terça-feira, 8 de julho de 2014

A EVOLUÇÃO DA FORMA

Toda forma que vês tem seu arquétipo no mundo sem-lugar. Se a forma se desvanece, não importa, permanece o original.

As belas figuras que viste, as sábias palavras que escutaste, não te entristeças se pereceram.

Enquanto a fonte é abundante, o rio dá água sem cessar. Por que te lamentas se nenhum dos dois se detém?

A alma é a fonte. Enquanto a fonte jorra, correm os rios. Tira da cabeça todo o pesar e sorve aos borbotões a água deste rio. Que a água não seca, ela não tem fim.

Desde que chegaste ao mundo do ser, uma escada foi posta diante de ti, para que escapasses.

Primeiro, foste mineral; depois, te tornaste planta, e mais tarde, animal. 

Como pode ser isto segredo para ti?

Finalmente foste feito homem, com conhecimento, razão e fé. Contempla teu corpo - um punhado de pó; vê quão perfeito se tornou!

Quando tiveres cumprido tua jornada, decerto hás de regressar como anjo; depois disso, terás terminado de vez com a Terra, e tua estação há de ser o céu.

Passa de novo pela vida angelical, entra naquele oceano, e que tua gota se torne mar, cem vezes maior que o Mar de Oman.

Abandona este filho que chamas corpo e diz sempre "Um" com toda a alma. 

Se teu corpo envelhece, que importa? Ainda é fresca tua alma.






Jalal Ud-Din Rumi






Fonte: do livro "Poemas Místicos", 
do poeta sufi/muçulmano, Jalal Ud-Din Rumi, Ed. Attar
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A MENTE DESPRENDIDA

A transformação do mundo é produzida pela transformação da pessoa, pois o ego é o produto e uma parte do processo total da existência humana. Para se transformar, o autoconhecimento é essencial; sem saber o que você é, não há base para o pensar correto, e sem conhecer a si mesmo, não pode haver transformação. A pessoa deve se conhecer como ela é, não como quer ser, o que é meramente um ideal e, portanto, fictício, irreal; apenas o que existe pode ser transformado, não o que você queria que existisse. Para se conhecer como se é, é preciso extraordinária vigilância da mente, porque o que é está constantemente passando por transformação, mudança; e para acompanhar isto calmamente a mente não pode estar presa a nenhum dogma particular ou crença, a nenhum padrão de ação particular. Se você quiser acompanhar alguma coisa, não é bom estar preso. Para conhecer a si mesmo, deve haver a conscientização, a vigilância da mente, em que há liberdade de todas as crenças, de toda idealização porque crenças e ideais apenas colorem, pervertendo a verdadeira percepção. Se você quer saber o que você é, não pode imaginar ou ter fé em alguma coisa que você não é. Se eu sou ganancioso, invejoso, violento, apenas tendo um ideal de não-violência, de não-ganância, é de pouco valor. A compreensão do que você é, o que quer que seja – feio ou bonito, mau ou pernicioso – a compreensão do que você é, sem distorção, é o início da virtude. Virtude é essencial pois ela confere liberdade.






J. Krishnamurti






Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

UMA TOMADA DE CONSCIÊNCIA (Saindo da pieguice religiosa, da caridade interesseira, da crença simplória e das falações emotivas)

O apego ao contingente, ao imediato, apaga na consciência dos nossos dias o senso de responsabilidade espiritual. Nem mesmo a ronda constante da morte consegue arrancar o homem atual da embriaguez do presente. O problema do espírito e da imortalidade só se aviva quando ligado diretamente a questões de interesse pessoal.

O católico, o protestante, o espírita se equivalem nesse sentido. Todos buscam os caminhos do espírito para a solução de questões imediatistas ou para garantirem a si mesmos uma situação melhor depois da morte. A maioria absoluta dos espiritualistas está sempre disposta a investir (este é o termo exato) em obras assistenciais, mas revela o maior desinteresse pelas obras culturais.

Apegam-se os religiosos de todos os matizes à tábua de salvação da caridade material, aplicando grandes doações em hospitais, orfanatos e creches, mas esquecendo-se dos interesses básicos da cultura. Garantem os juros da caridade no após-morte, mas contraem pesadas dívidas no tocante à divulgação, sustentação e defesa de princípios fundamentais da renovação da cultura planetária.

A imprensa, a literatura, o ensaio, o estudo, a fixação das linhas mestras da nova cultura terrena ficam ao deus-dará. Falta uma tomada de consciência, particularmente no meio espírita, da responsabilidade de todos na construção e na elaboração da Nova Era, que é trabalho dos homens na Terra.

Ninguém ou quase ninguém compreende que sem uma estruturação cultural elevada, sem estudos aprofundados no plano cultural, que revelem as novas dimensões do mundo e do homem na perspectiva espírita, o Espiritismo não passará de uma seita religiosa de fundo egoísta, buscando a salvação pessoal de seus adeptos, precisamente aquilo que Kardec lutou para evitar.

A finalidade do Espiritismo, como Kardec acentuou, não é a salvação individual, mas a transformação total do mundo, num vasto processo de redenção coletiva. Proporcionar aos jovens uma formação cultural apoiada numa positiva e completa base espiritual, que mostre a insensatez das concepções materialistas e pragmatistas, dando-lhes a firmeza necessária na sustentação e defesa dos princípios doutrinários, não é só caridade, mas também a realização efetiva dos objetivos superiores do Espiritismo nesta fase de transição.

Sem esse trabalho não poderemos avançar com segurança e eficácia na direção da Era do Espírito. Temos de dar às novas gerações a possibilidade de afirmarem, diante do desenvolvimento das Ciências e do avanço geral da Cultura, como disse Denis Bradley: "Eu não creio, eu sei!" Porque é pelo saber, e não pela crença, pela fé racional e não pela fé cega, pelo conhecimento e não pelas teorias indemonstráveis que o Espiritismo, como revelação espiritual, terá de modelar a nova realidade terrena, apoiado na confirmação científica, pela pesquisa, dos seus postulados fundamentais. A revelação humana confirma e comprova a revelação divina.

Esse é o problema que ninguém parece compreender. Todos sonham com o momento em que a Ciência deverá proclamar a realidade do espírito. Mas essa proclamação jamais será feita, se a Ciência Espírita não atingir a maioridade, não se confirmar por si mesma, podendo enfrentar virilmente, no plano da inteligência e da cultura, a visão materialista do mundo e a concepção materialista do homem.

Por isso precisamos de Universidades Espíritas, de Institutos de Cultura Espírita dotados de recursos para uma produção cultural digna de respeito, de Laboratórios de Pesquisa Psíquica estruturados com aparelhagem eficiente e orientados por metodologia segura, planejada e testada por especialistas de verdade, capazes de dominar o seu campo de trabalho e de enfrentar com provas irrefutáveis os sofismas dos negadores sistemáticos. É uma batalha que se trava, o bom combate de que falava o Apóstolo Paulo, agora desenvolvido com todos os recursos da tecnologia.

Chega de pieguice religiosa, de palestras sem fim sobre a fraternidade impossível no meio de lobos vestidos de ovelhas. Chega de caridade interesseira, de imprensa condicionada à crença simplória, de falações emotivas que não passam de formas de chantagem emocional.

Precisamos da Religião viril que remodela o homem e o mundo na base da verdade comprovada. Da caridade real que não se traduz em esmolas, mas na efetivação da fraternidade humana oriunda do conhecimento de nossa constituição orgânica e espiritual comuns, ou seja, da inelutável igualdade humana. De exposições sábias e profundas dos problemas do espírito, nascidas da reflexão madura e do estudo metódico e profundo.

Temos de acordar os dorminhocos da preguiça mental e convocar a todos para as trincheiras da guerra incruenta da sabedoria contra a ignorância, da realidade contra a ilusão, da verdade contra a mentira. Sem essa revolução em nossos processos não chegaremos ao mundo melhor que já está batendo, impaciente, às nossas portas.

Não façamos do Espiritismo uma ciência de gigantes em mãos de pigmeus. Ele nos oferece uma concepção realista do mundo e uma visão viril do homem. Arquivemos para sempre as pregações de sacristão, os cursinhos de miniaturas de anjos, à semelhança das miniaturas japonesas de árvores.

Enfrentemos os problemas doutrinários na perspectiva exata da liberdade e da responsabilidade de seres imortais. Reconheçamos a fragilidade humana, mas não nos esqueçamos da força e do poder do espírito encerrado no corpo. Não encaremos a vida cobertos de cinzas medievais. Não façamos da existência um muro de lamentações.

Somos artesãos, artistas, operários, construtores do mundo e temos de construí-lo segundo o modelo dos mundos superiores que se destaquem nas constelações. Estudemos a doutrina aprofundando-lhe os princípios. Remontemos o nosso pensamento às lições viris do Cristo, restabelecendo na Terra as dimensões perdidas do seu Evangelho. Essa é a nossa tarefa.





José Herculano Pires





Fonte: ADDE - Associação de Divulgação da Doutrina Espírita
www.adde.com.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A EXISTÊNCIA TERRESTRE

A existência terrestre, para os humanos, não passa de um longo sono povoado de sonhos mais ou menos agradáveis. Um dia, quando eles despertarem, perguntarão a si próprios como foi possível acreditarem que o que estavam a viver era a realidade. Se eles estão aqui a debater-se é porque têm um trabalho a fazer na matéria. Quando voltarem para o outro mundo, ao mesmo tempo que reconhecerão que a realidade não era isto, eles deverão admitir que o contacto quotidiano com a matéria os obrigou a desenvolver as faculdades que receberam do Criador! Por agora, nós somos apenas o sonho do Ser divino que está em nós. Nós estamos a dormir, mas, enquanto dormimos, devemos também preparar o nosso despertar, e preparamo-lo concentrando-nos no nosso Eu superior, procurando identificar-nos com ele. Pouco a pouco, a consciência do nosso eu limitado unir-se-á à consciência do nosso Eu superior e nessa união é que ocorrerá, um dia, o verdadeiro despertar.





Omraam Mikhaël Aïvanhov





Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DESENVOLVER CUIDADO GENUÍNO

Recentemente, me perguntaram: “O que fazemos para desenvolver um cuidado genuíno com a humanidade e o mundo?"

Para ser honesta, essa é uma pergunta difícil de responder. Mas um ponto que eu sempre enfatizo é o seguinte: Quer tenhamos consciência disso ou não, todos nós temos uma enorme quantidade de cuidado com os demais dentro de nós. Geralmente expressamos esse cuidado com as pessoas dentro de nosso circulo pessoal - que pode incluir amigos e familiares (pais, filhos, irmãos e irmãs, esposo, esposa, avós etc.). A ideia é transferir esse cuidado à pessoas fora de nosso círculo pessoal e à humanidade como um todo.

Como realizar isso em um nível prático? Aqui estão algumas dicas que podem ajudar:

Devemos tratar as pessoas com as quais interagimos todos os dias com a mesma atenção e cuidado que dispensamos a alguém em nosso circulo pessoal, sabendo muito bem que toda pessoa tem uma centelha do Criador dentro de si. Imagine usar o mesmo sentimento que você tem por sua filha ou filho e dedicá-lo também à pessoa em seu trabalho que parece triste ou infeliz e dizer-lhe “Você está bem? Tem algo que posso fazer por você? Pode contar comigo."

O mundo seria um lugar diferente se todos nós tivéssemos essa consciência todos os dias.

Quando oramos, devemos primeiro rezar por outra pessoa e somente então por nós mesmos. O que interessa ao Criador é ver nosso desenvolvimento espiritual. Estamos investindo apenas em nós mesmos e nas "nossas pessoas"? Ou estamos verdadeiramente interessados no aspecto global e na humanidade como um todo?

Adoro a analogia com uma academia de ginástica. Quando começamos a nos exercitar diariamente, ficamos mais fortes. Da mesma forma, quando começamos a nos concentrar em ter atenção e cuidado com aqueles fora de nós mesmos, desenvolvemos um recipiente que pode fazer muito mais do que é capaz hoje.

No final, tudo que fazemos ou não pelos outros acaba tendo relação com as coisas que são feitas ou não para nós.





Karen Berg





Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

CONSCIÊNCIA - RESPEITO

Quando despertamos a consciência espiritual, adquirimos uma percepção sutil de viver em duas dimensões ao mesmo tempo: (1) como um ser humano que tem uma variedade de papéis e responsabilidades; (2) como uma alma, filha de Deus, que ajuda o Pai na tarefa de elevação do mundo. Mesmo que estejamos envolvidos nas atividades relativas à família e trabalho, não esquecemos da nossa verdadeira tarefa: elevar todos aqueles que estão em contato conosco. Assim, a alma consciente torna-se a personificação de todos os poderes.

Todo ser humano quer ser respeitado. Mas em vez de depender de fatores externos para nos sentirmos respeitados, precisamos ter fé nas nossas qualidades inatas e nos conectarmos a elas. Precisamos experimentar e expressar diariamente - em nossos pensamentos e ações - pelo menos uma qualidade. Isso revelará nosso verdadeiro potencial e autorrespeito e, por sua vez, fará com que os outros nos respeitem.





Brahma Kumaris





Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal