segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

COLETIVO NÃO SIGNIFICA FRATERNAL


Coletivo não significa fraternal.

Um coletivo ainda não é uma fraternidade.

Uma comunidade é um conjunto de pessoas que podem não ter qualquer ligação entre si.

Uma aldeia ou uma cidade é uma coletividade, claro, mas será que as pessoas que lá estão se conhecem e se amam, será que trabalham umas para as outras?

Não, estão todas separadas, por isso ainda não é uma fraternidade.

Uma fraternidade é uma coletividade que tem uma consciência ampla e luminosa, uma coletividade cujos membros estão unidos entre si e trabalham não só uns para os outros, mas para o mundo inteiro.

Uma verdadeira fraternidade é uma fraternidade universal.



Omraam Mikhaël Aïvanhov




Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

REFLEXÃO PARA O ADVENTO - MEDITAÇÃO: PRÁTICA QUE SECA A RAIZ DO MAL DENTRO DE NÓS


No décimo quinto ano do reinado do imperador Tibério, quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia, Herodes, tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe, tetrarca da Itureia e da Traconítide, e Lisânias, tetrarca de Abilena, sob o pontificado de Anás e Caifás, a palavra de Deus foi dirigida a João, filho de Zacarias, no deserto. Começou a percorrer toda a região do Jordão, pregando um batismo de penitência para remissão dos pecados, como está escrito no livro dos oráculos do profeta Isaías: "Uma voz clama no deserto: 'Preparai o caminho do Senhor e endireitai as suas veredas. Toda a ravina será preenchida, todo o monte e colina serão abatidos; os caminhos tortuosos ficarão direitos e os escabrosos tornar-se-ão planos. E toda a criatura verá a salvação de Deus.'" (Lc 3:1-6)

Lucas gosta de pôr a história que está contando sobre Jesus no contexto da História do Mundo. Do seu registo sobre a liderança política que estava no poder quando João Batista, um parente de Jesus, começou a sua pregação, sabemos que eles tinham ambos cerca de 30 anos de idade quando emergiram na cena pública.

Uma pequenina parte privada de nós mesmos acredita que nunca crescemos realmente. Apesar da nossa experiência, temos um sentido de contínuo de identidade desde as nossas mais precoces memórias. Mesmo que "eu tenha mudado a ponto de ficar irreconhecível", reconhecemos realmente o "eu" que mudou. E, depois, há as nossas questões, os nossos interesses, problemas, fantasias e medos. Estes podem ser mais bem geridos ou ficar camuflados à medida que amadurecemos, mas são essencialmente inerradicáveis. São instilados tanto pelos nossos genes como pelo ambiente e pelas experiências emocionais dos nossos primeiros anos de vida. Os pontos de viragem da nossa história pessoal, seja o que for que estiver a acontecer no mundo em nosso redor, são a forma como ouvimos o nosso chamamento personalizado e como respondemos.

João Batista é o último dos profetas à moda antiga. Na sua caricatura moderna, ele é engraçado – engraçado por ser estranho, não pelo humor. Era retratado como andando meio nu, com rastas no cabelo, comendo insetos e mel e gritando às pessoas que estão no cais esperando pelo comboio matinal que o fim do mundo vem aí por causa da degenerescência dos tempos. Porém, na sua época, ele era visto de modo diferente. As pessoas acudiam a ele com a mais fundamental de todas as questões éticas: "Então, o que é que havemos de fazer?" A sua resposta era simples: partilhem o que têm, não explorem os outros, não abusem do poder, pratiquem a integridade.


Até aqui, ele é reconhecível. Ainda queremos ouvir o que os profetas do nosso próprio tempo têm para dizer, mesmo que tenhamos dificuldade em distinguir os profetas genuínos dos falsos, as teorias da conspiração da verdade sempre mais rica em nuances. Como é que alguma vez aprenderemos a voltar a confiar? Talvez seja através da outra coisa que ele lhes disse para fazer: arrependermo-nos e pedir perdão dos nossos pecados. E como é que recordamos o que realmente significam o arrependimento e o pecado, sem ficarmos devastados pela culpa ou autoconvencidos por sermos penitentes e convertidos? Talvez lembrando porque é que a Nuvem do Não Saber diz que "este trabalho (da meditação) seca a raiz do pecado dentro de nós".

Há uma certa tristeza e sensação de fim duma era neste jovem intenso, condenado e profético, tocado pela Palavra de Deus e conduzido a pregar no Vale do Jordão. Mas ele é, também, um marginal noutro sentido. Apenas a um passo dele está alguém, de fato um familiar mais novo com outro tipo de carisma, que as pessoas irão um dia dizer que encarna a Palavra de Deus e que conhecer, ainda que um pouquinho, significa ser-se mudado (quase) a ponto de se ficar irreconhecível.



Laurence Freeman, OSB




Fonte: Comunidade Mundial de Meditação Cristã - Portugal
Bonnevaux
www.meditacaocrista.com
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Fonte das Gravuras:
https://pixabay.com/pt/photos/vitral-colorido-batismo-adulto-4052419/
https://pixabay.com/pt/illustrations/medita%c3%a7%c3%a3o-ioga-c%c3%a9u-silhueta-noite-6808386/