domingo, 10 de abril de 2016

O REAL ESTÁ ALÉM DO PASSADO, PRESENTE E FUTURO

Deus é inescrutável. Ele não pode ser percebido no mundo objetivo exterior; Ele está no coração de cada ser. Você exalta a Deus como onipresente, onisciente e onipotente, mas ignora Sua presença em você! Quem pode afirmar que Deus é isso ou aquilo? Quem pode confirmar que Deus não é desta forma ou com esse atributo? Cada um pode adquirir da vasta extensão do oceano somente o quanto pode ser contido em um recipiente que pode transportar em suas costas. A partir dessa quantidade, pode-se entender somente um pouco dessa imensidão. Pedras preciosas devem ser procuradas no subsolo; elas não flutuam no ar. Busque a Deus no mais profundo de si mesmo, e não na tentadora natureza caleidoscópica. O corpo lhe é concedido para este elevado propósito; mas agora você está fazendo mau uso dele, como a pessoa que usou um vaso de ouro cravejado de joias, que chegou às suas mãos como uma relíquia de família, para cozinhar seu alimento diário.

Você está desperdiçando seu precioso tempo pensando que tudo o que vê neste mundo objetivo é verdade. Não! Nenhum desses objetos é real. A verdade é eterna e está além dos três períodos de tempo - passado, presente e futuro. Essa Verdade é a Divindade. Deus é um só, agora e para sempre. Quão tolo é pensar que a visão mundana que está sujeita a alterações ao longo do tempo é real. Você é um estudante hoje. Amanhã você se tornará um funcionário em uma Organização e alguns anos mais tarde será um funcionário aposentado. Então, o que é verdade? É a vida como um estudante ou um funcionário ou como um funcionário aposentado? Assim, todos os que você vê neste mundo objetivo e todas as relações entre os indivíduos são apenas temporários, nunca reais e permanentes. A Divindade não é assim. Reconheça a verdade de que o Divino é onipresente - ontem, hoje e amanhã.

Eu quero que você exerça controle sobre cinco coisas vitais na vida. (1) "Não desperdice dinheiro." Perceba que o mau uso de dinheiro é imoral. Se você deseja manter uma foto de Bhagavan, tenha apenas uma. Por que desperdiçar seu dinheiro na compra de muitas? (2) "Não desperdice comida." Perceba que "Alimento é Deus." (3) "Não perca tempo." Tempo é Deus. Tempo desperdiçado é vida desperdiçada. (4) "Não desperdice energia." Entenda que quando você vê, fala, ouve, age ou pensa, energia é gasta. Em todas essas atividades, não desperdice suas energias desnecessariamente. (5) "Não se esqueça de Deus", a qualquer momento, no que quer que você possa estar fazendo. Deus está presente onde quer que vá. Ele está com você, ao seu lado e em torno de você, sempre. Assim, não há necessidade de ir a algum templo para orar a Deus. O seu coração é Seu templo. Transforme sua visão interior e compreenda o Princípio do Atma. (Discurso Divino, 23 de novembro de 1997)




Sathya Sai Baba






Fonte: www.sathyasai.org.br
Fonte da Gravura: Tumblr.com

POR QUE ESPÍRITOS DESAJUSTADOS NOS ENVOLVEM E INFLUENCIAM TÃO FACILMENTE?

Podemos responder com a velha pergunta de algibeira:

• Por que o cachorro entra na igreja?
• Ora, porque a porta está aberta!

Exatamente o que acontece com estas entidades. Aproximam-se de nós, envolvem-nos, invadem nossa casa mental porque, segundo a expressão evangélica:

- Está desocupada - vazia de ideais superiores, de motivação existencial.

- Está varrida e adornada - atraente para os invasores, receptiva às suas sugestões.

A intervenção dos benfeitores desencarnados e os recursos mobilizados no Centro Espírita promovem seu afastamento. Todavia, isso não é o bastante. Fundamental que aprendamos a nos defender, que tenhamos cuidado porquanto pode ser que eles resolvam voltar e venham acompanhados de outros iguais ou piores. O estrago será maior. Necessário, portanto, fechar a porta, impedir seu acesso.

Na questão 469, de O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta aos mentores espirituais como podemos fazer isso. A resposta é bastante elucidativa:

"- Praticando o Bem e pondo em Deus toda a vossa confiança (...)."

Quem se empenha em servir e tem certeza da proteção divina resguarda a casa mental contra malfeitores e desocupados do Além.

Uma pergunta que deveríamos formular a nós mesmos: que tipo de gente recebemos em nossa casa mental? Não é difícil definir. Basta analisar como estamos, nossas emoções e sentimentos. Talvez seja preciso despejar hóspedes indesejáveis e convidar outros mais recomendáveis, em favor de nossa paz.




Richard Simonetti





Fonte do Texto e da Gravura: GRUPO DE ESTUDO "ALLAN KARDEC"
http://grupoallankardec.blogspot.com.br/

MEDITAÇÃO É UMA MANEIRA DE ENCARAR A CRISE REAL DA VIDA

Meditação é uma maneira de encarar a crise real da vida, de encarar o próprio crescimento e as dores crescentes.

A filosofia distrai, a teologia engana, a política somente o mantém ocupado com coisas estúpidas, a arte somente decora a cela e a ciência ainda não é corajosa o bastante para atacar o problema real, assim ela fica trabalhando sobre coisas, sobre o exterior.

Religião é esta coragem de penetrar na realidade paradoxal de ambos, nascimento e morte, matéria e mente, isto e aquilo.

Muito poucas pessoas foram religiosas — um Buda, um Krishna, um Zaratustra.

E toda pessoa pode ter essa satisfação de ser religiosa, toda pessoa pode viver Deus. Mas então você terá de renunciar a muitas coisas, suas filosofias, suas religiões, suas estúpidas ocupações...

E não estou dizendo que você deva renunciar ao mundo — sua esposa, seus filhos, seu trabalho — não. Este não é o problema. O problema real está em suas crenças; você terá de renunciar a suas crenças.

Mas o que acontece no mundo? Alguém se farta do mundo, renuncia aos filhos e à família e escapa para uma caverna dos Himalaias ou para algum mosteiro católico. Ele renuncia a tudo, exceto a suas crenças. Ele carrega essas crenças para o mosteiro, e elas são as coisas reais às quais ele deve renunciar.

Ensino meus sannyasins a renunciarem às crenças, aos conceitos, aos preconceitos.

O mundo é perfeitamente belo, pois ele é o Deus visível.

Renuncie apenas às atitudes que lhe foram ensinadas, às quais você foi condicionado.




Osho





Fonte: "A Sabedoria das Areias – Discursos Sobre o Sufismo"
Fonte da Gravura: Tumblr.com

A RAZÃO DE SER

Tudo o que acontece no mundo tem a sua razão de ser. O sábio tem esta certeza e por isso nada pode fazê-lo perder a sua luz, a sua paz, a sua confiança. Mesmo que muitos acontecimentos continuem a ser inexplicáveis para ele, isso não o leva a pôr a sabedoria divina em questão, pois sabe que, um dia, o seu significado ser-lhe-á revelado.

É certo que a existência nos põe muitas vezes perante fatos, situações, que, à primeira vista, nos parecem incompreensíveis, absurdos e até escandalosos: como é que tais coisas são possíveis? Mas nada é mais terrível e perigoso do que concluir, a partir daí, que a vida humana é desprovida de sentido. Jamais um sábio dirá, como alguns supostos filósofos, que tudo é acaso, caos e absurdo. Que orgulho é afirmar que não tem sentido aquilo que ainda não se consegue compreender! E que empobrecimento isso representa para o pensamento!




Omraam Mikhaël Aïvanhov





Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com

OS VERDADEIROS OBJETIVOS DO MOVIMENTO (MOVIMENTO ESOTÉRICO MODERNO)

O Foco Central de um Projeto de Longo Prazo

O movimento esotérico moderno foi fundado em Nova Iorque em 1875. Os seus dois principais fundadores são Helena Blavatsky e Henry Olcott. A real importância de William Q. Judge, que participou da fundação, só ficou clara posteriormente.

Os objetivos declarados deste movimento, em sua formulação mais conhecida, são os seguintes:


1) Formar o núcleo de uma Fraternidade Universal da Humanidade, sem distinção de raça, credo, sexo, casta ou cor;

2) O estudo de religiões, filosofias e ciências antigas e modernas, e a demonstração da importância de tal estudo;

3) A investigação das leis inexplicadas da Natureza e dos poderes psíquicos latentes no homem. [1]


Com poucas variações, os três objetivos descritos acima são adotados pelas várias linhas de trabalho teosófico existentes hoje no mundo. No entanto, as metas são complexas e abrangentes. Elas transcendem as palavras e podem ser expressadas de diversas formas. Em um texto de outubro de 1886 que também é conhecido como “O Programa Original da Sociedade Teosófica”, H.P. Blavatsky incluiu informação valiosa que até hoje nem todos conhecem.

Ao narrar os objetivos do movimento no momento da sua fundação, ela escreveu que as crenças cegas religiosas devem ser desmascaradas, e que as energias sutis da vida, positivas e negativas, precisam ser descritas e identificadas para que as ilusões sejam destruídas.

Do ponto de vista prático, essa tarefa cria um dilema. É preciso achar um modo de promover a fraternidade universal e ao mesmo tempo combater o fanatismo e a hipocrisia das principais religiões. Será possível fazer isso sem parecer intolerantes?

A vida tem mostrado que essa tarefa é inevitável, mas apresenta obstáculos. Alguns ainda pensam que a prática da fraternidade proíbe o estudante de fazer críticas. Essa é uma perigosa ilusão. Cabe combinar, isso sim, uma mente aberta com uma firmeza de princípios. A prática da amabilidade não autoriza ninguém a omitir-se diante do erro e da fraude.

Descrevendo em 1886 os objetivos do movimento, H. P. Blavatsky escreveu:

“Enviada aos Estados Unidos da América em 1873 com o  propósito de organizar um grupo de trabalhadores em um plano psíquico, dois anos mais tarde a autora do presente texto recebeu ordens do seu Mestre e Instrutor para formar o núcleo de uma Sociedade cujos objetivos foram genericamente definidos como segue:


1) Fraternidade Universal;

2) Nenhuma distinção deveria ser feita pelos membros entre raças, credos ou posições sociais, mas cada membro deveria ser julgado e tratado apenas em função dos seus méritos pessoais;

3) Estudar as filosofias do Oriente - especialmente as da Índia, e apresentá-las gradualmente ao público em várias obras que devem interpretar as religiões exotéricas à luz dos ensinamentos esotéricos;

4) Fazer oposição de todas as formas possíveis ao materialismo e ao dogmatismo teológico, demonstrando a existência de forças ocultas na Natureza, desconhecidas pela Ciência, e a presença de poderes psíquicos e espirituais no Homem; e tentar, ao mesmo tempo, ampliar os pontos de vista dos espíritas mostrando a eles que há outras, muitas outras forças em ação na produção de fenômenos psíquicos além dos ‘Espíritos’ dos mortos. As superstições deveriam ser denunciadas e evitadas; e as forças ocultas, benéficas e maléficas - que sempre nos rodeiam e manifestam suas presenças de vários modos, deveriam ser demonstradas da melhor maneira possível.”

E Blavatsky prosseguiu:

“Esse era o programa de ação em suas linhas gerais. Não foi dito aos dois principais fundadores o que eles tinham de fazer, como eles tinham que provocar e acelerar o crescimento da Sociedade e os resultados desejados; eles tampouco receberam quaisquer ideias definidas com relação à organização externa - tudo isso foi deixado inteiramente a cargo deles. Assim, como a abaixo-assinada não tinha capacidade para a formação e a administração mecânicas de uma Sociedade, a sua direção foi deixada nas mãos do coronel H.S. Olcott, escolhido naquela ocasião pelos fundadores e membros iniciais como Presidente vitalício. Mas ao mesmo tempo que não foi dito aos dois fundadores o que eles tinham que fazer, eles foram claramente instruídos sobre o que eles jamais deveriam fazer, o que eles tinham que evitar, e o que a Sociedade nunca deveria se tornar. Organizações de Igrejas, seitas Cristãs ou espíritas foram mostradas como futuros contrastes à nossa Sociedade.”

E para esclarecer ainda mais, Blavatsky enumerou dois pontos:

“1) Os Fundadores tinham que exercer toda a sua influência para fazer oposição a egoísmo de qualquer tipo, insistindo em sentimentos sinceros e fraternos entre os membros - pelo menos externamente; trabalhando para que o Movimento produzisse um sentimento de unidade e harmonia, apesar da grande diversidade de crenças; esperando e exigindo dos Membros uma grande tolerância mútua e compaixão de cada um pelos defeitos do outro; ajuda mútua na pesquisa de verdades em qualquer área de conhecimento, moral ou física, e mesmo na vida diária.

2) Eles tinham que se opor da maneira mais intensa possível a qualquer coisa que se aproximasse de fé dogmática e fanatismo - a crença na infalibilidade dos Mestres, ou mesmo na mera existência dos nossos Mestres invisíveis, devia ser combatida desde o início. Por outro lado, como era exigido um grande respeito pelas opiniões pessoais e crenças de todos os membros, qualquer membro que criticasse a fé ou a crença de outro membro, ferindo seus sentimentos ou mostrando uma autoafirmação repreensível, não solicitada (conselhos mútuos amigáveis eram um dever, a menos que recusados) - tal membro sofreria expulsão. Tinha que ser encorajado o maior espírito de livre pesquisa, sem que fossem colocados impedimentos por ninguém e por coisa alguma.” [2]


O Paradoxo da Fraternidade

Pesquisa é fundamental em teosofia. Acreditar sem fundamento em alguma coisa é nocivo.

Uma grande diferença entre uma igreja e uma escola filosófica é que para a igreja o mais importante é a crença, e o debate é algo que atrapalha a fé cega; enquanto que para uma escola de filosofia a atividade principal é a pesquisa, e nela o debate honesto, impessoal, respeitoso, é bem-vindo e até indispensável.

O movimento teosófico deve evitar uma aparência de tolerância em que não haja direito a debate ou sinceridade, supostamente para não ferir os sentimentos daqueles que alimentam uma fé cega ou uma rotina mental.

A abertura de horizontes é saudável,  mas a “tolerância” em relação a quebra de princípios éticos é inaceitável por um motivo muito prático: produz maus frutos.

Deve haver firmeza na ética e uma flexibilidade na forma de pensar. Devemos ter um pensamento universal, capaz de fazer a síntese entre diferentes tradições, sem aceitar ausência de honestidade. E precisamos critério e sabedoria para administrar diariamente esse aparente paradoxo.

A universalidade das religiões significa que diferentes tradições se encontram em “algum lugar”. E o “lugar” em que as diferentes religiões se encontram tem que ser o respeito pela verdade.

As árvores se conhecem pelos frutos, e os frutos das religiões e das filosofias são, naturalmente, as ações práticas dos seus estudantes ou seguidores. Uma bela “filosofia”, sem belas ações, é apenas uma forma de encobrir o fracasso. Daí a centralidade da ética.

Há um contraste aparente entre a universalidade que abrange as diferentes tradições e a promoção de uma ética vivida de fato na vida diária. Esta última pode ser vista como rigidez, por pessoas sem princípios. E a contradição provoca  dificuldades. O paradoxo produz testes e provações indispensáveis para que o aprendizado seja real.

São muitas as lições que surgem, na medida em que se tenta alcançar na prática diária os objetivos centrais do movimento inaugurado em 1875 em Nova Iorque. O lento progresso nesta direção abre pouco a pouco uma página nova na evolução da humanidade.



NOTAS:

[1] Texto traduzido da contracapa  do livreto “Work for Theosophy - Articles by William Q. Judge”,   The Theosophy Company, Los Angeles, Califórnia, EUA, 48 pp. Todas as publicações da Loja Unida de Teosofistas adotam essa formulação dos objetivos.

[2] Do livreto “Theosophical Objects, Program and Organization”, H.P. Blavatsky, The Theosophy Company, Los Angeles, Califórnia, EUA, 38 pp., ver pp. 16-18. Essa é a primeira parte do documento. O texto também foi publicado sob o título de “The Original Programme of the Theosophical Society” na revista mensal “The Theosophist”, Adyar, Madras, Índia, edição de agosto de 1931, ver pp. 561-564 para os trechos traduzidos aqui.




Carlos Cardoso Aveline






Fonte: http://www.helenablavatsky.net/2016/04/os-verdadeiros-objetivos-do-movimento.html
Fonte da Gravura: Helena P. Blavatsky e Henry S. Olcott, na década de 1880
http://www.helenablavatsky.net/2016/04/os-verdadeiros-objetivos-do-movimento.html