Quando ele nos diz para não nos preocuparmos, Jesus não está negando a realidade dos problemas do dia-a-dia. Está nos dizendo para abandonarmos a ansiedade, e não a realidade. Aprender a não se preocupar é uma tarefa difícil... [No entanto], a despeito de sua síndrome de atenção deficiente, até a mente moderna também tem sua capacidade natural de se aquietar e de transcender suas fixações. Nas profundezas, ela descobre sua própria clareza onde está em paz, livre da ansiedade. A maioria de nós tem cerca de meia dúzia de ansiedades favoritas, tais como doces amargos que mastigamos sem parar. Ficaríamos assustados se nos privassem delas. Jesus nos desafia a superar o medo de abrir mão da ansiedade, o medo que temos da própria paz. A prática da meditação é uma forma de aplicar seu ensinamento à prece; através da experiência, ela prova que a mente humana pode realmente optar por não se preocupar. [...]
Optar por repetir o mantra com fé, e voltar a ele, sempre que as distrações intervém, é o exercício da nossa liberdade de prestar atenção. Não se trata de algo como uma opção por uma determinada marca da prateleira do supermercado. É a opção pelo compromisso. O caminho do mantra é um ato de fé, e não uma jogada de poder do ego. Em cada ato de fé existe uma declaração de amor. A fé prepara o terreno para que a semente do mantra germine no amor. Não criamos um milagre da vida e do crescimento sozinhos, mas, somos responsáveis por seu desabrochar. Chegar à paz da mente e do coração - ao silêncio, à tranquilidade e à simplicidade - não exige a vontade de um campeão, mas a atenção incondicional, a fidelidade continuada de um discípulo.
Dom Laurence Freeman, OSB
Fonte: Extraído de "Meditação", no livro "Jesus, O Mestre Interior"
São Paulo: Martins Fontes, 2004, pp. 277-278.
http://www.wccm.com.br/leitura-laurence-freeman-osb/872-meditacao-200202
Fonte da Gravura: http://www.good-will.ch/postcards_es.html
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