terça-feira, 13 de novembro de 2012

DIRIGINDO CORRETAMENTE OS PENSAMENTOS


(...) Sendo o homem racional e portanto uma criatura pensante, nada há de mais meritório para seu ser que dirigir e empregar corretamente seus pensamentos; disso depende tanto a sua utilidade para os outros quanto seu próprio benefício presente e futuro em todos os respeitos.

A consideração deste assunto me tem obrigado a lamentar a infelicidade da humanidade, a qual, por fazer uma grande mistura e confusão de pensamentos, não tem sido capaz de fazer um julgamento seguro ou amadurecido das coisas.

A isto se devem as várias incertezas e confusões que vemos no mundo, e o zelo sem temperança que as ocasiona. A isto também, se deve atribuir o conhecimento imperfeito que temos das coisas, e o lento progresso que fazemos na obtenção de um conhecimento melhor (...).

Clareia, portanto, tua mente, organiza e dirige corretamente teus pensamentos e ganharás tempo, discernirás e farás bem teu trabalho; pois teu julgamento será claro, tua mente livre e tuas faculdades fortes e regulares. (...)


William Penn



Fonte: dos escritos Rosacruzes (Ordem R+C AMORC)
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

EU SOU O PRINCÍPIO DA VIDA, AMOR E PODER


EU SOU O QUE O CRIADOR É. LOGO:
EU SOU O PRINCÍPIO DA VIDA, AMOR E PODER.

Cada filho de Deus tem a consciência que é onipresente e individualizada. NÃO É CERTO que Deus atua de acordo com sua PRÓPRIA VONTADE NA VIDA DE UM SER OU UM POVO. Deus é o PRINCÍPIO DA VIDA em cada mente individualizada e revestida de personalidade. Então, a personalidade é o veículo para o uso e expressão desta Poderosa Individualização, que é a Vontade de DEUS, ou seja o nosso livre-arbítrio. O mal somente se manifesta por nossa direção consciente. Meditemos nisto: A VONTADE LEI DE DEUS É UMA PARA TODOS OS MUNDOS E SERES; SÓ O HOMEM COM SUA MENTE CONSCIENTE PODE DESOBEDECER A LEI, PRIMEIRO PELO PENSAMENTO QUE SEMPRE PRECEDE AO ATO E LOGO PELA REPETIÇÃO DO ATO QUE FORMA O CARÁTER E O DESTINO DO HOMEM. Estes pensamentos e atos voluntários que desobedecem à LEI são os que causam as desgraças, as enfermidades e a desarmonia que aprisionam o — EU SOU — (temporariamente) e impedem que ELE EXPRESSE SUA VONTADE no homem. "VENHA A NÓS O TEU REINO (primeiramente) E FAÇA-SE TUA VONTADE".


Dr. Jorge Adoum .'.
Fraternitas Rosicruciana Antiqua

Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

INFLUÊNCIAS


Por vezes, sem saberdes porquê, vós sentis subitamente uma alegria ou um desgosto. Há várias explicações possíveis para isso, mas vou dar-vos uma em que certamente não pensastes. Por certo já vos aconteceu passar na rua por alguém cujo rosto atraiu o vosso olhar e a quem enviastes espontaneamente um pensamento, um raio de amor... Essa pessoa nem sequer se apercebeu de que olhastes para ela, mas recebeu aquilo que lhe enviastes de bom através dos vossos olhos e beneficiou dos seus efeitos. Quando sentis subitamente uma alegria, talvez tenha sido uma entidade do mundo invisível que, ao passar, vos dirigiu o seu olhar projetando o seu amor sobre vós, e o vosso coração foi tocado. Onde quer que nós estejamos, estamos sempre rodeados por uma multidão de seres visíveis e invisíveis e recebemos ora coisas boas, ora coisas más, o que explica muitos dos nossos diferentes estados. O Sol, que nos olha todos os dias, também nos envia ondas vivificadoras. E como ele é uma imagem de Deus, o nosso Sol espiritual, devemos tornar-nos conscientes de que, através do Sol, é Deus que olha para nós. Amar Deus é apresentar-se todos os dias diante d’Ele para receber o seu olhar.


Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

AKHENATON - ARAUTO DO CRISTO CÓSMICO NO EGITO

A Oitava Dinastia culminou na História Egípcia como um mundo poderoso. Sob o brilhante Faraó Amenophis III a dominação egípcia se estendia à Síria e Mesopotâmia. Tributos provenientes de cidades costeiras do Mediterrâneo enchiam rapidamente os cofres e a riqueza facilmente adquirida corrompia tudo que tocava.

Akhenaton não é lembrado pela riqueza, nem pelo poderio militar egípcio. Não valorizava nada disto, nem mesmo se contentava em predicar os cânones consagrados como verdade pela casta sacerdotal dominante. Viveu a vida de um sábio enquanto ocupava o trono.

A história das religiões nos informa que sempre quando uma nação atinge seu Zenith em prestígio e poder mundano, a religião dominante do referido período se cristaliza em formas convencionais quase totalmente desprovida de iluminação espiritual; e sempre um mensageiro é enviado pela Hierarquia Invisível para desobstruir o caminho. Segundo Corinne Heline tal condição prevalecia naquele período, vindo Akhenaton promover uma nova era de pensamento espiritual.

Os primeiros reis Egípcios foram Iniciados pelos Mestres Atlantes que oficiavam os vários graus de Iniciação no Templo de Mistérios da Grande Pirâmide. Posteriormente um elaborado cerimonialismo foi desenvolvido e transmitido em benefício das massas, mas o verdadeiro trabalho iniciático estava reservado à linhagem sacerdotal e à casa real, sendo tais privilégios transmitidos hereditariamente. Os faraós primitivos eram portadores da luz espiritual , sendo chamados de “Filho do Sol”, que designa Horus encarnado. O Templo de Heliópolis era o centro focal desta antiga Escola Iniciática, cujas raízes procedem do período primordial do Egito.

Segundo a Escola de Heliópolis, “Aton ou o Sol é o corpo físico do Logos diretor de nosso sistema solar emanado do Logos Universal. O globo solar, fonte de luz, calor e vida, é o transmutador prodigioso que recolhe as vibrações transcendentes da Divina Fonte, criadora de mundos, e as transforma em forças mentais, vibrações construtoras do Cosmos e energias vitais, que verte sobre os astros opacos que a ele estão subordinados. Assim fecunda nossa terra, virgem e mãe, sem tocá-la nem manchá-la. O Sol é a imagem viva da Divindade. Resplandece com a ofuscante luz da Verdade Absoluta. É o Senhor da Natureza”.

Tais verdades sagradas, esquecidas pela grande maioria foi preservada por muito poucos na época da Oitava Dinastia. Um sacerdócio rival, que colocava a política acima da espiritualidade e praticava grotescas formas de magia e feitiçaria derivadas de antigos cultos remanescentes, usurpara o prestígio e o poder que formalmente detinha o Templo de Heliópolis. As injustiças e crueldades impostas ao povo estão reportadas no Livro do Exodus. O principal Templo consagrado ao Deus Amon localizava-se em Thebas. O culto ganhou ascendência com Amenhotep III, refém político do sacerdócio de Amon, que restaurou o Templo de Luxor e construiu muitos outros templos consagrados a Amon. O Templo de Karnac, o grande Centro Esotérico, que perpetuava a tradição oculta do período Atlante se tornaria a mais magnífica ruína do mundo. O sacerdócio de Amon gradualmente conferiu a si mesmo o título de Deus de Heliópolis e, como Amon-Ra, ascendeu à supremacia como o Culto do Estado.

O alto-sacerdote de Amon-Ra era geralmente o Grande Vizir (primeiro-ministro) do Egito e frequentemente ultrapassava o próprio rei em poder e prestígio. Sua corte comportava hierarquias de sacerdotes a ele subordinado, que recebiam extraordinários privilégios.

Foi no meio deste cenário decadente que Akhenaton, um dos Irmãos Maiores, foi enviado para reacender a tocha espiritual que havia sido apagada pela idolatria, pelo luxo e pelo abuso de poder tanto da Igreja quanto do Estado. Em seu estudo sobre a XVII dinastia (1375-1358), Arthur Weigall escreve:

“Akhenaton foi o primeiro ser humano que possuiu o sentido do divino; o primeiro que enquanto o fragor das guerras dominava o mundo, predicou a paz, a simplicidade e a honradez; o primeiro que professou o amor à Humanidade, e o primeiro que livrou seu coração da queda na barbárie.”

“Como um raio de ofuscante luz na noite dos tempos, Aton, O Sol, símbolo do Deus verdadeiro, destaca-se por um instante no seio da escuridão egípcia e, mais uma vez, desaparece prenunciando as futuras religiões monoteístas ocidentais. Poder-se-ia crer que o misericordioso o Deus todo-poderoso teria se revelado, por alguns instantes ao Egito. Nenhum homem cuja mente esteja livre de preconceitos poderá ignorar a íntima semelhança dos ensinamentos de Cristo na religião de Akhenaton, tanto quanto em Abraham, Isaac e Jacob. A fé do patriarca é a linear ancestralidade da fé Cristã; porém o credo de Akhenaton é seu protótipo isolado. O Altíssimo Deus por um instante revelou-se a Si mesmo ao Egito, onde foi mais claramente interpretado que o fora na Síria ou na Palestina antes do advento de Cristo”.

Segundo Corinne Heline, a preparação para o nascimento de um Grande Avatar deve começar com seus avós. Tal postulado está exemplificado na vida de Akhenaton, que teria sido escolhido para ocupar o trono através da mediação da Esfinge. A Grande Esfinge de Gizeh e a Grande Pirâmide eram câmaras iniciáticas sob a guarda dos sacerdotes de Heliópolis, sendo o alto sacerdote conhecido como “o Profeta Clarividente”. Thutmose IV, que reinou de 1420 a 1411 a.C., avô de Akhenaton foi consagrado pelos sacerdotes de Heliópolis como “Filho de Aton que purifica Heliópolis e satisfaz Ra”. Akhenaton foi ativo na restauração da Esfinge.

Após a transição de Thutmosis IV ao Oriente Eterno, seu filho Amenhotep III assumiu o trono (1411 a 1375), conduzindo o Egito ao pináculo da glória material. Durante o reinado destes dois Faraós, a corte do Egito atraiu grande número de homens sábios e instruídos; entre os quais Amenhotep - Filho de Hapu - venerado por gerações como um santo e porta-voz dos Deuses. Ele era um dos articuladores da restauração do Templo de Heliópolis. Com Amenhotep IV (Akhenaton), sua influência foi marcante. Outro homem sábio tinha o nome de Ywaa, tinha uma filha chamada Tiy, que casou-se com Amenhotep III, tornando-se a Rainha Tiy (Taia), a mais brilhante e famosa das rainhas egípcias e mãe de Akhenaton.

A influencia da família materna é muito clara na vida de Akhenaton. A mãe de Amenhotep III recebera uma visão anunciatória do Deus Amon, e seu filho justificou sua visão em todos os aspectos. Em vez de seguir os passos de seu tolerante e político pai, Amenhotep III, caminhou em outra direção influenciado pela família materna e amigos de procedência Síria. Tanto a rainha, quanto seu sogro estavam engajados na preparação do advento do Cristo Cósmico.

Cerca de 1300 anos antes da era cristã, Akhenaton protagonizou como Cristo, uma vida como portador de Luz, recebendo como troca traições e perseguições. A bondosa rainha Tiy e seu santo pai, prepararam o jovem para a nobre missão, aconselhando-o a restaurar o Santo Culto de Heliópolis preferencialmente ao Culto a Amon - que, apesar de patrocinar a Casa Real, nunca ganhou totalmente os corações dos devotos de Ra e Ptah.

Reportando-se aos registros akásicos, afirma Corinne Heline: “Ainda que suas ideias ultrapassavam as de sua época, não intimidou-se a afirmá-las e pô-las em prática. Ainda hoje as modernas nações encontram dificuldade de praticar a doutrina da fraternidade entre os homens acima dos sectarismos de nacionalidade. Akhenaton não foi apenas um vanguardista de sua própria era; ele foi o precursor de sucessivas eras. Seu ideal ainda não foi atingido, ainda que seu eco se repita na boca de muitos sábios.”

O intervalo compreendido entre os treze e quatorze anos, é sempre um tempo marcante na vida de um Grande Mestre, sinalizando a direção que irá escolher em seu caminho. Este significante período em sua vida brindou o casamento de Akhenaton com Nefertiti e sua ascensão ao trono.

Nefertiti significa a personificação da beleza. Esta bela e bondosa rainha foi uma alma madura e devota colaboradora no esplendido trabalho de Akhenaton pelo povo egípcio. Foi muito admirada tanto por seu nobre caráter quanto por sua rara beleza. Ela compartilhou toda a gloriosa carreira espiritual de seu marido e sua existência foi marcada tanto pela inteligência como pela bondade e devoção.

Akhenaton não desperdiçou nenhum tempo no exercício de sua missão. Como o Mestre Jesus, mediador do Logos Solar, se ocupou desde cedo nos “negócios do Pai”. Instituiu reformas baseadas nos princípios fundamentais do Culto Solar de Heliópolis, porém numa oitava acima ou numa nova espiral. No quinto ano de seu reinado, com apenas dezesseis anos, eliminou o antropomorfismo, destruindo as estrelas erigidas em homenagem a Amon, sacrificando até as obras realizadas por seu pai. O Sol foi saudado como o símbolo de um Deus que amava todas as nações, que desejava a paz em vez de guerras, a irmandade entre as nações em vez de uma nação conquistar a outra. Seus hinos declaram que Deus é um Ser invisível que não pode ser representado por imagens; que Ele é o Deus de todas as nações; que Ele ama todos os homens em igual proporção; que Ele é o Criador, Preservador e Misericordioso Pai da humanidade e de todas as criaturas viventes.

“Quão múltiplas são as tuas obras!
Elas estão ocultas aos homens, Ó Deus único, a quem nenhum outro se compara. Criaste a Terra segundo o teu coração.”

Sua implicação com a Verdade está registrada num de seus decretos: “Este é o juramento que desejo proclamar, conforme a Verdade, e do qual, por toda a eternidade, jamais direi que é falso.”

Apesar de sua juventude, era sábio na sabedoria do espírito. Seu corpo era delgado e frágil, sua natureza era serena e gentil, seu temperamento era pensativo e estudioso. Adorava contemplar as belezas da natureza, e sua face se transfigurava em êxtase espiritual. Era reverenciado e adorado por seu povo, sendo chamado carinhosamente de “Senhor do Sopro da Doçura”.

De dezessete aos dezenove anos devotou-se completamente à nova religião. Rompeu com o sacerdócio de Amon-Ra e decidiu mudar a Corte para um lugar virgem, à beira do deserto, “que não pertencesse a algum deus ou deusa, príncipe ou princesa, e do qual ninguém pudesse reclamar a propriedade. Em 1370 a.C., acessorado pelo arquiteto Bek, construiu a nova capital em El Amarna, na planície de Hermópolis a uns trezentos kilômetros ao sul de Heliópolis, rompendo com a tradição religiosa de Tebas.

Reportando-se aos registros akásicos, Corinne Heline relata que “nenhuma utopia visualizada em nossa presente época poderia exceder em beleza a adorável cidade construída pelo jovem rei e chamada Akhetaton (Horizonte do Sol), atualmente Tell-el-Amarna. Ela foi dedicada à Luz, e a reverente comunhão com a natureza era essencial ao trabalho espiritual”.

Ao inaugurar a nova cidade, o jovem Faraó declarou: “Aton meu Pai que concebeu esta cidade; nenhum nobre me conduziu à ela; nenhum homem em toda a face da terra me guiou; Aton, meu Pai, mandou-me contruí-la. A Cidade do Horizonte, como o Sol no céu será eterna. Aos 21 anos sua residência foi fixada em Akhetaton. Mudou seu nome para Akhenaton (Aquele a quem Aton se satisfaz ou glória de Aton) e acrescentou um título usado até a sua morte: “Vivendo na Verdade”.

Por cerca de quatro anos prosperou o novo regime. Na beleza e na paz de sua santa cidade, Akhenaton concentrou sua energia na causa de Aton, porém , impaciente com a lenta conversão de seu povo, usou seu poder como Faraó para forçar a devoção a Aton em todo o Egito, o que provocou o antagonismo dos cultos rivais, principalmente a conspiração do sacerdócio de Amon, que fora hegemônico .

Akhenaton foi um Iniciado nos Mistérios Solares. Tal Iniciação era uma prerrogativa dos Faraós, apesar de que nem todos eles atingissem a mesma expansão de consciência. Alguns instrumentavam os poderes conquistados para manter sua autoridade sobre a nação e adquirir cada vez mais fortuna. Akhenaton foi totalmente na direção oposta. Ele só desejava estabelecer a beleza, a paz e a fraternidade sobre a terra. Fez do Sol Alado o símbolo da manifestação do Verbo, exaltou o valor da Verdade e exigiu uma moral mais humanitária.

“As asas estendidas do astro mítico, da fênix - diz Schuré - se abrem horizontalmente. Duas serpentes entrelaçadas e enroladas ao disco se erguem ladeando-o com suas cabeças vigilantes. Este é o signo de Hórus, o Verbo Solar, o Deus manifestado, o Apolo egípcio, símbolo capital e central desta religião que evoca o Deus que vive através do homem e da natureza. Seu curso ilustra as viagens da alma e a evolução do Universo. As duas serpentes, cujas cabeças se lançam fora do circulo do Infinito e que se encontram no caduceu do Hermes grego, personificam os dois movimentos do Espírito Eterno: sua aspiração e sua expiração. Uma insufla sua vida a todas as formas da matéria; outra, absorve as almas que retornam ao sol divino. O Sol alado de Hórus só tem um significado. Sua voz viril ressoa com a língua universal dos símbolos e domina aos demais como acorde perfeito que sintetiza todas as harmonias, e diz: O Espírito é Um; a Alma, que anima a carne, é imortal, e sua vida através dos mundos se denomina Ressurreição”.

Akhenaton proibiu que Aton fosse idolatrado através de imagens. Simbolizou-o como um disco solar irradiando raios de luz . Dirigiu a atenção do povo ao “Calor que está no Sol”, que representa o Cristo Cósmico, o Espírito Invisível e interno do Sol, que existe atrás do esplendor externo do Sol. Ao círculo interno Akhenaton se refere ao Sol Espiritual, não como “Aton”, mas como o “Mestre de Aton”. Mais tarde substitui a palavra Calor por Resplendor.

Akhenaton era tanto poeta quanto místico. Seus hinos podem ser comparados com os salmos de David, no Antigo Testamento. No Salmo XXIII, David canta: “O Senhor é meu pastor; nada me faltará”. Muito antes Akhenaton cantara: “ Não há pobreza para quem descansa no coração do Senhor”. “Aton vivo ao lado do qual não há nenhum outro”.

“Os antigos Templos Egípcios eram lugares fechados com muitas câmaras subterrâneas. Akhenaton concebe o culto a Aton como uma religião de luz e seus Templos se tornam emblemáticos deste fato. Delicados e graciosos em estrutura, abertos em todos os lados à luz solar e irradiando cor e fragrância, tais estruturas exemplificaram o espírito do Faraó ensinando que o homem está mais próximo de Deus quando mais próximo da natureza. Na vasta área externa do Templo de Aton, decorada com os sete tons da escala cromática, eram observados os cerimoniais da aurora e do místico por do sol, oficiando o próprio Faraó o ritual. Na parte menor e mais interna do Templo eram oficiados os ritos mais esotéricos de consagração, oficiados pela Rainha Nefertiti”, relata Corinne Heline. Os modernos ocultistas atentos aos ritmos da natureza sabem que a polaridade das forças liberadas na aurora do Sol é positiva ou masculina enquanto aquelas relativas ao por do sol são negativas ou femininas.

Da mais antiga dinastia procede ao eco de um cerimonial solar: “Ó Senhor, Que é coroado o rei dos deuses, faça o espírito de minha alma glorioso; faça Senhor o espírito de meu coração divino.” “No impressionante Ritual da Litania Solar“, escreve Corinne Heline, “que se refere ao trabalho dos nove graus dos Mistérios Menores, o alto-sacerdote, conduzindo uma estrela luminosa em cada mão, é seguido pelos aspirantes em uma procissão, cantando eles nove vezes em uníssono: “Abra-me o Caminho da Paz , da Verdade e da Justiça“. O hino do sol poente era cantado em tonalidade menor, enquanto que o hino do sol nascente era cantado em tonalidade maior. O Coral Aleluia, de o "Messias" de G. F. Haendel foi inspirado nestes majestosos e exultantes cantos que ecoam através dos séculos do Antigo Egito.

Com Akhenaton floresceram as artes e as ciências. Seu amor à natureza é comparado ao de São Francisco e seu sacerdócio inspirou a original Ordem fundada por São Francisco de Assis, que também pretendia restaurar a devoção ao Logos Solar, eclipsada pela opulência da Igreja Católica.

A universalidade de sua religião e a proibição da idolatria acabou provocando rebeliões internas, comandadas pelos sacerdotes tebanos e invasões externas, reduzindo o império a uma pequena faixa.

“Se algum homem deseja me seguir, que pegue a sua cruz e me siga”, disse Cristo a seus Doze Discípulos; porém tais palavras pertencem a todos os Grandes Mestres que foram enviados como portadores de Luz. Akhenaton também vivenciou a Agonia do Jardim do Gethsemane quando viu a bela e pacífica capital de Império, a cidade idealizada como a capital de um mundo governado e regulado pelo amor e sabedoria divina - cercada por forças malignas. O Egito não estava preparado para realizar seu sonho, amigos íntimos desertaram a cidade de amor e paz, muitos de seus soldados se juntaram aos exércitos inimigos e seus mais íntimos discípulos também dormiam, quando o Iluminado Mestre vivenciava sozinho seu Gethsemane.

Com o colapso do Império seu ardente coração cessou de bater, e sua missão terrestre como Mensageiro do Logos Solar, o Cristo Cósmico chegava ao fim.

Seu corpo mumificado depositado numa urna dourada foi colocado numa tumba em um monte especialmente preparada para ele. Aos seus pés foi colocado um de seus salmos:

"Eu respiro a doce fragrância que procede da boca do Senhor. Eu contemplo a Sua beleza todos os dias. É meu desejo poder ouvir a Sua doce voz, até mesmo nos ventos que sopram ao norte, que meus lábios possam ser rejuvenescidos com vida através do amor a Ti. Dê-me Tuas mãos, cubra-me com Teu Espírito. Que eu possa recebê-Lo e viver por Ele. Confira eternidade ao meu nome que jamais perecerá."

Pouco tempo após após a sua morte física seu trabalho foi destruído. Sua adorável cidade se tornava uma ruína e sua Corte retornava à Tebas, onde florescia novamente o culto a Amon-Ra e o poder de seu sacerdócio. Seu nome foi proscrito e sua memória amaldiçoada. Ele que tinha vindo com um sonho de fraternidade era lembrado como um herético e criminoso. O Karma Coletivo de um povo que rejeita um Mensageiro enviado pelo Governo Invisível é sempre muito difícil. Tanto a antiga quanto a história moderna registram de várias formas a lei inexorável por trás destes fatos. Como descreve uma profecia de Hermes, o Egito, a projeção dos céus, o santuário do mundo seria abandonado pelos deuses, e entregue a alienígenas, reduzindo-se sua gloriosa história a lendas sujeita a incredulidade dos homens...

Poucas almas sintonizadas com o espírito de amor de Akhenaton perpetuaram suas ideias nas tradições esotéricas e nas religiões monoteístas do Ocidente. O Departamento de Cura de Mt. Ecclesia, construído em forma de cruz, com um mandala representando uma rosa ao centro, circundado por um pentagrama formado por folhagens e cercado de rosas, na Terra onde a Águia bate as suas asas, constitui um renascimento do culto ao Logos Solar, o Cristo Cósmico, que viria a se manifestar plenamente na terra através do Mestre Jesus, que foi preconizado em toda a sua glória pelo Glorioso Akhenaton, o Faraó do Sol.

“Acrescenta meu amor por Ti Senhor, para que eu possa servir-Te de melhor forma cada dia. Faça com que as palavras de meus lábios, e as meditações de meu coração sejam gratas aos Teus Olhos. Ó Senhor, minha força, meu Redentor”.

Esta oração dedicada pelo Mestre Max Heindel ao Cristo Cósmico tem seu protótipo nos Salmos de Davi, inspirados nos hinos de Akhenaton.



Alexandre Passos (F. R+C. M. H.) 
(Baseado na Obra de Corinne Heline) 



Fonte: http://correiorosacruz.netfirms.com/
Fonte da Gravura: http://www.mistrealm.com/Akhenaton/Akhenaton.html

A IGREJA CATÓLICA E A REENCARNAÇÃO

O Concílio de Constantinopla – 553 D.C

Até meados do século VI, todo o Cristianismo aceitava a Reencarnação que a cultura religiosa oriental já proclamava, milênios antes da era cristã, como fato incontestável, norteador dos princípios da Justiça Divina, que sempre dá oportunidade ao homem para rever seus erros e recomeçar o trabalho de sua regeneração, em nova existência.

Aconteceu, porém, que o segundo Concílio de Constantinopla, atual Istambul, na Turquia, em decisão política, para atender exigências do Império Bizantino, resolveu abolir tal convicção, cientificamente justificada, substituindo-a pela ressurreição, que contraria todos os princípios da ciência, pois admite a volta do ser, por ocasião de um suposto juízo final, no mesmo corpo já desintegrado em todos os seus elementos constitutivos.

É que Teodora, esposa do famoso Imperador Justiniano, escravocrata desumana e muito preconceituosa, temia retornar ao mundo, na pele de uma escrava negra e, por isso, desencadeou uma forte pressão sobre o papa da época, Virgílio, que subira ao poder através da criminosa intervenção do general Belisário, para quem os desejos de Teodora eram lei.

E assim, o Concílio realizado em Constantinopla, no ano de 553 D.C, resolveu rejeitar todo o pensamento de Orígenes de Alexandria, um dos maiores Teólogos que a Humanidade tem conhecimento. As decisões do Concílio condenaram, inclusive, a reencarnação admitida pelo próprio Cristo, em várias passagens do Evangelho, sobretudo quando identificou em João Batista o Espírito do profeta Elias, falecido séculos antes, e que deveria voltar como precursor do Messias (Mateus 11:14 e Malaquias 4:5).

Agindo dessa maneira, como se fosse soberana em suas decisões, a assembléia dos bispos, reunidos no Segundo Concílio de Constantinopla, houve por bem afirmar que reencarnação não existe, tal como aconteceu na reunião dos vaga-lumes, conforme narração do ilustre filósofo e pensador cristão, Huberto Rohden, em seu livro " Alegorias ", segundo a qual, os pirilampos aclamaram a seguinte sentença, ditada por seu Chefe D. Sapiêncio, em suntuoso trono dentro da mata, na calada da noite: "Não há nada mais luminoso que nossos faróis, por isso não passa de mentira essa história da existência do Sol, inventada pelos que pretendem diminuir o nosso valor fosforescente".

E os vaga-lumes dizendo amém, amém, ao supremo chefe, continuaram a vagar nas trevas, com suas luzinhas mortiças e talvez pensando - "se havia a tal coisa chamada Sol, deve agora ter morrido". É o que deve ter acontecido com Teodora: ao invés de fazer sua reforma íntima e praticar o bem para merecer um melhor destino no futuro, preferiu continuar na ilusão de se poder fugir da verdade, só porque esta fora contestada pelos deuses do Olimpo, reunidos em majestoso conclave.


Vivaldo J. de Araújo



Fonte: www.espirito.org.br
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/igreja-catedral-arquitetura-bancos-3481187/

SAFED, A CIDADE DOS LEGISLADORES E DOS MÍSTICOS


Safed é uma pequena cidade na Alta Galiléia, situada numa terra montanhosa, que é parte da Terra Sagrada consagrada nas Escrituras para a Tribo de Naftali. Foi lá que Rabi Yossef Caro escreveu no século XVI: "Após quase 500 anos vivendo no exílio e na perseguição, Ele, D'us, recordou a aliança feita com seus antepassados e os trouxe de volta do cativeiro nos quatro cantos do mundo e os assentou na Terra da Glória, na cidade de Safed, cobiçada por todos os povos". O impulso para se estabeleceram na "Terra da Glória", ao invés dos grandes centros comerciais da Europa, foi de ordem puramente religiosa. Depois das atividades sofridas na Espanha, um grande número de exilados emigrou para a Terra Santa, o país que desde os tempos dos profetas até Yehuda Ha Levi e do Gaon de Vilna, até Israel Baal Shem Tov, nos séculos XVIII e XIX, foi sempre considerada a grande matriz das "oportunidades espirituais".

Safed não é mencionada na Bíblia ou no Talmud. Ela começa a aparecer no início do século XVIII quando o viajante Samuel ben Shimshon escreve que encontrou uma comunidade com mais de 50 membros. Na última década do século XV surge o Rav Yossef Saragossi, onde fundou uma escola. No decorrer dos anos, Safed cresceu e chegou a ter vinte e uma sinagogas, dezoito colégios talmúdicos, vinte professores e quatrocentos alunos, mantidos pelos judeus ricos da Turquia. A cidade não apenas cresceu como se tornou um centro de excelência religiosa em Israel. Duas figuras foram especialmente proeminentes: Rav Yossef Caro e Rav Issac Luria, chefes da escola mística responsáveis pela fama que Safed adquiriu na história do judaísmo. Iossof Caro não é apenas o autor do Shulchan Aruch, "a mesa posta" um código que permite ao aluno compreender o significado de cada Lei, como também do monumental Beth Yossef.

Existe, porém uma outra personalidade em Safed que atingiu uma fama enorme na História do Judaísmo. Trata-se do Rabino Isaac Luria. Dele se conta que foi anunciado pelo Profeta Eliahu ao pai de Isaac, com as seguintes palavras: "Saiba que o Santo, bendito seja, o abençoou e que sua mãe, com a mulher de Abraão te dará um filho que se chamará Isaac e que terá o poder de redimir muitas almas. Através dele será revelada a Cabalá do Povo de Israel." Desde cedo o jovem Luria revela-se como um dedicado aluno da Torá. Aos oito anos espantava e maravilhava os rabinos com os seus conhecimentos do Talmud. Teve como mestre o famoso Rabino Bezalel Askenazi, autor do Shibtah Melanbezet. Aos quinze anos casou-se com a filha do seu benfeitor, o rico Mordechai Francis, no Cairo.

Conta a lenda que um dia apareceu um estranho que resolveu rezar na Sinagoga de Luria. Ele se sentou numa cadeira do lado oposto de Luria e começou rezar de um manuscrito que tinha nas mãos e que não acompanhava o Sidur normal da comunidade. Claro está que a curiosidade despertou em Luria a vontade de dar uma vista de olhos naquele estranho livro e qual não foi a sua surpresa ao verificar que o manuscrito continha os grandes mistérios da fé. Respondendo às indagações de Luria, o estranho lhe disse que era marrano e não sabia decifrar as palavras hebraicas, já que desconhecia o sentido de cada letra. Luria quis comprar o manuscrito que se revelou ser o Livro do Esplendor, o Sepher Ha-Zohar, que havia sido escrito por Shimon Bar Yohai, no século II.

Durante os oito anos seguintes Luria dedicou-se ao estudo da Cabalá e conta-se que teria recebido instruções do próprio Profeta Eliahu, ordenando-lhe que abandonasse o solo do Egito e fosse residir em Safed. Em Safed, Luria estreitou relações com estudiosos de grande sabedoria, como Joseph Caro, Cordovero e Joseph Askenazi. Com eles aprendeu a Teoria da Concentração, ou Tzimtzum, uma forma de entender o Universo, o Homem, as Criações Divinas e o Poder do Ente Supremo, autor de tudo que se encontra no céu, acima e na terra, em baixo. A linguagem usada para explicar os mistérios é repleta de metáforas. Por exemplo, a primeira manifestação do mais Oculto de todos os Ocultos, seria o Homem Original (Adam Kadmon), o arquétipo da Criação. Os cabalistas, porém, eram muito cautelosos nas interpretações dessas metáforas. O próprio Rabi Shimon Bar Yochai dizia que a metáfora do Adam Kadmon não deveria ser entendida em seu sentido literal. A Bíblia, quando fala de Adão, não especifica a sua anatomia: pernas, braços etc. Ele aparece como o Primeiro Homem, dotado das qualidades místicas que D'us lhe deu ao criá-lo.

Foi neste ambiente que Luria viveu em Safed, onde encontrou os dois homens que mais o impressionaram pela sua sabedoria: Caro e Cordovero. Por sua vez, eles encontraram em Luria um agente ágil e um sutil conhecedor e intérprete do Talmud e logo os três se tornaram grandes amigos. Conta-se que no casamento do filho de Luria com a filha de Caro, este ao voltar para casa, teria dito à esposa: É muito difícil para mim descrever o que aprendi dos segredos da Torá após ouvir o discurso de Luria no banquete. Nem mesmo um anjo saberia tanto quanto ele. Ele tem a alma dos antigos profetas.

O nome de Luria aparece, em geral, como ARI (leão), formando o anagrama das palavras hebraicas O Divino Rabi Isaac. Sua história é longa e rica demais para se enquadrar no espaço de um editorial. Mas, como final, queremos lembrar que, para Luria, uma das principais funções da vida era a oração. Através da oração o homem fica mais próximo de D'us. Cada palavra do ritual, cada letra, é um repositório de mistérios que vão além do seu sentido literal. E quando, durante as orações, a pessoa não se entrega devotadamente à oração que está pronunciando durante os serviços, ela se torna um grande obstáculo para a redenção de Israel.



Eliezer Burlá




Fonte: Or Torá Beth-El
http://www.riototal.com.br/comunidade-judaica/juda5a1.htm
Fonte da Gravura: https://www.flickr.com/photos/qu4ttrophoto/10958501096