domingo, 19 de março de 2017

OS 12 TRABALHOS DE HÉRCULES - O CAMINHO DA INICIAÇÃO


Hércules: o Herói dentro de cada um

“Hércules é o herói que alegoriza o Homem Autêntico – o Autorrealizado. Somente o Herói Solar pode realizar tal tarefa, valente e destemido, onde vive a personificação do Cristo Íntimo.”

Ao estudarmos as narrativas de Hércules e seus Doze Trabalhos, inclusive correlacionando-os com a passagem através dos Doze Signos do Zodíaco, podemos abordar a questão do ponto de vista do aspirante espiritual ou iniciado, individualmente, ou do plano da humanidade como um todo.

As provas a que Hércules se submeteu podem ser enfrentadas por milhares de indivíduos que trilham o caminho do desenvolvimento espiritual consciente e da Iniciação.

Cada um de nós é um Hércules em embrião; os trabalhos, que ontem foram de Hércules, são de toda a humanidade, ou pelo menos de todos aqueles que mantêm as rédeas de sua evolução em mãos, tendo em vista a iluminação espiritual.

Os trabalhos de Hércules demonstram o caminho que aguarda o aspirante espiritual sincero, aquele estágio do buscador espiritual inteligente, onde, tendo desenvolvido a mente e coordenado suas habilidades mentais, emocionais e físicas, esgotou os interesses no mundo fenomênico e procura expandir sua consciência. Esse estágio sempre foi expresso pelos indivíduos mais evoluídos de todos os tempos.

Enquanto escalamos a montanha da verdadeira Iniciação, vamos eliminando todo medo e aprendendo a controlar as forças inerentes à natureza humana, até que possamos nos tornar um servidor da humanidade, eliminando a competição e os objetivos egoístas.

Ao se aprofundar nos Doze Trabalhos de Hércules, torna-se claro qual deve ser a conduta de cada aspirante e iniciado no Caminho do Discipulado e da Iniciação Real. Um grande desafio é trazer, para nosso dia a dia hoje, novas maneiras de expressar e vivenciar as velhas verdades contidas nestes mitos, de forma a ajudar as velhas fórmulas para o desenvolvimento espiritual a adquirirem nova e pulsante vida para nós. Este é o desafio de sempre atualizar a luta humana para se superar a natureza animal, fazer desabrochar a natureza humana e revelar a natureza divina oculta em cada um de nós, o que está tão bem configurado nos Trabalhos de Héracles.

Os Doze Trabalhos de Hércules oferecem um quadro sintético do progresso da alma, indo da ignorância à sabedoria, do desejo material à conquista espiritual, de tal modo que o fim possa ser visualizado a partir do início, e a cooperação inteligente com o propósito da alma substitua o esforço feito às cegas.

Verifica-se que a história das dramáticas experiências desse grande e venerável Filho de Deus, Hércules ou Héracles, serviria justamente para focalizar qualquer uma das faces da vida o aspirante espiritual em seu esforço para expansão da consciência e realização espiritual.

Este tema é tão rico e profundo, que todos nós, lutando em nossa atual vida moderna, podemos aplicar a nós mesmos os testes e provas, os fracassos e as conquistas desta figura heróica que lutou valorosamente para atingir a mesma meta que nós almejamos.

Através da cuidadosa e reflexiva leitura deste mito, talvez possam ser despertados na mente do buscador espiritual um novo interesse e um impulso renovado, pois diante de um tal quadro do desenvolvimento e do destino especial do homem, ele pode querer prosseguir com redobrada coragem e determinação na Senda.

Em sua narrativa mítica, podemos acompanhar como Hércules se esforçou e desempenhou o papel de buscador espiritual. Neste Caminho, ele desembaraçou-se de certas tarefas, de natureza simbólica, e viveu certos episódios e acontecimentos que retratam, em qualquer época, a natureza do treinamento e das realizações que caracterizam o homem que se aproxima da libertação pela Senda Iniciática.

Ele representa um filho de Deus encarnado, mas ainda imperfeito, que definitivamente toma em suas mãos a natureza inferior e, voluntariamente, submete-a a disciplina que finalmente fará emergir o divino. É a partir do ser humano falível, mas que é sinceramente dedicado, inteligentemente consciente do trabalho a ser realizado, que se forma um Iniciado ou um Adepto.

Duas grandes e dramáticas histórias têm sido conservadas diante dos olhos dos homens ao longo do tempo. Nos Doze Trabalhos de Hércules, o Caminho da Iniciação é retratado e suas experiências, preparatórias e que conduzem ao grande ciclo de iniciações, podem ser reconhecidas pelo homem que sinceramente aspira a este Caminho. Na vida e obra de Jesus Cristo, radiante e perfeito Filho de Deus, o Reparador, que penetrou o véu por nós, deixando-nos o exemplo para que seguíssemos seus passos, temos retratadas as etapas do Caminho Iniciático de Libertação ou Regeneração e Reintegração, que são os episódios culminantes para os quais os Doze Trabalhos preparam o discípulo.

O oráculo falou e suas palavras ressoam através das eras: ”Homem, conhece-te a ti mesmo.”

Este conhecimento é a mais importante realização no caminho do discipulado e a recompensa de todo o trabalho de Hércules. Sem este conhecimento, não se pode avançar seguramente na Senda da Iniciação.

Somente assim, o homem pode encaminhar-se firmemente para tornar-se definitivamente autoconsciente e intencionalmente se impõe a vontade da Alma – que é essencialmente a Vontade de Deus – sobre sua natureza inferior.

Neste caminho, o indivíduo submete-se a um trabalho sobre si mesmo que demanda esforço e dedicação, pureza de coração e caridade, para que a flor da alma possa desabrochar mais rapidamente.

Simbolicamente, é uma obra onde um solvente psíquico (psique = alma) consome toda escória e deixa apenas o ouro puro. É um processo de refinamento, sublimação e de transmutação, continuamente levado adiante até finalmente se alcançar o Monte da Transfiguração e da Iluminação.

Em suma, trata-se de alquimia superior. Os Doze Trabalhos demonstram exatamente este caminho acima, onde os mistérios ocultos e as forças latentes nos seres humanos são descobertos e têm de ser utilizados de maneira divina e de acordo com o divino propósito sabiamente entendido.

Quando são utilizados desta maneira, o iniciado vê-se em sintonia com energias e poderes divinos similares, que sustentam as operações do mundo natural. Torna-se, assim, um trabalhador sob o plano de evolução e um cooperador com aquela “nuvem de testemunhas”, a Igreja Invisível do Cristo, que através do poder de sua supervisão, e do resultado de sua realização, engloba hierarquias espirituais por meio das quais a Vida Una guia a humanidade para sua gloriosa consumação.

Essa é a meta da série de Trabalhos de Hércules, e com essa meta, a humanidade como um todo alcançará sua conquista espiritual grupal através das múltiplas perfeições individuais.

Outra grande e sábia maneira de se enxergar este mito é apresentá-lo como um aspecto especial da Astrologia. Acompanhamos a história de Hércules à proporção que ele percorre os doze signos do Zodíaco. Ele expressou, uma a uma, as características de cada signo, e em cada um, ele conquistou um novo conhecimento de si mesmo, e através desse conhecimento, demonstrou o poder do signo e adquiriu os dons que o signo confere.

Em cada signo, vamos encontrá-lo superando suas próprias tendências naturais, controlando e governando seu próprio destino, e demonstrando o fato de que astros predispõem, mas não controlam. Esta visão astrológica do mito é uma apresentação sintética dos acontecimentos cósmicos que se refletem em nossa vida planetária, na vida da humanidade como um todo, e na vida do indivíduo, o qual é sempre o microcosmo do macrocosmo.

Este estudo fornece indicações claras para a compreensão dos propósitos de Deus para a evolução do mundo e do homem. Somente a consciência de que somos partes integrantes de um Todo maior e o conhecimento da divina totalidade, pode revelar o propósito mais vasto.

Hércules representou astrologicamente a história de vida de cada aspirante espiritual e iniciado, e demonstrou o papel que a unidade deve desempenhar na Obra eterna. A analogia astrológica dos Doze Trabalhos de Hércules diz respeito aos doze tipos de energias por meio dos quais a consciência da Realidade divina é obtida.

Através da superação da forma e da subjugação do homem inferior, é-nos mostrado um quadro do desenrolar da autorrealização divina. Hércules, em seu corpo físico, embaraçado e limitado pelas tendências a ele conferidas pelo signo no qual ele cumpria sua tarefa, alcançou a compreensão da sua própria divindade essencial. As provas a que Hércules voluntariamente se submeteu, e os trabalhos a que, às vezes impensadamente, atirou-se, são aqueles possíveis para muitos de nós ainda hoje. É evidente que, curiosamente, vários detalhes da sua dramática, e às vezes divertida, história dos seus esforços de ascensão podem ser aplicáveis em nossas vidas modernas.

Cada um de nós é mesmo um Hércules em embrião, deparando-nos com idênticos trabalhos; cada um de nós tem a mesma meta a conquistar e o mesmo círculo do Zodíaco a abranger.

Hércules aprende a lição de que agarrar-se a qualquer coisa do eu separado não faz parte da missão de um filho de Deus. Ele descobre que é um indivíduo, apenas para descobrir que o individualismo deve ser sabiamente sacrificado pelo bem do grupo. Ele descobre também que a ambição egoísta não tem lugar na vida do aspirante espiritual que está em busca de libertação dos ciclos recorrentes de existência e da constante crucificação na cruz da matéria.

As características do homem imerso na vida da forma e sob o domínio da matéria são o medo, o individualismo, a competição e a cobiça. Estes têm de ceder lugar à confiança espiritual, à cooperação, à consciência grupal e ao altruísmo.

Esta é a lição que Hércules traz; esta é a demonstração da vida de Deus que está sendo trazida à operação no processo criativo, e que floresce, de maneira sempre mais bela, a cada volta que a vida de Deus faz em torno do Zodíaco.

Esta é a história do Cristo cósmico, crucificado na Cruz Fixa dos céus; esta é a história do Cristo histórico, apresentada nos Evangelhos e representada, na Palestina, há dois mil anos; esta é a história do Cristo individual, crucificado na cruz da matéria e encarnado em cada ser humano. Esta é a história de nosso sistema solar, a história de nosso planeta, a história do ser humano.

Assim, ao admirarmos os estrelados céus acima de nós, temos eternamente representado para nós este drama magnífico, o qual é detalhadamente explicado ao homem pelos Doze Trabalhos de Hércules.




Fonte: Biblioteca Virtual da Antroposofia
http://www.antroposofy.com.br/
Fonte da Gravura: pixabay.com - CC0 Creative Commons - Public Domain


Indicação de leitura:
"Os Trabalhos de Hércules", de Alice Bailey

O EQUINÓCIO VERNAL E O ANO NOVO ROSACRUZ

O que é Equinócio

Equinócio significa o momento exato que marca o início da primavera ou do outono, em que o sol incide com maior intensidade sobre as regiões que estão localizadas próximo à linha do equador.

O termo tem origem na junção dos termos latinos aequus (igual) e nox (noite). Quando ocorre o equinócio, o dia e a noite têm igual duração (exatamente 12 horas).

O equinócio ocorre durante os meses de março e setembro, quando há mudança de estação. No momento do equinócio, a luz solar incide de igual maneira sobre o hemisfério norte e sobre o hemisfério sul.

No hemisfério sul, o equinócio que ocorre em março (dia 20 ou 21), marca o início do outono e o de setembro (dia 22 ou 23), marca o início da primavera. No hemisfério norte acontece situação inversa, em setembro inicia o outono e em março, a primavera.

O dia do equinócio de primavera e de outono pode variar de ano para ano, devido ao ano solar (trópico) ter 365 dias e mais algumas horas (365d 5h 48m 46s).

Portanto, o equinócio de outono (ou ponto Libra) acontece no hemisfério que transita do verão para o outono e o equinócio de primavera (ou ponto Vernal) acontece no hemisfério que passa do inverno para a primavera.

Graças ao fenômeno da precessão dos equinócios, estes não têm uma posição fixa, e se deslocam um pouco todos os anos.

Os fenômenos do equinócio e solstício marcam o início e o fim das estações.


Equinócio de Primavera

O equinócio de primavera, também conhecido como Ponto Vernal, consiste no momento em que o Sol atravessa o Equador de sul para norte.

No hemisfério sul, o equinócio de primavera ocorre nos dias 22 ou 23 de Setembro. Por outro lado, no hemisfério norte, o equinócio de primavera acontece nos dias 20 ou 21 de Março.


Equinócio de Outono

Ponto libra, ou equinócio de outono, é o momento exato que marca o início do outono, onde o sol se movimenta o equador de norte para sul.

No Brasil, que está localizado no hemisfério sul, o equinócio de outono ocorre nos dias 20 ou 21 de Março. Nos países localizados a norte da linha do Equador (hemisfério norte) o equinócio de outono acontece dias 22 ou 23 de Setembro.



Fonte: https://www.significados.com.br/equinocio/
Fonte da Gravura no topo: Ilustração dos Solstícios e Equinócios no Hemisfério Sul. Ilustração: SCI Jinks/JPL/NASA [adaptado].
http://www.infoescola.com/geografia/solsticio-e-equinocio/



O estudo da Mecânica Celeste, como se sabe, abrange a parte da astronomia que se ocupa da observação e determinação do movimento dos astros. E foi o físico e matemático inglês Isaac Newton [1642 - 1727] que, ao enunciar a lei da gravitação universal, contribuiu para se ampliar o interesse pelo estudo dos fenômenos do céu.

O nosso planeta, ou a Nave Terra, além da rotação, isto é, girar em torno de si mesmo, gira em torno da estrela Sol descrevendo uma eclíptica, ou órbita, que se conhece pelo nome de translação. O primeiro movimento determina o tempo e o ritmo dos dias, e o segundo, a ocorrência, entre muitas outras configurações, dos anos, equinócios e solstícios.

No dia 20 deste mês (março de 2001), às 13h31min32s (horário astronômico) - (dia 20/03/2017 - 07h:29m (horário de Brasília)), o Sol estará ingressando em Áries. Esse instante, no hemisfério norte, marca o início da primavera; e no hemisfério sul o do outono. É uma das datas em que o Sol, cortando o equador celeste, determina uma igualdade de duração de tempo para o dia e a noite.

As lendas e tradições dos povos do chamado período helenístico [influência da cultura grega], estão muito associadas à atividade humana, especialmente a agrícola. Procurando manter-se sempre em harmonia com as leis da Natureza e do Cosmos, nossos antepassados, frente a tais fenômenos, celebravam festas e ritos apropriados à ocasião, e adotaram, ao norte do equador, o equinócio da primavera como data para o início do Ano Novo Solar. Aliás, a constelação de Áries, primeira do Zodíaco e facilmente localizável no céu, já era conhecida pelos babilônios. Cerca de 2.500 anos a.C., diante da frequência de tais fenômenos, eles fixaram o início do ano, justamente, nessa época.

O calendário romano, antes da reforma determinada por Júlio César [101 - 44 a.C], tinha início no mês de março. Este calendário, ou Juliano, em data bem posterior [1582] foi revisto e atualizado pelo gregoriano, que é usado até hoje em quase todos os países do mundo.

No entanto, um grande número de sociedades esotéricas, entre elas incluindo-se a Fraternitas Rosicruciana Antiqua, fundada por Huiracocha, mantêm a multimilenar tradição de comemorar o Ano Novo no mês de março, ocasião em que tomam deliberações para o período seguinte, elegem e consagram novos dirigentes que, em singular cerimônia, assumem o compromisso de manter os elevados ideais da Ordem, bem como o de servir altruisticamente à humanidade.

Na primavera, o movimento aparente do Sol é indicado como um novo nascimento. Nesse período parece que a vida se renova na Terra, pois recebe novas e mais poderosas energias transmitidas pelos raios solares e os benefícios adicionais gerados pela posição harmônica dos planetas que compõem o sistema heliocêntrico.


"Ostara" (foto acima), entre os antigos povos escandinavos, era a deusa da primavera. Considerada como símbolo da ressurreição de toda a Natureza, era ardorosamente cultuada no início da estação das flores. Em homenagem à deusa, adotaram o costume de promover a troca de ovos coloridos, chamados de "ovos de Ostara", como emblema de renovação da vida. Essa pratica, mais tarde, foi adotada nas comemorações da Páscoa cristã, com o mesmo significado.

O cristianismo, ao celebrar a Páscoa dias após o equinócio da primavera, tem por objetivo a identificação do ressurgimento do vigor da Natureza com a Ressurreição de Jesus, o Salvador, enquanto a comunidade judaica, nessa mesma época, comemora a festa da colheita da cevada e a festa da liberdade, em memória da redenção dos escravos israelitas do jugo egípcio.

Para os hebreus, o regozijo do equinócio, ou da Páscoa, tem um nítido significado de memorial, pois deve marcar o início de uma nova era, ou o tempo da libertação, com o inicio de uma nova vida, conforme relato no segundo Livro do Antigo Testamento [Êxodo 12:1-14].

Da mesma forma que esses fatos históricos, ainda hoje celebrados de modo alvissareiro, e por certo muito significativos para o mundo ocidental, as ordens esotéricas, especialmente a Maçonaria e a Rosacruz, em consonância com os mitos e lendas religiosas, cultuam a morte e a ressurreição dos Heróis Solares e festejam, solenemente, a chegada do Equinócio Vernal em data mais ou menos coincidente com a simbólica morte de Cristo, o Sol Invictus.

Os episódios lembrados durante o transcurso do Ano Novo Rosacruz, ao serem examinados sob o ponto de vista do equilíbrio e da harmonia cósmica, da união consciente do homem com a natureza, deverão contribuir para que o Adepto possa, convicto dos postulados do Código de Vida que abraçou, meditar e compreender, com extrema alegria, que a saúde física do corpo, sempre revitalizada, é de fundamental importância para a transmutação de ideias velhas em novos e mais proveitosos conceitos sobre o significado de sua vida.



A. Dionisio Reis, FRA, FRC (*)

(*) Membro do Círculo Interno da FRA e do Círculo Interno da Ordem Rosacruz, AMORC.

FRA - Fraternitas Rosicruciana Antiqua
AMORC - Antiga e Mística Ordem Rosacruz



Fonte: http://www.geocities.ws/rcportal/equinox.htm

quarta-feira, 15 de março de 2017

TRÊS TIPOS DE FÉ - COMO SE LIBERTAR DAS CRENÇAS FALSAS


Todo ser humano tem fé; - fé em alguma coisa, em algum ideal, alguma concepção, alguma religião, alguma fórmula. Mas enquanto a fé de diferentes pessoas tem este ou aquele objeto, a fé em si mesma vem do Mais Alto, e é inerente ao coração de cada ser. A fé é a própria base do nosso ser.

Seja qual for o caminho que seguimos, fazemos isso por causa da fé que temos – a convicção de que este é o melhor caminho. O fato de que o mundo está cheio de convicções falsas se deve às diferentes ideias, crenças e filosofias, que limitam a fé propriamente dita aos meios considerados necessários para alcançar um objetivo específico.

O capítulo dezessete do “Bhagavad Gita” afirma que há três espécies de fé. Existe a fé de qualidade sattva, que é boa e verdadeira; a fé de qualidade rajas, de ação e de paixão; e a fé da qualidade tamas, de indiferença e ignorância. Estas três qualidades dadas à fé são, na verdade, as três limitações colocadas na fé por todo ser humano; porque o poder da fé é, em si mesmo, ilimitado. Nós limitamos continuamente esta energia para que ela opere dentro do alcance de alguns objetos menores, ou de um ideal baseado em coisas externas.

“A alma presa a um corpo tem o dom da fé, e cada homem possui a mesma natureza que o ideal em que ele fixa a sua fé.” O homem tem a fé de acordo com a sua disposição; e ele também adquire continuamente a substância do ideal em que ela se baseia. É evidente, portanto, que deveríamos conhecer com segurança a natureza da fé sobre a qual está colocado o nosso ideal.

Se alguém coloca a sua fé em qualquer coisa externa, seja qual for – deuses ou homens, religiões ou sistemas de pensamento – ela não tem qualquer base firme. O homem impede a força do seu próprio espírito de expandir-se além dos limites do seu ideal. Quando, por exemplo, nós aceitamos a ideia de que nada é real exceto aquilo que podemos ver, escutar, saborear, cheirar ou tocar, estamos colocando nossa fé sobre uma base muito inferior.

Existe uma causa para que haja falsidade em nosso pensamento e na nossa ação, quando pensamos que o momento presente é o único momento, que o mundo externo e terrestre e esta existência atual são a única vida, da qual saímos para ir não sabemos onde, sem saber tampouco qual o propósito disso tudo.

Olhar para todos os seres a partir das nossas próprias limitações mentais e da nossa capacidade de percepção – e ver apenas os aspectos externos da fala e da ação deles – não é vê-los como realmente são. Um Deus externo, ou um demônio externo, uma Lei externa, uma salvação externa dos pecados, e a ideia de que o pecado seja qualquer coisa além da negação da nossa própria natureza divina (o pecado imperdoável), são todos objetos de fé externa, que possuem a natureza de tamas, ou ignorância. A ignorância sempre leva à superstição. A superstição leva à falsa crença, e a falsa crença produz a fé falsa.

Estamos todos em constante conflito uns com os outros por causa da fé que é colocada sobre bases falsas, e pelo próprio fato de que a fé colocada em qualquer coisa tem resultados. Os homens tornam-se cegos para a fé real e verdadeira devido aos resultados que até mesmo a falsa fé produz. No entanto, enquanto tivermos uma fé falsa, continuaremos a criar vidas de sofrimento para nós mesmos. Os resultados que fluem de uma fé falsa colocada em um ideal egoísta trazem-nos necessariamente maus efeitos em condições inadequadas. Eles são as próprias limitações que nós impusemos sobre nós mesmos através de fé colocada em objetos externos em outras vidas, e temos que voltar várias vezes em outros corpos até que nos libertemos dos defeitos que foram produzidos em nossa natureza pela fé em coisas externas.

Devemos obter uma base para o pensamento e a ação que seja melhor do que a fé falsa e hereditária das atrações e repulsões. Nós produzimos os efeitos que vemos. Mas, se mudarmos nossos ideais, não necessitaremos continuar repetindo os mesmos erros uma vida após a outra. Basta encontrar uma base verdadeira para a fé. Temos que colocar nossa fé sobre aquilo que não é externo, mas interno.

O Interno é a própria fonte de todo tipo de poderes que possuímos, e este Interno é o mesmo em todos os seres vivos. Na própria raiz do nosso ser, está aquele Eu imutável que nós só podemos conhecer dentro de nós mesmos. Para podermos alcançar o nosso interior em busca Dele, devemos primeiro renunciar a todas as nossas ideias – a tudo que muda.

Em primeiro lugar, o homem deve renunciar à ideia de que ele é o seu corpo. Ele ocupa o corpo; ele o usa; mas ele sabe que o corpo está sempre mudando, e que nunca, nem por um instante, o corpo é o mesmo que foi no momento anterior. O homem deve renunciar também à ideia de que ele é a sua mente. Porque ele pode mudar as ideias que a compõem – pode expulsá-las, corporalmente, e adotar o próprio oposto delas, se quiser -, e no entanto ainda estará lidando com outras ideias. Nós não somos corpos, não somos mentes, nem somos as duas coisas juntas; mas somos Aquilo que usa e que sustenta o corpo e a mente.

Através de todas as mudanças do passado e do presente, e das mudanças que estão por vir, sempre seremos nós mesmos. Mesmo quando a morte vier, ainda estaremos operando – de uma maneira diferente da maneira do corpo físico. O Eu Imutável coloca o universo inteiro ao alcance da mente de qualquer ser. Esta é uma base estável para o pensamento, a ação e a compreensão interior de si mesmo.

Devemos saber três coisas: cada um é o Eu em sua natureza mais interna; toda força que ele tem surge desse Eu; e todo ser de qualquer espécie é consciente, tendo o poder correspondente ao seu campo de percepção e ação. Todo instrumento está sujeito à limitação da concepção que há sobre a real natureza do indivíduo. O homem nunca poderá compreender sua unidade com a Única Grande Vida olhando para outros seres, nem através de qualquer tipo de fé. Ele só pode obter esta compreensão olhando para sua própria natureza. A sua própria substância é compreendida olhando aquilo que não é a natureza do Eu. Porque qualquer coisa que seja vista, ouvida, sentida, saboreada ou percebida não é o Eu, mas apenas uma percepção do Eu.

O Eu percebe aquilo que pode ser percebido através das suas próprias ideias, de acordo com sua própria fé, mas aquilo que é percebido nunca é o Eu. Dentro de cada ser que faz qualquer ação, ou em qualquer ser em quem percebemos qualquer coisa, há um Eu; mas não o percebemos. Só compreendendo este Eu dentro de nós mesmos poderemos compreender a sua existência dentro dos outros seres todos. Assim, devemos honrar a natureza espiritual de cada um, e esforçar-nos para ajudar aquele ser a ver por si mesmo o caminho verdadeiro pelo qual ele poderá compreender a sua própria natureza! Todos nós temos que pensar e agir tendo como guia esta natureza verdadeira.

Pensamos que estamos impedidos de muitas maneiras de adotar o ponto de vista da verdadeira natureza. Mas isto é apenas uma ilusão que nasce da fé falsa que temos tido. Temos estabelecido ideias, atrações e repulsões, e sentimentos que, devido à lei do retorno das impressões, voltam a nós uma e outra vez. No momento em que tentamos adotar uma atitude oposta, encontramos o resultado da ação combinada de todas estas forças existentes dentro de nós. Isso é o que podemos chamar de “guerra nos céus” – a guerra na própria natureza do homem.

Mas se ele permanecer sincero em relação à sua própria natureza espiritual, estará destinado a vencer. Se ele tiver fé na lei da sua natureza, irá adiante; e, gradualmente, os obstáculos desaparecerão. Devemos perseverar de modo severo, e ter confiança e fé Naquilo que é o único fator Real em toda parte – a própria Vida -, a Consciência. Então serão destruídos os grilhões que construímos para nós mesmos. Todas as forças da natureza começam a agir sobre nós e conosco, porque não temos desejos em relação a nós próprios, mas apenas desejamos o bem e a salvação de todos.  Todas as almas e todas as coisas parecem trabalhar para proveito nosso, mas não porque nós queiramos isso. Começamos a ver o significado espiritual da afirmativa de que o homem que deseja salvar sua vida deve perdê-la. [1] Ele renuncia a tudo o que está no nível da aquisição para si mesmo, dedicando todas as suas energias ao serviço dos outros, e o universo inteiro passa a estar diante dele. Ele pode tomar tudo para si. Mas não deve tomar coisa alguma para si, exceto para doá-la novamente. Não deve aceitar nada, a não ser para colocá-lo novamente aos pés dos outros!

Não se coloca a questão de pecados ou de pecador. Não se coloca a questão de bem e mal. Há apenas uma questão: “Você está trabalhando para você mesmo como você vê a si mesmo, ou está trabalhando para o Eu como você deveria entender que você é, e mais nada?” Se não quiser coisa alguma para si mesmo, se não exigir coisa alguma para este corpo, mas pensar apenas em trabalhar pelos outros, aquilo que é necessário virá de acordo com a lei da própria força em função da qual você produz uma atração.

O apoio vem de todas as direções. Toda a natureza – espiritual, intelectual, psíquica, astral e física – é fortalecida; e até as circunstâncias ao seu redor são melhoradas. É a nossa falta de fé – a nossa ausência de fé Naquilo – que nos coloca onde não gostaríamos de estar. Negar o Cristo interior, o Krishna interior, o Espírito interior, é o “pecado imperdoável”. E, enquanto nós crucificarmos o Cristo interno, iremos sofrer na cruz das paixões e dos desejos humanos. Trabalhar para nós mesmos é uma criação que nos amarra firmemente a condições inadequadas. Podemos tentar obter corpos melhores, posições melhores, posses e propriedades de todos os tipos, qualidades melhores, e uma compreensão melhor apenas sob uma condição, a de que nossa intenção seja a de tornar-nos mais capazes de ajudar e ensinar os outros.

A única fé verdadeira é a fé no Mais Alto – no imutável, Naquilo que cada um é em sua natureza mais interior. O único caminho verdadeiro é o da confiança na lei da nossa própria natureza espiritual. Os homens podem ir de fé em fé, trocando a fé em uma coisa pela fé em alguma outra coisa, e avançar de vida em vida obtendo resultados de acordo com a natureza do ideal sobre o qual está colocada sua fé. Mas o único caminho de saída é o caminho da fé na natureza espiritual e essencial de todos os seres. E não poderia ser dado a qualquer ser humano um dom maior do que o fato inegável de que ele – e cada um – tem o poder de compreender esta fé. Isso faz parte do conhecimento antigo, preservado por uns poucos e colocado em prática por uns poucos. É algo que Eles sempre têm trazido para um mundo baseado em formas falsas de fé, tentando assim ensinar os povos em geral.

Aquele que segue o Caminho da verdadeira fé não se afasta dos seus semelhantes. Os seus semelhantes são mais importantes para ele do que jamais foram antes. Ele vê mais coisas neles. Ele enxerga mais claramente as dificuldades que eles enfrentam, e deseja ajudá-los de todas as maneiras possíveis. Assim, ele está mais vivo como homem. Ele age com mais consciência do que os outros. Ele consegue mais do que eles da natureza, porque vê o todo e vê os aspectos dos indivíduos que compõem o todo. Ele aproveita a vida tanto quanto – e ainda mais do que – o homem que vive para buscar a diversão e a felicidade, o homem cuja ambição é pessoal. Mas ele não vive para si mesmo. O único objetivo da sua vida é que os seres humanos possam conhecer estas verdades, porque ele sabe que o conhecimento significa a destruição das formas falsas de fé, e portanto a destruição de todo o sofrimento e dos horrores da existência física. Assim, a evolução continuará através de saltos e de limitações. Os homens irão libertar-se de lugares aos quais se dedicaram, e irão adiante sem limites, em um universo de possibilidades infinitas.

Quando todas as nossas crenças falsas, nossos desejos e paixões, atrações e repulsões tiverem sido abandonadas como vestimentas velhas, e quando tenhamos reassumido aquela natureza em nós que é divina, então seremos capazes de construir uma civilização tão mais elevada do que a atual quanto seria possível imaginar. Porque não podemos fugir do Carma da raça humana atual, nem daqueles efeitos que foram produzidos por todos nós em conjunto, e que devemos enfrentar juntos.

A melhor maneira, a maneira mais elevada e a maneira mais segura de agir é avançar ao longo da linha da nossa própria natureza interior, e, ao fazer isso, dar elementos para que outros possam compreender as suas naturezas internas. Então, permanecendo Naquilo que é imortal, imutável, sem limites, Naquilo que é o nosso próprio eu e o Eu de todas as criaturas, a compreensão virá; ela virá pouco a pouco, mas certamente virá.




Robert Crosbie





Fonte: do Blog "Filosofia Esotérica"
http://www.filosofiaesoterica.com/tres-tipos-fe/
Fonte da Gravura: pixabay.com - CC0 Creative Commons - Public Domain




NOTA:

[1] Veja Mateus, 10:39. (CCA)

O texto acima foi traduzido da obra “The Friendly Philosopher”, de Robert Crosbie, Theosophy Company, Los Angeles, 1945, 416 pp., ver pp. 354-359. Título original do texto: “Three Kinds of Faith”.

NÃO-APEGO À AÇÃO (KARMA SANYASA)


Ação encontra realização quando a sabedoria nasce. A ação santificada (Karma) é o caminho para alcançar a sabedoria espiritual (Jnana). Toda atividade valiosa deve resultar na purificação da mente. Portanto, ninguém, nem mesmo um recluso ou monge pode desistir de se engajar em boas ações. Essas ações devem se originar espontaneamente e não devem deixar qualquer vestígio de orgulho na mente. Nem devem deixar qualquer apego ao resultado da ação que leva a um desejo de reivindicá-lo para si mesmo. A renúncia deve ser a única fonte de alegria. A Gita recomenda a "inação na ação" e afirma que a "inação" é a "ação" mais gratificante para aqueles que lutam pela paz suprema. Esta atitude é chamada Karma Sanyasa (não-apego à ação). A ação ou atividade é geralmente associada apenas ao corpo, mas a mente também está ocupada com o mundo. Apenas o Atma é a testemunha não afetada. Assim, o segredo da "inação na ação" consiste em buscar refúgio no Atma e em reconhecer todos os seres vivos como fundamentalmente o Atma. (Discurso Divino, 2 de janeiro de 1987)





Sathya Sai Baba






Fonte: https://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: pixabay.com - CC0 Creative Commons - Public Domain

MORTE, UM TEMA QUE AINDA GOLPEIA ANSEIOS E AFLIGE SENTIMENTOS

O homem contemporâneo, que investiga desde o micro ao macrocosmo, cambaleia, ante os vestíbulos da sepultura com a mesma amargura dos egípcios, dos gregos e dos romanos de épocas recuadas. Os milênios que arrasaram civilizações e refundiram povos, não transformaram a emblemática expressão do túmulo. Infinitos ponto de interrogação, a morte continua ferindo sentimentos e torturando inteligências. O homem tem sentido perturbação e temor perante a expectativa da desencarnação. E esse receio tem sido alimentado por uma mistura de falsos conceitos religiosos, senso comum e crenças pessoais arraigadas.

O problema do medo da morte é que ele pode impedir que se tenha encanto na vida e minar a confiança de que a vida tenha maior significado. As religiões textualistas são especialmente responsáveis por gerar uma série de fobias e mitos a respeito da inevitável viagem ao túmulo. A má formação religiosa tem deixado muitas pessoas confusas a respeito da situação dos mortos no além-tumba. Os destinos, que incluem o céu, inferno, purgatório, limbo, vão desde o misterioso até o absolutamente assombrador. Por outro lado, obra Death -The Final Stage of Growth afiança que a morte é uma parte integrante da nossa vida, é normal, é o fim natural de todos os organismos vivos. Tal crença materialista, por sua vez tem fomentado uma filosofia niilista e o comportamento pessimista.

Há pessoas que sofrem de tanatofobia (receio mórbido da morte). Psicólogos têm examinado os efeitos mentais e sociais causados por pensar na morte. Segundo alguns, pensar na morte nos torna mais nacionalistas, mais preconceituosos e reforça atitudes igrejeiras ou inconscientemente religiosas, bem como afetam as crenças políticas. Narram que a morte nos deixa mais punitivos e conservadores. A lembrança da morte alimenta o desejo por fama comumente associado a uma imortalidade simbólica, daí a busca pela imortalidade nas tais academias de letras.

Será que pensar mais na morte pode nos tornar mais punitivos e preconceituosos? Talvez n’alguns tais efeitos possam ocorrer justamente porque estejam desacostumados a pensar e falar sobre a morte. Entendemos que pensar diariamente sobre a inexorável lei da desencarnação pode nos tornar mais sóbrios diante dos desafios do dia-a-dia. Reconhecemos além disso que o viver tentando ocultar na consciência a futura desencarnação demonstra uma evidente pusilanimidade (*falta de coragem) diante dos necessários obstáculos da reencarnação.

O problema do medo da morte é que ele pode impedir que tenhamos liberdade e prazer de viver. Daí o conforto que a Doutrina Espírita nos traz, ao instruir sobre a vida do espírito aqui e no além. Somos espíritos eternos, nossa vida não principia nem termina em uma única existência. Da mesma forma, as legítimas afeições são para sempre. As afeições não morrem com a desintegração do corpo físico. Os sentimentos não pertencem ao corpo, mas ao espírito e os transportamos conosco. A morte apenas dilata as concepções e nos aclara a introspecção, iluminando-nos o senso moral, sem resolver, obviamente, de maneira absoluta, os problemas que o Universo nos propõe a cada passo, com os seus espetáculos de grandeza.

A desencarnação é a única regra para a qual não há exceção. Todos pereceremos, portanto não há como iludirmos o pensamento tentando camuflar esse impositivo da natureza. Em face disso, permitamos que o pensamento sobre a “morte” componha de forma ininterrupta e serena nossos estados mentais, reflexão sem a qual estaremos desaparelhados para a desencarnação ou até despreparados para enfrentarmos com resignação a “morte” dos nossos entes queridos.

A “morte” física não é o extermínio das aspirações e anseios no bem, porém o ingresso para a existência autêntica, para a vida real. Sim! A existência física é ilusória, fugaz, transitória demais. A separação do corpo pela “morte” não é uma anomalia da natureza. Simplesmente transfere-se da dimensão física, para o ambiente espiritual. Todavia, efetivamente, importa refletir que “morrer” (término da vida biológica) e desencarnar (desligamento do perispírito) são fenômenos que nem sempre acontecem simultaneamente. Os intervalos de tempo para desligar-se do corpo variam para cada Espírito. Para uns podem ser mais demorados, para outros podem ser passagens ligeiras.

Nossas ações tecem asas de libertação ou grilhetas de cativeiro, para a nossa vitória ou nossa perda. A maior surpresa da morte física é a de nos colocar face a face com própria consciência, onde edificamos o céu, estacionamos no purgatório ou nos precipitamos no abismo infernal, nesse sentido a ninguém devemos o destino senão a nós próprios.

O intervalo de tempo entre a “morte” biológica e a desencarnação tem relação direta com os pensamentos e ações praticados enquanto encarnado. Ninguém topará com o “céu” ou o “inferno” do lado de “lá”, porquanto o “empíreo” e a “geena” são conteúdos mentais construídos aqui no plano físico. Após o fenômeno da desencarnação cada Espírito irá deparar com o cárcere ou a liberdade de consciência a que faz merecer como fruto do desleixo ou disciplina mental que cultivou durante a experiência física.

São indescritíveis flagelações no além, que vão da inconsciência descontínua à loucura completa, senhoreiam as mentes torturadas, por tempo variável, conforme as atenuantes e agravantes da culpa, induzindo as autoridades superiores a interna-las no plano físico (reencarnação), quais enfermos graves, em celas físicas de breve duração, para que se reabilitem, gradativamente, com a justa cooperação dos Espíritos reencarnados, cujos débitos com eles se afinem. Os endividados que se afundaram nos excessos, nas viciações, nos prazeres mundanos, cunham intensas impressões e vínculos magnéticos na matéria, e unicamente alcançarão a liberação desses laços após um intervalo de tempo muito longo. Lembrando que mesmo após a ruptura dos embaraços magnéticos, que o algemavam à vida física, padecerá no além, por tempo indefinido, os tormentos disseminados nas vias de suas experiências no mal (eis aí a símbolo do inferno).

Já os que vivem com mais dedicação às coisas do Espírito, esses encontram maiores elementos de paz e felicidade no futuro. Todos os que alcançaram aproveitar a encarnação, sem viciações e apegos, os que cumpriram a lei de amor, tornam-se menos densos os laços magnéticos que prendem o Espírito ao corpo. Nesse caso, a desencarnação será rápida, proporcionando adequada liberdade, até mesmo antes de sua consumação. Para os que sofreram mais, em razão da sua renúncia aos apelos da vida mundana, a morte é um remanso de tranquilidade e de esperança. Encontrarão no além a paz ambicionada nos seus dias de lágrimas torturantes (eis aí a metáfora do céu).
(*observação deste blog)




Jorge Hessen




Fonte: do Blog "Artigos Espíritas"
https://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com.br/
Fonte da Gravura: pixabay.com - CC0 Creative Commons - Public Domain

terça-feira, 14 de março de 2017

MÚSICA - A LINGUAGEM DA CRIAÇÃO


A música é a linguagem da criação.

Desde a origem, esta linguagem ecoa pelo cosmos: é por ela que Deus manifesta a sua sabedoria, o seu amor e a sua beleza.

Compreendida do ponto de vista iniciático, a música supõe o conhecimento da ordem do mundo, dos seres e das coisas, a ciência das relações harmônicas entre o microcosmos (o ser humano) e o macrocosmos (o universo).

Ela assenta em princípios imutáveis, que não podemos transgredir sem corrermos o risco de nos perdermos.

A música fala-nos da nossa herança celeste e, ao agir sobre os nossos corpos sutis, ela permite-nos restabelecer o contacto com a nossa pátria do alto.




Omraam Mikhaël Aïvanhov





Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: pixabay.com - CC0 Creative Commons - Public Domain

segunda-feira, 13 de março de 2017

PROPÓSITO DA CABALÁ





Só existe um propósito para a Cabalá neste mundo e este é, pura e exclusivamente, a melhoria e aperfeiçoamento do caráter de cada pessoa envolvida em seu empenho. Qualquer caminho que prometa a aquisição de coisas outras do mundo físico que não sejam o autoconhecimento é aquilo que poderíamos chamar de “cabalá mágica” – tratando-se é claro de uma mentira e a exploração da necessidade – cada vez mais latente – do ser humano encontrar resultados por intermédio de atalhos, sejam eles por “fórmulas”, mecanismos de autoajuda ou muitas vezes impondo o medo e o preconceito contra tudo aquilo que não seja em benefício de sua própria instituição, escola ou grupo de cabalá. Essa cabala é movida por um sentimento “territorial”, e revestida de uma pseudo espiritualidade, agem diante do outro como se fossem concorrentes de um nicho de “mercado” – o que seria abominável.

A Cabala é uma milenar Sabedoria que revela as verdades ocultas de nosso mundo. Conta a tradição que através do texto bíblico podemos aprender como viver nesse mundo, enquanto que a Cabala nos explica o porquê.

A palavra Cabala possui origem na palavra "Kabalta" (aramaico protocananeu) que significa receber. Portanto, estudar Cabala é aprender a receber a vida e tudo o que ela pode oferecer de aprendizado e evolução.

A Cabala Ancestral é baseada no "Livro da Formação", escrito por Abraão. Além disso, os ensinamentos são frutos de uma antiga linhagem de tradição oral, transmitida há milhares de anos, de mestre para discípulo.





Prof. Mario Meir





Fonte: Academia de Cabala
https://www.academiadecabala.com/
Fonte da Gravura: https://br.pinterest.com/wmthompson1971/spiritual-artwork/

domingo, 12 de março de 2017

FUGAS E CONFLITOS


Por que temos tanto medo do que é?

Qual é o bem de fugir se o que quer que seja estará sempre ali?

Podemos ter sucesso em fugir, mas o que somos está ainda ali, gerando conflito e miséria.

Por que temos tanto medo de nossa solidão, de nosso vazio?

Qualquer atividade fora do que é está destinada a trazer sofrimento e antagonismo.

O conflito é a negação do que é ou fugir do que é; não há outro conflito além desse.

Nosso conflito se torna mais e mais complexo e insolúvel porque não encaramos o que é.

Não existe complexidade no que é, mas apenas nas muitas fugas que buscamos.

(Commentaries on Living Series 1, Ambition)





J. Krishnamurti





Fonte: J. Krishnamurti Online
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: http://orihinaleskrima.com/krishnamurti-imagenes-eskrima-views/

SEPARAÇÃO AFETIVA – UMA VISÃO BUDISTA


Separar-se dói, mas também pode ser uma benção. É possível separar-se de alguém com respeito e com ternura. É possível um divórcio verdadeiramente amigável. Mas para isso é preciso que as duas pessoas envolvidas no processo de desfazer um laço de intimidade tenham amadurecido o suficiente para conhecer a si mesmas.

Caminhamos lado a lado com algumas pessoas em alguns momentos da vida. Minha professora de hatha yoga, Walkiria Leitão, comentou em uma de nossas aulas:

“A vida é como atravessar uma ponte. Nem sempre as pessoas com quem iniciamos a travessia são as mesmas que nos cercam agora ou com quem chegaremos do outro lado. Mas sempre há alguém por perto. Nunca estamos sós.”

O medo da solidão, muitas vezes, faz com que as pessoas suportem o insuportável. Ou se lamentem após uma separação, apegadas até mesmo ao conflito conhecido. Ainda há mulheres que sofrem violências morais e até mesmo físicas de seus companheiros ou companheiras. Ainda há homens que sofrem violências morais e até mesmo físicas de suas companheiras ou companheiros. Como dar limites? Como conhecer esses limites? Quando os limites são desrespeitados, as dificuldades começam. Dificuldades que podem levar à separação e ao divórcio. Dificuldades que podem levar ao sofrimento filhos e filhas, animais de estimação, amigos, familiares.

Caminhamos lado a lado. Ou não. Quando nos afastamos e nos distanciamos, nunca é repentino. Um processo que, se desenvolvermos a clara percepção da realidade do assim como é, poderemos prever, antecipar e até mesmo alterar o desenvolvimento do processo. Entretanto, se não conseguirmos antever o que já acontece, se colocarmos lentes fantasiosas sobre a realidade, poderemos nos desiludir e nos sentirmos traídos na confiança mais íntima do ser.

Professor Hermógenes, um dos pioneiros do yoga no Brasil, fala sobre a criação de uma nova religião chamada “desilusionismo”:

“Cada vez que temos uma desilusão estamos mais perto da verdade, por isso agradecemos.”

Se você teve uma desilusão é porque não estava em plena atenção. Mas não fique com raiva nem de você nem da outra pessoa. Nada é fixo. Nada é permanente. Saber abrir mão, desapegar-se – até da maneira como tem vivido – é abrir novas possibilidades para todos. Por que sofrer? Por que manter relações estagnadas ou de conflito permanente? Ou como transformar essas relações e dar vida nova ao relacionamento? Apreciar e compreender a vida em cada instante é uma arte a ser praticada.

Separar-se dói, confunde, mexe com sonhos e estruturas básicas de relacionamentos. Separação pode ser também uma bênção, uma libertação de uma fantasia, de uma ilusão. Observe em profundidade. Será que ainda é possível restaurar o vaso antigo? No Japão, as peças restauradas são mais valiosas do que as novas. Tem história, emoção, sentimento.

Cuidado com o eu menor. Cuidado com sentimentos de rancor, raiva, vingança. Esse sentimentos destroem você, mais do que as outras pessoas. Desenvolva a mente de sabedoria e de compaixão. Queira o bem de todos os seres. Isso inclui você. Cuide-se bem e aprecie a sua vida – assim como é –, renovando-se a cada instante e abrindo portais para o desconhecido, o novo – que pode ser antigo, mas novo a cada instante. Mantenha viva a chama do amor incondicional e saiba se separar (se assim for) com a mesma ternura e respeito com que se uniu. Esse é o princípio de uma cultura de paz e de não violência ativa.

Que assim seja, para o bem de todos os seres.

Mãos em prece





Monja Coen





Fonte: Budismo Petrópolis
https://budismopetropolis.wordpress.com/2015/01/20/separacao-afetiva/
Via: Biblioteca Virtual da Antroposofia (Texto e Gravura)
http://www.antroposofy.com.br

O AMOR É FRUTO DA ÁRVORE DA VIDA



O mundo inteiro e os objetos nele estão inter-relacionados pelo vínculo do amor. É o amor que une a raça humana. O mundo não pode existir sem amor. Deus é amor e reside no coração de cada um. O amor é a posse natural de cada ser humano. O amor é o fruto da árvore da vida. Existem certos impedimentos para superar antes de se desfrutar do fruto saboroso. Primeiro você deve remover a pele e a casca que cobrem a polpa interna, e também descartar a semente. Da mesma forma, o fruto do amor também é coberto pela casca espessa do ego. Você deve remover esta casca de "meu e teu". Então, você pode saborear o fruto doce e seu suco nutritivo. Com amor puro, você deve estabelecer a unidade com o Divino. O caminho do amor é o caminho direto para realizar o Divino. Os Vedas descrevem Deus como "Raso Vai Saha" - a Doce Essência Suprema. Esforce-se para progredir nesta viagem de vida do "eu" ao " nós" ao "Ele". (Discurso Divino, 17 de julho de 1997)






Sathya Sai Baba





Fonte: www.sathyasai.org.br
Fonte da Gravura: https://br.pinterest.com/pin/351069733432302553/

A FORÇA CRIADORA DA ATENÇÃO


Respeitando a Mente como um Espaço Sagrado


O autoconhecimento permite descobrir o centro do ser – o seu ponto estável e harmônico, fonte da consciência universal.

A teosofia nos ensina a manter posição no centro e a agir a partir dele. Há uma série de ideias erradas sobre nós mesmos, sobre a vida e o ser. A descoberta da arte de bem viver traz a percepção de que somos seres divinos adormecidos.

Acordar para a unidade do Todo faz surgir o sentido de responsabilidade e passamos a nos esforçar para agir positivamente na vida. Mas por vezes perdemos o foco e a mente segue ao sabor do vento, conduzida pela força dos velhos hábitos e das energias exteriores.

A ação mental é o grande poder que permite criar, preservar e renovar a vida. Através do pensamento fazemos fatos acontecerem e damos forma à realidade. O controle da mente depende do reconhecimento de que somos senhores dela.

Tudo é Mente, e a ciência da Alma nos ensina a expressar a consciência elevada exercendo o domínio sobre nossos pensamentos. A teosofia mostra como purificar a mente, conservá-la clara e sã, e dominá-la nos vários planos com sabedoria e eficácia. Através da sua prática, passamos a respeitar e a usar o espaço mental como um espaço sagrado.

Nesta arte são necessários vários instrumentos e todo um saber que nos capacite de seu uso correto. A atenção é uma das coisas mais importantes para a prática de Raja Ioga. Através da atenção é possível tirar o máximo de benefício das nossas faculdades e viver de forma equilibrada. Em conjunto com ela andam a renúncia e a vontade.

A atenção forma a base do poder da vontade e fortalece seu exercício. A vontade nos faz dirigir a mente em um sentido exigindo que renunciemos a todos os outros. E quando a atenção não é focada com habilidade somos impedidos de usar corretamente a vontade. O estudante deve, pois, esforçar-se para cultivar a atenção e colocá-la a serviço da sabedoria.

A concentração é fundamental no estudo teosófico. Ela é um instrumento que permite operar e dirigir a mente, alcançar a paz interior e agir de forma correta sobre a matéria. Evitando o desperdício de energia e estabelecendo harmonia entre a atenção concentrada e a vontade, é possível manter posição no ponto ótimo e elevar a consciência.

A palavra atenção é derivada das palavras latinas “ad”  e “tendere”, e significa “a ação de estender em certa direção”. Através dela a mente pode ser dirigida a um determinado objeto, focar nele toda a energia e analisar todo o detalhe, proporcionando a percepção correta.

Ramacháraka esclarece:

“A atenção foi definida como focalização da consciência (…). Podemos compará-la à ação da lente, por meio da qual os raios solares são concentrados em um objeto, do qual resulta que o calor se acumula num pequeno ponto dado, e este calor pode aumentar a sua intensidade por muitos graus, até que venha a acender um pedaço de lenha, ou fazer a água ferver e evaporar-se. Se os raios não tivessem sido focalizados, os mesmos raios e o mesmo calor ter-se-iam estendido por uma grande superfície, e o efeito e o poder seriam diminuídos. E assim se dá com a mente. Se lhe permite estender-se por todo o campo de um objeto, poderá exercer somente pouco poder, e os resultados serão fracos.”

E acrescenta:

“Se, porém, passa pela lente da atenção e se focaliza primeiro a uma parte da matéria, depois a outra, e assim por diante, dominará toda a matéria minuciosamente e obterá um resultado que parecerá quase maravilhoso a quem não conhece o segredo.” [1]

Além de proporcionar conhecimento, a atenção potencializa nossas habilidades em todos os planos. Quanto maior a capacidade de focar a consciência, maior é o grau de desenvolvimento de nossos sentidos inferiores e superiores. A pessoa dotada de grande atenção tem seus sentidos desenvolvidos.

Em nossos estudos reconhecemos que os estudantes enfrentam vários desafios. O aprendiz percebe, cria e desenvolve toda uma nova estrutura, mas os velhos padrões lutam para sobreviver.

Como obter os melhores resultados?

Ramacháraka dá a seguinte indicação:

“Para obtermos os melhores resultados, devemos fazer o nosso trabalho, concentrando-nos nele e excluindo, quanto for possível, toda outra ideia ou outro pensamento. Em tais casos deveríamos até nos esquecer a nós mesmos – a personalidade – porque nada é tão nocivo e destrutivo à boa marcha do pensamento como uma intrusão pouco saudável da consciência pessoal.” [2]

A atenção correta abre caminho para a sabedoria. Dirigida ao ser interno, ela auxilia no cultivo da consciência cósmica e nos aproxima da bem-aventurança.




Joana Maria Pinho




Fonte do Texto e da Gravura: do Blog "Filosofia Esotérica"
http://www.filosofiaesoterica.com/a-forca-criadora-da-atencao/
(O texto acima foi publicado pela primeira vez na edição de março de 2014 de “O Teosofista”. Joana Maria Pinho é associada da Loja Unida de Teosofistas.)




NOTAS:

[1] “Raja Yoga”, de Yogue Ramacháraka, Coleção Yogue, Editora Pensamento, 1977,  São Paulo, 211 pp., Lição 5,  p. 79.

[2] “Raja Yoga”, de Yogue Ramacháraka, Editora Pensamento, p. 88.

NUNCA É DEMASIADO TARDE PARA DAR SENTIDO À VIDA


Quando descobrem o nosso Ensinamento, certas pessoas apercebem-se de que passaram uma grande parte da sua vida em atividades que só lhes trouxeram insatisfação e vazio. E elas confiam-me a sua tristeza: agora que têm uma certa idade, pensam que, mesmo que tentem seguir uma orientação diferente, é demasiado tarde, nunca recuperarão o tempo perdido. Evidentemente, quando a velhice se aproxima, é um pouco tarde. Mas não é demasiado tarde, nunca é demasiado tarde. O pior seria passarem em lamentações o tempo que lhes resta viver. Há sempre um meio de endireitar, interiormente, a situação. Para aqueles que têm a sensação de que desperdiçaram a sua vida, é a ocasião para fazerem uma rememoração de todos os acontecimentos da sua existência e tirarem deles uma lição. Uma vez tirada essa lição, elas devem pôr em ação tudo o que lhes resta de amor, de inteligência e de vontade. É sempre possível darem à sua vida o sentido que antes não tinham pensado procurar.




Omraam Mikhaël Aïvanhov





Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com

QUEIMA DE PÓLVORA E CÍRCULOS DE FOGO


PERGUNTA: Há fundamento na queima de pólvora ou círculo de fogo em torno das pessoas enfeitiçadas, como é próprio dos terreiros?

RAMATÍS: Quando a pólvora é queimada num ambiente "ionizado" pelos técnicos benfeitores do mundo espiritual, ela age por eletrização e pode até causar queimaduras violentas em certas entidades ali presentes, cujo perispírito muito denso e sobrecarregado de éter-físico ainda reage sob os impactos do mundo material. Os espíritos subversivos ou obsessores fogem espavoridos do ambiente onde atuam, quando a queima de pólvora é feita por médiuns ou magos experientes, pois alguns deles são bastante escarmentados (castigados*) em tais acontecimentos. A pólvora preparada pela arte da magia age de modo vigoroso e positivo no lençol etérico e magnético do mundo oculto, pois além de acicatar (correr*) os espíritos malfeitores desobstrui as cortinas de miasmas estagnados em ambientes enfermiços.

Já explicamos que toda substância, coisa, objeto ou planta do mundo material, inclusive os seres vivos, são núcleos energéticos que exalam energia radioativa, formando-lhes uma aura fortemente impregnada do éter-físico em efervescência na circulação do seu duplo etérico. A rosa física, por exemplo, é a representação exterior e mais grosseira da verdadeira rosa cintilante de cor e exuberância de perfume, que palpita na vivência do mundo oculto. Da mesma forma, o enxofre material é apenas a cópia ou duplicata do mesmo enxofre etérico, que atua mais vivamente no mundo etéreo-astral. A pólvora, consequentemente, cuja fórmula comum é constituída de uma mistura de enxofre, salitre e carvão, tanto explode no campo físico, como ainda eclode mais intensamente no mundo oculto, libertando as energias etéricas das substâncias de que se compõe. Mesmo a pólvora sem fumaça, feita de nitroglicerina misturada a nitrocelulose, também é um produto de elementos que atuam positivamente no mundo etérico e desintegram os fluidos daninhos.

Nos trabalhos mediúnicos sob o comando de pretos-velhos, índios e caboclos experimentados na técnica de física transcendental, as pessoas cujo perispírito sobrecarregado de fluidos perniciosos mostra-se com sinais de paralisia, são submetidas à "roda-de-fogo", ou queima de pólvora, cuja descarga de ação violenta no mundo etéreo-astral desintegra as escórias perispirituais e saneia a aura humanal.

O mesmo salitre, que os entendidos usam para dissolver a aura enfermiça dos objetos enfeitiçados, depois de misturado ao enxofre e carvão, constitui a pólvora, que ao explodir compõe um ovo áurico no mundo etéreo-astral, muito semelhante ao cogumelo da bomba atômica, desagregando miasmas, bacilos, vibriões e microrganismos psíquicos atraídos pelo serviço de bruxaria e obsessão.


Do Livro: “Magia de Redenção”
Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.
(*Observação/complemento do blog)


(Vide o capítulo X, "O Fogo Purificador", da obra "Obreiros da Vida Eterna", de André Luiz, da FEB, do qual destacamos os seguintes trechos em corroboração ao referido acima, por Ramatís:

"Como você não ignora, as descargas elétricas do átomo etérico, em nossa esfera de ação, fornecem ensejo a realizações quase inconcebíveis à mente humana".

"O trabalho dos desintegradores etéricos, invisíveis para nós, tal a densidade ambiente, evita a eclosão das tempestades magnéticas que surgem, sempre, quando os resíduos inferiores de matéria mental se amontoam excessivamente no plano".)





Fonte: do Blog "Sociedade dos Espíritos"
http://www.sociedadedosespiritos.com/
Fonte da Gravura: http://www.altamagia.com.br