sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

SÓ APÓS MUITAS GERAÇÕES...

Durante a Revolução Francesa, a Comissão de Segurança Pública deu permissão para utilização de um castelo nos arredores de Paris como um curtume a fim de processar couro de pele dos corpos de pessoas executadas pela guilhotina. Na época, um grande número de cavalheiros usavam calças e botas da moda produzidas a partir da matéria-prima (pele humana) considerada flexível e de alta qualidade.

Faziam-se também coletes durante esse reinado do terror na França do século XVIII. À época, Saint-Just cresceu para se tornar um líder político e bárbaro comandante militar. Há uma história de que Saint-Just estava fazendo umas investidas em uma bela mulher, mas teria sido completamente desprezado. Em um dia de fúria, ele prendeu e matou a dama, sendo sua pele removida por um cirurgião, curtida e transformada em um colete da moda, que ele usava todos os dias.

Recentemente, cientistas da universidade de Harvard, nos Estados Unidos, confirmaram por meio de análises que o livro "Des destinées de l'ame", do escritor francês Arsène Houssaye, foi encadernado com pele humana pelo médico Ludovic Bouland. (1) O livro faz parte do acervo da biblioteca Houghton, dessa universidade. Entre três títulos testados, esse foi o único livro feito com a técnica conhecida como bibliopegia antropodérmica (encadernamento com pele humana). (2)

Caso semelhante está presente na coleção da biblioteca Athenaeum, de Boston, onde se encontra um livro intitulado Hic Liber Waltonis Cute Est Compactus, encadernado com a pele de George Walton, um famoso assaltante do século XIX que morreu de tuberculose na prisão em 1837. George pediu que, após sua morte, sua pele fosse utilizada para encapar um volume de sua autobiografia, que seria apresentada a John Fenno, ex-vítima de roubo que teria bravamente sobrevivido após ter sido baleado. O livro permaneceu  com a família de Fenno até ser doado à biblioteca.

Ante tais estranhas ocorrências, somos convidados a elucubrar sobre a linha limítrofe entre a racionalidade e a moralidade humana. Atualmente discorre-se bastante sobre o progresso social adquirido; contudo, o que se entende por progresso? Pode algumas vezes soar como um vocábulo vazio que reverbera nas barbaridades descritas acima. Entretanto, há 40 anos o homem pisou na Lua, dando início a eventos posteriores que evidenciaram o progresso da Ciência, no campo das descobertas espaciais. Porém, há que se observar o atraso moral do homem na Terra, apesar de todo o progresso científico-material realizado. Sabemos que o progresso material caminha na frente, ao passo que o crescimento moral vai sempre marchando em segundo plano.

Raciocinemos um pouco mais sobre isso. Elucida a Doutrina dos Espíritos que em delicado “dégradée” evolutivo o homem vai gradualmente vivenciando suas experiências nos diversos graus de desenvolvimento. Ante as diretrizes da Lei de Evolução, o “homem passa palmo a palmo da barbárie à civilização moral”. (3) Explicam os Espíritos que “o senso moral, mesmo quando não está desenvolvido, não está ausente, porque existe, em princípio, em todos os homens; é esse senso moral que os transforma mais tarde em seres bons e humanos. Ele existe no selvagem como o princípio do aroma no botão de rosa de uma flor que ainda não se abriu”. (5)

Estamos constantemente diante dos paradoxos existenciais. Como compreender a experiência de criaturas bestiais, quase selvagens, no seio de seres ditos civilizados? “Da mesma maneira que numa árvore carregada de bons frutos existem temporãos. Elas são selvagens que só têm da civilização a aparência, lobos extraviados em meio de cordeiros. Os Espíritos de uma ordem inferior, muito atrasados, podem encarnar-se entre homens adiantados com a esperança de também se adiantarem; mas, se a prova for muito pesada, a natureza primitiva reage”. (5)

Este é um entendimento coerente, quando compreendemos a bênção da reencarnação. Como se observa na elucidação dos Luminares do além: “A Humanidade progride. Esses homens dominados pelo instinto do mal, que se encontram deslocados entre os homens de bem, desaparecerão pouco a pouco como o mau grão é separado do bom quando joeirado. Mas renascerão com outro invólucro. Então, com mais experiência, compreenderão melhor o bem e o mal. O exemplo temos nas plantas e nos animais que o homem aprendeu como aperfeiçoar, desenvolvendo-lhes qualidades novas. Só após muitas gerações que o aperfeiçoamento se torna mais completo. Esta é a imagem das diversas existências do homem”. (6)

É dessa forma que evoluímos – lentamente, renascendo e (re)morrendo nos diversos estágios dos mundos, consoante categorização proposta pelo lente lionês, designando-os de mundos “primitivos”, de “expiação e provas” (atualmente na Terra), de “regeneração”, “ditosos e divinos” até chegarmos, após milênios, ao mundo dos venturosos, onde tão-somente impera o bem e tudo é movido por anseios sublimes e todos os sentimentos são depurados.



Jorge Hessen




Fonte: http://aluznamente.com.br
http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal



Notas e referências bibliográficas:

(1) No livro há uma dedicatória manuscrita por Ludovic Bouland, afirmando que a pele de uma mulher com problemas mentais, morta por um derrame, havia sido usada na capa.

(2) Disponível em http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2014/06/04/livro-frances-tem-capa-feita-com-pele-humana-afirmam-cientistas-de-harvard.htm acesso 20/06/2014

(3) Kardec, Allan. O Evangelho seg. o Espiritismo. 129. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2009, cap. XXV, item 2.

(4) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio [de Janeiro]: Ed. FEB, 2009, questão  754

(5) Idem questão  755

(6) Idem questão 756

ENCARNAÇÕES DIVINAS - AVATARES

As pessoas acreditam que encarnações Divinas ocorrem somente para proteção dos justos e punição dos perversos. Mas estes representam apenas um aspecto da tarefa. A concessão de paz e contentamento, de uma sensação de satisfação aos buscadores que esforçaram-se muito tempo -- esses também são Sua tarefa. O Avatar, ou forma encarnada, é apenas a concretização do anseio dos buscadores. É a doçura solidificada da devoção dos aspirantes tementes a Deus. O Sem forma assume forma por causa desses aspirantes e buscadores. Eles são a causa principal. A vaca produz leite para o sustento do bezerro. Ele é o beneficiário principal. Mas, como podemos ver, outros também se beneficiam desse leite. Igualmente, embora os devotos sejam a causa principal e sua alegria e sustento seja a finalidade principal de uma Encarnação, outros benefícios incidentais também ocorrem, tais como a promoção do Dharma, a supressão do mal e a reforma, correção ou destruição dos perversos.

Encarnações do Amor Divino! Devotem-se sinceramente a sua fé e tradições. Onde quer que estejam, não deem espaço a diferenças religiosas ou de qualquer tipo. Quando examinamos a causa raiz das diferenças ou conflitos, vocês descobrirão que a verdadeira razão são as mentes egoístas, vestindo trajes de religião ou qualquer outra causa e incitando conflitos entre as pessoas. Se desejam garantir a verdadeira paz no mundo, vocês devem assegurar a moralidade (neethi) como superior à sua comunidade (jaathi). Acalentem bons sentimentos como mais importantes que as crenças religiosas. Respeito mútuo (mamatha), equanimidade (samatha) e paciência (Kshamatha) são as qualidades básicas necessárias a cada ser humano. Apenas a pessoa com essas três qualidades pode ser considerada um verdadeiro homem. Portanto, todos vocês devem cultivar essas três qualidades sagradas assiduamente. Usando tais qualidades, abandonem todos os tipos de diferenças. Em seguida, todos desenvolverão o amor em si. Quando o amor cresce, vocês terão uma visão direta de Deus.




Sathya Sai Baba





Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

MEDITAÇÃO É ESTAR CONSCIENTE

Existem várias escolas, na Índia e pelo Oriente, onde ensinam métodos de meditação – é assustador realmente. Significa treinar a mente mecanicamente; ela, então, deixa de ser livre e não compreende o problema. Então, quando usamos a palavra “meditação” não queremos dizer uma coisa que é praticada. Nós não temos método. Meditação significa conscientização: estar consciente do que você está fazendo, o que está pensando, o que está sentindo, consciente sem nenhuma escolha, observar, aprender. Meditação é estar consciente do próprio condicionamento, como se é condicionado pela sociedade em que se vive, onde se foi criado, pela propaganda religiosa – consciente sem nenhuma escolha, sem distorção, sem querer que seja diferente. Desta conscientização vem a atenção, a capacidade de estar completamente atento. Então há liberdade para ver as coisas como elas de fato são, sem distorção. A mente fica não confusa, clara, sensível. Tal meditação gera uma qualidade de mente que é completamente silenciosa, qualidade da qual pode-se continuar falando, mas não terá nenhum significado a menos que ela exista. (Beyond Violence, 80)

Quando você olha uma árvore, ou o rosto de seu vizinho, ou o rosto de sua esposa ou marido, e se você olha com essa qualidade de mente que está completamente quieta, então você verá uma coisa totalmente nova. Tal silêncio da mente não é uma coisa que pode ser obtida por meio de alguma prática; se você pratica um método está, ainda, vivendo em um espaço muito reduzido que o pensamento criou, como o “ego”, o “eu” praticando, avançando. Esse espaço está cheio de conflito, cheio de suas próprias aquisições e fracassos, e tal mente nunca pode estar quieta, faça o que fizer. (Meditations, 97)




J. Krishnamurti





Fonte: http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: 
www.taringa.net/posts/ciencia-educacion/16865761/Jiddu-Krishnamurti.html
http://fightlosofia.com/krishnamurti-en-imagenes-krishnamurti-in-pictures/

SAÚDE DA MENTE - PENSAMENTO

Será que gastamos o mesmo tempo e energia cuidando de nossas mentes quanto cuidamos dos nossos corpos? Será que constantemente alimentamos nossas mentes com a nutrição dos pensamentos positivos? Estamos atentos sobre manter a mente limpa e clara? A saúde da mente pode ser checada pela velocidade dos nossos pensamentos. Mais pensamentos significam pensamentos fracos. Poucos pensamentos significam pensamentos poderosos, de qualidade que serão traduzidos em ações.

Somos o que pensamos. Amor, pureza, paz, sabedoria - quanto mais pensamos nisso mais nos tornamos isso. Fraquezas em nós e nos outros convidam os pensamentos negativos. Elas nos destroem. Por isso é necessário aprender a manter o foco. Quando construímos uma casa, cada tijolo conta. Quando construímos um caráter, cada pensamento conta. Se quisermos ser virtuosos precisamos, primeiro, pensar sobre isso.

Um pensamento tem o potencial inerente para se manifestar no mundo através de nossas ações. Ele é a fonte de tudo que fazemos. Cada pensamento que acessamos cria um sentimento correspondente dentro de nós. Se pensamos sobre a felicidade, ficaremos felizes; se relembramos de momentos tristes, nos sentiremos tristes; se a mente está presa no passado, ficaremos cansados; se pensamos positivo, ficaremos esperançosos e, se mentalmente vivemos no presente, ficaremos fortalecidos.

Ser multitarefa é considerado um grande talento. Mas você sabe o que isso faz com sua mente? A mente fica estressada ao lidar com todos os órgãos do sentido, tentando sincronizar cada tarefa com a atividade cerebral. Paz na mente é experimentada quando há foco e concentração. Quando uma única tarefa é feita pacificamente com a coordenação da mente e do cérebro, a tarefa é concluída com mais sucesso e rapidez quando comparada a três ou quatro tarefas feitas ao mesmo tempo. (BK, Padmaprya)

Paz na mente não é ausência de pensamentos. A mente experimenta paz quando há um fluxo rítmico e gentil de pensamentos. Porém, sempre que pensamos excessivamente sobre algo, a mente fica cansada e sem paz. O que não a deixa ser pacífica são as ações sem fim e os comandos constantes que damos a ela. Durante o dia - ao invés de estar sempre correndo, teclando e consumindo informações - faça pausas para sentar, respirar e observar o seu estado interior. Isso acalma a mente e permite que ela chegue à paz interior. A mente é naturalmente pacífica. (BK, Padmaprya)




Brahma Kumaris





Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

AÇÃO E REAÇÃO - O IMPACTO DAS AÇÕES

Você já percebeu o impacto de suas ações corretas e quanto tais ações podem influenciar muitos outros? Os outros podem não seguir suas palavras mas eles definitivamente verão você e farão o mesmo. Os grandes professores são: sua face, suas palavras e sua atividade. Quando suas ações têm tal clareza e verdade, o coração dos outros é tocado. E através de você eles sentem proximidade de Deus. (Dadi Janki, Brahma Kumaris)

Não podemos determinar exatamente o que irá acontecer amanhã ou depois, mas podemos colocar em movimento uma energia positiva com a esperança de que ela voltará para nós. Quando alguém joga uma pedra no meio de um lago, as ondas formadas irradiam até a borda e depois voltam em contracorrente até o centro. Da mesma forma, a benção que emitimos para o mundo voltará para nós. Projetamos nossa virtude ao desconhecido, como uma oração que alça voo em direção ao divino e traz a recompensa, em algum momento, para aquele que rezou. (BK Meera, Self-discovery, The World Renewal, November, 2003, Brahma Kumaris)

O universo é regido pela lei das causas e das consequências. Cada ato, cada acontecimento, é ele próprio consequência de uma causa. Causas e consequências estão, pois, indissociavelmente ligadas, mas a duração de uma vida é demasiado limitada para podermos observar este vasto jogo dos encadeamentos. Do mesmo modo que constatamos hoje fatos que são consequências de causas muito anteriores à nossa existência atual e que nós não conhecemos, podemos prever as consequências que serão desencadeadas mais tarde por certos factos que estão a acontecer. Atualmente, nós encontramo-nos, pois, em situações nas quais umas são causas e outras são consequências e é por isso que há tantos acontecimentos cujo sentido nos escapa.

Quanto à reencarnação, na realidade ela é só um aspeto particular desta lei das causas e das consequências. Como a vida dos seres não termina no momento em que eles deixam a Terra, não só as consequências dos seus atos os seguem no além, como, no momento quando eles voltam a encarnar, elas permanecem vivas e atuantes. Não se pode decretar, pois, que determinada pessoa não merece as boas condições de que beneficia nesta existência e uma outra as injustiças de que é vítima, pois não se sabe nada das suas encarnações anteriores. Enquanto não se admitir a reencarnação, não se admitirá nada da justiça divina. (Omraam Mikhaël Aïvanhov)





Fonte: www.prosveta.com
www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Monte Kailash
Fotografías de Rosa Sorrosal
http://www.good-will.ch/postcards_es.html