domingo, 12 de março de 2017

FUGAS E CONFLITOS


Por que temos tanto medo do que é?

Qual é o bem de fugir se o que quer que seja estará sempre ali?

Podemos ter sucesso em fugir, mas o que somos está ainda ali, gerando conflito e miséria.

Por que temos tanto medo de nossa solidão, de nosso vazio?

Qualquer atividade fora do que é está destinada a trazer sofrimento e antagonismo.

O conflito é a negação do que é ou fugir do que é; não há outro conflito além desse.

Nosso conflito se torna mais e mais complexo e insolúvel porque não encaramos o que é.

Não existe complexidade no que é, mas apenas nas muitas fugas que buscamos.

(Commentaries on Living Series 1, Ambition)





J. Krishnamurti





Fonte: J. Krishnamurti Online
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: http://orihinaleskrima.com/krishnamurti-imagenes-eskrima-views/

SEPARAÇÃO AFETIVA – UMA VISÃO BUDISTA


Separar-se dói, mas também pode ser uma benção. É possível separar-se de alguém com respeito e com ternura. É possível um divórcio verdadeiramente amigável. Mas para isso é preciso que as duas pessoas envolvidas no processo de desfazer um laço de intimidade tenham amadurecido o suficiente para conhecer a si mesmas.

Caminhamos lado a lado com algumas pessoas em alguns momentos da vida. Minha professora de hatha yoga, Walkiria Leitão, comentou em uma de nossas aulas:

“A vida é como atravessar uma ponte. Nem sempre as pessoas com quem iniciamos a travessia são as mesmas que nos cercam agora ou com quem chegaremos do outro lado. Mas sempre há alguém por perto. Nunca estamos sós.”

O medo da solidão, muitas vezes, faz com que as pessoas suportem o insuportável. Ou se lamentem após uma separação, apegadas até mesmo ao conflito conhecido. Ainda há mulheres que sofrem violências morais e até mesmo físicas de seus companheiros ou companheiras. Ainda há homens que sofrem violências morais e até mesmo físicas de suas companheiras ou companheiros. Como dar limites? Como conhecer esses limites? Quando os limites são desrespeitados, as dificuldades começam. Dificuldades que podem levar à separação e ao divórcio. Dificuldades que podem levar ao sofrimento filhos e filhas, animais de estimação, amigos, familiares.

Caminhamos lado a lado. Ou não. Quando nos afastamos e nos distanciamos, nunca é repentino. Um processo que, se desenvolvermos a clara percepção da realidade do assim como é, poderemos prever, antecipar e até mesmo alterar o desenvolvimento do processo. Entretanto, se não conseguirmos antever o que já acontece, se colocarmos lentes fantasiosas sobre a realidade, poderemos nos desiludir e nos sentirmos traídos na confiança mais íntima do ser.

Professor Hermógenes, um dos pioneiros do yoga no Brasil, fala sobre a criação de uma nova religião chamada “desilusionismo”:

“Cada vez que temos uma desilusão estamos mais perto da verdade, por isso agradecemos.”

Se você teve uma desilusão é porque não estava em plena atenção. Mas não fique com raiva nem de você nem da outra pessoa. Nada é fixo. Nada é permanente. Saber abrir mão, desapegar-se – até da maneira como tem vivido – é abrir novas possibilidades para todos. Por que sofrer? Por que manter relações estagnadas ou de conflito permanente? Ou como transformar essas relações e dar vida nova ao relacionamento? Apreciar e compreender a vida em cada instante é uma arte a ser praticada.

Separar-se dói, confunde, mexe com sonhos e estruturas básicas de relacionamentos. Separação pode ser também uma bênção, uma libertação de uma fantasia, de uma ilusão. Observe em profundidade. Será que ainda é possível restaurar o vaso antigo? No Japão, as peças restauradas são mais valiosas do que as novas. Tem história, emoção, sentimento.

Cuidado com o eu menor. Cuidado com sentimentos de rancor, raiva, vingança. Esse sentimentos destroem você, mais do que as outras pessoas. Desenvolva a mente de sabedoria e de compaixão. Queira o bem de todos os seres. Isso inclui você. Cuide-se bem e aprecie a sua vida – assim como é –, renovando-se a cada instante e abrindo portais para o desconhecido, o novo – que pode ser antigo, mas novo a cada instante. Mantenha viva a chama do amor incondicional e saiba se separar (se assim for) com a mesma ternura e respeito com que se uniu. Esse é o princípio de uma cultura de paz e de não violência ativa.

Que assim seja, para o bem de todos os seres.

Mãos em prece





Monja Coen





Fonte: Budismo Petrópolis
https://budismopetropolis.wordpress.com/2015/01/20/separacao-afetiva/
Via: Biblioteca Virtual da Antroposofia (Texto e Gravura)
http://www.antroposofy.com.br

O AMOR É FRUTO DA ÁRVORE DA VIDA



O mundo inteiro e os objetos nele estão inter-relacionados pelo vínculo do amor. É o amor que une a raça humana. O mundo não pode existir sem amor. Deus é amor e reside no coração de cada um. O amor é a posse natural de cada ser humano. O amor é o fruto da árvore da vida. Existem certos impedimentos para superar antes de se desfrutar do fruto saboroso. Primeiro você deve remover a pele e a casca que cobrem a polpa interna, e também descartar a semente. Da mesma forma, o fruto do amor também é coberto pela casca espessa do ego. Você deve remover esta casca de "meu e teu". Então, você pode saborear o fruto doce e seu suco nutritivo. Com amor puro, você deve estabelecer a unidade com o Divino. O caminho do amor é o caminho direto para realizar o Divino. Os Vedas descrevem Deus como "Raso Vai Saha" - a Doce Essência Suprema. Esforce-se para progredir nesta viagem de vida do "eu" ao " nós" ao "Ele". (Discurso Divino, 17 de julho de 1997)






Sathya Sai Baba





Fonte: www.sathyasai.org.br
Fonte da Gravura: https://br.pinterest.com/pin/351069733432302553/

A FORÇA CRIADORA DA ATENÇÃO


Respeitando a Mente como um Espaço Sagrado


O autoconhecimento permite descobrir o centro do ser – o seu ponto estável e harmônico, fonte da consciência universal.

A teosofia nos ensina a manter posição no centro e a agir a partir dele. Há uma série de ideias erradas sobre nós mesmos, sobre a vida e o ser. A descoberta da arte de bem viver traz a percepção de que somos seres divinos adormecidos.

Acordar para a unidade do Todo faz surgir o sentido de responsabilidade e passamos a nos esforçar para agir positivamente na vida. Mas por vezes perdemos o foco e a mente segue ao sabor do vento, conduzida pela força dos velhos hábitos e das energias exteriores.

A ação mental é o grande poder que permite criar, preservar e renovar a vida. Através do pensamento fazemos fatos acontecerem e damos forma à realidade. O controle da mente depende do reconhecimento de que somos senhores dela.

Tudo é Mente, e a ciência da Alma nos ensina a expressar a consciência elevada exercendo o domínio sobre nossos pensamentos. A teosofia mostra como purificar a mente, conservá-la clara e sã, e dominá-la nos vários planos com sabedoria e eficácia. Através da sua prática, passamos a respeitar e a usar o espaço mental como um espaço sagrado.

Nesta arte são necessários vários instrumentos e todo um saber que nos capacite de seu uso correto. A atenção é uma das coisas mais importantes para a prática de Raja Ioga. Através da atenção é possível tirar o máximo de benefício das nossas faculdades e viver de forma equilibrada. Em conjunto com ela andam a renúncia e a vontade.

A atenção forma a base do poder da vontade e fortalece seu exercício. A vontade nos faz dirigir a mente em um sentido exigindo que renunciemos a todos os outros. E quando a atenção não é focada com habilidade somos impedidos de usar corretamente a vontade. O estudante deve, pois, esforçar-se para cultivar a atenção e colocá-la a serviço da sabedoria.

A concentração é fundamental no estudo teosófico. Ela é um instrumento que permite operar e dirigir a mente, alcançar a paz interior e agir de forma correta sobre a matéria. Evitando o desperdício de energia e estabelecendo harmonia entre a atenção concentrada e a vontade, é possível manter posição no ponto ótimo e elevar a consciência.

A palavra atenção é derivada das palavras latinas “ad”  e “tendere”, e significa “a ação de estender em certa direção”. Através dela a mente pode ser dirigida a um determinado objeto, focar nele toda a energia e analisar todo o detalhe, proporcionando a percepção correta.

Ramacháraka esclarece:

“A atenção foi definida como focalização da consciência (…). Podemos compará-la à ação da lente, por meio da qual os raios solares são concentrados em um objeto, do qual resulta que o calor se acumula num pequeno ponto dado, e este calor pode aumentar a sua intensidade por muitos graus, até que venha a acender um pedaço de lenha, ou fazer a água ferver e evaporar-se. Se os raios não tivessem sido focalizados, os mesmos raios e o mesmo calor ter-se-iam estendido por uma grande superfície, e o efeito e o poder seriam diminuídos. E assim se dá com a mente. Se lhe permite estender-se por todo o campo de um objeto, poderá exercer somente pouco poder, e os resultados serão fracos.”

E acrescenta:

“Se, porém, passa pela lente da atenção e se focaliza primeiro a uma parte da matéria, depois a outra, e assim por diante, dominará toda a matéria minuciosamente e obterá um resultado que parecerá quase maravilhoso a quem não conhece o segredo.” [1]

Além de proporcionar conhecimento, a atenção potencializa nossas habilidades em todos os planos. Quanto maior a capacidade de focar a consciência, maior é o grau de desenvolvimento de nossos sentidos inferiores e superiores. A pessoa dotada de grande atenção tem seus sentidos desenvolvidos.

Em nossos estudos reconhecemos que os estudantes enfrentam vários desafios. O aprendiz percebe, cria e desenvolve toda uma nova estrutura, mas os velhos padrões lutam para sobreviver.

Como obter os melhores resultados?

Ramacháraka dá a seguinte indicação:

“Para obtermos os melhores resultados, devemos fazer o nosso trabalho, concentrando-nos nele e excluindo, quanto for possível, toda outra ideia ou outro pensamento. Em tais casos deveríamos até nos esquecer a nós mesmos – a personalidade – porque nada é tão nocivo e destrutivo à boa marcha do pensamento como uma intrusão pouco saudável da consciência pessoal.” [2]

A atenção correta abre caminho para a sabedoria. Dirigida ao ser interno, ela auxilia no cultivo da consciência cósmica e nos aproxima da bem-aventurança.




Joana Maria Pinho




Fonte do Texto e da Gravura: do Blog "Filosofia Esotérica"
http://www.filosofiaesoterica.com/a-forca-criadora-da-atencao/
(O texto acima foi publicado pela primeira vez na edição de março de 2014 de “O Teosofista”. Joana Maria Pinho é associada da Loja Unida de Teosofistas.)




NOTAS:

[1] “Raja Yoga”, de Yogue Ramacháraka, Coleção Yogue, Editora Pensamento, 1977,  São Paulo, 211 pp., Lição 5,  p. 79.

[2] “Raja Yoga”, de Yogue Ramacháraka, Editora Pensamento, p. 88.

NUNCA É DEMASIADO TARDE PARA DAR SENTIDO À VIDA


Quando descobrem o nosso Ensinamento, certas pessoas apercebem-se de que passaram uma grande parte da sua vida em atividades que só lhes trouxeram insatisfação e vazio. E elas confiam-me a sua tristeza: agora que têm uma certa idade, pensam que, mesmo que tentem seguir uma orientação diferente, é demasiado tarde, nunca recuperarão o tempo perdido. Evidentemente, quando a velhice se aproxima, é um pouco tarde. Mas não é demasiado tarde, nunca é demasiado tarde. O pior seria passarem em lamentações o tempo que lhes resta viver. Há sempre um meio de endireitar, interiormente, a situação. Para aqueles que têm a sensação de que desperdiçaram a sua vida, é a ocasião para fazerem uma rememoração de todos os acontecimentos da sua existência e tirarem deles uma lição. Uma vez tirada essa lição, elas devem pôr em ação tudo o que lhes resta de amor, de inteligência e de vontade. É sempre possível darem à sua vida o sentido que antes não tinham pensado procurar.




Omraam Mikhaël Aïvanhov





Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com

QUEIMA DE PÓLVORA E CÍRCULOS DE FOGO


PERGUNTA: Há fundamento na queima de pólvora ou círculo de fogo em torno das pessoas enfeitiçadas, como é próprio dos terreiros?

RAMATÍS: Quando a pólvora é queimada num ambiente "ionizado" pelos técnicos benfeitores do mundo espiritual, ela age por eletrização e pode até causar queimaduras violentas em certas entidades ali presentes, cujo perispírito muito denso e sobrecarregado de éter-físico ainda reage sob os impactos do mundo material. Os espíritos subversivos ou obsessores fogem espavoridos do ambiente onde atuam, quando a queima de pólvora é feita por médiuns ou magos experientes, pois alguns deles são bastante escarmentados (castigados*) em tais acontecimentos. A pólvora preparada pela arte da magia age de modo vigoroso e positivo no lençol etérico e magnético do mundo oculto, pois além de acicatar (correr*) os espíritos malfeitores desobstrui as cortinas de miasmas estagnados em ambientes enfermiços.

Já explicamos que toda substância, coisa, objeto ou planta do mundo material, inclusive os seres vivos, são núcleos energéticos que exalam energia radioativa, formando-lhes uma aura fortemente impregnada do éter-físico em efervescência na circulação do seu duplo etérico. A rosa física, por exemplo, é a representação exterior e mais grosseira da verdadeira rosa cintilante de cor e exuberância de perfume, que palpita na vivência do mundo oculto. Da mesma forma, o enxofre material é apenas a cópia ou duplicata do mesmo enxofre etérico, que atua mais vivamente no mundo etéreo-astral. A pólvora, consequentemente, cuja fórmula comum é constituída de uma mistura de enxofre, salitre e carvão, tanto explode no campo físico, como ainda eclode mais intensamente no mundo oculto, libertando as energias etéricas das substâncias de que se compõe. Mesmo a pólvora sem fumaça, feita de nitroglicerina misturada a nitrocelulose, também é um produto de elementos que atuam positivamente no mundo etérico e desintegram os fluidos daninhos.

Nos trabalhos mediúnicos sob o comando de pretos-velhos, índios e caboclos experimentados na técnica de física transcendental, as pessoas cujo perispírito sobrecarregado de fluidos perniciosos mostra-se com sinais de paralisia, são submetidas à "roda-de-fogo", ou queima de pólvora, cuja descarga de ação violenta no mundo etéreo-astral desintegra as escórias perispirituais e saneia a aura humanal.

O mesmo salitre, que os entendidos usam para dissolver a aura enfermiça dos objetos enfeitiçados, depois de misturado ao enxofre e carvão, constitui a pólvora, que ao explodir compõe um ovo áurico no mundo etéreo-astral, muito semelhante ao cogumelo da bomba atômica, desagregando miasmas, bacilos, vibriões e microrganismos psíquicos atraídos pelo serviço de bruxaria e obsessão.


Do Livro: “Magia de Redenção”
Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.
(*Observação/complemento do blog)


(Vide o capítulo X, "O Fogo Purificador", da obra "Obreiros da Vida Eterna", de André Luiz, da FEB, do qual destacamos os seguintes trechos em corroboração ao referido acima, por Ramatís:

"Como você não ignora, as descargas elétricas do átomo etérico, em nossa esfera de ação, fornecem ensejo a realizações quase inconcebíveis à mente humana".

"O trabalho dos desintegradores etéricos, invisíveis para nós, tal a densidade ambiente, evita a eclosão das tempestades magnéticas que surgem, sempre, quando os resíduos inferiores de matéria mental se amontoam excessivamente no plano".)





Fonte: do Blog "Sociedade dos Espíritos"
http://www.sociedadedosespiritos.com/
Fonte da Gravura: http://www.altamagia.com.br