quinta-feira, 5 de junho de 2014

O PARADOXO DA EXPERIÊNCIA RELIGIOSA

Eu ouvi dizer...

Um grande Mestre Zen, Sozan, foi interrogado para explicar o ensinamento derradeiro de Buda. Ele respondeu: “Você não irá entendê-lo antes de tê-lo.” Mas, então, qual é o ponto de compreendê-lo? Quando você o tem, você o tem; não há necessidade de compreendê-lo. Quando você não o tem, não pode compreendê-lo, e existe a necessidade de compreendê-lo. Este é o paradoxo: você pode entendê-lo somente quando tem.

Não há jeito de entendê-lo antes de tê-lo; somente a experiência o explicará para você. Nada mais pode fazer este trabalho, nenhum substituto é possível. Mas, então, não há necessidade — quando você tem, você tem. Quando está lá, está lá. Não há nem mesmo um desejo de compreendê-lo; aconteceu, você conheceu, tornou-se você. Exatamente como quando você come: quando você come, não se torna a comida. Você já observou? Do contrário, você teria se tornado uma banana. Você come uma banana; você não se torna uma banana, a banana transforma-se em você.

E exatamente o mesmo acontece quando você conheceu Deus: Deus se torna você. Quando você conheceu a verdade, a verdade torna-se você; digerida, ele corre no seu sangue, torna-se os seus ossos, torna-se o seu tutano, torna-se a sua presença. Não há necessidade de compreendê-la. De fato, não há ninguém para compreendê-la, ninguém é deixado para trás, você tornou-se ela. A sua compreensão tornou-se ela. A necessidade existe porque não compreendemos. Então, continuamos a procurar explicações, e nenhuma explicação pode ser dada.

Este é o paradoxo da experiência religiosa: aqueles que conhecem não precisam de nenhuma compreensão sobre ela. Eles estão tremendamente contentes conhecendo-a; é mais do que suficiente. Eles podem dançar, podem cantar, podem rir, mas não estão, de maneira alguma, procurando explicá-la. Eles podem vivê-la, podem ficar quietos sobre ela - podem sentar silenciosamente ou podem tomar-se loucamente extasiados com ela — mas não se incomodam em explicá-la.

Esta é a razão pela qual todas as grandes escrituras do mundo: os Upainishads, o Tao te Ching, os dizeres de Jesus, o Dhammapada de Buda, são simplesmente colocações, não explicações. Os Upanishads não provam Deus, eles simplesmente afirmam; eles dizem: É assim. Não é um argumento. Não estão propondo nenhuma hipótese, estão simplesmente declarando: É assim. É uma declaração. Não produzem nenhuma prova de porque eles declaram isto, porque declaram que existe. Eles simplesmente dizem: É assim — pegue ou deixe, mas é assim. E não há necessidade de nenhuma prova: eles são a prova.

Mas, para aqueles que ainda estão na noite escura da alma, tropeçando, tateando, alguma explicação é necessária. Estará muito, muito longe da verdade, será uma mentira — mas, ainda assim, é necessária.

Então, os místicos falam. Eles têm que falar, têm que derramar os seus seres, sabendo que isto pode ajudar uns poucos. Ajuda somente umas poucas pessoas. Ajuda somente aquelas pessoas que estão prontas para confiar — do contrário, nunca ajudam. Se você argumenta, está perdido — porque um místico não pode argumentar, não pode convencê-lo.

Nesse sentido, o místico é muito frágil. Nesse sentido, logicamente, ele é muito frágil: ele não pode argumentar e não pode provar. Você pode chegar perto dele, pode sentir o seu ser, pode olhar nos seus olhos, pode pegar na sua mão, pode apaixonar-se no seu amor, pode confiar neste homem louco, o místico pode ir com ele numa jornada desconhecida. Será uma corajosa aventura de confiança. Se você duvida, de repente, é cortado. Se você duvida, então, não há nenhuma possibilidade de uma ponte. A pessoa tem que confiar.





Osho, em "O Caminho do Amor: Discursos Sobre as Canções de Kabir"





Fonte: http://www.palavrasdeosho.com/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

NUNCA NINGUÉM ESTÁ SÓ

Como é possível haver tantas pessoas a queixarem-se de solidão? E será que elas compreenderão se lhes disserem que foram elas, na sua cabeça, que criaram essa solidão? Na realidade, nunca ninguém está só. Todo o universo nos olha e nos escuta. Nenhuma das nossas palavras, nenhum dos nossos gestos, fica sem um eco. Se ganhardes o hábito de, quando abris a janela de manhã, dizer bom dia à Terra, ao céu, a toda a criação, vozes vindas dos quatro cantos do espaço responder-vos-ão em eco: “Bom dia, bom dia, bom dia!...” E sentir-vos-eis acompanhados durante todo o dia. E, quando saís de casa, cruzais-vos nas ruas com um certo número de pessoas; não conheceis a maior parte delas, mas ser-vos-á assim tão difícil mostrar-lhes um rosto aberto, fraterno? E será que elas não merecem que, pelo pensamento, lhes desejeis a luz, a paz, a alegria?... Dizeis que elas não vos inspiram? Sim, talvez, porque vos focais nas aparências. Mas por detrás dessas aparências há almas e espíritos. Podeis estar certos de que, quando souberdes, pela vossa alma e pelo vosso espírito, entrar em relação com todas as almas e todos os espíritos da Terra, quando o que há de melhor em vós encontrar que há de melhor nos outros, nunca mais vos sentireis sós.




Omraam Mikhaël Aïvanhov




Fonte: www.prosveta.com
Fonte da gravura: Acervo de autoria pessoal

ACEITAÇÃO - SER FÁCIL

Algumas situações precisam de uma análise clara, mas apenas a análise não finaliza o assunto. A mente fica repetindo os eventos, uma vez, outra vez, e novamente ficamos tentando manter nossa objetividade. Mas a aceitação pode clarear os sentimentos subjetivos e nos permitir seguir com nossa vida. Aceitação não significa negar ou reprimir. Aceitação é uma profunda sabedoria em perceber que nada mais pode ser feito para aquilo que já aconteceu. Tudo o que podemos fazer é aprender a lição e progredir para o futuro. Charles Hogg

Quando surgir um problema, procure não manter o negativo em sua mente nem na mente dos outros. Falar para si mesmo é bom, mas tente falar as coisas certas. Mantenha tudo muito simples e fácil em sua mente. Mantenha apenas os pensamentos corretos. Pensamentos claros e limpos se concretizam facilmente. Eles são a base do sucesso.”




Brahma Kumaris




Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da gravura: Acervo de autoria pessoal



TODA A AÇÃO É UMA SEMENTE

Toda ação traz consigo uma reação igual. Toda ação é uma semente e essas sementes tornam-se árvores, por isso sempre realize apenas ações sagradas. Às vezes empreendemos ações com pleno entusiasmo e alegria. Quando acabamos sofrendo as consequências da ação, derramamos lágrimas e lamentos. Por isso, antes de começar a fazer qualquer coisa, você deve primeiro pensar; discrimine entre boa e má ação e porte-se de acordo. Você também deve dar importância à conveniência do discurso que flui através da ação. Nunca faça algo que cause problemas aos outros. Pode parecer impossível continuar com os seus deveres sem a sensação de consciência do corpo e do apego. Mas, pensando constantemente em Deus, você deve reduzir esses sentimentos. Então não haverá miséria; dor e prazer não o incomodarão.





Sathya Sai Baba





Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da gravura: Acervo de autoria pessoal

ESPÍRITO AGONIADO POR SENSAÇÕES DEPRESSIVAS

Se trazes o espírito agoniado por sensações depressivas, concede ligeira pausa a ti mesmo, no capítulo das próprias aflições, a fim de raciocinar.

Se alguém te ofendeu, desculpa.

Se feriste alguém, reconsidera a própria atitude.

Contratempos do mundo estarão constantemente no mundo, onde estiveres.

Parentes difíceis repontam de todo núcleo familiar.

Trabalho é a lei do Universo.

Disciplina é alicerce da educação.

Circunstâncias constrangedoras assemelham-se a nuvens que aparecem no firmamento de qualquer clima.

Incompreensões com relação a caminho e decisões que se adotem são empeços e desafios, na experiência de quantos desejem equilíbrio e trabalho.

Agradar a todos, ao mesmo tempo, é realização impossível.

Separações e renovações representam imperativos inevitáveis do progresso espiritual.

Mudanças equivalem a tratamento da alma, para os ajustes e reajustes necessários à vida.

Conflitos íntimos marcam toda criatura que aspire a elevar-se.

Fracassos de hoje são lições para os acertos de amanhã.

Problemas enxameiam a existência de todos aqueles que não se acomodam com estagnação.

Compreendendo a realidade de toda a pessoa que anseie por felicidade e paz, aperfeiçoamento e renovação, toda vez que sugestões de desânimo nos visitem a alma, retifiquemos em nós o que deva ser corrigido e, abraçando o trabalho que a vida nos deu a realizar, prossigamos à frente.





Francisco Cândido Xavier / Emmanuel





Fonte: da Revista "Reformador", Junho de 1971
Fonte da gravura: Acervo de autoria pessoal

O CAMINHO DA MEDITAÇÃO

Eu vou entrar passo a passo no que é meditação. Por favor, não esperem até o fim, confiando que terão uma descrição completa de como meditar. O que estamos fazendo agora é parte da meditação. Agora o que se deve fazer é ficar cônscio do pensador, e não tentar resolver a contradição e provocar uma integração entre pensamento e pensador. O pensador é a entidade psicológica que acumulou experiência e conhecimento; ele é o centro limitado pelo tempo que é o resultado da influência ambiental sempre mudando, e deste centro ele olha, escuta, experimenta. Enquanto não se compreende a estrutura e a anatomia deste centro, sempre haverá conflito, e uma mente em conflito não pode compreender a profundeza e a beleza da meditação. Na meditação não pode haver pensador, o que significa que o pensamento deve chegar a um fim – o pensamento que é impelido pelo desejo a conseguir um resultado. Meditação não tem nada a ver com conseguir um resultado. Ela não é uma questão de respirar de um modo particular, ou olhar para seu nariz, ou despertar o poder de executar certos truques, ou qualquer dessas tolices infantis. A meditação não é uma coisa apartada da vida. Quando você está dirigindo um carro ou sentado num ônibus, quando está conversando vagamente, quando está caminhando sozinho num bosque ou olhando uma borboleta levada pelo vento; estar consciente de tudo isso sem escolha é parte da meditação.

A verdade é uma coisa final, absoluta, fixa? Nós gostaríamos que ela fosse absoluta porque assim poderíamos nos abrigar nela. Gostaríamos que ela fosse permanente porque assim poderíamos nos prender a ela. Encontrar nela a felicidade. Mas a verdade é absoluta, contínua, para ser experimentada uma vez após outra? A repetição da experiência é simples cultivo da memória, não é? Em momentos de quietude, eu posso experimentar certa verdade, mas se me prendo a essa experiência através da memória e a torno absoluta, fixa – isso é verdade? A verdade é a continuação, o cultivo da memória? Ou, verdade é encontrada apenas quando a mente está completamente imóvel? Quando a mente não está presa em memórias, não está cultivando a memória como centro de reconhecimento, mas está consciente de todas as coisas que estou dizendo, tudo que estou fazendo em minhas relações, em minhas atividades, vendo a verdade de todas as coisas de momento a momento; certamente, esse é o caminho da meditação, não é? Há compreensão apenas quando a mente está imóvel, e a mente não pode estar imóvel enquanto for ignorante de si mesma. Essa ignorância não é dissipada através de nenhuma forma de disciplina, nem por se seguir qualquer autoridade, antiga ou moderna. A crença só cria resistência e isolamento e onde existe isolamento não há possibilidade de tranquilidade. A tranquilidade só chega quando compreendo a totalidade do processo de mim mesmo – as várias entidades em conflito umas com as outras que compõem o “eu”. Como essa é uma tarefa árdua, procuramos outros que nos ensinem vários truques que chamamos de meditação. Os truques da mente não são meditação. Meditação é o início do autoconhecimento, e sem meditação não há autoconhecimento.





J. Krishnamurti





Fonte: The Book of Life
www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal