domingo, 19 de dezembro de 2021

MEDITAÇÃO CRISTÃ E CENTRANTE


A Meditação Cristã, juntamente com a Oração Centrante, faz parte da Tradição Contemplativa do Cristianismo. Por "contemplativo" entendemos abertura às consequências de uma prática espiritual mais receptiva.

Creio que falando sobre "contemplação" poderia ser simplista categorizar a prática como ativa ou receptiva, mas esquematicamente essas ideias nos ajudam a compreendê-la.

A repetição do mantra na Meditação Cristã remete à opção por uma atitude de humildade mesmo diante uma experiência contemplativa, ou um cuidado com o que poderia soar como presunção de nossa parte diante do Sagrado. Mas é importante considerar que, na nossa humanidade, talvez seja melhor pecar por humildade do que por "orgulho espiritual" - um pecado comum na vida mística, uma preocupação constante na literatura mística antiga.

Interessante por outro lado, Dom John Main, OSB (quem resgatou a Meditação Cristã), em seu livro "O Momento de Cristo", Ed. Paulus, p. 78, escreveu: "Nada há de passivo na meditação. Ela é um estado de crescimento e de aprofundamento da abertura para a fonte de energia de toda a realidade, que só podemos descrever adequadamente com palavras como: Deus-que-é-amor. A meta de nossa vida - bem como o convite que lhe é feito - corresponde a nada menos do que uma união completa, plena harmonia com a fonte de energia e de poder."

A Oração Centrante é um método de oração silenciosa (meditação) que pode levar à contemplação. Foi resgatado pelo padre William Meninger, O.C.S.O., monge trapista norte-americano por volta de 1970, a partir do livro do autor anônimo do século XVI, "A Nuvem do Não-Saber". Da mesma forma, vem da tradição hesicasta dos Padres do deserto. Juntamente com D. Thomas Keating e o falecido, em 2005, D. Basil Pennington, também trapista, realizam no mundo inteiro um grande trabalho de divulgação, sendo muito praticada atualmente, em vários países. Thomas Keating criou a organização "Contemplative Outreach", para divulgá-la.

Escolhe-se uma "palavra sagrada" ou uma "palavra de amor" como símbolo de sua intenção e consentimento de estar na Presença de Deus por vinte minutos. Sentado numa posição confortável, costas eretas, de preferência num lugar onde se possa permanecer sem ser perturbado, o orante fecha os olhos, e, mentalmente, tenta guardar esta palavra no coração. A cada vez que se perceber com sua atenção em outra coisa, simplesmente retorne à sua intenção original, de estar na presença de Deus.

Como podem ver, a Oração Centrante e a Meditação Cristã são "meio-irmãs". A diferença básica é que na Oração Centrante o "Mantra" chama-se "Palavra Sagrada" ou "Palavra de Amor" e NÃO é repetida incessantemente, como na Meditação Cristã. Repetimos a Palavra Sagrada quando nos percebemos com nossa atenção em alguma coisa, que não seja a Presença de Deus. Então voltamos a ela para reafirmar nossa INTENÇÃO de permanecer diante do Senhor. Ela também representa nosso CONSENTIMENTO à SUA ação em nós. Enquanto a Oração Centrante é receptiva, a Meditação Cristã é uma forma ativa de meditar.

Cada pessoa se sentirá atraída por esta ou aquela maneira de orar. Uns procurarão a linha Inaciana, outros a Oração Centrante, uns a Meditação Cristã, outros o Terço ou Rosário, sim, pois pode-se chegar à contemplação rezando-se um simples rosário. O importante é que nunca deixemos de buscar...


Texto sintetizado e adaptado



Fontes: Meditação Cristã e Oração/Meditação Centrante
http://www.oracaocentrante.org/
https://www.meditacaocrista.com/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/orar-est%c3%a1tua-de-buda-rezar-a-medida-5183164/

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