quarta-feira, 13 de maio de 2020

NASCIMENTO E MORTE RELATIVOS


O nascimento e a morte não são antagônicos, pois cada nascimento é uma morte relativa, e cada morte um nascimento relativo. Nosso ser astral deve desaparecer com o nosso nascimento terrestre, para reviver em nossa consciência cerebral; depois, no momento da morte, reconquista a sua liberdade. Volta então à sua existência normal, enriquecido ou empobrecido, segundo a utilização que fez de sua vida terrestre, com vistas à vida futura.

O ato da concepção nos dá a vida corpórea; ao nascimento a alma se reveste da consciência cerebral e por ocasião da morte o espírito readquire as faculdades ocultas. A mudança da vida terrestre para a vida transcendental é tão grande que não podemos concebê-la nitidamente. Não podemos nos imaginar entrando num Céu tal como no-lo pintaram, nem no inferno como o entendemos, e de fato não mereceríamos um mais do que o outro. Estaremos desembaraçados de todos os males que aderem à nossa existência corpórea.

Nossas concepções restringidas pelos estreitos âmbitos da vida dos sentidos ampliar-se-ão no Além. Nossa atividade, que não estará a serviço dum organismo corpóreo, terá campo de ação mais vasto, e como disporemos de um meio de locomoção astral, poderemos gozar de uma existência de tal forma superior a esta...

Tudo nos leva a presumir que no Além viveremos em uma comunidade de espíritos bem maior do que na terra, onde a humanidade mal inicia a formação de grupos solidários.

É também de prever que a moral seja lá superior à da Terra, e que o nosso lugar no Além seja tanto mais favorável quanto mais na Terra tivermos procurado viver beneficiando a solidariedade geral.


Carl Du Prel



Fonte: do livro (digital), "O Outro Lado da Vida"
Fonte da Gravura: Espiritismo Brasil

Um comentário:

  1. Que beleza!
    Quem dera ser merecedor de uma recompensa como a mencionada acima na outra vida no além!

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