domingo, 19 de março de 2017

A CAPTURA DAS ÉGUAS DEVORADORAS DE HOMENS (1º TRABALHO DE HÉRCULES)


A História

O Primeiro Portal estava aberto de par a par. Uma voz chegou através do Portal:

- “Hércules, meu filho, sai. Passa pelo portal e entra no Caminho. Realiza teu trabalho e volta a mim, relatando o fato”.

Com gritos de triunfo, Hércules se lançou, correndo entre os pilares do Portal com arrogante confiança e segurança de poder.

O filho de Marte, Diomedes, de ardente fama, governava na terra além do Portal e ali criava os cavalos e as éguas de guerra, nos pântanos de sua herdade (grande extensão de terra). Os cavalos eram selvagens e as éguas ferozes, e todos os homens tremiam ao ouvir seu tropel, pois eles assolavam por todas as partes da terra, produzindo grande dano, matando a todos os filhos dos homens que cruzassem seu caminho e engendrando constantemente cavalos mais selvagens e malignos.

“Captura estas éguas e detém estes atos malvados”, foi a ordem que se abateu nos ouvidos de Hércules. “Vai, liberta esta terra longínqua e os que vivem nela.”

“Abderis”, gritou Hércules, “adianta-te e ajuda-me nessa tarefa”, chamando o amigo a quem amava profundamente e que o seguia sempre em seus passos enquanto ia de um lugar para o outro. Abderis se adiantou e tomou seu lugar ao lado do amigo e com ele enfrentou a tarefa. Traçando todos os planos com cuidados, os dois seguiram os cavalos enquanto percorriam as pradarias e os pântanos dessa terra. Finalmente, Hércules conseguiu confinar as éguas selvagens dentro de um campo onde não havia mais lugar para se moverem, e ali as prendeu e as manietou. Depois, deu um grito de alegria pelo triunfo conseguido.

Tão grande foi seu deleite na proeza assim posto de manifesto que ele considerou por baixo de sua dignidade pegar as éguas ou conduzi-las no caminho para Diomedes. Chamou o seu amigo, dizendo: “Abderis, vem aqui e conduz estes cavalos através do portal”. Deu as costas e marchou orgulhosamente para diante.

Porém Abderis era débil e sentiu medo pela tarefa. Não pôde reter as éguas ou colocar nelas os arreios ou conduzi-las através do Portal, atrás das pegadas de seu amigo. As éguas se voltaram contra ele, desgarraram e o pisotearam, matando-o e depois escapando para as terras mais selvagens de Diomedes.

Mais prudente, desconsolado, humilde e desanimado, Hércules voltou à sua tarefa. Procurou de novo as éguas de lugar em lugar, deixando o seu amigo agonizante sobre a terra. Novamente prendeu os cavalos e os conduziu, ele mesmo, através do Portal. Porém Abderis jazia morto.

O Mestre tudo examinou com cuidado e enviou os cavalos a um lugar de repouso, para ali serem domados e reduzidos à sua faina (trabalho). O povo dessa terra, libertado do temor, deu as boas-vindas a quem lhes havia libertado, aclamando Hércules como salvador da Terra. Porém Abderis jazia morto.

O Mestre se voltou para Hércules e disse:

- “O primeiro trabalho está terminado; a tarefa está feita, porém mal feita. Aprende a verdadeira lição desta tarefa e depois passa a outro serviço em favor de teu próximo. Sai para a região do Segundo Portal. Encontra e faz entrar o touro sagrado ao Lugar Sagrado”.


Comentário

1. O Grande Presidente que preside a Câmara de Concílio é o ‘EU SOU’ (O Cristo Interno), a manifestação da Divina Presença no coração do ser humano.

2. O Mestre que vigia Hércules é o Mestre pessoal de cada ser humano, cuja residência no homem fica na bolsa seminal, até que ele reúna as condições necessárias para que ELE APAREÇA (“Quando o discípulo está pronto, o Mestre aparece”.)

3. A Câmara de Concílio do Senhor está localizada na parte superior do ventrículo esquerdo do coração.

4. A primeira prova do candidato à Iniciação é adquirir o controle mental e o uso correto da mente. Por isso Hércules teve de começar em Áries suas tarefas.

5. As éguas devoradoras de homens que parem cavalos de guerra são os pensamentos precipitados dos Arianos (e de todos nós) que geram outros pensamentos, mantendo nossas mentes sempre ocupadas, sobrecarregando-as com “pensamentos que nascem de pensamentos, o que nos impossibilita de perceber a vida como ela realmente é”. Vivemos como que dopados com nossos próprios pensamentos e sentimos certo prazer nessa situação.

Abdéris representa a personalidades de que se serve o Iniciado incipiente para realizar as tarefas de que ele acha que não lhe dizem mais respeito, mas que estão à sua disposição e devem ser realizadas por sua personalidade, porém sempre sob a supervisão da Mente Superior. O fato de falecer pisoteada em virtude de lhe ser imputada uma tarefa para a qual não tinha condições de assumir significa uma característica da impulsividade da personalidade Ariana que sempre deve estar sob o controle total dos pensamentos do homem superior, ou seja, Hércules.

Abdéris assume uma tarefa para a qual não estava capacitado, pois o controle do pensamento é uma atividade da Alma, ou seja, Hércules, com a qual entramos em contato quando meditamos.

A morte de Abdéris (fracasso de uma personalidade) faz com que tenha ocorrido certo desperdício na execução da tarefa, pois Hércules sempre necessitará das experiências de suas vidas anteriores na execução de outras tarefas que será cumprida.

Um destaque especial na historinha acima que não deve passar despercebido pelo estudante arguto é a frase “Traçando os planos com cuidado”, que deve servir como advertência para o Iniciado, pois toda impulsividade deve ser substituída pela atitude de precaução e sensatez ao se lidar com a mente descontrolada. É da natureza do Ariano o impulso de criar, daí possuir uma mente fértil, que não o deixa um momento sequer sem uma atividade provocada por seus pensamentos.

Como Áries é um signo de fogo, seu mundo mental é constituído de labaredas que precisa dominar para realizar sua missão máxima: compreender a necessidade de três virtudes:

a) Domínio de seus impulsos (de começar, de criar e de libertar);
b) Magnanimidade; e,
c) Fé inquebrantável em si mesmo para realizar suas ideias em benefício do próximo.

Áries é o signo dos anjos caídos e da Esperança.



Jayr Miranda (Panyatara)






Fonte: do Opúsculo "Os 12 Trabalhos de Hércules Comentado por Panyatara"
Fonte da Gravura:
https://astroseestrelasdotwordpressdotcom.files.wordpress.com/2016/04/hercules-and-his-horses.jpg

OS 12 TRABALHOS DE HÉRCULES - O CAMINHO DA INICIAÇÃO


Hércules: o Herói dentro de cada um

“Hércules é o herói que alegoriza o Homem Autêntico – o Autorrealizado. Somente o Herói Solar pode realizar tal tarefa, valente e destemido, onde vive a personificação do Cristo Íntimo.”

Ao estudarmos as narrativas de Hércules e seus Doze Trabalhos, inclusive correlacionando-os com a passagem através dos Doze Signos do Zodíaco, podemos abordar a questão do ponto de vista do aspirante espiritual ou iniciado, individualmente, ou do plano da humanidade como um todo.

As provas a que Hércules se submeteu podem ser enfrentadas por milhares de indivíduos que trilham o caminho do desenvolvimento espiritual consciente e da Iniciação.

Cada um de nós é um Hércules em embrião; os trabalhos, que ontem foram de Hércules, são de toda a humanidade, ou pelo menos de todos aqueles que mantêm as rédeas de sua evolução em mãos, tendo em vista a iluminação espiritual.

Os trabalhos de Hércules demonstram o caminho que aguarda o aspirante espiritual sincero, aquele estágio do buscador espiritual inteligente, onde, tendo desenvolvido a mente e coordenado suas habilidades mentais, emocionais e físicas, esgotou os interesses no mundo fenomênico e procura expandir sua consciência. Esse estágio sempre foi expresso pelos indivíduos mais evoluídos de todos os tempos.

Enquanto escalamos a montanha da verdadeira Iniciação, vamos eliminando todo medo e aprendendo a controlar as forças inerentes à natureza humana, até que possamos nos tornar um servidor da humanidade, eliminando a competição e os objetivos egoístas.

Ao se aprofundar nos Doze Trabalhos de Hércules, torna-se claro qual deve ser a conduta de cada aspirante e iniciado no Caminho do Discipulado e da Iniciação Real. Um grande desafio é trazer, para nosso dia a dia hoje, novas maneiras de expressar e vivenciar as velhas verdades contidas nestes mitos, de forma a ajudar as velhas fórmulas para o desenvolvimento espiritual a adquirirem nova e pulsante vida para nós. Este é o desafio de sempre atualizar a luta humana para se superar a natureza animal, fazer desabrochar a natureza humana e revelar a natureza divina oculta em cada um de nós, o que está tão bem configurado nos Trabalhos de Héracles.

Os Doze Trabalhos de Hércules oferecem um quadro sintético do progresso da alma, indo da ignorância à sabedoria, do desejo material à conquista espiritual, de tal modo que o fim possa ser visualizado a partir do início, e a cooperação inteligente com o propósito da alma substitua o esforço feito às cegas.

Verifica-se que a história das dramáticas experiências desse grande e venerável Filho de Deus, Hércules ou Héracles, serviria justamente para focalizar qualquer uma das faces da vida o aspirante espiritual em seu esforço para expansão da consciência e realização espiritual.

Este tema é tão rico e profundo, que todos nós, lutando em nossa atual vida moderna, podemos aplicar a nós mesmos os testes e provas, os fracassos e as conquistas desta figura heróica que lutou valorosamente para atingir a mesma meta que nós almejamos.

Através da cuidadosa e reflexiva leitura deste mito, talvez possam ser despertados na mente do buscador espiritual um novo interesse e um impulso renovado, pois diante de um tal quadro do desenvolvimento e do destino especial do homem, ele pode querer prosseguir com redobrada coragem e determinação na Senda.

Em sua narrativa mítica, podemos acompanhar como Hércules se esforçou e desempenhou o papel de buscador espiritual. Neste Caminho, ele desembaraçou-se de certas tarefas, de natureza simbólica, e viveu certos episódios e acontecimentos que retratam, em qualquer época, a natureza do treinamento e das realizações que caracterizam o homem que se aproxima da libertação pela Senda Iniciática.

Ele representa um filho de Deus encarnado, mas ainda imperfeito, que definitivamente toma em suas mãos a natureza inferior e, voluntariamente, submete-a a disciplina que finalmente fará emergir o divino. É a partir do ser humano falível, mas que é sinceramente dedicado, inteligentemente consciente do trabalho a ser realizado, que se forma um Iniciado ou um Adepto.

Duas grandes e dramáticas histórias têm sido conservadas diante dos olhos dos homens ao longo do tempo. Nos Doze Trabalhos de Hércules, o Caminho da Iniciação é retratado e suas experiências, preparatórias e que conduzem ao grande ciclo de iniciações, podem ser reconhecidas pelo homem que sinceramente aspira a este Caminho. Na vida e obra de Jesus Cristo, radiante e perfeito Filho de Deus, o Reparador, que penetrou o véu por nós, deixando-nos o exemplo para que seguíssemos seus passos, temos retratadas as etapas do Caminho Iniciático de Libertação ou Regeneração e Reintegração, que são os episódios culminantes para os quais os Doze Trabalhos preparam o discípulo.

O oráculo falou e suas palavras ressoam através das eras: ”Homem, conhece-te a ti mesmo.”

Este conhecimento é a mais importante realização no caminho do discipulado e a recompensa de todo o trabalho de Hércules. Sem este conhecimento, não se pode avançar seguramente na Senda da Iniciação.

Somente assim, o homem pode encaminhar-se firmemente para tornar-se definitivamente autoconsciente e intencionalmente se impõe a vontade da Alma – que é essencialmente a Vontade de Deus – sobre sua natureza inferior.

Neste caminho, o indivíduo submete-se a um trabalho sobre si mesmo que demanda esforço e dedicação, pureza de coração e caridade, para que a flor da alma possa desabrochar mais rapidamente.

Simbolicamente, é uma obra onde um solvente psíquico (psique = alma) consome toda escória e deixa apenas o ouro puro. É um processo de refinamento, sublimação e de transmutação, continuamente levado adiante até finalmente se alcançar o Monte da Transfiguração e da Iluminação.

Em suma, trata-se de alquimia superior. Os Doze Trabalhos demonstram exatamente este caminho acima, onde os mistérios ocultos e as forças latentes nos seres humanos são descobertos e têm de ser utilizados de maneira divina e de acordo com o divino propósito sabiamente entendido.

Quando são utilizados desta maneira, o iniciado vê-se em sintonia com energias e poderes divinos similares, que sustentam as operações do mundo natural. Torna-se, assim, um trabalhador sob o plano de evolução e um cooperador com aquela “nuvem de testemunhas”, a Igreja Invisível do Cristo, que através do poder de sua supervisão, e do resultado de sua realização, engloba hierarquias espirituais por meio das quais a Vida Una guia a humanidade para sua gloriosa consumação.

Essa é a meta da série de Trabalhos de Hércules, e com essa meta, a humanidade como um todo alcançará sua conquista espiritual grupal através das múltiplas perfeições individuais.

Outra grande e sábia maneira de se enxergar este mito é apresentá-lo como um aspecto especial da Astrologia. Acompanhamos a história de Hércules à proporção que ele percorre os doze signos do Zodíaco. Ele expressou, uma a uma, as características de cada signo, e em cada um, ele conquistou um novo conhecimento de si mesmo, e através desse conhecimento, demonstrou o poder do signo e adquiriu os dons que o signo confere.

Em cada signo, vamos encontrá-lo superando suas próprias tendências naturais, controlando e governando seu próprio destino, e demonstrando o fato de que astros predispõem, mas não controlam. Esta visão astrológica do mito é uma apresentação sintética dos acontecimentos cósmicos que se refletem em nossa vida planetária, na vida da humanidade como um todo, e na vida do indivíduo, o qual é sempre o microcosmo do macrocosmo.

Este estudo fornece indicações claras para a compreensão dos propósitos de Deus para a evolução do mundo e do homem. Somente a consciência de que somos partes integrantes de um Todo maior e o conhecimento da divina totalidade, pode revelar o propósito mais vasto.

Hércules representou astrologicamente a história de vida de cada aspirante espiritual e iniciado, e demonstrou o papel que a unidade deve desempenhar na Obra eterna. A analogia astrológica dos Doze Trabalhos de Hércules diz respeito aos doze tipos de energias por meio dos quais a consciência da Realidade divina é obtida.

Através da superação da forma e da subjugação do homem inferior, é-nos mostrado um quadro do desenrolar da autorrealização divina. Hércules, em seu corpo físico, embaraçado e limitado pelas tendências a ele conferidas pelo signo no qual ele cumpria sua tarefa, alcançou a compreensão da sua própria divindade essencial. As provas a que Hércules voluntariamente se submeteu, e os trabalhos a que, às vezes impensadamente, atirou-se, são aqueles possíveis para muitos de nós ainda hoje. É evidente que, curiosamente, vários detalhes da sua dramática, e às vezes divertida, história dos seus esforços de ascensão podem ser aplicáveis em nossas vidas modernas.

Cada um de nós é mesmo um Hércules em embrião, deparando-nos com idênticos trabalhos; cada um de nós tem a mesma meta a conquistar e o mesmo círculo do Zodíaco a abranger.

Hércules aprende a lição de que agarrar-se a qualquer coisa do eu separado não faz parte da missão de um filho de Deus. Ele descobre que é um indivíduo, apenas para descobrir que o individualismo deve ser sabiamente sacrificado pelo bem do grupo. Ele descobre também que a ambição egoísta não tem lugar na vida do aspirante espiritual que está em busca de libertação dos ciclos recorrentes de existência e da constante crucificação na cruz da matéria.

As características do homem imerso na vida da forma e sob o domínio da matéria são o medo, o individualismo, a competição e a cobiça. Estes têm de ceder lugar à confiança espiritual, à cooperação, à consciência grupal e ao altruísmo.

Esta é a lição que Hércules traz; esta é a demonstração da vida de Deus que está sendo trazida à operação no processo criativo, e que floresce, de maneira sempre mais bela, a cada volta que a vida de Deus faz em torno do Zodíaco.

Esta é a história do Cristo cósmico, crucificado na Cruz Fixa dos céus; esta é a história do Cristo histórico, apresentada nos Evangelhos e representada, na Palestina, há dois mil anos; esta é a história do Cristo individual, crucificado na cruz da matéria e encarnado em cada ser humano. Esta é a história de nosso sistema solar, a história de nosso planeta, a história do ser humano.

Assim, ao admirarmos os estrelados céus acima de nós, temos eternamente representado para nós este drama magnífico, o qual é detalhadamente explicado ao homem pelos Doze Trabalhos de Hércules.




Fonte: Biblioteca Virtual da Antroposofia
http://www.antroposofy.com.br/
Fonte da Gravura: pixabay.com - CC0 Creative Commons - Public Domain


Indicação de leitura:
"Os Trabalhos de Hércules", de Alice Bailey

O EQUINÓCIO VERNAL E O ANO NOVO ROSACRUZ

O que é Equinócio

Equinócio significa o momento exato que marca o início da primavera ou do outono, em que o sol incide com maior intensidade sobre as regiões que estão localizadas próximo à linha do equador.

O termo tem origem na junção dos termos latinos aequus (igual) e nox (noite). Quando ocorre o equinócio, o dia e a noite têm igual duração (exatamente 12 horas).

O equinócio ocorre durante os meses de março e setembro, quando há mudança de estação. No momento do equinócio, a luz solar incide de igual maneira sobre o hemisfério norte e sobre o hemisfério sul.

No hemisfério sul, o equinócio que ocorre em março (dia 20 ou 21), marca o início do outono e o de setembro (dia 22 ou 23), marca o início da primavera. No hemisfério norte acontece situação inversa, em setembro inicia o outono e em março, a primavera.

O dia do equinócio de primavera e de outono pode variar de ano para ano, devido ao ano solar (trópico) ter 365 dias e mais algumas horas (365d 5h 48m 46s).

Portanto, o equinócio de outono (ou ponto Libra) acontece no hemisfério que transita do verão para o outono e o equinócio de primavera (ou ponto Vernal) acontece no hemisfério que passa do inverno para a primavera.

Graças ao fenômeno da precessão dos equinócios, estes não têm uma posição fixa, e se deslocam um pouco todos os anos.

Os fenômenos do equinócio e solstício marcam o início e o fim das estações.


Equinócio de Primavera

O equinócio de primavera, também conhecido como Ponto Vernal, consiste no momento em que o Sol atravessa o Equador de sul para norte.

No hemisfério sul, o equinócio de primavera ocorre nos dias 22 ou 23 de Setembro. Por outro lado, no hemisfério norte, o equinócio de primavera acontece nos dias 20 ou 21 de Março.


Equinócio de Outono

Ponto libra, ou equinócio de outono, é o momento exato que marca o início do outono, onde o sol se movimenta o equador de norte para sul.

No Brasil, que está localizado no hemisfério sul, o equinócio de outono ocorre nos dias 20 ou 21 de Março. Nos países localizados a norte da linha do Equador (hemisfério norte) o equinócio de outono acontece dias 22 ou 23 de Setembro.



Fonte: https://www.significados.com.br/equinocio/
Fonte da Gravura no topo: Ilustração dos Solstícios e Equinócios no Hemisfério Sul. Ilustração: SCI Jinks/JPL/NASA [adaptado].
http://www.infoescola.com/geografia/solsticio-e-equinocio/



O estudo da Mecânica Celeste, como se sabe, abrange a parte da astronomia que se ocupa da observação e determinação do movimento dos astros. E foi o físico e matemático inglês Isaac Newton [1642 - 1727] que, ao enunciar a lei da gravitação universal, contribuiu para se ampliar o interesse pelo estudo dos fenômenos do céu.

O nosso planeta, ou a Nave Terra, além da rotação, isto é, girar em torno de si mesmo, gira em torno da estrela Sol descrevendo uma eclíptica, ou órbita, que se conhece pelo nome de translação. O primeiro movimento determina o tempo e o ritmo dos dias, e o segundo, a ocorrência, entre muitas outras configurações, dos anos, equinócios e solstícios.

No dia 20 deste mês (março de 2001), às 13h31min32s (horário astronômico) - (dia 20/03/2017 - 07h:29m (horário de Brasília)), o Sol estará ingressando em Áries. Esse instante, no hemisfério norte, marca o início da primavera; e no hemisfério sul o do outono. É uma das datas em que o Sol, cortando o equador celeste, determina uma igualdade de duração de tempo para o dia e a noite.

As lendas e tradições dos povos do chamado período helenístico [influência da cultura grega], estão muito associadas à atividade humana, especialmente a agrícola. Procurando manter-se sempre em harmonia com as leis da Natureza e do Cosmos, nossos antepassados, frente a tais fenômenos, celebravam festas e ritos apropriados à ocasião, e adotaram, ao norte do equador, o equinócio da primavera como data para o início do Ano Novo Solar. Aliás, a constelação de Áries, primeira do Zodíaco e facilmente localizável no céu, já era conhecida pelos babilônios. Cerca de 2.500 anos a.C., diante da frequência de tais fenômenos, eles fixaram o início do ano, justamente, nessa época.

O calendário romano, antes da reforma determinada por Júlio César [101 - 44 a.C], tinha início no mês de março. Este calendário, ou Juliano, em data bem posterior [1582] foi revisto e atualizado pelo gregoriano, que é usado até hoje em quase todos os países do mundo.

No entanto, um grande número de sociedades esotéricas, entre elas incluindo-se a Fraternitas Rosicruciana Antiqua, fundada por Huiracocha, mantêm a multimilenar tradição de comemorar o Ano Novo no mês de março, ocasião em que tomam deliberações para o período seguinte, elegem e consagram novos dirigentes que, em singular cerimônia, assumem o compromisso de manter os elevados ideais da Ordem, bem como o de servir altruisticamente à humanidade.

Na primavera, o movimento aparente do Sol é indicado como um novo nascimento. Nesse período parece que a vida se renova na Terra, pois recebe novas e mais poderosas energias transmitidas pelos raios solares e os benefícios adicionais gerados pela posição harmônica dos planetas que compõem o sistema heliocêntrico.


"Ostara" (foto acima), entre os antigos povos escandinavos, era a deusa da primavera. Considerada como símbolo da ressurreição de toda a Natureza, era ardorosamente cultuada no início da estação das flores. Em homenagem à deusa, adotaram o costume de promover a troca de ovos coloridos, chamados de "ovos de Ostara", como emblema de renovação da vida. Essa pratica, mais tarde, foi adotada nas comemorações da Páscoa cristã, com o mesmo significado.

O cristianismo, ao celebrar a Páscoa dias após o equinócio da primavera, tem por objetivo a identificação do ressurgimento do vigor da Natureza com a Ressurreição de Jesus, o Salvador, enquanto a comunidade judaica, nessa mesma época, comemora a festa da colheita da cevada e a festa da liberdade, em memória da redenção dos escravos israelitas do jugo egípcio.

Para os hebreus, o regozijo do equinócio, ou da Páscoa, tem um nítido significado de memorial, pois deve marcar o início de uma nova era, ou o tempo da libertação, com o inicio de uma nova vida, conforme relato no segundo Livro do Antigo Testamento [Êxodo 12:1-14].

Da mesma forma que esses fatos históricos, ainda hoje celebrados de modo alvissareiro, e por certo muito significativos para o mundo ocidental, as ordens esotéricas, especialmente a Maçonaria e a Rosacruz, em consonância com os mitos e lendas religiosas, cultuam a morte e a ressurreição dos Heróis Solares e festejam, solenemente, a chegada do Equinócio Vernal em data mais ou menos coincidente com a simbólica morte de Cristo, o Sol Invictus.

Os episódios lembrados durante o transcurso do Ano Novo Rosacruz, ao serem examinados sob o ponto de vista do equilíbrio e da harmonia cósmica, da união consciente do homem com a natureza, deverão contribuir para que o Adepto possa, convicto dos postulados do Código de Vida que abraçou, meditar e compreender, com extrema alegria, que a saúde física do corpo, sempre revitalizada, é de fundamental importância para a transmutação de ideias velhas em novos e mais proveitosos conceitos sobre o significado de sua vida.



A. Dionisio Reis, FRA, FRC (*)

(*) Membro do Círculo Interno da FRA e do Círculo Interno da Ordem Rosacruz, AMORC.

FRA - Fraternitas Rosicruciana Antiqua
AMORC - Antiga e Mística Ordem Rosacruz



Fonte: http://www.geocities.ws/rcportal/equinox.htm