quarta-feira, 22 de maio de 2013

GÊMEOS: DOIS EM UM



O mantra espiritual de Gêmeos é: “Reconheço o meu outro eu e, no minguar deste, eu cresço e brilho.”

Gêmeos é o signo das dualidades, e para o ser humano a principal dualidade é entre o seu pequeno eu e o Eu Superior. O pequeno eu é o que normalmente conhecemos como a nossa personalidade; abrange a mente, a natureza emocional e o corpo físico. O Eu Superior é a nossa alma: a essência espiritual em nosso íntimo, o puro ser, pura consciência.

O pequeno eu é o veículo ou instrumento do Eu Superior para o desenvolvimento da consciência. É através das experiências no mundo material que a consciência superior vai gradualmente despertando, se desenvolvendo e se consolidando. E chega finalmente um ponto em que essa consciência superior pode conhecer o pequeno eu pelo que ele é. Então o indivíduo percebe e vivencia a sua personalidade como apenas uma parte do seu ser, e não mais o todo. Ele sabe que é mais do que a sua própria personalidade.

O mantra de Gêmeos fala sobre essa possibilidade de o Eu Superior reconhecer o outro eu. Nesse reconhecimento a partir do mais elevado que há em nós, existe sempre uma atitude de aceitação, compreensão, boa vontade consigo mesmo. Há uma grande diferença entre a personalidade perceber a si mesma, com suas limitações e imperfeições, e a alma perceber a sua personalidade, com as limitações e imperfeições dela. No primeiro caso, é comum o surgimento de insatisfação, frustração, culpa, luta etc. No segundo caso, essas distrações estão ausentes, e existe simplesmente a compreensão do trabalho de aperfeiçoamento que ainda precisa ser feito.

A energia de Gêmeos estimula o aperfeiçoamento de todos os tipos de relações, inclusive a relação interna entre esses dois eus em nós. Quando o mantra fala sobre o pequeno eu minguar, não se refere a um enfraquecimento e empobrecimento da personalidade. Trata-se apenas de a personalidade passar para o segundo plano, para que a alma possa vir para o primeiro plano. A personalidade é o agente da alma em meio ao mundo, e deve ser um instrumento forte, hábil e luminoso. Tudo o que é preciso é que esse instrumento se mantenha sempre a serviço da alma, e não de interesses egoístas e egocêntricos.

Entretanto, muitas vezes, na vida humana, não sobra espaço para a alma aparecer e atuar através de seu instrumento, porque a própria personalidade sobressai o tempo todo. O pequeno eu se mantém ocupado consigo, interessado em si, buscando apenas seus próprios objetivos, falando de si mesmo, procurando se afirmar e se destacar. A personalidade esquece que é apenas um instrumento... Já o Eu Superior, ao contrário, sabe que é um com o Todo, e a sua vida é puro amor e consagração ao bem comum. Quando a alma está se expressando através da personalidade, o indivíduo não fica falando de si mesmo, mas fala de ideias; não vive para si mesmo, vive por ideias, pela verdade, pela justiça, pela liberdade...

Dessa maneira, tais ideias espirituais podem crescer e brilhar através da personalidade. E esse é o grandioso papel que o pequeno eu tem a desempenhar. Quando a personalidade pretende ser importante por si mesma, existe apenas ilusão e distorção; mas quando a personalidade se permite ser grande por servir algo maior, aí ela encontra a verdadeira e plena autorrealização.





Ricardo Georgini
ricardogeorgini@yahoo.com.br




Fonte do Texto e da Gravura:
LOGOS - Grupo de Investigação em Astrologia Esotérica
http://logosastrologiaesotericaport.blogspot.com.br/2012/06/gemeos-dois-em-um.html

GÊMEOS: A SABEDORIA DO SERVIÇO


O trabalho de Hércules relacionado ao signo de Gêmeos é a obtenção das maçãs de ouro das Hespérides. Este é um trabalho muito longo, cheio de um rico simbolismo, representando o desafio de trazer as elevadas ideias e aspirações para a vida prática, assim manifestando sabedoria.

No mito, as Hespérides eram três ninfas que habitavam um jardim secreto, onde crescia uma árvore que dava frutos de ouro. Hércules recebeu a tarefa de conseguir tais frutos, mas ninguém sabia onde o jardim ficava. O herói iniciou a sua busca indo para o norte, a procura da orientação do sábio Nereu. E muitas vezes ele encontrou Nereu sem reconhecê-lo, nem reconheceu as pistas que o sábio sutilmente lhe forneceu. Depois, Hércules foi para o sul e confrontou-se com a serpente Anteus, invencível quando em contato com a terra. O herói teve que erguê-la e sufocá-la no alto para alcançar a vitória e poder prosseguir. Então foi para o oeste e conheceu Busiris, que afirmava ser o único portador da verdade. Hércules acreditou nele e tornou-se seu seguidor, esquecendo-se de sua busca e perdendo muito tempo. Até que recordou e compreendeu certas palavras de Nereu: “A verdade está dentro de ti”. Assim libertou-se e retomou a busca das maçãs de ouro.

Em seguida, Hércules encontrou Prometeu acorrentado a uma rocha, com abutres comendo-lhe o fígado. E de novo esqueceu-se de sua busca, mas desta vez para ajudar alguém que precisava de socorro. Ele afugentou os abutres, libertou Prometeu e cuidou de suas feridas. E eis que Prometeu indicou-lhe a direção em que deveria procurar o jardim. Para o leste, então, Hércules foi, mas quando finalmente achou a árvore, viu Atlas ali próximo, sustentando o peso do mundo sobre seus ombros. E mais uma vez, Hércules se esqueceu do seu objeto de desejo e foi auxiliar Atlas em sua tremenda tarefa. Ele transferiu o peso dos ombros de Atlas para os seus próprios. Liberado, Atlas e também as Hespérides trouxeram as maçãs de ouro para Hércules, e assim o trabalho foi cumprido.

O ouro representa a alma, tal como a prata representa a personalidade. Um fruto de prata simbolizaria o conhecimento material; as maçãs de ouro do mito simbolizam a sabedoria espiritual. O fruto é a última coisa produzida pela árvore, como resultado de todas as etapas anteriores de seu ciclo vital. A sabedoria, semelhantemente, deve ser produzida pelo próprio indivíduo, aprendendo com as suas experiências na vida. No entanto, a árvore não produz o fruto para si mesma, mas para o mundo. A sabedoria também: existe para ser compartilhada.

Em sua busca pela sabedoria, Hércules inicia pelo norte, símbolo da sua interioridade ou subjetividade. O sábio Nereu representa a própria alma de cada indivíduo, que lhe fornece muitas orientações sutilmente, muitas vezes sem que este as reconheça como tais. No sul (o mundo externo e concreto), Hércules confronta-se com a serpente dos poderes psíquicos e dons espirituais de todo tipo, que atrapalham quando se enfatiza a sua aparência (a terra ou chão), em vez do seu significado. No oeste (o contato com os outros), Hércules permitiu-se acreditar que só por fazer parte de certo grupo e seguir certa autoridade (Busiris) ele já estaria mais próximo da sabedoria. Mas a única e verdadeira autoridade é a sábia voz da própria consciência dentro de cada indivíduo.

Gradualmente, através de tentativas e erros, o indivíduo compreende que ninguém pode dar-lhe a sabedoria, mas ela vai desabrochar em seu interior à medida que ele procura aliviar o sofrimento da humanidade (Prometeu) e cooperar com o trabalho dos Instrutores da humanidade (Atlas). Quando estamos empenhados em servir, a sabedoria vem como uma consequência natural.




Ricardo A. Georgini
ricardogeorgini@yahoo.com.br




Fonte do Texto e da Gravura:
LOGOS - Grupo de Investigação em Astrologia Esotérica
http://logosastrologiaesotericaport.blogspot.com.br/2011/06/gemeos-sabedoria-do-servico.html

MUDE SEU DESTINO

Você já reparou quanto da Bíblia trata de oportunidades perdidas? Tantas figuras bíblicas tiveram a chance de fazer o bem nesse mundo, de acabar com a dor e o sofrimento dos outros e revelar Luz para dar fim à escuridão, e ainda assim, aqui estamos nós.

Hoje, nossas vidas são como histórias bíblicas. Passamos por incontáveis situações – algumas conseguimos reconhecer, outras não – em que poderíamos exercer um bem muito maior se simplesmente tivéssemos feito as coisas de forma diferente. Quantas vezes olhamos para trás e dizemos: “Ai, o que foi que eu fiz? Eu sei fazer muito melhor do que isso!” Algum véu encobriu nossa visão e não pudemos enxergar a verdadeira realidade daquele momento. Para cada vez que tivemos um retrospecto de visão ampla, existem centenas de outras vezes em que não chegamos a perceber o panorama completo.

No entanto, só porque perdemos oportunidades no passado, isso não significa que a vida tenha que continuar nessa estrada. Não estamos destinados a reviver os mesmos finais infelizes que a história tem repetido por gerações. Na verdade, existem boas notícias – uma luz no fim do túnel.

A boa notícia é que sempre podemos mudar.

Temos o poder de mudar tudo! As coisas não têm que permanecer iguais. Mas se quisermos que elas sejam diferentes, nós temos que ser diferentes. Temos que assumir o compromisso de parar de perder as oportunidades e começar a aproveitá-las.

Existe uma energia que pode nos ajudar a aproveitar tudo que o Universo colocou diante de nós. Ao invés de nos sentirmos eternamente frustrados e vitimizados pelas dificuldades da vida, podemos decidir abrir e mudar nossa consciência. Podemos parar de encarar as dificuldades como bloqueios na estrada e começar a vê-las como a própria estrada para uma existência melhor. Podemos começar a encarar nossos desafios de frente em vez de nos esconder. Podemos ver as dúvidas como oportunidades de construir uma certeza maior. Podemos parar de achar que as pessoas existem para nos prejudicar, e enxergá-las como seres que nos ajudam a chegar ao nosso destino. Podemos correr – não caminhar, mas correr – para fora da nossa zona de conforto, em direção a decisões e destinos melhores, onde existem mais milagres.

Tudo que precisamos fazer é começar hoje.

Mude sua consciência e suas ações seguirão o mesmo caminho.

Mude suas ações e você mudará seu destino.



Rav Yehuda Berg




Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A MEDITAÇÃO TEM ALGUMA COISA A VER COM RELIGIÃO?

Dissolvi qualquer conotação religiosa – um Hindu pode permanecer um Hindu e ainda assim meditar – e tornei a meditação disponível para todos sem nenhuma condição, seja Hindu, Judeu, Cristão... Qualquer um pode participar.

A beleza é que se alguém medita, cedo ou tarde seu hinduísmo irá desaparecer. Isso não pode permanecer com a meditação. Então porque preocupar-se com hinduísmo quando temos um segredo o qual irá automaticamente dispersar toda escuridão em suas mentes?

Quero que a meditação torne-se quase universal. Esta só pode se tornar universal se não estiver conectada a nenhuma religião, a nenhuma política, a nenhuma ideologia – e ela não está.

É um método simples. Mesmo um ateísta pode meditar, não há nenhum problema. Não pedimos a ele que creia em Deus, não pedimos a ele para acreditar em coisa alguma. Simplesmente dizemos a ele: “Aqui está um método que você pode tentar. Hipoteticamente, se você achar algo, ótimo. Se não, deixe-a.”

E qualquer um que tenha tentado meditação jamais retornou de mãos vazias.




Osho, em coletiva de imprensa




Fonte: www.palavrasdeosho.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O QUE É MEDITAÇÃO?

Meditação é um estado de não-mente. Meditação é um estado de consciência pura sem conteúdo. Normalmente, sua consciência está repleta de lixo, como um espelho coberto de poeira. Há um tráfego constante na mente: pensamentos estão se movendo, desejos, memórias, ambições estão se movendo — é um tráfego contínuo! Dia após dia! Mesmo quando você está dormindo, a mente está funcionando, sonhando; continua pensando, continua com suas preocupações e ansiedades. Ela está se preparando para o dia seguinte; no fundo, uma preparação já está acontecendo.

Esse é o estado não-meditativo. A meditação é exatamente o oposto. Quando o tráfego cessa e não há mais pensamentos movendo-se e desejos agitando-o, você está totalmente silencioso — este silêncio é meditação. E só nesse silêncio a verdade é conhecida, nunca de outro modo. Meditação é um estado de não-mente.

Você não pode encontrar a meditação através da mente, pois a mente perpetua a si mesma. Você só pode encontrar a meditação colocando a mente de lado, sendo calmo, indiferente, desidentificando-se dela; vendo seu movimento, mas sem se identificar, sem pensar que você é a mente.

Meditar é ter consciência de que você não é a mente. Quando esta consciência vai mais e mais a fundo em você, bem lentamente alguns momentos chegam — momentos de silêncio, momentos de total pureza, momentos de transparência nos quais nada o agita e tudo está sereno. Nesses momentos de tranquilidade você sabe quem você é, e conhece o mistério dessa existência.

E chega um dia, um dia abençoado, no qual a meditação se torna seu estado natural.

A mente não é natural; ela nunca se torna natural. E a meditação é um estado natural que foi perdido. É um paraíso perdido, mas o paraíso pode ser recuperado. Olhe para os olhos de uma criança, olhe e verá um profundo silêncio, uma inocência. Toda criança vem com um estado meditativo, mas ela tem que ser iniciada nos caminhos da sociedade — tem que aprender como pensar, como calcular, como raciocinar, como argumentar; tem que aprender palavras, linguagens, conceitos. E, pouco a pouco, ela perde o contato com sua própria inocência. Torna-se contaminada, poluída pela sociedade; torna-se um mecanismo eficiente e deixa de ser humana.

Recuperar esse estado novamente é tudo o que é preciso. Você já o conheceu antes, por isso, quando entrar pela primeira vez na meditação, ficará surpreso — um sentimento muito forte de que você já conheceu esse estado antes surgirá em você. E essa sensação é verdadeira: você já o conheceu antes; apenas se esqueceu. O diamante se perdeu num monte de lixo. Mas se você puder tirar esse lixo de cima, descobrirá o diamante novamente — ele é seu.

Na verdade, ele não pode ser perdido; apenas esquecido. Nós nascemos como meditadores, depois aprendemos os caminhos da mente. Mas nossa natureza real permanece escondida em algum lugar, bem no fundo, como uma subcorrente. Qualquer dia, cavando um pouquinho, você descobrirá que a fonte, a fonte de águas puras, ainda está fluindo. E a maior felicidade na vida é descobrir isso.




Osho, em "O Livro Orange"




Fonte: www.palavrasdeosho.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

RESPONSABILIDADE NA REENCARNAÇÃO


Alguns dizem que a reencarnação anularia o cumprimento da Lei (Torah/Pentateuco), ou dos ensinamentos de qualquer outra escritura das várias existentes, pois nada seria preciso cumprir, apenas reencarnar várias vezes para se aperfeiçoar.

Ledo engano, a consciência da reencarnação nos faz mais responsáveis, cumpridores das leis, merecedores das dádivas divinas e oportunidades de correção. "A natureza não dá saltos", somos como estudantes começando nas primeiras séries e, gradativamente, de ano após ano, de série após série, sempre avançando no grau de conhecimento, correção ("tikun") e habilidades.

Na verdade não há várias vidas; há uma vida somente. Porém, essa única vida se desenvolve em várias etapas e estágios, sempre evoluindo, ou seja, despertando ou relembrando daquilo que já o é em essência, em consciência, em sabedoria.

Os que temem a reencarnação é porque pensam haver vários "eus"; mas não há vários "eus", há um "eu" somente, passando por várias roupagens e dimensões infra humanas, humanas e supra humanas. No plano da alma, como almas (Eu Superior), somos um somente; uma única individualidade estagiando como várias personalidades no tempo e no espaço.

Ninguém deixa de ser alguém só porque trocou de roupa. O ser humano, no fundo, tem medo da reencarnação por estar extremamente apegado à sua personalidade atual, às suas posses, enfim, seus apegos; junte-se a isso o medo produzido por sua consciência cheia de "culpas" e imperfeições que gerariam correções dolorosas no futuro. É bem mais cômodo, por este fato, simplesmente crer numa "salvação" externa, num simples perdão e... pronto!

Está na hora do ser humano deixar a infantilidade, de tentar enganar-se a si mesmo crendo na letra morta das escrituras sagradas de suas tradições diversas e buscar a consciência, o crescimento, a maturação e a responsabilidade.


Prof. Hermes Edgar Machado Jr. (Issarrar Ben Kanaan)



Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

NADA SE CRIA, NADA SE PERDE, TUDO SE TRANSFORMA


Para que se possa entender um pouco mais sobre o processo reencarnatório devemos ter em mente, como nos diz o Rabino Philip Berg, que "... cada indivíduo ... é composto de duas partes - a função corporal e a função espiritual ou função interna. O corpo pode entrar em coma, mas a função interna pode continuar totalmente consciente do que está acontecendo ..."

Rav Berg cita ainda a pesquisadora Dra. Elisabeth Kubler-Ross, "...cujos pacientes quase sempre informam haver experimentado, após a morte clínica e a recuperação, um longo túnel com uma luz em seu final."

E é no Sefer haZohar que encontramos uma descrição curiosa e semelhante quando da morte do corpo físico, e que Rav Berg nos esclarece: "O Zohar nos diz que quando a morte do corpo físico ocorre, a alma imediatamente viaja para Hebron, onde está Adão, e que esta viagem se faz por um longo túnel."

Rav Berg nos relata também que a experiência do "túnel" é praticamente inerente a todos os povos, sejam judeus, cristãos, agnósticos ou qualquer outra crença. Por isso nos escreve, fazendo referência à experiência do túnel quando do retorno após a morte clínica: "... dificilmente pode ser produto de uma cultura em particular ou de uma influência religiosa."

"A lógica não admite", afirma Berg, "que a consciência possa ser encontrada no DNA, o que dá um enfático apoio à convicção cabalística de que ela é imortal e que irá, no decorrer do tempo, retornar com todas as suas memórias intactas, mesmo que inacessíveis."  Por causa dessa inacessibilidade é que raramente nos lembramos objetivamente de algo do passado. E quando lembramos é um processo subjetivo, distante e variável de pessoa para pessoa, e conforme a necessidade.

Aprendemos, de um princípio científico, que "na natureza nada se cria ou se perde, apenas se transforma", e Rav Berg comenta: "... quem consegue se lembrar de detalhes do seu primeiro ano no mundo? ... apesar de que cada detalhe está lá, assim como os 'bits' no circuito de memória de um computador".

Esclarece-nos Rav Berg que "qualquer físico lhe dirá que matéria é energia, e que a energia não pode ser destruída. Desta forma, tudo o que aconteceu em nossas vidas - nesta ou em qualquer uma das vidas anteriores - permanece armazenado e viável no universo."

Podemos conceber, então, que tanto a ciência espiritual como a psicologia, a física etc., nos sugerem os mesmos conceitos: inconsciente pessoal e coletivo, "guilgul" (reencarnação), registros akáshicos, samsara e tantos outros termos e conceitos que são usados nas mais diversas tradições religiosas e filosóficas.


Prof. Hermes Edgar Machado Jr.




Referência e sugestão de leitura: "Reencarnação - As Rodas da Alma", Rabino Philip S. Berg

Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A HERESIA DA SEPARATIVIDADE


Há uma etapa na evolução em que nos encerramos, cruelmente e cegamente, em nosso eu inferior separativo e personalístico. Debatemo-nos, ferrenhamente, contra a natural força de atração, de reunião e de associação que é a força suprema do Criador. Tornamo-nos “dia-bólicos”, ou seja, separamos, dividimos e desunimos (“dia”, em grego). É uma inconsciência, uma rebeldia e uma presunção que nesta fase evolutiva carregamos e que nos faz “sofrer” até que a superemos. Verdadeiramente é uma fase de ilusão temporária que gera o “mal” e o sofrimento, pois lutamos contra o natural, contra a nossa verdadeira natureza que é divina. É um remar contra a correnteza.

Na ciência espiritual a separatividade sempre foi denominada de “a grande heresia”, a portadora do sofrimento e do mal. Entretanto, na realidade, a separação não existe; a cisão entre tudo e todos é ilusória. É apenas uma percepção ilusória e temporária de que tudo está desconectado e sem vínculos; uma sensação de ser independente. Na verdade, é apenas a nossa consciência que não está ciente e consciente da unidade, ou seja, está temporariamente limitada e identificada com o irreal, criando barreiras, distanciamentos e rupturas. Tudo isto decorrente de uma pouca evolução espiritual. Portanto, o sofrimento fundamental e temporário do homem, sua angústia existencial, é o sentimento de perda de si mesmo, do distanciamento de sua realidade espiritual, da natureza e da síntese. “A queda do paraíso”.

O que consideramos um erro é, certamente, o ensaio do acerto. Assim, a separatividade é o caminho da unidade, da volta à unidade apesar dos transtornos gerados. O Criador é sábio, ele opera em ritmos, em contrastes, ou seja, enquanto não vivenciarmos a “falta” de luz, não saberemos e não valorizaremos a luz, mesmo que a criação tenha sido originada em meio a luz do Criador.

O codificador do espiritismo, Allan Kardec, nos disse que: “fomos criados simples e ignorantes”. O rosacruciano Max Heindel nos disse que: “devemos transformar nossos poderes latentes em potencialidades dinâmicas”. Por isto, fica claro que já vivenciamos a luz, porém de uma forma ignorante e em meio a poderes latentes. Precisou uma “queda”, esta entendida como nos ensina a cabala e escolas esotéricas, para vivenciarmos e experienciarmos uma caminhada longa em busca da luz, do re-ligar-se. É uma viagem da inconsciência (ignorância), passando à consciência (conhecimento), rumo à super consciência (sabedoria). Do espírito à matéria, e desta ao espírito novamente, como nos sugere o filósofo Pietro Ubaldi. A parábola do “filho pródigo”, entendida esotericamente, nos mostra exatamente esse processo em nível pessoal, coletivo e cósmico.

É uma grande viagem, e nela os sentimentos de ódio, de antipatia e de crítica são avivados. Nesta viagem colidimos com o amor universal que é isento de quaisquer reações, ao contrário de nosso amor interesseiro. Chamamos de heresia porque “quebra” o amor universal, a síntese e a unidade da diversidade. Contudo, é o caminho que leva à própria libertação, à patamares evolutivos inimagináveis. Em outras palavras, é um processo de acordar-se, de despertamento, porque em realidade não vamos a lugar algum, nem saímos de lugar algum, nem houve uma “criação”, mas tão somente uma emanação. “Em Deus somos, vivemos e temos o nosso ser”.

Cabe frisar que a separatividade não é possível em essência. É somente uma ilusão mental, uma miragem emocional e é uma figura de “maya” qualquer formulação e afirmação a seu respeito. Constitui-se apenas de um recurso, de uma sensação temporária à serviço da evolução (despertamento) dos seres e dos mundos. Poderíamos afirmar que alguém ou algo não compartilha da vida universal que a tudo e a todos compenetra e impulsiona? Há alguém ou algo fora de Deus, da unidade de Deus? Poderíamos afirmar que é possível existir sem inter relacionamento e inter dependência? Se algo ou alguém existisse fora daquilo/daquele a que chamamos de Deus, este não seria mais o Eterno, o Absoluto, o Onipresente, o Onipotente, o Supremo Grande Arquiteto do Universo, pois dois seres separados existiriam.

Óbvio fica, portanto, à nossa visão, que tudo é uma questão de grau de consciência. E que a ampliação da consciência, a partir do esforço evolutivo progressivo (graus do despertar), é o fator que fará diminuir a sensação de separatividade. Resume-se, portanto, tudo à nossa maior ou menor ignorância a respeito da inevitável síntese e da unidade. Estas são as realidades básicas e essenciais do cosmos.

Olhando à nossa volta e cotidiano, vemos, por exemplo, o nacionalismo tão comum, tanto no passado como no presente, representando a separatividade baseado na presunção, na antipatia, no racismo, no poder etc., e o capitalismo exaltando o senso de separatividade por ser contrário à cooperação. Nacionalismo, capitalismo, socialismo, comunismo, religiões “tradicionais” (contrárias à ciência e à coerência) exemplificam a cruel visão de exclusividade, cada um vendo o seu próprio eu, ideias, (pre)conceitos e grupo separado em vantagem sobre os demais. Isto constitui-se na falta de visão e direção ao bem comum; a exploração da ambição humana, oferecendo a recompensa do lucro, no céu ou na Terra, tão atraentes ainda às almas imaturas e egoístas. O próprio socialismo e comunismo que pelo próprio nome deveriam trazer o verdadeiro sentido de cooperação e fraternidade, tropeçaram no mesmo senso de separatividade e exclusividade; o resultado disso todos nós já bem o sabemos.

Se desejamos um mundo melhor e a saída da heresia da separatividade, devemos consistir nossas vidas em obter a capacidade de ver a totalidade, o bem comum, a capacidade de viver na síntese, na busca do universal para além do relativo e particular, na busca de soluções comuns, no enquadramento de nossa visão em uma visão maior dentro do que nos é possível no nosso grau evolutivo. Por isto nos foi dito que “a ignorância é a mãe de todos os vícios”, ou seja, a falta desta visão de síntese.

O segredo da superação da separatividade está no próprio longo caminho evolutivo (despertamento) e a partir de uma série de amadurecimentos sociais, políticos, artísticos, psicológicos e espirituais que nos levam a uma visão real. Assim, o mundo da realidade gradativamente se descortinará, porque estaremos no estado de conhecimento que provêm da realização do verdadeiro Eu, a Alma, o Eu Superior, e não sob os ditames da personalidade (máscara), do eu inferior, do impermanente.


Prof. Hermes Edgar Machado Junior



Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A GRANDE HISTÓRIA BÍBLICA


É a história da luta da alma pela sua salvação. Não deve ser lida ou interpretada literalmente, fato este geralmente esquecido pela maioria das religiões que para tudo possuem "respostas" em versículos bíblicos lidos literalmente ("a letra mata", não nos esqueçamos).

A saída dos hebreus do Egito simboliza a libertação do indivíduo de suas paixões inferiores.

A história de Abraão significa o desenvolvimento interior do homem de fé.

Adão é a alma de cada um que sucumbe à tentação (Eva), e de sua queda nasce o orgulho (Caim), e o bem (Abel) fica diminuído ou oculto da vida da alma.

Mas a alma pode elevar-se novamente pelo arrependimento (Enoque), correção (tikun/karma) e justiça (Noé), até chegar à virtude, da qual cada um dos patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó) representa um aspecto, chegando assim à santidade, representada por Moisés.

A Gênese representa, simbolicamente, a "criação" (emanação), a "saída" dos seres de Deus, a "queda" e os caminhos "longe" de Deus.

O Êxodo representa, simbolicamente, o caminho de retorno a Deus.

O Levítico mostra, simbolicamente, as regras de como retornar.

O Livro dos Números, simbolicamente, mostra a estruturação dos homens em "comunidade", as provações, testes e aprendizados.

O Deuteronômio lança as bases filosóficas, éticas e religiosas para o caminho de retorno à Unidade Divina e de uma vida elevada.

Enfim, as fábulas, mitos, símbolos e parábolas da bíblia (como de qualquer outra escritura) são para ser entendidas e vivenciadas intimamente; vê-las como um fato histórico, algo distante ou exteriores a nós é desconhecer totalmente a mensagem profunda que se nos apresenta como auxílio à nossa evolução. 

Cabe ainda lembrar que todo anacronismo, apego e bibliomania deve ser evitado. A mensagem é interior e fala ao nosso interior; é simbólica. Pouquíssimas passagens e personagens são fatos históricos reais.


Prof. Hermes Edgar Machado Jr. (Issarrar Ben Kanaan)



Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

54 PARASHIÔT (PORÇÕES)


Os judeus, os cabalistas e outros que seguem o esoterismo da Torá (Pentateuco), centralizam suas práticas e reflexões em porções semanais da Torá (PARASHIÔT (porções) e PARASHÁ (porção), em hebraico).

A Torá, para este estudo, é dividida em 54 porções, uma para cada semana. Cada "parashá" contém em si uma CERTA ENERGIA A SER TRABALHADA, uma MEDITAÇÃO, uma INTROVISÃO, um TRABALHO PSICOLÓGICO, uma REFORMA ÍNTIMA, um ENTENDIMENTO ESPIRITUAL e uma CONSCIENTIZAÇÃO DE ALGO TRANSCENDENTE.

A semana começa no sábado, às 18h, e termina no outro sábado, às 18h. O ponto culminante da semana é no dia do "SHABAT" (sábado) que começa às 18h de 6ª feira e termina às 18h de sábado. O horário do "Shabat" pode apresentar pequenas diferenças de horários dependendo do local e tradições.

Estudar, meditar, trabalhar a energia, visualizar em letras hebraicas os textos da Torá e do Zohar (Livro do Esplendor) e meditar na sequência semanal dos 72 Nomes do Altíssimo, propicia que nos conectemos com o Divino e com o nosso Ser interior (Eu Sou).

Assim, durante o ano judaico-cabalístico, no nosso dia-a-dia pessoal, íntimo e inter pessoal, irão ocorrer situações e oportunidades de fazermos as nossas correções (tikun/karma), ascensões e cumprir nossa missão nesta atual encarnação.


Prof. Hermes Edgar Machado Jr.




Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

TZIMTZUM


Contração - Retração - Esvaziamento - Recuação - Ocultamento (da Luz Infinita)

O "recuo" voluntário da Divindade, para que um mundo finito viesse a existir, através do processo de emanação.

Como Deus é Infinito, sem o Tzimtzum não haveria uma "área vazia" na qual se pudesse produzir a estrutura espaço-tempo de uma criação.

Para a cabala luriânica, o Tzimtzum inicial, e os atos subsequentes de Tzimtzum que ocorrem em cada estágio da criação geram as Sefirot restritivas do "lado esquerdo" e, no fim, as forças do "sitrá achará" ("o outro lado", "as forças oponentes").

Embora seja uma parte necessária da criação, a auto-contração divina faz surgir um mundo carente de retificação (Tikun/Karma), devido ao choque entre as forças restritivas e o transbordante amor divino. Esse choque expressa-se na imagem da "quebra dos vasos" (Shevirat haKelim) que deveriam conter toda a Luz Divina.

O Tzimtzum explica como um Deus infinito poderia dar existência a algo finito.

Metaforicamente, é Deus "ocultando-Se" na Sua Criação, para que os mundos e os seres pudessem ter o senso de sua própria "separação" de Deus. Se Ele não estivesse "escondido" (oculto), nada mais poderia ser percebido por causa de Sua magnitude e Luz absoluta.

Entretanto, a existência dos mundos e dos seres "independentes" é só na aparência, e a alteridade de Deus é uma ilusão, pois nada pode existir que não contenha a Sua infinitude.

O mundo, portanto, existe na intimidade divina e se reveste da natureza divina que apenas está oculta.

Não há um Deus separado, uma criação do "nada"; tudo é um processo monístico (monismo) que se apresenta aos nossos olhos míopes como panteísmo, politeísmo e monoteísmo.

A divindade é transcendente sem deixar de ser imanente.

Aceitar algo fora de Deus é o mesmo que crer numa limitação de Deus; o Absoluto não pode estar fora de nada, pois, por este fato, deixaria de ser Absoluto.


Prof. Hermes Edgar Machado Jr. (Issarrar Ben Kanaan)



Fonte da Imagem: Acervo de autoria pessoal

TENSÃO – CRISE – CHOQUE


Geralmente consideramos a tensão como um ponto ou situação onde duas forças distintas interagem; e neste particular, tudo e todos podem ser considerados como focos de tensão.

A tensão pode ser vista como negativa se não atentarmos à sua verdadeira mensagem e função, e nos entregarmos somente ao seu aspecto de conflito ou problemático quando interagem. Porém, observando pelo lado da alma, das essências e das causas, temos uma infinidade de possibilidades e oportunidades de realizações e crescimento; a visão das causas e efeitos será aberta.

Tanto em nível pessoal quanto grupal e mundial, a tensão e o choque sempre nos conduzem a uma nova situação e contribuição. São sugestivos e despertadores. Por exemplo, na tensão da mente e o coração, na tensão entre a verticalidade do espiritual e a horizontalidade do material, podemos encontrar claramente um ponto mediano ou um centro que conduz a uma realização ou a uma contribuição equilibrada, dinâmica e cheia de possibilidades. Portanto, é correto afirmar que toda a tensão ou atrito gera um fogo e uma luz, iluminando e indicando o caminho a ser seguido pelas criaturas.

Até mesmo as nossas próprias aspirações geram uma tensão em qualquer nível em que se observe. Em qualquer nível a tensão ou crise gera reorganização e novas possibilidades; invoca e evoca correntes de construtividade. É o fluxo do Plano Divino que deve ser cumprido.

Em cada dimensão, em cada reino da natureza a tensão se processa de acordo com a necessidade do fluxo evolutivo e sempre visando o despertar e uma aquisição. No caso do ser humano, a tensão é percebida diferentemente conforme o seu nível evolutivo, aspirações e cármico, mas sempre com sua importância porque gera, em qualquer nível, problemas e desafios, ativando descobertas, novas soluções e evolução. A própria criação prevê este processo que nos soa, por nossa fraca visão de profundidade, como desarmônico. Contudo, à medida que a nossa visão espiritual e intuição se abrem, podemos ver as essências e a profundidade dos acontecimentos críticos em nós e no mundo. É uma visão da inércia da matéria, por um lado, e o impacto do espírito, por outro, criando em tudo e em todos uma tensão/propulsão necessária à evolução.

Cabe ao homem, em equilíbrio de coração e mente, observar o papel decisivo das tensões. Saber em realidade e profundidade que os choques, as tensões e as crises indicam sempre os possíveis caminhos a seguir. E saber guiar e equilibrar a tensão correta, que é a base das realizações dentro dessa eterna transmutação e evolução, é, apesar das tensões geradas, o caminho inteligente, promissor e distintivo daqueles que já começam a vislumbrar o Plano Divino e sua Luz.


Prof. Hermes Edgar Machado Junior (Issarrar Ben Kanaan)




Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

SABEDORIA - AMOR -VERDADE

Sabedoria, amor e verdade formam, simbolicamente, um triângulo no qual cada lado faz a ligação entre os outros dois.

A sabedoria une o amor à verdade. Ela dá ao amor o poder de vivificar a existência e à verdade o de nos tornar livres, quaisquer que sejam as condições.

O amor une a sabedoria à verdade. Ele traz uma abertura, uma generosidade necessária à manifestação da sabedoria em sintonia com o poder libertador da verdade. Sem o amor, não podemos ter uma boa visão das coisas nem ser livres.

A verdade une o amor à sabedoria. Ela é a concretização do amor, a vida perfeita, e da sabedoria que ilumina o nosso caminho.

Nunca esqueçais que estais no ensinamento do amor, da sabedoria e da verdade, e então o amor inundará o vosso coração, a sabedoria abrir-vos-á as portas do universo, cujas chaves possui, e a verdade fará de vós um criador.


Omraam Mikhaël Aïvanhov




Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal