terça-feira, 14 de dezembro de 2021

A VIDA É FEITA DE TROCAS


Aquilo a que chamamos “vida” não é outra coisa senão o resultado das trocas que nós fazemos com a natureza. A vida é toda feita de trocas. As manifestações mais evidentes disso são a alimentação e a respiração, e, se estas trocas forem impedidas, segue-se o enfraquecimento, a doença e a morte. Mas as trocas que é preciso fazer para viver não se limitam a alimentar-se e a respirar. Ou antes, pode dizer-se que elas consistem em alimentar-se, mas não unicamente no plano físico. Respirar é também uma maneira de se alimentar. A nutrição é o símbolo das trocas que nós fazemos com as diferentes regiões do universo para alimentar não só o corpo físico, mas também os nossos corpos sutis: os corpos etérico, astral, mental, causal, búdico e átmico. Quando compreenderdes como é possível encontrar nas diferentes regiões do espaço o alimento que convém aos vossos diferentes corpos, sentireis o universo como uma imensa sinfonia. Mas é preciso que comeceis por restabelecer as comunicações para que as correntes de energia possam circular entre o universo e vós, e o restabelecimento dessas comunicações só pode ser feito com um trabalho do pensamento.



Omraam Mikhael Aivanhov




Fonte: Fascículo nº 4 - O HOMEM NO ORGANISMO CÓSMICO - Cap. 9 - 1ª parte
https://publicacoesmaitreya.pt/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DEPENDÊNCIA DO SISTEMA


"Você precisa entender: a maioria das pessoas não está preparada para despertar. E muitas delas estão tão inertes, tão desesperadamente dependentes do sistema, que irão lutar com todas as suas forças para protegê-lo".



Morpheus, em Matrix



Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/matriz-comunica%c3%a7%c3%a3o-programas-pc-2953869/

O AMOR DIVINO NO MAIS PROFUNDO INTERIOR HUMANO


São João da Cruz explica, detalhadamente, como a alma deve se comportar para aceitar esse grande dom de Deus e fazer uso dele sem estragar a obra divina. É muito importante ter orientação e instrução adequadas nos caminhos da oração contemplativa. De outro modo, seria quase impossível evitar erros e obstáculos. A razão para isso é que, independentemente de quão boas sejam as intenções da alma, a insensibilidade e a incompetência que lhe são naturais impedem-na de perceber plenamente o significado da delicada operação realizada pelo Amor Divino em seu mais profundo interior. Ela está, assim, impedida de cooperar com a ação divina.

A coisa mais importante de todas é alcançar alguma percepção do que Deus está realizando em nossa alma. Aprender o tremendo valor dessa obscura luz da fé, que às vezes nos crucifica e escurece e esvazia a mente de todas as convicções naturais e leva a alma a domínios desconhecidos, para então conduzi-la ao limiar de um verdadeiro contato experimental com o Deus vivo. São João da Cruz não hesita em dizer que as trevas são causadas pela presença de Deus no intelecto, cegando nossas potências finitas pelo brilho de sua realidade e verdade infinita.



Fr. Thomas Merton, OSB




Fonte: do livro  "A Experiência Interior", Martins Fontes, 2007) p. 137
Via: Associação Thomas Merton - https://merton.org.br/
Fonte da Gravura: https://www.cathopic.com/search/juan%20de%20la%20cruz

SERÁ QUE TUDO É SOFRIMENTO?


"Buda somente quer que nós reconheçamos o sofrimento quando o mesmo estiver presente."

Se não estivermos atentos à forma como praticamos, podemos ficar propensos a transformar as palavras do nosso professor numa doutrina ou ideologia.

Como Buda disse que a Primeira Nobre Verdade é o sofrimento, muitos bons alunos dele usaram suas habilidades para provar que, na Terra, tudo é sofrimento. A teoria dos Três Tipos de Sofrimento foi uma dessas tentativas. Não é um ensinamento de Buda.

O primeiro tipo de sofrimento é “a dor do sofrimento” (dukkha dukkhata), o sofrimento associado a sentimentos desagradáveis, como a dor de dente, a dor de perder a calma, ou a dor de sentir muito frio num dia de inverno.

O segundo tipo de sofrimento é “o sofrimento de coisas compostas” (samskara dukkhata). Tudo o que se junta tem que, eventualmente, se separar; portanto, todos os fenômenos compostos são descritos como sendo sofrimento. Mesmo aqueles fenômenos que ainda não se decompuseram, como as montanhas, os rios e o sol, são vistos como sofrimento, pois irão eventualmente se decompor um dia e causar sofrimento. Quando você acredita que todo fenômeno composto é sofrimento, como pode encontrar alegria?

O terceiro é “o sofrimento associado à mudança” (viparinama dukkhata). O nosso fígado pode estar hoje em boas condições, mas quando envelhecer vai nos causar sofrimento. Sendo assim, não há motivo para celebrar a alegria, uma vez que, mais cedo ou mais tarde, a mesma se transformará em sofrimento.

O sofrimento é uma nuvem negra envolvendo tudo. Alegria é uma ilusão. Somente o sofrimento é real.

Ao lermos isso, poderíamos pensar que Buda estivesse nos oferecendo a teoria de que “todos os fenômenos são sofrimento”, que devemos prová-la em nossa vida diária.

Mas em outras partes dos mesmos sutras, está dito que Buda somente quer que nós reconheçamos o sofrimento quando o mesmo estiver presente, e que reconheçamos a alegria quando o sofrimento estiver ausente.



Thich Nhat Hanh




Fonte: do livro "A Essência dos ensinamentos de Buda"
Via: Sobre Budismo - Sabedoria budista para o cotidiano
https://sobrebudismo.com.br/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/illustrations/buda-medita%c3%a7%c3%a3o-ioga-espiritual-paz-6798082/