante que se inicia pode escolher entre várias palavras sagradas, mas é preferível recorrer a uma palavra consagrada ao longo dos séculos pela nossa tradição cristã, como é o caso da palavra MARANATHA. Esta palavra aramaica significa “Vem Senhor, vem Senhor Jesus”. É a palavra recomendada por John Main (1926-1982), um monge beneditino que transcreveu para uma linguagem moderna o ensinamento ancestral desta forma de oração. Foi com esta palavra que S. Paulo concluiu a sua primeira carta aos Coríntios (1 Co 16,22) e S. João o seu Apocalipse (Ap 22,20). Esta foi a palavra escolhida porque não tem qualquer conotação visual ou emocional. A sua repetição contínua conduz-nos, com o tempo, a um silêncio cada vez mais profundo.

A repetição da palavra sagrada é uma prática cristocêntrica, o que significa que ela está centrada na oração de Cristo que brota em permanência das profundezas de cada ser humano. Assim, neste caminho de “oração pura” abandonamos todo o pensamento, toda a palavra e toda a imagem. Nesta via, renunciamos ao nosso eu egotista para morrer e renascer para o nosso verdadeiro eu em Cristo.


Autor não especificado.


Fonte: Comunidade Mundial para a Meditação Cristã (Portugal)
https://www.meditacaocrista.com/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/menina-ora%C3%A7%C3%A3o-reino-unido-nuvens-1538725/

LIBERDADE E ESCRAVIDÃO


Existe uma história sobre um santo e uma grande alma sentados em um barco. Era noite e eles não conseguiam enxergar, mas podiam sentir o movimento do barco. Passaram toda a noite pensando que estavam navegando e ficaram contentes de estar ali sentados. Mas quando amanheceu eles descobriram que ainda estavam atracados à margem. Esta história nos ensina a não ficarmos ancorados à margem de nossas escravidões. Devemos nos assegurar que estamos nos movendo para frente. E para isso o método é sentar-se no barco da verdade e romper todas as amarras que nos causam tristeza.


Dadi Janki



Fonte: Brahma Kumaris
https://www.brahmakumaris.org.br/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/illustrations/p%C3%B4r-do-sol-mar-barco-%C3%A0-vela-barco-3918693/