quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

A LIÇÃO DA FORMIGA


Outro dia, vi uma formiga que carregava uma enorme folha. A formiga era pequena e a folha devia ter, no mínimo, dez vezes o tamanho dela. A formiga a carregava com sacrifício. Ora a arrastava, ora tinha sobre a cabeça. Quando o vento batia, a folha tombava, fazendo cair também a formiga. Foram muitos os tropeços, mas nem por isso a formiga desanimou de sua tarefa. Eu a observei e acompanhei, até que chegou próximo de um buraco, que devia ser a porta de sua casa. Foi quando pensei: "Até que enfim ela terminou seu empreendimento". Na verdade, havia apenas terminado uma etapa. A folha era muito maior do que a boca do buraco, o que fez com que a formiga a deixasse do lado de fora para, então entrar sozinha. Foi aí que disse a mim mesmo: "Coitada, tanto sacrifício para nada." Lembrei-me ainda do ditado popular: "Nadou, nadou e morreu na praia."

Mas a pequena formiga me surpreendeu. Do buraco saíram outras formigas, que começaram a cortar a folha em pequenos pedaços. Em pouco tempo, a grande folha havia desaparecido, dando lugar a pequenos pedaços e eles estavam todos dentro do buraco.

Imediatamente me peguei pensando em minhas experiências. Quantas vezes desanimei diante do tamanho das tarefas ou dificuldades? Talvez, se a formiga tivesse olhado para o tamanho da folha, nem mesmo teria começado a carregá-la. Quanta força tinha aquela formiguinha!

Naturalmente, transformei minha reflexão em oração e pedi ao Senhor: Que me desse à tenacidade daquela formiga, para "carregar" as dificuldades do dia-a-dia. Que me desse à perseverança da formiga, para não desanimar diante das quedas. Que eu pudesse ter a humildade de contar com a ajuda do meu próximo, para dividir em pedaços o fardo que, às vezes, se apresenta grande demais. Que eu tivesse amor no coração para agir com caridade quando o outro precisar do meu auxílio, contribuindo com meu melhor em prol da necessidade alheia. Pedi ao Senhor a graça de, como aquela formiga, não desistir da caminhada, mesmo quando os ventos contrários me fazem virar de cabeça para baixo; mesmo quando, pelo tamanho da carga, não consigo ver com nitidez o caminho a percorrer.

O caminho deve ser percorrido pelos nossos próprios pés, individualmente, mas a caminhada é compartilhada por todos. Podemos ir longe sozinhos, mas só chegaremos ao final do caminho quando aprendermos finalmente a andar juntos!


Autor desconhecido



Fonte do texto e da gravura: Grupo Espírita Miguel Arcanjo
http://www.gema-rj.org/

CIRCUNSTÂNCIAS


Circunstâncias são como objetos.

Elas não são vivas, você é que dá vida a elas.

O positivo é mais poderoso do que o negativo.

O positivo é inato.

O negativo indica que algo está faltando.

Luz existe e sua ausência é a escuridão.

Nunca esqueça que você pode decidir que atitude tomar.

Você tem um imenso potencial positivo a ser descoberto.

Esses pensamentos lhe ajudarão a enfrentar qualquer circunstância com uma perspectiva diferente.



Brahma Kumaris



Fonte: https://www.brahmakumaris.org.br/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A VIRTUDE DA ESPERANÇA


Dom John Main, OSB, costumava fazer uma distinção entre a esperança e “as esperanças”. Podemos alimentar todo tipo de esperanças para o futuro, mas, muitos desses anelos precisam ser abandonados se quisermos experimentar a esperança pura: a virtude cristã da esperança. A esperança é mais do que um otimismo, que é uma virtude saudável, porém, não muito contagiante. Muitas vezes, ao nos depararmos com otimismo, isso tende a nos tornar pessimistas. A esperança é muito mais do que, por temperamento, olharmos o lado bom das coisas...

A esperança não é um desejo por algo. Não se trata de sonharmos acordados com qualquer coisa que seja. Trata-se do oposto da fantasia. A esperança é uma atitude, ou um direcionamento, fundamental da consciência. Trata-se de um “voltar-se para fora de si”... Ter esperança é descobrir que somos parte integrante de algo maior que nós mesmos e que vivemos com a energia daquela realidade completa. A esperança é o redirecionamento do eu para fora, qualquer que seja a dificuldade de permanecer voltado para fora. O desespero é a rendição da consciência à força da introversão... A esperança é uma virtude absoluta, constante e incondicionada. Você não pode ter esperança apenas quando as coisas estão correndo bem. Você precisa ter esperança e, de certa maneira, fazer a escolha de ser esperançoso não importando como as coisas estejam ocorrendo...

A esperança é uma das virtudes resultantes da profunda prece. Na prece profunda é que nos redirecionamos do eu para Deus, o Deus que é “outro” além de nós mesmos, porém, com quem guardamos uma semelhança mais marcante do que aquela com a nossa família ou com qualquer ser humano. A esperança é a aspiração de estar inteiramente em casa. Trata-se da mais forte aspiração de nosso ser...

Para nascer, o amor requer um certo grau de esperança. Uma pessoa desesperada não pode vislumbrar ou responder à oportunidade de amar. Porém, o amor também estimula magnificamente o desabrochar da esperança e se expande de modo a cobrir a totalidade da consciência em seus momentos mais intensos. Ser esperançoso é estar consciente do Espírito Santo em sua vida. Ter esperança, é estar inspirado, o que significa ter uma contínua “ins-pi-ra-ção” do Espírito acontecendo em nosso interior. Viver na esperança significa desfrutar da contínua respiração do Espírito em nossa vida. Trata-se do prolongamento daquele momento específico em que Jesus soprou sobre seus discípulos ao se lhes apresentar após a Ressurreição. Trata-se do sopro de Jesus e do Espírito Santo em nós, que é o dom.

A esperança, portanto, implica em gratidão. O dom do qual seremos eternamente gratos é o dom da prece incessante. A repetição contínua do mantra (na meditação) nos conduz a essa prece que se assemelha à alimentação contínua de energia a um sistema que tenha perdido seu equilíbrio ecológico. Reconquistamos a pureza de ser, relembramos nossa bondade fundamental, através do derramamento desse puro amor de Deus em nossos corações, o Espírito Santo que Jesus envia.

Se você já esteve nas cataratas do Niágara, se lembrará do enorme poder das águas ao se chocarem abaixo. Caso você tenha ido ao ponto em que a água cai, poderá ter notado a extraordinária imobilidade daquele ponto, quase como a do vidro. A imobilidade de nossa meditação assemelha-se àquele ponto, em que o poder infinito de Deus cai sobre nós, inundando nosso mais profundo coração, transformando e conferindo poder a nossas vidas.


Dom Laurence Freeman, OSB



Fonte: "Hope" - Leitura de 22/06/2008 - The Selfless Self (New York: Continuum, 2000) pp. 151-4.
Tradução de Roldano Giuntoli
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - https://www.wccm.com.br/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/illustrations/lotus-tatuagem-golden-lotus-flores-5084493/

MELHORAR AS SEMENTES


Deveis melhorar-vos para poderdes melhorar as vossas sementes. Perguntar-me-eis: «Mas que sementes?» Os vossos pensamentos e os vossos sentimentos. Cada um dos vossos pensamentos, cada um dos vossos sentimentos, é uma semente na qual se refletem as vossas qualidades e os vossos defeitos, e são essas sementes que vós lançais por todo o lado, ao passar...

No plano astral e no plano mental existem terrenos onde caem todas essas sementes, e um dia, quando fordes visitar essas regiões, perguntareis: «Mas o que são estes cardos? O que são estes espinhos?» E alguém vos dirá que são as vossas plantações, que vós é que os semeastes. «E estas rosas, estes lilases, estes lírios?...» Pois bem, também aí vos será explicado que são o fruto do vosso trabalho, dos bons pensamentos e dos bons sentimentos que espalhastes ao vosso redor.


Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

VIRGEM MARIA E A LUA


A Lua é o símbolo universal do feminino, simbolizando a fertilidade, a maternidade, a pureza, a intuição, os sonhos e o acolhimento. A Lua também é associada às águas, já que controla as marés em nosso planeta. O ciclo lunar se relaciona com o ciclo menstrual feminino.

Maria é simbolizada pela Lua, não apenas por tê-la a seus pés, mas também pela sua atribuição, pela sua maternidade, sua misericórdia, seu abraço acolhedor, suas cores simbólicas e por ser a mãe do redentor, a Mãe do Logos, cuja glória é associado ao Sol. Do mesmo modo a Lua reflete a luz solar.

Não se trata de uma comparação meramente pagã, mas sim uma alegoria que podemos fazer para melhor compreender os mistérios divinos. O Divino nos é incompreensível por si só, por isso usamos constantemente metáforas, alegorias, parábolas e todo tipo de linguagem simbólica para que nossa mente, limitada ao mundo terreno, possa compreender e adentrar esses mistérios.

A Lua é o astro mais próximo à Terra, no qual fica entre a Terra e o resto do universo. Na Cabala, a esfera de Yesod (a Lua) fica logo acima de Malkuth (a Terra, o mundo tangível) e abaixo de Tiferet (o Sol, o Verbo Divino), compreendendo Yesod como o véu místico entre os mundos, a porta de entrada para Cristo. Em outras palavras, a Lua está mais próxima da Terra (ou seja, de nós) do que o Sol, mas a luz que a Lua emite é reflexo da luz solar. Nestas lógicas, sua atribuição de Mediadora faz todo o sentido, até mesmo entre as igrejas que não aceitam este título para Maria mas ainda sim a veneram como acima de todos os santos.

A Maria é concedida o título de Turris Eburnea (Torre de Marfim). Uma torre é uma edificação vertical que vai da Terra, onde entramos, até o mais elevado. É um conceito semelhante à sua atuação como Yesod, ligando a Terra ao céu. Marfim é um material cor de lua, liso e sem manchas, representando a pureza, uma torre de extrema pureza que nos eleva da Terra aos céus, cuja castidade é necessária para nos afastarmos dos desejos deste mundo e nos voltarmos a Cristo. Torre de Marfim se refere, metaforicamente, a um estado de isolamento filosófico, de interiorização e contemplação, um estado de autoaperfeiçoamento onde o adepto solitário se fecha ao mundo profano e ingressa nos mais altos mistérios. Simplificando, Torre de Marfim é um lugar acolhedor um refúgio para quem busca o mais elevado, a porta de entrada para a Verdade. A Virgem Maria é a porta de entrada para Cristo, é o abrigo que os grandes mestres buscaram para chegar até Deus.

Nos templos ortodoxos é comum ver a lua deitada sob a cruz. Esta simbologia remete ao livro do Apocalipse (c. 12), no qual aparece uma "mulher vestida de sol" e "a lua aos seus pés", o que muitos associaram à própria Virgem Maria grávida de Jesus. Outra interpretação seria que a cruz, obviamente, simboliza Cristo enquanto a Lua simboliza Maria. A Lua está sob a cruz não como sinal de inferioridade, mas sim sendo o seu suporte, sua base, seu fundamento, assim como Maria, que foi mãe de Jesus em todas as suas qualidades maternais, dando-lhe suporte, base e fundamento.

Maria tem três facetas, assim como a Lua. Maria, em sua Imaculada Conceição, é comparável à lua crescente, de aspecto puro e virginal. Maria, como a Mãe de Deus, Theotokos*, é comparável à lua cheia, a perfeição lunar, plena da luz solar, associada à maternidade. Maria, como cônjuge do Espírito Santo, é comparável à lua minguante, simbolizando a sabedoria do fim, a graça da última pessoa da Trindade, se revelando no Pentecostes. E quanto à lua nova? Podemos relacionar à lua escura à Mater Dolorosa, Nossa Senhora das Dores e todos os seus mistérios, que, embora seu culto tenha se iniciado no século XIII, sua devoção é bem anterior, baseado ainda na profecia de Simeão e em vários momentos dos evangelhos. Neste aspecto, Maria se encontra de luto pela morte de seu filho, acolhendo o seu corpo. Geralmente é representada em prantos e com sete espadas perfurando o seu coração, simbolizando suas Sete Dores. Representa a introspecção necessária para um novo começo. A lua nova em Maria remete não apenas num único aspecto, mas de todas as suas Sete Dores, de todos os momentos de aflição que ela passou com seu Filho. Mesmo assim Maria não desistiu e continuou sua senda, assim como a Lua perfaz mais um ciclo. O momento de luto de nossa Mãe, retratado em sua imagem, não a fez desistir e nem perdeu o seu brilho, mas serviu para que ela meditasse em seu interior e retornasse ainda mais fortalecida. Maria não desistiu, mas seguiu com os apóstolos na missão que o seu Santo Filho os designou. Assim, depois de seu "momento de escuridão", Nossa Senhora passou por mais um ciclo na resistência com os apóstolos até ser ascensionada e coroada, de acordo com a tradição romana.

Como podemos ver, não se trata de um simbolismo vazio, mas repleto de valores para a prática cristã. Maria, como a serva perfeita no qual todo cristão deve ser, adorou a Deus (Pai), acolheu Deus (Filho) em seu interior e viveu uma relação especial com Deus (Espírito Santo). Ela viveu uma vida de pureza e longe do pecado. Ela revelou Deus ao mundo e teve forças para continuar depois de várias Dores.

Buscamos em Maria, o sagrado feminino, o puríssimo receptáculo no qual Deus se adentrou. Maria é concha que protege a pérola, o véu que oculta a verdade, o templo onde se assenta a Divindade. Buscamos também o acolhimento, a misericórdia, a doçura e todas as qualidades maternas que precisamos em nossa vida cheia de prantos.


* Theotokos: título grego da Virgem Maria, usado especialmente na Igrejas Católica e Ortodoxa. Sua tradução literal para o português inclui "portadora de Deus".



Autor não especificado
Fonte: Gruta do Eremita
http://grutaeremita.blogspot.com/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/munique-marienplatz-virgem-maria-1530366/

INFLUÊNCIA DIVINA


Quando você torna Deus seu companheiro, o impossível torna-se possível.

Há o suporte Dele na relação com você.

Ele não o abandona.

Ele não o diminui.

Ele o aceita.

Ele o segura.

Porque você é sagrado para Ele.

Quando você sente essa influência divina, você fica muito inspirado.

Você expressa mais gentileza, generosidade, tolerância e especialmente não-violência.

Você não tem o sentimento de ser melhor, superior ou inferior mas o de ser equânime.

Haverá o pensamento de que, assim como você, os outros também são bons.



Anthony Strano



Fonte: Brahma Kumaris Brasil
https://www.brahmakumaris.org.br/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

TENHAMOS PAZ


“Tende paz entre vós.” – Paulo. (1ª Epístola aos Tessalonicenses, 5:13)

Se não é possível respirar num clima de paz perfeita, entre as criaturas, em face da ignorância e da belicosidade que predominam na estrada humana, é razoável procure o aprendiz a serenidade interior, diante dos conflitos que buscam envolvê-lo a cada instante.

Cada mente encarnada constitui extenso núcleo de governo espiritual, subordinado agora a justas limitações, servido por várias potências, traduzidas nos sentidos e percepções.

Quando todos os centros individuais de poder estiverem dominados em si mesmos, com ampla movimentação no rumo do legítimo bem, então a guerra será banida do Planeta.

Para isso, porém, é necessário que os irmãos em humanidade, mais velhos na experiência e no conhecimento, aprendam a ter paz consigo.

Educar a visão, a audição, o gosto e os ímpetos representa base primordial do pacifismo edificante.

Geralmente, ouvimos, vemos e sentimos, conforme nossas inclinações e não segundo a realidade essencial. Registramos certas informações longe da boa intenção em que foram inicialmente vazadas e, sim, de acordo com as nossas perturbações internas. Anotamos situações e paisagens com a luz ou com a treva que nos absorvem a inteligência. Sentimos com a reflexão ou com o caos que instalamos no próprio entendimento.

Eis por que, quanto nos seja possível, façamos serenidade em torno de nossos passos, ante os conflitos da esfera em que nos achamos.

Sem calma, é impossível observar e trabalhar para o bem.

Sem paz, dentro de nós, jamais alcançaremos os círculos da paz verdadeira.



Francisco Cândido Xavier / Emmanuel




Fonte: do livro "Pão Nosso"
Via Centro Espírita Caminhos de Luz
http://www.caminhosluz.com.br/newsletter.asp
Fonte da Gravura: Acervo de Autoria pessoal

REGRESSO À CASA DO PAI (CONFRARIA ESPIRITUAL)


O objetivo de uma Escola Iniciática é fazer o homem regressar à casa do seu Pai, a esse alto retiro de que fala o Salmo 91 («Meu refúgio e minha fortaleza, meu Deus em quem confio»), porque é lá que estará em segurança, as forças do mal já não poderão vir surpreendê-lo.

Mas dir-se-ia que os humanos fazem tudo para se afastarem deste alto retiro no qual se está sob a proteção de Deus. Querem viver a sua própria vida, afastando-se do Senhor, transgredindo as suas leis. Ora bem, isso prova que esses seres ainda têm muito que sofrer e é por isso que não querem entrar na luz divina para serem protegidos. Sim, se manifestam essa tendência para ficar sempre de fora, para não obedecer, é muito simplesmente porque está escrito nos seus destinos que têm de sofrer. Ao invés, aqueles que já sofreram muito e que compreenderam fazem tudo para regressar para junto do Pai, para esse alto retiro... ou para uma confraria espiritual, para uma Escola Iniciática, que é justamente o símbolo desse regresso a uma ordem divina.


Omraam Mikhaël Aïvanhov 



Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal