terça-feira, 26 de janeiro de 2016

EVITEMOS DA SÍNDROME DO “COITADINHO”

O problema da pobreza é muito diverso e complexo. Talvez o ser pobre significa ter falta de segurança e estabilidade, portanto não é só uma questão de carência de dinheiro. O mundo atual tem alguns vencedores e muitos perdedores. Os pobres se encaixam na categoria dos perdedores, daqueles que não podem surfar na onda de mudança e que, de certa forma, são esmagados por ela.

A palavra “pobre” deriva do latim pauper, radicado em paucus (pouco). No conceito original, “pobre” não era o deserdado, mas o terreno agrícola ou gado que não produzia o suficiente. Sob outro ponto de vista, entre alguns grupos, especificamente os religiosos, a pobreza é considerada como necessária e desejável, e deve ser aceita para alcançar um certo nível espiritual, moral ou intelectual.

Nesse aspecto, o papa Francisco assevera que a Igreja deve articular com a verdade e também com o testemunho da pobreza. Não é possível que um fiel fale de pobreza e dos sem teto e leve uma vida de faraó. Na Igreja há alguns que, ao invés de servir, de pensar nos demais, se servem da Igreja. São os arrivistas, os apegados ao dinheiro. Quantos padres e bispos deste tipo já vimos? É triste dizer, não? Pronunciei o pontífice ao jornal holandês “Straatnieuws”, de Utrecht.

A pobreza é considerada como um elemento essencial de renúncia por budistas e jainistas enquanto que para o catolicismo romano, como vimos acima, é um princípio evangélico e é assumido como um voto por várias ordens religiosas e é entendida de várias formas. A ordem franciscana, por exemplo, abandona tradicionalmente todas as formas de posse de bens. Neste caso, a pobreza voluntária é normalmente entendida como um benefício para o indivíduo, uma forma de autodisciplina através do qual as pessoas se aproximam de Deus.

O professor de psicologia Elliot Berkman, diretor do Laboratório de Neurociência Social e Afetiva da Universidade do Oregon/EUA, estuda como o cérebro é parte da armadilha da pobreza. As pessoas pobres frequentemente têm  muita motivação para trabalhar duro e ter vários empregos porque colocam o foco na sobrevivência no momento presente ao invés do sucesso de longo prazo. Libertar as pessoas da preocupação da sobrevivência diária é a melhor forma de garantir que eles foquem no futuro. Afiança Berkman.

Para o Espiritismo, a pobreza, tal como a riqueza, nada mais é que uma prova pela qual o Espírito necessita passar, tendo em vista um objetivo mais alto que é o seu progresso. Deus concede, pois, a uns a prova da riqueza, e a outros a da pobreza, para experimentá-los de modos diferentes. A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação.

Ao que nasce na pobreza é dado aprender o valor do trabalho árduo, resistir às tentações do ganho fácil, descobrir os valores reais do espírito, e não raro se vê entre os pobres as mais dignas demonstrações de solidariedade. Na pobreza aprendemos a nos compadecer dos males alheios fazendo-nos compreendê-los melhor.

É evidente que a desigual repartição de bens materiais, culturais e políticos exclui um vasto número de pessoas deserdadas dos processos de participação e consente a coexistência em formas inumanas de sobrevivência e de insignificante protagonismo social. Por isso mesmo, diante dos deserdados, a nossa primeira e obrigatória ação deve ser a do auxílio.

Mas primeiramente suavizemos o sofrimento dos pobres, abraçando-o fraternalmente, manifestando de tal modo o nosso sentimento de acolhida a fim de estabelecer o laço de confiança essencial e poder ajudá-los. Em seguida, nos informemos a respeito da situação transitória de seu sofrimento. Dessa forma, não cairemos nas armadilhas que consideram o pobre como “coitadinho’, não vendo nele as potencialidades de Espírito imortal e de indivíduo capaz de, com as devidas oportunidades, prover dignamente a própria existência.

Aliás, a síndrome do “coitadinho” é uma das moléstias oportunistas mais comuns da sociedade atual, onde muitos deserdados têm medo de encarar a vida de frente e de cabeça erguida, sendo maduros e responsáveis. A principal característica de uma pessoa que sofre da síndrome do “coitadinho” é colocar-se como “vítima” das circunstâncias, e como tal passa a  ideia de que a culpa de sua pobreza é dos outros. Aliás, os arautos das ideias do socialismo ATEU adoram fazer isso!

Diante dos pobres, procuremos nos informar de suas lutas materiais e verifiquemos se a oferta de trabalho e de orientação espírita não será mais eficaz do que a aviltante doação da esmola em seu favor. Recordando aqui que a esmola dentro da lógica assistencialista é uma ação que atende a deficiência material sem o móvel educativo e que envilece a humanidade do sujeito, adestrando-o à condição da mendicância ou da dependência. Como tal, não atende ao projeto regenerador do Espiritismo para Humanidade.

Não se pode esquecer que a Lei do Trabalho e do Progresso, promulgada em O Livro dos Espíritos, relata justamente a importância de o indivíduo romper com o acomodamento e ultrapassar os obstáculos existenciais, o que inclui buscar sair também da penúria material (pobreza) através de seu esforço.




Jorge Hessen





Fonte: http://aluznamente.com.br/
Fonte da Gravura: Tumblr.com

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

Amizade é a aproximação de iguais. Mesmo que as habilidades, papéis e funções sejam diferentes, existe uma visão de igualdade sem qualquer sentimento de superioridade ou inferioridade. Essa igualdade de visão permite uma aceitação incondicional do outro. Há tal proximidade respeitosa que um não interfere na personalidade do outro nem ancora a visão na fraqueza do outro. Uma vez que a visão é ilimitada a verdadeira bondade do outro é sempre mantida como a medida da verdade do outro; as fraquezas são como visitantes estranhos que no momento apropriado partirão.

Amigos reais nunca se divorciam. Existe amor. Amor que não só aceita qualquer defeito, mas transforma isso com uma palavra de encorajamento, um sorriso paciente ou um ato de gentileza. Com um amigo você não tem que se provar porque você é amado e aceito pelo que você é. É suficiente ser o que você é não é preciso nenhuma façanha espetacular. Tudo que um amigo pede é que você seja você mesmo.

Amigos são sempre próximos mesmo que fisicamente separados. Esse companheirismo conquista a distância, o tempo ou qualquer tipo de separação. A empatia mutua deles é a base da sua comunicação. Essa comunicação é mais do que apenas falar, é a habilidade de ouvir os sentimentos do outro, ou seja, sintonizar o eu verdadeiro ao outro ser verdadeiro. Tal comunicação genuína permite que a mais pura interação aconteça porque há um espelho de clareza onde nada pode ficar mal entendido  ou permanecer obscuro.

Deus é o mais confiável dos amigos. Mas essa experiência da amizade de Deus vem sendo perdida. Geralmente a figura de Deus nos é apresentada apenas como Pai e Juiz. Mas essa não é uma visão equilibrada e real. Deus também é a Mãe, o Bem-amado, o Professor, o Guia e especialmente ele é meu Amigo pessoal. É essa amizade que permeia meus outros relacionamentos com ele. É dito que um amigo de Deus é um amigo de todos. A amizade com Deus me ensina e inspira a ser um bom amigo para os outros.

Quando fico muito ansioso pelos resultados de algo que está por vir, é como se eu tentasse comer o fruto verde. Tudo acontece de acordo com o seu próprio tempo e estação. Eu não posso ter a esperança de colher mangas fora da estação, quando a árvore nem sequer floresceu. Mas, quando surgir a primeira fruta haverá muito prazer em saboreá-la.




Brahma Kumaris





Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Tumblr.com