segunda-feira, 21 de março de 2022

O TIPO PSICOLÓGICO: INTROVERTIDO - EXTROVERTIDO


Temos o hábito de rotular as pessoas de acordo com sua persona mais comum, como introvertidas e extrovertidas. Quer dizer: umas são alegres e expansivas, enquanto outras são pensativas e tímidas.

Esta classificação empírica está errada. Quem criou a classificação das pessoas segundo dois tipos de atitudes foi Carl Gustav Jung, num estudo detalhado e memorável.

Os tipos de atitude são formas de reação aos estímulos que lhes vêm do mundo exterior e interior. São comportamentos condicionantes do processo psíquico. Para Jung, o tipo de atitude poderia ser uma disposição orgânica de cada um de nós. Realmente, desde o nascimento as pessoas apresentam as características de um tipo de atitude específico. Quando, por imposição do meio, o indivíduo é obrigado a funcionar num tipo de atitude diferente da sua inclinação natural, sofrerá distúrbios sérios.

Todavia, a partir da meia idade, é comum haver uma troca gradativa no tipo de atitude pessoal. Assim é que, pessoas introvertidas passam a se apresentar como extrovertidas, e as extrovertidas, como o seu oposto. Inclusive, pode-se verificar que, na meia-idade, acontece uma modificação no comportamento de homens e mulheres, a ponto de homens antes masculinamente rígidos, passam a ficar femininamente sentimentais; enquanto mulheres muito femininas, passam a apresentar atitudes masculinas. Não que mudem de identidade sexual, nada disso. Apenas passam a apresentar modos de ser diferentes, e até opostos, aos que estavam acostumados, e pelos quais eram conhecidos.

O tipo extrovertido é aquele cuja libido é atraída pelo objeto. Ele se caracteriza por uma relação positiva com os objetos externos. Neste tipo: "...interesse e atenção é direcionado para acontecimentos objetivos, o que está fora, em primeiro lugar os do meio ambiente próximo; pessoas e coisas cativam o interesse, somente depois volta-se para a própria pessoa. O extrovertido interessa-se por coisas novas, opiniões, lugares, invenções, grandes desempenhos. O extrovertido é sempre tentado a desfazer-se de si, em benefício (aparentemente) do objeto. (Jung)

O tipo extrovertido tende a seguir o espírito da época, as normas externas de validade coletiva. Ele dirige seu interesse para fora, para o objeto, quer dizer, ele se orienta, preferencialmente, no externo, com desenvoltura e facilidade. Para o extrovertido, "as leis morais do agir coincidem com as exigências da sociedade, isto é, com a concepção moral válida em geral. Se a concepção válida em geral fosse outra, também as diretrizes morais subjetivas seriam outras, sem que houvesse alteração alguma no hábito psicológico em geral." (Jung)

O extrovertido tende a desvalorizar os fatores subjetivos, por isto não costuma se preocupar com sua saúde nem com o atendimento às necessidades básicas, indispensáveis ao bem estar corporal. Somente volta a atenção para seu corpo, quando algo de anormal aparece no funcionamento dele.

O tipo introvertido tem uma atitude negativa face ao objeto, é conduzido, basicamente, por fatores subjetivos. Seu mundo interno é o ponto de partida e de orientação, o objeto tem, para ele, um valor secundário. Sua tendência, diante das solicitações do meio, é se por de sobreaviso, colocar um pé atrás e evitar, num primeiro momento, que sua libido flua diretamente para o objeto. Parece que reage, primeiramente, pela recusa.

O introvertido não é tímido, o seu interesse é subjetivo; ele vive mais no mundo das ideias, que lhe chama atenção, e onde está à vontade, do que no mundo das realidades concretas, que lhe parece difícil de lidar.

As pessoas têm um tipo de atitude dominante, mas, as situações existenciais impõem, em circunstâncias do cotidiano, que elas passem a atuar com a atitude contrária. Jung dá o exemplo de dois amigos que vão andando por uma rua. Um é extrovertido e o outro introvertido. Em dado momento, veem uma mansão antiga, com as portas abertas, sem qualquer pessoa tomando conta. O tipo extrovertido, então, convida seu amigo para entrarem. Esse se recusa, ponderando que os donos dela podem não gostar, e criarem problemas. O outro revida, desfazendo da cautela do amigo, e o arrasta consigo. No interior, encontram uma sala cheia de cotas de malhas, de armaduras e textos antigos. Neste instante, o tipo introvertido extroverte. Seu interesse pelos objetos se torna ativo. Ao mesmo tempo, o extrovertido introverte, e perde o interesse, passando a chamar o amigo para irem embora, ao que este se recusa.

Saber o seu tipo psicológico é um passo importante no autoconhecimento. Isto fará você entender melhor sua atitude diante dos atos e fatos do seu cotidiano...

Qual será sua atitude dominante? Busque perceber se você age mais motivado pelos objetos (tudo o que está fora de você), ou se suas ações têm base no seu mundo interior! Aclarando: você age primeiro, para depois refletir ou, ao contrário, reflete primeiro para depois agir?



Djalma Argollo



Fonte: do livro "Desenvolvimento Pessoal - Uma Proposta de Individuação"
AMAR - Sociedade de Estudos Espíritas - Salvador/BA
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/illustrations/fantasia-estrelas-espa%c3%a7o-c%c3%a9u-6026740/

AMOR E COMPAIXÃO: A FONTE DA FELICIDADE


Descobri que o mais alto grau de paz interior decorre da prática do amor e da compaixão. Quanto mais nos importamos com a felicidade de nossos semelhantes, maior o nosso próprio bem-estar. Ao cultivarmos um sentimento profundo e carinhoso pelos outros, passamos automaticamente para um estado de serenidade. Esta é a principal fonte da felicidade.

A compaixão e o amor não são artigos de luxo. Como origem da paz interior e exterior, são fundamentais para a sobrevivência de nossa espécie. Por um lado, são a não-violência em ação. Por outro, são a fonte de todas as qualidades espirituais: a capacidade do perdão, a tolerância e todas as demais virtudes. Além disso, são o que de fato dá sentido às nossas atividades e as torna construtivas.

A verdadeira compaixão decorre da percepção do sofrimento dos outros. Nós nos sentimos responsáveis e desejamos fazer algo por eles.

A verdadeira compaixão é uma reação motivada principalmente pela emoção e também um compromisso definitivo apoiado na razão. Assim, uma conduta verdadeiramente misericordiosa para com os outros não se altera nem mesmo quando os outros se comportam mal. É praticando a compaixão sem limites que uma pessoa desenvolve o sentimento de responsabilidade pelos semelhantes, o desejo de ajudá-los a superar de forma eficaz seus sofrimentos.

A compaixão e o amor caridoso são as características principais da realização plena e da felicidade.


Dalai Lama



Fonte: do livro "Palavras de Sabedoria"
Ed. Sextante, Rio de Janeiro/RJ
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/pomba-m%c3%a3os-paz-liberdade-7049205/