UMA OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
O que é reformar?
É restituir ou restabelecer à organização primitiva.
O que é transformação?
É o ato ou efeito de transformar ou de ser transformado. É
uma alteração, modificação ou uma mudança de uma forma em outra.
Pode ser uma evolução ou mutação mais ou menos lenta de qualquer
coisa.
O que é modificação?
É o ato ou efeito de transformar. É mudança no modo de ser
de qualquer coisa. É transformação de uma coisa sem prejuízo da
essência.
O que é alteração?
É o ato ou efeito de modificar o estado normal de alguma
coisa. Pode ser, também, o ato de decompor, ou degenerar alguma
coisa.
Assim, adotamos a palavra
transformação por achá-la mais adequada ao que se
refere às mudanças comportamentais.
O QUE É TRANSFORMAÇÃO ÍNTIMA?
É um processo contínuo de auto-análise, de conhecimento
de nossa intimidade espiritual, libertando-nos de nossas
imperfeições e permitindo-nos atingir o domínio de nós mesmos.
O QUE PODEMOS FAZER PARA NOS TRANSFORMARMOS INTIMAMENTE?
Podem-se e devem-se substituir nossos defeitos como por
exemplo, o Egoísmo ou Personalismo, o Orgulho, a Inveja, o
Ciúme, a Agressividade, a Maledicência e a Intolerância por
virtudes, tais como Humildade, Caridade, Resignação, Sensatez,
Generosidade, Afabilidade, Tolerância, Perdão etc.
QUANTO TEMPO PODERÁ LEVAR PARA QUE TAIS MUDANÇAS
OCORRAM?
O tempo não importa, o que importa é o esforço contínuo
que se faz para atingir a Transformação Íntima.
(“Reconhece-se o verdadeiro
Espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que
emprega para domar as suas más inclinações”. Allan
Kardec in O Evangelho Segundo o Espiritismo,
capítulo XVII, Sede Perfeitos). Não se trata de esforço físico,
mas de firme contenção de espírito, de um empenho que não sofra
excessiva solução de continuidade. "Excessiva",
porque, na verdade, também não podemos estar "continuamente" empenhados na transformação de nós
mesmos. Deve haver, isto sim, uma persistência de propósito, e a
esta persistência chamamos esforço. Em outras palavras, não é
bom sintoma abandonar uma atividade ou desviar a energia para um
curso mais fácil de ação, ao primeiro sinal de dificuldade. A
referência do esforço é nesse sentido: continuidade,
persistência em face das dificuldades. Mesmo que no dia a dia
dê a impressão de que não houve nenhuma mudança, não se deve
desanimar nem abandonar o propósito da transformação. Por isso
devemos dizer que este esforço é para a vida toda. Estudar o
Evangelho de Jesus, ouvir sugestões de pessoas experientes,
assistir conferências, ler artigos e livros referentes a este
assunto nos levará a conhecer ainda mais, e assim nos auxiliar
na identificação dos defeitos que nos afetam em cada situação da
vida e aprender aos poucos a prática das virtudes que irão
substituí-los.
O Conhecer a si mesmo é o primeiro passo para a nossa
Transformação Íntima, e Santo Agostinho em resposta à q. 919ª de
O Livro dos Espíritos nos oferece uma
excelente receita para isto:
“Quando estiverdes indecisos sobre o valor
de uma de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis, se
praticada por outra pessoa. Se a censurais noutrem, não a
podereis ter por legítima quando fordes o seu autor, pois que
Deus não usa de duas medidas na aplicação de Sua justiça.
Procurai também saber o que dela pensam os vossos semelhantes e
não desprezeis a opinião dos vossos inimigos, porquanto estes
nenhum interesse têm em mascarar a verdade, e Deus muitas vezes
os coloca ao vosso lado como um espelho, a fim de que sejais
advertidos com mais franqueza do que o faria um amigo.
Perscrute, conseguintemente, a sua consciência, aquele que se
sinta possuído do desejo sério de melhorar-se, a fim de extirpar
de si os maus pendores, como do seu jardim arranca as ervas
daninhas; dê balanço no seu dia moral para, a exemplo do
comerciante, avaliar suas perdas e seus lucros e eu vos asseguro
que a conta destes será mais avultada que a daquelas. Se puder
dizer que foi bom o seu dia, poderá dormir em paz e aguardar sem
receio o despertar na outra vida.
Formulai, pois, de vós para convosco, questões nítidas e
precisas e não temais multiplicá-las. Justo é que se gastem
alguns minutos para conquistar uma felicidade eterna. Não
trabalhais todos os dias com o fito de juntar haveres que vos
garantam repouso na velhice? Não constitui esse repouso o objeto
de todos os vossos desejos, o fim que vos faz suportar fadigas e
privações temporárias? Pois bem! Que é esse descanso de alguns
dias, turbado sempre pelas enfermidades do corpo, em comparação
com o que espera o homem de bem? Não valerá este outro a pena de
alguns esforços? Sei haver muitos que dizem ser positivo o
presente e incerto o futuro. Ora, esta exatamente a ideia que
estamos encarregados de eliminar do vosso íntimo, visto
desejarmos fazer que compreendais esse futuro, de modo a não
restar nenhuma dúvida em vossa alma.”
Temos a tendência natural de sempre
justificar nossos defeitos com racionalismos. São artimanhas e
tramas inconscientes. Portanto, procuremos conhecer a fundo
esses defeitos em todas as suas particularidades, e em como eles
nos afetam, localizando as ocasiões em que estamos mais
vulneráveis à sua manifestação. Procuremos então nos afastar
desses procedimentos e buscar ferramentas adequadas para
substituí-los em nosso comportamento.
(...)
A IMPORTÂNCIA DAS QUEDAS
Um ponto importante é que precisamos
contar com as quedas, até que cresçamos espiritualmente, afinal
somos como crianças aprendendo a andar, e são as quedas que
fortalecem nossa vontade, e nos ensinam a ter persistência.
Somos aquilo que conseguimos realizar e
não aquilo que prometemos. Através das quedas aprendemos mais
sobre nós mesmos e podemos aperfeiçoar o modo de evitá-las. Mas
se cairmos porque nos falta vontade de acertar estaremos no
caminho descendente e, de queda em queda, nos enfraqueceremos.
A criança aprende a andar porque está
determinada a fazê-lo. Então, não desanimemos nunca,
levantemo-nos logo e sigamos em frente com tranquilidade, sem
nos martirizarmos, com conhecimento de causa, na firme
determinação de não mais errarmos.
A cada minuto de nossa vida, antes de
iniciar qualquer ação, façamos este exercício de nos
perguntarmos sempre:
Isto que
estou fazendo agora seria bem aceito por Deus ou pela minha
consciência?
Se for, o procedimento é correto; se não
for devemos descontinuar imediatamente o que iriamos fazer e não
pensar mais nisso.
“Aquele que, todas as noites, evocasse todas as ações que
praticara durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal
que houvera feito, rogando a Deus e ao seu anjo de guarda que o
esclarecessem, grande força adquiriria para se aperfeiçoar,
porque, crede-me, Deus o assistiria. Dirigi, pois, a vós, mesmos
perguntas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que
objetivo procedestes em tal ou tal circunstância, sobre se
fizestes alguma coisa que, feita por outrem, censuraríeis, sobre
se obrastes alguma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai
ainda mais: Se aprouvesse a Deus chamar-me neste
momento, teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no
mundo dos Espíritos, onde nada pode ser ocultado?
Examinai o que pudestes ter obrado contra Deus, depois contra o
vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos. As respostas vos
darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de
um mal que precise ser curado.”
- (SANTO AGOSTINHO in O Livro dos Espíritos,
q. 919a)
A auto-análise permite que alinhemos as nossas ações e
pensamentos na direção das correções que necessitamos realizar,
para que ajustemos os nossos atos de acordo com os ensinamentos
do Mestre, tanto com relação a Deus como em relação ao nosso
próximo.
Através do esforço próprio e de exercícios
repetidos em direção às boas causas, sedimentaremos em nós o
próprio Bem.
Este processo é árduo, assim
necessitaremos de muita coragem, perseverança e determinação
para o realizarmos. Deus assiste e auxilia sempre, mas
precisamos fazer a nossa parte se desejamos verdadeiramente
melhorar.
Invistamos em nosso interior e procuremos melhorar nosso
espírito eterno, transformando o que esta sociedade transitória
estabeleceu como "normal" para nós. Lutemos o bom combate e não
a luta mesquinha dos materialistas. A humanidade continuará
ainda por muito séculos como é agora, mas nós, que já estamos
disposto às mudanças de atitude, que já sentimos o amor ensinado
pela Doutrina Espírita, que já estamos conscientes da realização
de nossa evolução espiritual, que já começamos a compreender as
palavras de nosso grande Mestre (Jesus), podemos fazer a nossa
pequena parte vivendo a solidariedade no mais alto grau que é a
caridade e realizar a transformação no íntimo de cada um,
fazendo a Alquimia moderna de transformar chumbo em ouro.
ELIO MOLLO
Fonte: http://www.aeradoespirito.net/ArtigosEM/AVALIE_A_SI_MESMO.html
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
Referências:
-O Livro dos Espíritos – Allan Kardec