quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

A DOR É EFEITO DE NOSSAS AÇÕES, PORTANTO NÃO EMANA DE DEUS

Se compreendêssemos melhor os mecanismos da Lei de ação e reação evitaríamos infortúnios, ambições e desonras que, definitivamente, não estariam em nosso roteiro, seríamos mais comedidos nas ações diárias. Precisamos refletir a Lei de causa e efeito com o máximo discernimento, a fim de nos conscientizarmos sobre a sua imposição rígida e fatal, que desfere tanto reparações chocantes, quanto gratificações surpreendentes, sempre, justas, judiciosas e controladas, as quais expressam a resposta da Natureza, ou da Criação, contra a desarmonia constituída ou submissões aos códigos divinos em seus suaves aspectos.

“Quão severa e temível é a lei que rege os destinos da Criação! Os homens terrenos precisam ser avisados destas impressionantes verdades, a fim de que melhor se conduzam durante as obrigatórias travessias das existências.”[1] A Lei de ação e reação ou causa e consequência também popularizada como Lei do “carma” [2], é conhecida desde as civilizações mais antigas.

Ninguém está sujeito ao império aleatório do “acaso”, pois este não existe. A casualidade não tem espaços nos dicionários espíritas, portanto não traz poder capaz de reger nossos destinos. É a Lei do “carma”, Lei de “causa e efeito” ou a Providência divina, que tudo ordena, corrige e atua, interferido tanto nas dimensões infinitesimais do microcosmo, como na imensidade colossal do macro universo. Tal divino ditame objetiva exclusivamente administrar o aprimoramento incessante de todas as coisas e seres que estruturam a harmonia da Lei do Criador.

A Lei de causa e efeito tonifica a contabilidade divina com o seu saldo credor ou devedor para conosco. Os altivos regulamentos do Pai demonstram que “a semeadura é livre, mas a colheita obrigatória”, e “a cada um será dado conforme as suas obras”, portanto, não permitem exceções a ninguém, mas ajustam as criaturas à disciplina individual e coletiva, tão necessárias ao equilíbrio e harmonia da Humanidade.

O principal meio de modificar para melhor o chamado “carma” ou conta do destino criada por nós mesmos reside no controle dos nossos desejos, pensamentos, palavras e ações, pois, à medida que nos melhorarmos, reduziremos ou modificaremos os débitos do passado e criaremos um novo “carma” para o futuro.

Sofremos após a desencarnação os resultados de todas as imperfeições que não conseguimos corrigir na vida física. A Lei divina institui que felicidade e desdita sejam reflexos naturais do grau de pureza ou impureza moral. A completa felicidade reflete a purificação completa do Espírito, enquanto a imperfeição causa sofrimento e privação de alegria. Portanto, toda perfeição alcançada é fonte de gozo e atenuante de sofrimentos.

Pela justiça de Deus sofremos não apenas pelo mal que fizemos mas pelo bem que deixamos de fazer seja na Terra ou no Além-túmulo. O sofrimento (expiação) varia segundo a natureza e gravidade da falta, podendo a mesma falta produzir expiações distintas, segundo as circunstâncias, atenuantes ou agravantes, em que for cometida. Para a Codificação espírita não há regra absoluta nem uniforme quanto à natureza e duração da penalidade: - a única lei geral é que toda falta terá punição, e todo ato meritório terá gratificação, segundo o seu valor.

Em face do livre arbítrio somos sempre juízes do próprio destino, podendo delongar os sofrimentos pela persistência no mal, ou atenuá-lo e até anulá-los pela prática do bem. Um dos mecanismos que suavizam o sofrimento é a contrição. Entretanto não nos basta o arrependimento, pois são imprescindíveis a expiação e a reparação. Allan Kardec explana o seguinte: “arrependimento, expiação e reparação constituem as três condições necessárias para aplacar os traços de uma falta e suas implicações. O arrependimento suaviza os amargores da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito distraindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação.”[3]

O arrependimento pode dar-se por toda parte e em qualquer tempo; se for tarde, porém, o culpado sofre por mais tempo. Até que os últimos vestígios da falta desapareçam, a expiação consiste nos sofrimentos físicos e morais que lhe são consequentes, seja na vida atual, seja na vida espiritual após a morte, ou ainda em nova existência corporal. A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal. Em que pese a diversidade de gêneros e graus de sofrimentos dos Espíritos imperfeitos, a Lei de Deus estabelece que o sofrimento seja inerente à imperfeição.

Toda imperfeição, assim como toda falta dela decorrente, traz consigo a própria punição nas consequências naturais e inevitáveis. Assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo. Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar a futura felicidade. A cada um segundo as suas obras, no Céu como na Terra: - tal é a lei da Justiça Divina. [4]





Jorge Hessen





Fonte do Texto e da Gravura:
ARTIGOS ESPÍRITAS - JORGE HESSEN
https://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com.br/




Referências bibliográficas:

[1] Pereira, Ivone. Dramas da Obsessão, ditado pelo espírito Bezerra de Menezes, RJ: Ed. FEB, 2004

[2] Expressão hinduísta exprimindo o efeito que nossas ações geram no futuro (tanto nesta como em outras encarnações) 

[3] Kardec, Allan. O Céu e o Inferno, As penas futuras segundo o espiritismo, seção: código penal da vida futura, RJ: Ed. FEB 1977

[4] Idem

SIGNIFICADO MAIS PROFUNDO DA VIDA

Nesta longa jornada chamada vida, você deve viajar com menos bagagem (desejos). Daí a citação: "Menos bagagem, mais conforto, faz da viagem um prazer". Assim, a partir de hoje, pratique e adote a nobre máxima do limite aos desejos. Aspire abreviar seus desejos diariamente. Você está sob a noção equivocada de que a felicidade reside na satisfação dos desejos. Mas, na verdade, a felicidade começa a despontar quando os desejos são totalmente erradicados. Quando reduz seus desejos, você avança rumo ao estado de renúncia. Você tem muitos desejos. O que obtém deles? Você é obrigado a enfrentar as consequências quando imagina algo como seu. Quando reivindica um pedaço de terra como seu, então você terá de fazer a colheita. Esse instinto de ego e apego o colocará em sofrimento. Você será feliz no momento em que desistir do ego e do apego. (Discurso Divino, 14 de março de 1999)

Os Vedas nos ensinam que nosso coração é como um céu e, no céu de nosso coração, a mente é a lua, os olhos e a inteligência são como o Sol. No céu do seu coração, trate seus pensamentos como nuvens passageiras. Se no céu de seu coração há milhões de nomes do Senhor brilhando como estrelas, e sua mente brilhando como a lua, então você está bem posicionado para alcançar a felicidade. A felicidade é a união com Deus. Treine sua mente para ser como a lua cheia e purifique seu coração. O Senhor Krishna deseja que você mantenha sua mente pura e aceite a verdade e a honestidade como seus princípios de vida fundamentais. Nossa própria conduta é responsável pela decadência ou o envelhecimento do nosso corpo. Nossos desejos conduzem nosso comportamento. Não viva no mundo para simplesmente satisfazer seus desejos. Dor e prazer são como nuvens passageiras que se movem em nosso coração. Então, trate-os como tal, e nada mais. (Rosas de Verão nas Montanhas Azuis 1976, Capítulo 11)

Quando você se torna consciente da luz, adquire sabedoria e percebe o sentido da existência, você é transportado da agonia ao êxtase. Luz aqui não significa a luz do Sol, da Lua ou da lâmpada, mas a do coração. A sabedoria não se refere ao conhecimento científico, mas à iluminação provocada pela transformação do coração. E quanto à existência? A consciência da sua verdadeira realidade é o sentido apropriado da existência. A consciência de sua realidade está na percepção de que você não é o corpo, a mente ou os sentidos. Verdadeira realização consiste em compreender o fato de que você é fundamentado em um princípio transcendental que ultrapassa os limites da matéria. Deve-se investigar seriamente a presença da Divindade na vida humana. A consciência do próprio dever da pessoa é o mesmo que a consciência da Divindade na vida humana. (Chuvas de Verão, Capítulo 1, 20 de maio de 1996)

Para um observador superficial, a vida parece girar em torno de comer e beber, trabalhar e dormir. Mas, na verdade, a vida tem um significado muito mais profundo. A vida é um sacrifício (yajna). Cada pequeno ato é uma oferenda ao Senhor. Se os seus dias forem gastos em obras realizadas neste espírito de entrega, seu sono será uma imersão total na Consciência Divina (Samadhi)! A maioria das pessoas comete o grande erro de identificar-se com o corpo e elas acumulam uma variedade de coisas para sua manutenção e conforto. Quando o corpo se torna fraco e decrépito com a idade, elas ainda tentam reforçá-lo por um meio ou outro. Por quanto tempo pode a morte ser adiada? Quando o mandado de Yama (Senhor da Morte) chega, todos devem sair. Posição, orgulho e poder - todos desaparecem diante da morte. Lembre-se, você não é esse corpo! É seu veículo para servir a todos. Percebendo isso, esforce-se dia e noite, com pureza no corpo, mente e espírito, para realizar o Eu Superior. (Prema Vahini, Capítulo 6)




Sathya Sai Baba






Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Tumblr.com