quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

SIMBOLOGIA ESOTÉRICA DE PINÓQUIO E ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS (SIMBOLOGIA MAÇÔNICA)


As Aventuras de Pinóquio e Alice no País das Maravilhas são duas histórias para crianças carregadas de mensagens transpessoais, psicológicas e esotéricas, dois relatos de desenvolvimento pessoal, em que Pinóquio e Alice se vão desprendendo dos seus defeitos, limitações, ignorância e adormecimento, e tornar-se verdadeiros seres humanos com ajuda de duas personagens, respectivamente, o Grilo Falante e o Coelho, como acontece com a dupla Tamino-Pamina de A Flauta Mágica.

Há pouco tempo, Cecilia Gatto Trocchi, antropóloga da Universidade de Perugia, explicava que Pinóquio não passava de um texto maçônico carregado de esoterismo, cujas peripécias seriam perífrases de livros esotéricos, como o Livro dos Mortos e O Conto da Serpente Verde, do também maçom Goethe.


Realmente, Pinóquio, e também Alice no País das Maravilhas, são textos maçônicos, iniciáticos.


A razão é porque, não só ambas as histórias estão repletas de simbologia maçônica, como foram escritas por dois conhecidos maçons, o italiano Carlo Collodi e o inglês Lewis Carrol, respectivamente, no século 19, tal como a partitura de A Flauta Mágica o tinha sido, pelo maçom Mozart, no século 18, sobre o texto de uma fábula maçônica.



De fato, na história de Pinóquio, Gepeto é um velho mestre que usa avental (mestre maçom) e, sonhando ter uma criança, faz um boneco de madeira (segundo os astecas, os Deuses criaram o ser humano de madeira, que tem um paralelismo com o trabalhar a Pedra), desenhando-o com um compasso (objeto maçônico). Ao ver a estrela azul (estrela flamígera, a mesma estrela que guiou os Reis Magos), implora a realização desse desejo, o qual lhe é concedido: enquanto dormia, a Fada Azul (Mãe Divina) deu vida ao boneco, advertindo-o para que se comportasse como um menino de verdade (Homem autêntico, autorrealizado). E para aconselhá-lo, presenteia-o com o Grilo Falante (a Consciência).

Mas Pinóquio tem um Ego hipertrofiado, produto de distintos vícios que foi acumulando. As mentiras fazem-lhe crescer o nariz e as orelhas de burro depois, num paralelismo muito semelhante à história do Príncipe com Orelhas de Burro, que a tradição maçônica costuma utilizar para exemplificar nossa vida superficial, fútil e inconsciente.

Pinóquio paga as consequências dos seus atos quando é engolido por uma baleia, à semelhança do Jonas bíblico, num paralelismo também à Câmara de Reflexão maçônica e gnóstica, das iniciações e ao Ritual no 3º grau, na morte de Hiram Abiff, existentes na Maçonaria.

No ventre da baleia, Pinóquio decide mudar, deixando para trás a vida inconsciente, e, sendo expelido pela baleia, afoga-se, também num paralelismo com a Morte Mística do iniciado, que, na Câmara de Reflexão, morre para a vida profana, renascendo para a vida iniciática, e do mestre que, no Ritual de 3º grau, se desprende de sua carne e ossos, para ressuscitar espiritualmente.

E da mesma forma que o iniciado e mestre, Pinóquio acorda do afogamento, renascendo sob uma forma humana mais elevada, tonando-se um Homem de verdade. 

E Pinóquio é Homem de verdade, também segundo a interpretação psicológica da história, quando, transformando-se num menino de carne e osso, vence o gato e a raposa (as manifestações egoicas nos Centros Instintivo-Motor e Emocional). 

No antigo tratado japonês Yagyun sobre a espada e a filosofia zen, explica numa frase: “Transforma-te num boneco de madeira: o boneco não tem Ego, nada pensa, e deixa que o corpo e os membros trabalhem por si mesmos de acordo com a disciplina que experimentaram. É este o caminho para a vitória”. 


Na história de Alice no País das Maravilhas, que, inicialmente, de forma reveladora do seu caráter simbólico, o seu autor intitulou Alice Debaixo da Terra, numa alusão à descida ao interior de si próprio do aprendiz maçom, o paralelismo com as Aventuras de Pinóquio é notório.

A estrutura da história segue do princípio ao fim o esquema de uma a sessão iniciática de um templo gnóstico-maçon, a que são adicionados alguns elementos de fantasia e personagens. Alice estava aborrecida, cansada de ficar sentada num banco com a irmã, sem nada para fazer. Estava de olho no livro que a irmã lia, mas logo se desinteressou, já que ele não possuía imagens ou diálogos. A menina estava convencida de que um livro sem imagens e sem diálogos não valia a pena (futilidade, inconsciência).

No meio dessa monotonia, levanta-se para colher margaridas para um colar, sendo surpreendida por um velho coelho de luvas brancas (mestre maçom de luvas brancas que introduz o Iniciado), sempre preocupado com o atraso para a reunião (no templo ou na loja). Curiosa, Alice segue o coelho, entrando numa toca (Câmara da Reflexão, caixão do Mestre Hiram), onde vê uma porta, mas não consegue entrar antes de passar por sucessivas transformações e provas (como as provas dos 4 Elementos maçônicas e gnósticas) e só depois tem acesso, através da porta, que finalmente se abre, ao jardim onde três jardineiros (os três oficiantes da loja: Sacerdote, 1º e 2º Vigilantes) pintavam rosas brancas de vermelho (a transformação que se opera em cada um ao transpor a porta do templo) e chamavam-se uns aos outros como se tivessem números (nomes simbólicos dos maçons), o cortejo da rainha (o cortejo de entrada), o jogo de críquete entre todos (a Cadeia de União ou de Irradiação de Amor), a ordem de cortar as cabeças (o gesto do estar “à ordem” em Maçonaria, e a recordação da Morte-em-Marcha gnóstica), as deliberações e votações (também na forma maçônica), todos elementos da iconografia e simbologia maçônica, provas essas, que a levaram ao conhecimento de si mesma. Isso tudo sem falar do famoso chá, feito de uma certa “planta de poder”, usada para amplificar a Consciência (aumentar ou diminuir de tamanho), usada por Iniciados para experienciar os Mundos Internos…


Cada experiência pela qual Alice passa, com as sucessivas transformações em que cresce e diminui, explica-lhe que vivemos cercados de estímulos aos quais se reage conforme o Nível de Ser que se tem. “O País das Maravilhas existe.” O trabalho de autoaperfeiçoamento na subida gradual na Escada de Jacó, que é o símbolo do crescimento gradual na Sabedoria, é possível.

Como diz a última frase da história: Alice aprendeu “que para voltar ao País das Maravilhas basta conservar o coração puro e os olhos tão transparentes como o céu de verão”.

Uma conclusão que se pode reverter na máxima maçônica: o maçom, para estar em comunhão com a ordem, basta ter o coração puro e os olhos transparentes como o céu estrelado da sua loja.

O Grilo Falante de Pinóquio e o Coelho de Alice representam a nossa Alma Divina, a Consciência, também nosso “Remorso”, adormecida e presa pelo Ego e pela Mente, pelos desejos inferiores egoicos que temos, como Pinóquio e Alice, que ouvir e seguir na formação do coração e esclarecimento do espírito.

Ambas as histórias relatam simbolicamente o caminho longo e cansativo de um iniciado maçom. O Trabalho pelo qual a Pedra Bruta se transforma numa pedra trabalhada e viva… 

Demonstram os passos do Caminho, as suas Provas, nas quais se prepara o espírito para se tornar digno de entrar no Templo (Interior), naquele templo verdadeiro, que é feito sem ruído de pedra ou de martelo, em que a luz do Conhecimento (Gnose) permanece eternamente. 

A entrada de Pinóquio no ventre da Baleia e a descida de Alice à toca do Coelho é o "regressus ad uterum" de todos os ritos iniciáticos que implicam transformação simbólica em embrião e uma pré-morte, seguida do regresso à Grande Mãe da etiologia, onde o iniciado nasce pela segunda vez. 

Essa penetração na Grande Mãe é muitas vezes perigosa: no Pinóquio, a entrada no ventre da Baleia, além da já referida semelhança bíblica, encontra-se muitas vezes noutros mitos e sagas do antigo Oriente e do mundo mediterrânico de raiz iniciática, tendo paralelismo com o mito polinésio de Mauí, o grande herói maori que, regressando à pátria, para a casa da avó, encontrando-a adormecida, se despe e penetra no corpo de uma gigante, a Grande Dama da Noite, Huie-muite-po, atravessando-a, mas, ao sair, ela acorda de sobressalto, apertando-o entre os dentes e cortando-o ao meio. 

Em Alice, a descida à toca tem paralelismo com os ritos iniciáticos relativos às grutas e fendas das montanhas, símbolos da matriz Terra-Mãe em muitas culturas. Por exemplo, o termo chinês “tang”, designando gruta, também significa “misterioso, profundo, transcendental”, todos arcanos revelados nas iniciações.


Essas duas representações do Além, em Pinóquio sob a forma de ventre da Baleia, e em Alice sob a forma de toca, ilustra que o outro mundo é um local de acesso extremamente difícil.


A porta em forma de mandíbula, no caso de Pinóquio, e a simples porta impossível de transpor, no caso de Alice, significam a dificuldade da passagem e refletem a necessidade da mudança do modo de ser para poder atingir o mundo do espírito.


Em suma: independentemente da interpretação psicológica que muitos autores fazem das histórias de Pinóquio e Alice, elas têm na sua gênese uma conotação iniciática e esotérica, porque os seus criadores eram maçons, a simbologia e estrutura de ambas é maçônica e descrevem a viagem atribulada e solitária da cada ser humano, pobre, nu e cego, na procura constante da Sabedoria e da Espiritualidade, que vem já das mitologias e dos ritos de iniciação antigos e que várias culturas, religiões e a própria Gnose e Maçonaria adotaram para explicar simbolicamente a transformação espiritual de cada indivíduo para comungar com a Divindade.






Fonte do Texto e das Gravuras: GNOSIS ON LINE
http://www.gnosisonline.org/

QUANDO NADA MAIS FUNCIONA (DHARMA - SAMSARA - PREOCUPAÇÕES MUNDANAS)

[...] Se você ainda pensa que é possível aperfeiçoar o samsara (1), reformar o mundo externo para adequá-lo a seus objetivos e trazer satisfação verdadeira, faça isso. Você não precisa do Darma. Você pode tentar tudo o mais.

Mas quando você chega à conclusão de que não há como tornar perfeito o samsara e que as oito preocupações mundanas (2) são uma empreitada sem sentido, então volte-se para a única coisa que contém toda promessa real de trazer a satisfação que você busca.

Você está pronto para o Darma quando nada mais funciona.


B. Alan Wallace, in “Buddhism with an Attitude” (2001, pg. 226)



(1) SAMSARA

O Buda descreveu todos os fenômenos mundanos como tendo três características: impermanência, sofrimento e ausência de identidade. Sofremos porque imaginamos aquilo que não tem identidade (por si só) como tendo, aquilo que é impermanente como sendo permanente, e aquilo que de um ponto de vista final é dor como sendo prazer.

A existência com essas três características é chamada de “samsara”, que significa fluir continuamente, seguir em frente, de um momento para o próximo momento e de uma vida para a outra vida. Samsara não é o mundo externo real ou a própria vida, mas a maneira como os interpretamos.

Samsara é a vida como a vivemos sob a influência da ignorância, o mundo subjetivo que cada um de nós cria para si próprio. Este mundo contém bem e mal, alegria e dor, mas eles são relativos, não absolutos; podem ser definidos somente em relação uns aos outros, estão continuamente mudando para seus opostos.

Embora o samsara pareça algo todo-poderoso e abrangente, isso é criado pelo nosso próprio estado mental como um mundo de sonho, e pode ser dissolvido no nada, como o despertar de um sonho. Quando alguém desperta para a realidade, mesmo por um momento, o mundo não desaparece, mas é experimentado em sua verdadeira natureza: puro, brilhante, sagrado e indestrutível.


Francesca Fremantle, in “Vazio Luminoso“



(2) AS OITO PREOCUPAÇÕES MUNDANAS

A tradição budista lida com as suposições sobre a prioridade para o sucesso com um diagnóstico diferencial de oito partes chamado de “as oito preocupações mundanas”, oito direções para a busca da felicidade baseadas em suposições não investigadas. A fixação nessas preocupações subverte nossos melhores esforços, conduzindo ao sucesso falso ou frustração real.

As oito preocupações mundanas consistem em quatro pares de prioridades: buscar aquisições materiais e evitar sua perda; buscar o prazer dirigido pelo estímulo e evitar o desconforto; buscar o elogio e evitar a crítica; e manter a boa reputação e evitar a má reputação. Essas oito preocupações resumem, em geral, nossa motivação pela busca da felicidade, e este é exatamente o problema. As oito preocupações mundanas — que não são erradas em si — são a base de nossa motivação, e é a motivação, mais do que qualquer outro fator, que determina o resultado da prática espiritual.

Não há nada de errado em adquirir bens materiais — um carro, uma casa; e, inversamente, a pobreza não é necessariamente uma virtude. Não há nada de errado em aproveitar um pôr-do-sol, um bom livro, uma conversa agradável ou uma bela música. Não é errado ser elogiado. Ser amado e respeitado pelos outros também não é errado.

Por outro lado, não é ruim ser criticado pelos outros se você estiver levando uma vida benéfica e significativa. Muitos praticantes bem-sucedidos no darma estão contentes e felizes vivendo em total pobreza. A reputação pode melhorar e piorar, mas é possível que o contentamento permaneça constante. A verdadeira fonte da felicidade não está no domínio das oito preocupações mundanas. Ricos, pobres, elogiados, criticados, estimulados, entediados, respeitados, ultrajados — nenhuma dessas preocupações mundanas em si são fonte de felicidade. Nem impedem a felicidade.

O problema é que, quando nos concentramos nas preocupações mundanas como um meio para a felicidade, a vida se torna um jogo de dados. Não há garantias. Se você aspira à riqueza material, pode não conquistá-la, e se conseguir, não há garantias de que será feliz. Se aspira ao prazer, quando o estímulo acabar, a satisfação também terminará. Não existe felicidade duradoura em sair correndo atrás do prazer. As pessoas que são respeitadas e famosas tendem a ter os mesmos problemas pessoais que as outras.

A deficiência fatal das oito preocupações mundanas é que elas são Darma falsificado, modos mal dirigidos de buscar a felicidade e — ao confundir habitualmente as preocupações mundanas com o Darma genuíno — nossos esforços para atingir a felicidade genuína são continuamente sabotados.


B. Alan Wallace, in “Buddhism with an Attitude” (2001, pg. 15)





Fonte dos Textos: DHARMA.INFO - informações sobre budismo
http://darma.info/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal



DISCERNIMENTO A PARTIR DO DESAPEGO

Para ser bem-sucedido na vida é necessário, evidentemente, ter certas capacidades físicas, intelectuais, psíquicas, e, sobretudo, trabalhar. Mas isso ainda não é suficiente. Para se conhecer a direção a seguir, as escolhas a fazer, com quem se associar etc., também é preciso ter discernimento. E como adquirir o discernimento? Não sendo interesseiro. Sim, pois o desapego de interesses dá ao homem a faculdade de ver claro nas situações. Pelo contrário, a procura de vantagens pessoais, o egoísmo, a avidez, a inveja, toldam-lhe a visão e fazem-no perder a lucidez: fica tão obnubilado pela satisfação dos seus interesses que olha para os seres e as situações à sua volta como através de vidros que distorcem as imagens. E, como não vê claro, aquilo que ele crê que está a fazer no seu interesse fá-lo em detrimento de si mesmo. Sim, contrariamente àquilo que as pessoas têm tendência para pensar, não é o egoísmo que permite ser bem-sucedido e enriquecer, mas sim o desapego de interesses pessoais.




Omraam Mikhaël Aïvanhov




Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: http://www.imageafter.com/

UM MUNDO INTEIRO EM NÓS MESMOS

Pode ser que não tenhamos consciência disso, mas a vida é efêmera e passa num piscar de olhos. Portanto, parece estranho o fato de que frequentemente agimos como se ainda tivéssemos muitos anos para viver e como se nossos pensamentos e ações não tivessem efeitos ou consequências.

Mas a verdade é que uma única ação positiva - uma ação de certeza absoluta - pode afetar o mundo todo.

Como?

Pense nisso. Todas as pessoas exercem muitos papeis em suas vidas - irmã, irmão, pai, patrão, empregado, e assim por diante. Cada vida afeta a vida de todos que fazem parte daquele mesmo círculo, e o que acontece naquele circulo estende-se para fora dele progressivamente em um efeito cascata. No final, o mundo todo pode ser afetado por uma única pessoa, e cada pessoa é um mundo inteiro.

Assim, precisamos compreender muito bem que cada ação que praticamos, tudo que fazemos, se conecta com alguém que inevitavelmente será afetado por isso.




Karen Berg




Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: http://www.imageafter.com/