segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

QUEM É DEUS?


Todos falam sobre Deus nestes dias. Este se converteu no tema de enérgicas, quando não acaloradas, discussões. Sem dúvida, ao falar sobre Deus, realmente sabemos sobre quem estamos falando? Sendo assim, significa que a pessoa que sustenta pontos de vista distintos dos meus não sabe o que diz? Por que devo assumir que tenho uma melhor ideia sobre algo que nem eu e nem meus interlocutores podemos perceber claramente?

Um célebre enigma Zen diz: “Se uma árvore cai e não há ninguém que testemunhe, de todas as maneiras há um som?”. De igual forma, até que experimentes pessoalmente ao Criador, não podes dar testemunho de Sua existência, nem falar do que quer de ti.

A Cabala explica que nossa percepção do mundo que nos rodeia é um acúmulo de impressões que recebem nossos cinco sentidos, as quais são interpretadas por nosso cérebro conforme as recordações passadas e paradigmas que se encontram dentro dele. É por esta razão que diferentes pessoas interpretam o mesmo fato de maneira distinta. Para alguém, uma cena num bom restaurante acompanhada de música suave pode ser o ápice do prazer; sem dúvida, para outra, pode ser o cúmulo do aborrecimento. Qual das duas tem razão?

A Sabedoria da Cabala nos oferece uma solução original ao incessante debate sobre Deus: “Prova e verás”, ou como os Cabalistas o expressam: “Prova e verás que o Senhor é bom”. Esta afirmação quer dizer que não devemos aceitar cegamente que Ele é bom. Pelo contrário, significa que devemos “provar” por nós mesmos e “ver”. Os Cabalistas que “provaram” afirmam, por experiência própria: “É BOM”.

Tal como nossa percepção do mundo físico é totalmente subjetiva, nossas percepções da espiritualidade em geral – e do Criador em particular – são subjetivas e indescritíveis. Por isso é que os Cabalistas nos recomendam ver por nós mesmos, ou seja, prova e vê. Para alimentar esta questão, nos oferecem suas impressões - baseadas em suas próprias experiências de Deus - de que Ele é bom e faz o bem a Suas criaturas. De fato, nos dizem que Ele é tão bom que deseja darnos tudo o que Ele possui, a Si Mesmo, ou seja, que nós sejamos como Ele quer, sejamos como Ele.

Os Cabalistas se referem a Deus como o Criador. Em hebraico, a linguagem da Cabala, a palavra para Deus é ELOHIM. Compõe-se de duas palavras: MI (que significa “quem”) e ELEH (que significa “isto”); que, por sua vez, provém do verso de Isaías 40:26 “Quem criou tudo isto?” Portanto, ainda que o Criador funcione, em certo sentido, como verbo e Deus, como o nome próprio, ambos os termos se referem à mesma entidade.

A solução que proporciona a Cabala às discussões que surgem com respeito à essência de Deus é única, no sentido que não nos dá resposta alguma, senão que nos entrega um “modus operandi” para desenvolvermos uma percepção pessoal. Em outras palavras, esta nos promete, que se alguém é constante, poderá descobrir e experimentar o Criador mais claramente inclusive do que percebemos este mundo.

Está escrito no Livro do Zohar, a obra original da Cabala, que todos os mundos, de cima e de baixo, se encontram dentro do homem e que toda a realidade se formou só para o homem, criada para suas necessidades. O mesmo se aplica a nossa percepção do Criador. Ele se encontra dentro de nós. Não temos nem ideia de como Ele é fora de nós, nem sequer de que Ele exista em nosso exterior, posto que “todos os mundos, de cima e abaixo, se encontram dentro do homem”.

Se nos apegamos a esta linha de pensamento, discutir acerca de Deus é um absurdo porque tudo o que podemos conhecer Dele é a maneira subjetiva em que o percebemos. Será correto impor nossa percepção subjetiva aos demais? O máximo que podemos fazer é sugerir o caminho que nós pensamos ser o correto, porém a escolha deste caminho deverá ser uma decisão individual e o que alcançarem, será pessoal.

A Cabala nos oferece um caminho específico mediante o qual, ao estudar certos livros e escutar as explicações corretas, poderemos descobrir o Criador. Sem dúvida, sendo o mesmo caminho, as experiências são totalmente subjetivas: se eu digo que o sangue é vermelho, praticamente todo o mundo estará de acordo. Mas isto quer dizer que todos percebem o sangue do mesmo modo ou que o experimentam da mesma maneira? A conclusão mais óbvia é que podemos falar o mesmo idioma, ter as mesmas experiências e, ao mesmo tempo, levar vidas muito individuais.

E nossas relações com Deus ou a Natureza (que tem o mesmo valor numérico em hebraico, a linguagem da Cabala), não são exceção a regra. Ou seja, para alcançar a Meta da Criação, a razão pela qual Ele nos criou, todos nós teremos que chegar, ao final, a ser semelhantes a Ele.




Rav Dr. Michael Laitman, PhD




Fonte: Bnei Baruch
Do livro "A Voz da Cabala"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DESENCARNAÇÕES COLETIVAS


Sendo Deus a Bondade Infinita, por que permite a morte aflitiva de tantas pessoas enclausuradas e indefesas, como nos casos dos grandes incêndios?

(Pergunta endereçada a Emmanuel por algumas dezenas de pessoas em reunião pública, na noite de 23-2-1972, em Uberaba, Minas).

Resposta: Realmente reconhecemos em Deus o Perfeito Amor aliado à Justiça Perfeita. E o Homem, filho de Deus, crescendo em amor, traz consigo a Justiça imanente, convertendo-se, em razão disso, em qualquer situação, no mais severo julgador de si próprio.

Quando retornamos da Terra para o Mundo Espiritual, conscientizados nas responsabilidades próprias, operamos o levantamento dos nossos débitos passados e rogamos os meios precisos a fim de resgatá-los devidamente.

É assim que, muitas vezes, renascemos no planeta em grupos compromissados para a redenção múltipla.

Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos coletividades na volúpia do saque, tornamos à Terra com encargos diferentes, mas em regime de encontros marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos.

Exploradores da comunidade, quando lhe exauríamos as forças em proveito pessoal, pedimos a volta ao corpo denso para facearmos unidos o ápice de epidemias arrasadoras.

Promotores de guerras manejadas para assalto e crueldade pela megalomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração, pleiteamos o Plano Físico a fim de sofrermos a morte de partilha, aparentemente imerecida, em acontecimentos de sangue e lágrimas.

Corsários que ateávamos fogo à embarcações e cidades na conquista de presas fáceis, em nos observando no Além com os problemas da culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação.

Criamos a culpa e nós mesmos engenhamos os processos destinados a extinguir-lhe as consequências. E a Sabedoria Divina se vale dos nossos esforços e tarefas de resgate e reajuste a fim de induzir-nos a estudos e progressos sempre mais amplos no que diga respeito à nossa própria segurança. É por este motivo que, de todas as calamidades terrestres, o homem se retira com mais experiência e mais luz no cérebro e no coração, para defender-se e valorizar a vida.

Lamentemos sem desespero, quantos se fizerem vítimas de desastres que nos confrangem a alma. A dor de todos eles é a nossa dor. Os problemas com que se defrontaram são igualmente nossos.

Não nos esqueçamos, porém, de que nunca estamos sem a presença de Misericórdia Divina junto às ocorrências da Divina Justiça, que o sofrimento é invariavelmente reduzido ao mínimo para cada um de nós, que tudo se renova para o bem de todos e que Deus nos concede sempre o melhor.


Francisco Cândido Xavier / Emmanuel



Fonte: do livro “Chico Xavier pede licença” - Autores diversos
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

SEM DESCULPAS


Um dos grandes presentes que recebo por poder viajar ao redor do mundo disseminando essa sabedoria é me conectar com muitas pessoas. Geralmente, converso com aqueles que assistem a uma aula introdutória e dizem que foram inspirados e que adorariam saber mais sobre Kabbalah, mas não têm tempo. Até daqueles que recebem as Sintonias, escuto com frequência que usar a sabedoria os auxilia em suas vidas, e que, embora tivessem muita vontade de frequentar as aulas ou ter um professor e realmente se comprometer com um caminho de mudança, estão muito ocupados com o trabalho naquele momento – talvez no próximo mês. É claro que quando passa o mês seguinte, geralmente tem alguma outra coisa que os mantém ocupados. 

Quase todas as formas de espiritualidade defendem a ideia de que o propósito real das nossas vidas é reforçar nossa conexão com o Criador. Por que, então, até mesmo aqueles de nós que acreditam que isso seja verdade, investem tanto tempo de suas vidas fazendo tudo, menos aquilo que vieram fazer neste mundo?

A resposta está na seguinte história: era uma vez um rei que estava muito doente. Ele disse que quem conseguisse curá-lo seria agraciado com duas horas dentro do tesouro real, de onde poderia levar todo o ouro, diamantes e rubis que pudesse recolher. Logo depois, um dos conselheiros do rei o curou e obteve acesso ao tesouro. Após ser curado, o rei se preocupou em ceder tanta riqueza do seu tesouro. Então, esquematizou um plano para distrair o conselheiro. O rei sabia que esse conselheiro em particular tinha uma grande paixão por música, e assim contratou cem dos melhores músicos para tocarem as canções mais belas dentro do tesouro, enquanto ele juntasse sua fortuna durante as duas horas.

Toda vez que o conselheiro começava a recolher as joias, a música se tornava mais alta e o distraía. Às vezes, um novo instrumento era adicionado e ele se via compelido a largar tudo e ir assistir, encantado. Depois de algum tempo, ele se deu conta de que suas sacolas estavam vazias e que era melhor começar a recolher o tesouro. Mas aí já era tarde demais. Seu tempo havia se esgotado. 

Somos como o conselheiro: nos distraímos. Quando começamos a focar no verdadeiro propósito das nossas vidas, o Oponente, ou Lado Negativo, sempre desvia nossa atenção. Uma boa forma de derrotar essa voz é não lhe dar espaço, para começo de conversa. Quando ocupamos nossos pensamentos e nossa agenda com nosso trabalho espiritual, compartilhando, estando com os outros, nos conectando com a Luz – não há espaço para distrações!

Viver um caminho espiritual é difícil quando nossas conexões são intermitentes. A Luz é consistente, e quando somos consistentes na nossa espiritualidade, atraímos a Luz para as nossas vidas de forma consistente também. 

Haverá sempre uma razão para não estudar, não compartilhar, não se comprometer – porque essa é a forma do Oponente atuar!

Até um dia, em que é tarde demais para receber todos os tesouros que a Luz tem a intenção de nos dar. 

Quando paramos de dar desculpas e realmente nos comprometemos com o caminho da mudança, começamos a viver o propósito da nossa vida. 


Rav Yehuda Berg



Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal