domingo, 24 de julho de 2022

O TODO EM TUDO


“Enquanto Tudo está no Todo, é também verdade que o Todo está em Tudo. Aquele que compreende realmente esta verdade alcançou o grande conhecimento.” (O Caibalion - Os Três Iniciados)


Quantas vezes a maioria das pessoas ouviu repetir a declaração que a sua Divindade (chamada por muitos nomes) era “Todo em Tudo”, e quão pouco suspeitaram elas da verdade oculta, encoberta por estas palavras tão descuidadamente pronunciadas? A expressão comumente usada é uma sobrevivência da antiga máxima hermética acima citada. Como diz o Caibalion: “Aquele que compreende realmente esta verdade alcançou o grande conhecimento.” E, sendo assim, permiti-nos examinar esta verdade, cujo conhecimento tanto significa.

Nesta exposição da verdade – esta máxima hermética – está encoberta uma das maiores verdades filosóficas, científicas e religiosas.

Nós vos explicamos o preceito hermético a respeito da natureza mental do universo: a verdade que “o universo é mental; ele está dentro da Mente do Todo”. Diz o Caibalion na passagem citada acima: “Tudo está no Todo.” Mas note-se também a declaração correlativa, que: “É também verdade que o Todo está em Tudo”,  reconciliável pela Lei do Paradoxo. É, aliás, uma exata declaração hermética das relações que existem entre o Todo e o seu universo mental...

Os ensinos herméticos são, com efeito, que o Todo está inerente no seu universo, e em cada partícula, unidade ou combinação. Esta expressão é geralmente ilustrada pelos instrutores com uma referência ao Princípio de Correspondência. O instrutor ensina o discípulo a formar uma imagem mental de uma coisa, uma pessoa ou uma ideia, porque todas as coisas têm uma forma mental... Em outras palavras, toda a virtude, vida, espírito e realidade da imagem mental é derivada da mente imanente do pensador. Considerai isto por um momento e logo compreendereis a ideia...



Fonte: Publicações Maitreya, Porto,Portugal
https://publicacoesmaitreya.pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

CORAGEM NA AÇÃO


Em uma panorâmica da sociedade contemporânea anotamos o desar (injúria), a agressividade, o crime e o desrespeito pela criatura humana.

As nações desagregadas expõem as feridas profundas da sua decadência.

Os governos desajustados apresentam-se estúrdios (insensatos), vitimados pela prosápia (soberba), tombando na corrupção, na indignidade.

Os grupos sociais agridem-se, famigerados, como se fossem inimigos motivados à destruição recíproca.

... E os indivíduos, que ouviram a proposta do amarem-se uns aos outros, armam-se uns contra os outros em assinalada loucura e perversão.

Tem-se a impressão de que o mal administra a cultura hodierna; que a barbárie governa os sentimentos.

Sente-se uma vaga de agonia, que faz estertorar (afligir) a criatura humana fragilizada e as Instituições vencidas pelo vírus da perversidade.

Em uma observação imediata, parece existir uma conspiração contundente para o infortúnio que assinala os aparentemente bons a benefício dos aparentemente maus.

Anota-se o progresso dos desonestos; o acúmulo de valores dos arbitrários e dos injustos, e a dor que asselvaja, estiolando (debilitando) os que se dedicam ao dever.

O desânimo grassa (alastra-se), enquanto o pessimismo ensombra (ofusca) a cultura moderna.

Todavia, tudo isso é somente aparência, porque a grande realidade é que luz (ilumina) a misericórdia de Deus soberana. E é para este momento de trevas que ela acende um sol de primeira grandeza no empíreo (paraíso/olimpo) tomado pela sombra densa.

Onde a vitória das mentes pervertidas e o triunfo dos desonestos, dos injustos, dos perversos e dos corrompidos? Estarão os cristãos invertendo a ordem dos valores, assinalando somente triunfos? As moedas que se enferrujam, que perdem o valor por decretos e os tesouros que passam de mãos, são vitórias? Onde a glória dos que dominam as consciências com o anestésico da mentira, com a volúpia do suborno e com os recursos da indignidade?

Filhos, mais do que nunca, deve viger em nós a presença do Cristo e dos seus valores. Lamentar, porque somos convidados à luta para mudar essas estruturas carcomidas? Nunca! Jesus não esteve em época melhor do que esta, nem a sociedade de então se caracterizava por virtudes e valores que não sejam semelhantes aos de hoje.

Não nos enfraqueça a dor, nem se nos arrefeça o entusiasmo, porque os anestesiados gargalham enlouquecidos na esquizofrenia delirante da mentira e da ilusão.

Jesus nos prometeu e deu-nos outra forma de triunfo, que foi sobre a cruz.

Em que página do seu Evangelho está consignado que os seus discípulos ganhariam o mundo, o aplauso, a glória ilusória e ridícula, o triunfo da selvageria e o êxito da posição social?

É necessário despertarmos para a profundidade do pensamento do Mestre, que renunciou a todas essas glórias de mentira, aceitando a esperança no reino dos céus, a certeza inalienável da vida imortal.

A dor, meus filhos, é honra que nós devemos desfrutar.

A carne é veiculo transitório, e, como todo veículo, passa breve, sem sentido, sua única finalidade é preparar- nos para a ressurreição triunfal.

Aqueles que o amam, não elegem os triunfos do mundo, que se fazem acompanhar das acerbas (penosas) lágrimas do arrependimento, da amargura.

Colheis, hoje, a sementeira. Prossegui semeando para o amanhã, sem desalento, e, se por acaso, o desânimo se vos acercar, acendei a candeia da alegria na paisagem do coração.

Não vos enganeis nem enganeis a ninguém, acenando em vossa fé com as glórias enganosas da Terra e as alegrias que entorpecem a mente e deixam vazio o sentimento.

Confiai em Deus!

As vossas, são as alegrias dúlcidas do coração afervorado à verdade, que se derivam da consciência tranquila.

A desencarnação alcança a todos: justos e criminosos, nobres e escravos, sábios e estúpidos. Mas a vida, pujante e verdadeira, soa em igualdade de condições para todos, acenando-lhes as recompensas e justiças de acordo com o trânsito carnal.

Não temais! Enxugai o suor e alegrai-vos sem pessimismo, porque vosso é o triunfo sobre a cruz e a ressurreição sobre a morte.



Divaldo Pereira Franco / Bezerra de Menezes



Fonte: do livro "Antologia Espiritual"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal