quarta-feira, 31 de maio de 2017

ASPIRAIS À LIBERDADE ?


Aspirais à liberdade? Então, seja o que for que vos aconteça, não vos deixeis perturbar nem desanimar, fazei com que o vosso espírito retome, pouco a pouco, o domínio da situação, pois só o espírito é verdadeiramente livre, ele plana acima dos acontecimentos. Quando devolveis ao espírito o seu lugar em vós, algo vos diz que nenhum obstáculo, nenhuma provação, pode fazer-vos perder o equilíbrio, a paz, o amor. E, como as experiências luminosas que fizestes antes vos ensinaram os valores com os quais podeis contar, agarrai-vos a essas experiências, não duvideis do que vivestes de belo e de grandioso, levai-o como um viático para o caminho difícil que ireis percorrer. Quando a tormenta tiver passado, aperceber-vos-eis de que aquilo que poderia ter-vos feito desanimar, pelo contrário, reforçou-vos.




Omraam Mikhaël Aïvanhov





Fonte: www.prosveta.com
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domingo, 28 de maio de 2017

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA


Doçura é a maestria dos sentidos. Olhos que vêem o fundo das coisas, ouvindo que escutam o coração das coisas, voz que só expressa a essência das coisas. Doçura é o resultado de uma longa jornada interior ao âmago da vida e a habilidade de lá descansar e assistir. O que é realmente doce nunca pode ser vítima do tempo, porque doçura é a qualidade da pessoa cuja vida tocou a eternidade.

O corpo é como um templo; a alma é como uma centelha de luz. O corpo é como um carro; a alma é como o motorista deste carro. O corpo e o cérebro são como um computador; a alma é quem programa e usa o computador. É dito que a alma é uma estrela minúscula que vive no centro da testa, entre as sobrancelhas. Aqueles que praticam a consciência da alma se tornam auto-soberanos. (B.K. Jagadish Chander, Easy Rajyoga, Brahma Kumaris Ishwariya Vishwa Vidyalaya, Mount Abu)

A diferença entre o que dizemos e o que fazemos, entre o que prometemos e o que realizamos, é como a drenagem de uma estrada. Assim como a água escorre através da drenagem, nosso poder nos escapa quando existe uma diferença entre nossas palavras e nossas ações. Para manter o poder interior pergunte a si todos os dias: meus pensamentos, palavras e ações estão alinhados?

Seja sempre um doador nos relacionamentos. Seja como o sol, que dá luz a todos – sejam eles bons ou não. A natureza não faz distinção entre um ou outro enquanto doa. Seja como uma árvore que dá sombra a todos independentemente das qualidades de cada um. Seja com um rio que dá água a todos. Mostre compaixão nos relacionamentos. Isto significa amar mais do que a pessoa merece. Mude conflito em harmonia com paciência e o relacionamento fluirá suavemente. (R.K. Langar, Relationship – a beautiful aspect of life, The World Renewal, 2012)




Brahma Kumaris






Fonte: www.bkumaris.org.br
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sexta-feira, 26 de maio de 2017

ENCARNAÇÕES DIVINAS - A PERSONIFICAÇÃO DO DHARMA


Dharma (retidão) é o código de conduta que promoverá os ideais de cada estágio de uma pessoa: estudante, chefe de família, assalariado, mestre, servo, aspirante espiritual, asceta (sanyasi) etc. Quando o código é distorcido e a humanidade mina a sua carreira terrena, esquecendo-se do propósito elevado pelo qual alguém veio, o Senhor encarna e conduz as pessoas pelo caminho correto. O Senhor Rama foi uma dessas encarnações. Ele realmente é a Encarnação da Virtude (Dharma-swarupam) envolto em uma forma humana ilusória; Ele aderiu ao dharma na prática diária, mesmo desde Sua infância. Ele é a personificação do dharma. Não há nenhum vestígio de vício (a-dharma) Nele. Sua Natureza Divina é revelada em Seu temperamento calmo e sentimento de amor e carinho. Medite Nele e você ficará cheio de amor por todos os seres; pense a respeito de Sua história e você notará todas as agitações de sua mente se aquietando em perfeita calma. (Discurso Divino, 1 de abril de 1963)




Sathya Sai Baba




Fonte: www.sathyasai.org.br
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quinta-feira, 18 de maio de 2017

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA


Praticar a força de vontade é escolher os traços positivos dentro de nós para superar hábitos indesejáveis. Quando assimilamos boas qualidades e fortalecemos aquelas que já temos fica fácil ajustar nossas vidas. Mas como podemos fazer isso? Esforçando-se conscientemente para ficar mais calmo e racional e fazer decisões ponderadas ao invés de decisões impulsivas e emocionais. Para esse esforço é preciso força de vontade. Quando desenvolvemos o hábito de olhar para nossos pensamentos e emoções - e identificar porque eles vêm - gradualmente desenvolvemos a habilidade para controlá-los. (BK Satyanarayana, The Power of Detachment, The World Renewal, 2009)

Um grande local de trabalho seria aquele onde houvesse altos níveis de confiança, desempenho e aquisição, como um resultado de equipe e da cooperação dos indivíduos. Águias geralmente voam sozinhas. Mas se estamos falando de grandeza no trabalho, deveria ser como um bando de águias. Indivíduos que são muito, muito fortes em seus próprios valores, assertivos, confiantes em sua posição e identidade. Pessoas que desejam doar e que são capazes de agir por um grande propósito. (Brian Bacon)

Que hoje você experimente a paz e o bom silêncio. Todos nós precisamos de paz porque o coração de todos está partido. As palavras eu sou paz atuam como cola para remendar o coração. Primeiro precisamos de introversão e para isso temos que nos abstrair de tudo que está fora. Temos que terminar tudo que é desnecessário. Para isso, vá fundo para dentro e o poder da introspecção o capacitará a desenvolver concentração. Através do bom silêncio você experimentará pureza, paz, amor e felicidade. Este é o verdadeiro benefício da meditação. (Dadi Janki)

Atitudes são mais importantes que fatos. Mais do que qualquer outro aspecto, é sua atitude – ao iniciar uma tarefa - que determinará seu sucesso. Se você está negativo é porque você decidiu estar negativo e não por causa de outras pessoas ou circunstâncias. Então desenvolva a atitude de que há mais razões para a vitória do que a derrota. Irradie a atitude de confiança, de estar bem, de ser aquele que sabe para onde está indo. E logo você verá coisas boas acontecendo com você. (Dadi Prakashmani)




Brahma Kumaris





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domingo, 14 de maio de 2017

DRÁCULA: A LITERATURA FANTÁSTICA NA ERA VITORIANA

                                                                  STOKER, ABRAHAM "BRAM" (1847 - 1912)


Abraham Stoker (Bram) foi membro da ORDEM HERMÉTICA DA AURORA DOURADA (GOLDEN DAWN) - observação deste blog.


Biografia

Escritor irlandês nascido em Dublin, no histórico subúrbio de Clontarf, em novembro de 1847 e morto em Londres a 20 de abril de 1912. Chamava-se Abraham como seu pai (um oficial público civil e protestante na secretaria do Castelo de Dublin), mas sempre preferiu ser chamado de Bram.

Bram Stoker passou os primeiros oito anos de sua vida confinado à cama por uma doença misteriosa que os médicos não puderam diagnosticar. A sua relação com a mãe, Charlotte Thornley, era excepcionalmente íntima e Sra. Stoker partilhou com o filho seu conhecimento e amor por contos de fadas, histórias de fantasmas e apavorantes narrativas da epidemia de cólera de 1832 que ela havia testemunhado.

Aos dezesseis anos, tendo superado a enfermidade, Bram ingressou no Trinity College de Dublin, onde realizou seus estudos, diplomando-se em Matemática (Bacharel em Ciências, com louvor, 1870). Em 1866, iniciou uma carreira de funcionário público que transcorreu toda na Irlanda. Como burocrata, a serviço da Justiça, escreveu um manual intitulado "Deveres dos amanuenses e escrivães nas audiências para julgamento de pequenas causas e delitos na Irlanda". Desempenhou também cargos universitários e pertenceu a sociedades científicas e literárias, colaborou em periódicos, foi cronista, jornalista, contador, diretor de um jornal vespertino, agente teatral, secretário particular e administrador do Royal Lyceum Theatre, de Londres, para o famoso ator shakespeariano Henry Irving.

             Sir Henry Irving, ator shakespeariano que serviu de modelo para a descrição de Drácula


Foi, aliás, Sir Henry Irving - "de voz sibilante e terrível" - quem inspirou a Bram Stoker a figura do diabólico Conde-vampiro dos Székes Transilvanos (grupo étnico que se localizou na Transilvânia, "a terra situada além das densas florestas" romenas, a partir do século VII ou no fim do século IX, como querem alguns, oriundo de tribos húngaras ou búlgaras), "descendentes de Átila e Hunos", "altiva raça que cruzou o Danúbio para bater o turco em sua própria terra" e "rechaçou de volta a suas origens os magiares, os lombardos, os avares e os turcos". Irving recompensou o seu fiel discípulo e colaborador fazendo uma leitura dos diálogos de Drácula no palco do Lyceum Theatre. Um ano após a publiçação de Drácula (em maio de 1897), a carreira de Stoker entrou em declínio. Um incêndio no Lyceum destruiu a maior parte do guarda-roupa, adereços e equipamentos do teatro, que fechou em 1902. Irving morreu em 1905 e a saúde de Bram piorava sensivelmente. Naquele ano teve um derrame e, logo a seguir, contraiu a doença de Bright que afeta os rins. Foi com grande dificuldade que Stoker escreveu seus últimos livros. O homem que escreveu Drácula faleceu aos sessenta e quatro anos, esgotado e empobrecido por longos anos de luta contra a sífilis, sem ter podido gozar o notável sucesso de sua criação. Drácula continua sendo a obra literária mais frequentemente adaptada para o cinema e seus personagens as figuras mais retratadas na tela, além de Sherlock Holmes e do Dr. Watson. Em 1987, a Horror Writers of America instituiu um conjunto de prêmios anuais em seu campo de atuação que foi batizado com o nome de "Bram Stoker Award".


Publicações

- The Duties of Clerks of Petty Sessions in Ireland (1878);
- Under the Sunset (1881);
- A Glimpse of America: A Lecture Given at the London Institution at 28 December 1885 (1886);
- The Snake's Pass (1890);
- The Watter's Mou (1894);
- Croken Sands (1894);
- The Shoulder of Shasta (1895);
- Dracula (1897);
- Miss Betty (1898);
- The Mystery of the Sea (1901);
- The Jewel of Seven Stars (1903);
- The Man (1904);
- Personal Reminiscences of Henry Irving (1906);
- Lady Athlyne (1908);
- Snowbound: The Re-cord of a Theatrical Touring Party (1908);
- The Lady of the Shroud (1909);
- Famous Impostors (1910);
- The Lair of the White Worm (1911).

Publicações Post-Mortem

- Dracula's Guest and Other Weird Stories (1914);
- The Bram Stoker Bedtime Companion (1973);
- Midnight Tales (1990);
- Bram Stoker's Dracula Omnibus (1992);
- The Essential Dracula, ed. Leonard Wolf (1993).

(...)

Uma análise do panorama intelectual da época em que Stoker viveu revela a forte influência dos movimentos espiritualistas na Inglaterra Vitoriana de Fins-do-Século e inícios da Era Eduardiana: a "Belle-Époque".

Estranhas combinações de esotérico cientificismo e ritualístico misticismo eram dadas à luz, ganhavam notoriedade e esfumavam-se na pira da aclamação popular.

Racional e irracional achavam-se estreitamente ligados, as distinções eram muito artificiais. Neste sentido, a figura e a obra do escritor e médico inglês Arthur Conan Doyle (1859-1930), criador de Sherlock Holmes e de seu fiel biógrafo o Dr. Watson, são emblemáticas: aos domínios de raciocínio lógico e agudeza intelectual de Holmes não era estranho, graças ao poder de observação muito sutil, o Reino das Fadas...

O pensamento e as doutrinas de Henri Bergson (1859-1941) exerciam considerável influência neste período de viragem histórica. O laureado Nobel de Literatura de 1927 postulava a "Ação" como ponto inicial de seu sistema filosófico que pretendia combater o Materialismo.

Para Bergson, além do conhecimento científico, existia o conhecimento filosófico, assim como além do conhecimento pela inteligência existe o que é fornecido pela intuição. Intuição dos dados da consciência separados da ideia de espaço e matéria. O pensamento científico, pela análise e abstração, mostra-se incapaz de compreender ou captar a vida e o espírito, os quais constituem o fundo da Realidade...

No que concerne a Bram Stoker, foi o convite feito por Henry Irving para assumir a direção do Lyceum em 1878 que o trouxe a Londres. Era o início de uma longa colaboração que perduraria até a morte de Irving.

O trabalho com Irving põe Stoker em contato com a sociedade inglesa ou certa sociedade londrina apaixonada pelo sobrenatural. Bram sempre guardou certo gosto pelo fantástico.

Stoker vai se filiar à sociedade secreta mágica-iniciadora da "Golden Dawn in the Outer" cuja história Pierre Victor escreveu com detalhes.

Ao lado de Stoker, encontravam-se outros escritores tais como o poeta William Butler Yeats (1865-1939), Arthur Machen, Algernon Blackwood e Sax Rohmer. A Golden Dawn, ordem iniciática embasada em conhecimentos ocultos e práticas de magia, deve ter influenciado os autores de Le Grand Dieu Pan, Fu-Manchu e Dracula (Machen, Rohmer e Stoker).

Samuel L. Mathers, um dos três fundadores da Golden Dawn , era o marido da irmã de Henri Bergson. É possível supor que venha daí a familiaridade de Stoker com as ideias bergsonianas.

Nesse fim de século, tudo é possível! Foi assim que ele pode encontrar em Londres "vampires personalities", "sugadores de sangue", cujas características permanecem contudo muito vagas.

A presença do "jornalista" Stoker em diligências da Yard londrina, possibilitaram ao futuro autor de Drácula um contato em primeira mão com os corpos exangues de vítimas de homicídios que, na época, ainda apresentavam mutilações e cortes característicos de vampirismo e profanação satânica.

Percorrendo as prisões britânicas, Stoker pode encontrar detentos obcecados pela compulsão de verter sangue, vê-lo fluir ou mesmo bebê-lo.

Mas o vampirismo já havia inspirado o gótico britânico dos séculos XVIII e XIX e nutrido a imaginação do criador de Drácula bem antes de Bram Stoker começar a procurar a ambientação e a legenda para o seu nosferatu carpatiano.

É interessante destacar o aparecimento de Carmilla (de Sheridan Le Fanu) em 1872 e d'O Estranho Caso do Doutor Jekyll e Mr. Hyde (de R.L. Stevenson) em 1886.

Nos trabalhos de Ann Radcliffe, Coleridge, Byron, Polidori, Rymer, Le Fanu e Collins estão as raízes ancestrais do Conde Wampyr de Estyria!

Ignora-se frequentemente que, embora Stoker tenha mudado o nome do seu Conde-vampiro ainda na fase inicial da elaboração do livro (por volta de 1890, quando leu os artigos de Emily Gerard e resolveu delinear o seu personagem como um nobre transilvano do século XV), ele só decidiu utilizar Drácula - como título - pouco tempo antes da sua publicação em maio de 1897.

É o ponto central da carreira literária de Abraham Stoker, os outros livros apresentam intuições brilhantes, ainda que não desenvolvidas plenamente. Como se a partir de Drácula, a inspiração de Bram se interiorizasse, manifestando-se apenas em jatos intermitentes. Infelizmente!

Foram muito poucos os que souberam reconhecer a sua importância e o compararam a Frankenstein. No dizer de J. Gordon Melton: "nenhum crítico percebeu que Stoker tinha chegado ao ápice da literatura, mas a verdade é que poucos autores chegaram ao cume que Stoker alcançou"...

A decisão de contar a história por meio do testemunho de múltiplos registros (diários, cartas, notas, recortes de jornais, gravações) partiu provavelmente da leitura dos livros de Wilkie Collins (The Moonstone, The Woman in White). Esta alternância de pontos de vista dos diferentes personagens tem a propriedade de conservar intacto o mistério de Drácula, dado que este é sempre indiretamente aproximado do leitor. Negando-se uma voz narrativa ao Conde também se reforça textualmente o seu papel como o Outro. O estrangeiro, a criatura das trevas...

Para localizar o cenário da sua lúgubre epopéia, Stoker valeu-se de um completo e pormenorizado guia de viagem, o Baedecker, bem como dos livros e mapas do British Museum, particularmente "The Land Beyond the Forest" de Emily Gerard. As longas conversações que manteve com um amigo húngaro também ajudaram...

Por que optou pela Europa Central e pelos Cárpatos como sítio do Castelo de Drácula? O próprio Stoker responde à questão no Diário de Jonathan Harker (...).


"Três de maio, Bistritz (...) Dispondo de algum tempo livre durante minha permanência em Londres, ali frequentei o Museu Britânico, consultando livros e mapas geográficos na biblioteca, a fim de recolher dados sobre a Transilvânia. (...) Verifiquei então que o distrito por ele citado se achava localizado no extremo oriental do território precisamente na faixa limítrofe de três Estados: Transilvânia, Moldávia e Bukovina, no centro da cadeia dos Cárpatos, um dos mais selvagens e desconhecidos sítios da Europa. Em nenhuma das muitas obras e mapas consultados me foi possível estabelecer a exata localização do Castelo de Drácula". [Drácula, 2ed, Porto Alegre: L&PM Editores, 1985, pp. 7 e 8]

Dessa forma referencia-se o itinerário do procurador Jonathan Harker, cuja viagem pela Alemanha, Áustria, Hungria e Romênia pode ser traçada nos mapas com precisão matemática. Harker viaja de Budapeste para o norte da Transilvânia, então parte do Império Austro-Húngaro. Seu destino final era uma localização não-assinalada em qualquer mapa: o Castelo de Drácula. O percurso, duração e impressões da viagem equivalem a uma experiência real. Stoker informou-se tão bem sobre a Transilvânia que parecia lá já ter estado!

A identificação do Castelo com o seu senhor é um tema que aproxima Drácula da primeira ficção gótica (O Castelo de Otranto publicado em 1764 por Sir Horace Walpole). Mas não podemos deixar de especular... Stoker leu algo a respeito de um antigo castelo no Borgo Pass? Sabia algo sobre o Castelo Bram? É claro que nada poderia saber sobre a fortaleza de Vlad Tepes nos Arges...

                                                                      Vlad Tepes


Igualmente interessante é a questão do vampirismo em Drácula.

Além da significativa influência das fontes literárias (Lord Ruthwen, o vampiro de Polidori; Sir Francis Varney de Rymer e a Condessa Karnstein de Le Fanu são os ascendentes mais prováveis), o artigo de Gerard "Transylvanian Superstitions" pode ter fornecido a Stoker uma explicação para o "estigma de Caim" do seu protagonista: o detalhe do Scholomance, a escola do Demônio nas montanhas da Transilvânia, aonde os Dráculas iam buscar os seus segredos.

(...) Segundo Arminius, da Universidade de Budapeste, os Dráculas pertenciam a uma grande e nobre estirpe, embora vez por outra também apresentassem certas degenerescências que, na versão de seus contemporâneos, os levassem a manter estreitas ligações com o Maligno. Eles se apoderaram dos seus torvos segredos nos antros de necromancia, existentes às escarpadas margens do Lago de Hermanstadt, onde o Demônio ia recrutar o seu dízimo humano entre os indiciados para, a partir daí, submetê-los a seus serviços. Nos registros de então, as expressões mais encontradiças são stregoica, que significa bruxa; ordog e pokol que são o mesmo que Satanás e Inferno; e, num determinado manuscrito, este mesmo Drácula é descrito como um wampyr, cuja lexicologia conhecemos já perfeitamente. Houve neste clã muitas e sucessivas gerações de grandes homens e bondosas mulheres e até hoje seus túmulos santificam aquele chão onde somente o mal podia florescer. Pois não é certamente o menor dos seus terrores devermos admitir que este ser do mal ainda conserva suas raízes profundamente mergulhadas nas terras do Bem, visto como sobre os solos de sagradas memórias ele jamais poderia deter-se. [Drácula, L&PM, p. 301]

É este Drácula fictício e não o histórico que conquistou a imaginação do mundo ocidental. "O fascínio de Drácula reside em seu mito, não em sua realidade" (Florescu & McNally).

A ideia de um morto retornar para reivindicar o amor de um vivo era um tópico popular no folclore europeu. A mais famosa peça literária a abordar o tema foi a balada "Lenore" de Gottfried August Bürger, popularizada na língua inglesa graças a tradução de Sir Walter Scott.

Segundo Roger Vadim (cineasta francês de Rosas de Sangue/Carmilla) "de todas as manifestações poéticas do Ocultismo, o mito do vampiro é a mais atrativa, duradoura, resistente e satisfatória".

Uma justificativa para esse permanente poder de atração da legenda vampiresca pode ser encontrada na riqueza das tradições mitológicas (ainda que a geografia cultural da legenda seja eminentemente ocidental e européia, na forma sob a qual nos foi legada), no grande número de relatos e obras publicadas, na psicanálise freudiana e por extensão nas concepções sociológicas marxistas e marcusianas:

Eros e Thânatos (amor, sexo e morte) são elementos chaves para o entendimento de nossa civilização.

O vampirismo (enquanto relação sublima-da na arte, literatura, etc.) permite o pleno desfrute do binômio sangue-sexo.



Transferimos para o nosferatu - ser vivente que se recusa a acatar a implacável lei natural e perecer - toda a magia de nossa sede de imortalidade que e também uma vontade de liberdade, uma reação contra os mecanismos de coerção e correção social que nos limitam e aprisionam.

A busca de imortalidade é (pode ser), em última análise, a busca de liberdade e da felicidade.

Segundo Marcuse, liberdade e felicidade são termos intimamente relacionados: "A felicidade, como realização de todas as potencialidades do indivíduo, pressupõe liberdade (...), no fundo é liberdade."

(...)

As personagens de Stoker são positivas (em graus diversos) porque agem. A vida é continua modificação e diversificação em sucessivas criações [Byron e Bergson].

Vendo por este prisma, não se pode compreender o mundo, a não ser que seja ele impelido por uma ação, seja ela mágica, onírica ou artística. 

Drácula, o príncipe negro da Transilvânia, ajusta-se a tais critérios mas é mais do que uma hipérbole da reprimida sexualidade vitoriana. (Reprimida e liberada pelas convenções, os vitorianos viviam intensamente uma vida dupla passada em clubes e casas noturnas...)

Sombra especular de nossos egos, oferece a oportunidade de maior liberdade na harmonização das polaridades de uma personalidade pluripotente, em um ser uno, não mais dividido e fragmentado.

Assim o mundo parte do sonho e ao sonho retorna tomando às vezes a forma de um pesadelo. Quando questionado, Abraham Stoker respondia que Drácula fora inspirado num pesadelo provocado por indigestão de frutos do mar...

"La fête du sang" (the feast of blood - subtítulo de um livro de James Malcolm Rymer) celebrada por Drácula, o "Príncipe nas Trevas", deve dar lugar a uma ressurreição e ascese mais espiritual?

Para Stoker, assemelham-se os dois caminhos; é preciso ir até o fim do terror e enfrentá-lo. O grão deve perecer para que frutifique (...).

Depois surge a luz: as páginas finais evocam uma aurora radiosa sem as nuvens portadoras da angústia (...).



Bram Stoker escreveu 17 livros, nenhum deles porém foi capaz de obliterar o fascínio crescente que ia se acumulando em torno da legenda do seu príncipe-vampiro transilvano.

Quando Stoker morreu em 1912, "Drácula" estava em nona edição e já havia ganhado os palcos londrinos.

O biógrafo de Stoker, Harry Ludlam escreveu: "Há um profundo mistério entre as linhas de sua obra... o mistério do espírito do homem que as redigiu...".

Se existem respostas para o mistério de Stoker é nas páginas de sua obra que devemos procurá-las.

(...)





Fábio Silveira Lazzari





Fonte do Texto e das Gravuras: http://www.carcasse.com/sepia/bram.htm

(Os grifos são deste blog.)
(Texto reduzido)




Fontes Consultadas:

ENCICLOPÉDIA VNIVERSAL ILVSTRADA EVROPEO-AMERICANA. Barcelona: Espasa-Calpe. 1930. v. 57. p.1024.

McNALLY, Raymond T. & FLORESCU, Radu R. Em Busca de Drácula e outros vampiros. São Paulo: Mercuryo, 1995. 304 p.

MELTON, J. Gordon. O Livro dos Vampiros. São Paulo: Makron Books, 1995. pp.731-32.

MACINTYRE, Alasdair. As ideias de Marcuse. São Paulo: Cultrix, 1993. pp. 15-18.

MILLER, Elisabeth. A Gênese do Conde Drácula in Megalon, São Paulo, 1997. v. 9. nº 43. pp. 22-25.

sábado, 13 de maio de 2017

A ESTRUTURA DOS GRAUS FILOSÓFICOS (A CABALA E A ROSA-CRUZ NA MAÇONARIA)


A Cabala e a Rosa-Cruz

Os chamados graus filosóficos são os graus onde a mística que faz da Maçonaria uma prática tão fascinante é desenvolvida em toda a sua plenitude. No Rito Escocês Antigo e Aceito, eles vão do 19º ao 30º, constituindo um processo pedagógico, ao longo do qual se distribui toda uma série de ensinamentos de fundo moral e iniciático, destinada a inspirar o iniciado maçom a buscar maiores patamares de sabedoria e aperfeiçoar, ainda mais, o seu espírito especulativo. Nesses graus a ênfase é posta na face ética e espiritualista da prática maçônica, razão pela qual encontraremos, ao longo do desenvolvimento dos rituais respectivos, uma série de temas filosóficos e religiosos, ora tratados de forma simbólica e iniciática, na melhor tradição das antigas seitas gnósticas e escolas cabalísticas, ora de forma acadêmica, como numa escola tradicional.

As alegorias que fundamentam o desenvolvimento do catecismo maçônico nos graus filosóficos são impregnadas de um profundo misticismo, inspirado pelas tradições herméticas, a gnose cristã vista pelos olhos dos praticantes do pensamento rosa-cruz, e principalmente pelas doutrinas cabalistas.

Procura-se realizar, com base nesse simbolismo, o desenvolvimento de uma filosofia semelhante à que amparava a simbólica Cavalaria do Graal, ou seja, uma filosofia cristã, de fundo místico, cujo objetivo é demonstrar ao iniciado maçom que o homem verdadeiro é aquele que combina em seu caráter a espiritualidade transmitida pela verdadeira sabedoria contida nos escritos do Velho Testamento ‒ sabedoria essa que foi transmitida por Deus aos patriarcas hebreus e seus profetas   ̶ com os ensinamentos de Cristo, transmitidos pela melhor tradição gnóstica.

Em nossa obra “Conhecendo a Arte Real”, [1] advogamos para os filósofos hermetistas da Renascença, especialmente Giordano Bruno e os chamados filósofos do movimento Rosa-Cruz, uma influência bastante sensível na formação dos grupos especulativos que deram origem á Maçonaria moderna. Agora podemos dizer que tais grupos, que chamamos de rosacrucianos, não teriam existido se não fossem os cultores da Cabala filosófica, cujas correntes de pensamento se desenvolveram a partir do século XII, principalmente nas regiões européias com predominância da cultura mourisco-judaica, onde a influência desses povos era muito forte. [2]

Foram filósofos dessa escola, como Picco de La Mirandola, Johann Reuchelin, Cornéllius Agripa, Guilherme Postel, os grandes inspiradores da tradição hermética renascentista e particularmente do chamado pensamento rosacruz. Postel, que nasceu em 1501, foi o autor de uma obra chamada De Orbis Terrae Concondiae, na qual advoga o estabelecimento de uma única nação universal, guiada pelo papa e governada pelo Rei da França, que, segundo ele, era descendente direto de Noé. [3] Conta-se que tentou convencer inclusive o fundador da Ordem dos Jesuítas, Inácio de Loyola, para ajudá-lo a estabelecer uma Confraria universal para a realização desse propósito. [4]

A interação mais profunda entre a tradição cabalística e a filosofia dos rosa-cruzes, porém, só viria acontecer mais tarde, já no século XIX. Foi responsável por essa interação o químico Estanilau de Guaita, que fundou em 1887 a Ordem Cabalística da Rosa-Cruz, cujo objetivo era o combate a toda forma de charlatanismo dentro daquilo que ele entendia como a verdadeira ciência, ou seja, a cabala filosófica. Data dessa época a criação das sociedades denominadas Rosa-Cruz, tal qual a conhecemos hoje. Porém, outro grupo de rosacrucianos permaneceu na Maçonaria desenvolvendo e enriquecendo com suas contribuições os rituais maçônicos. [5]


O Kadosh

Os graus filosóficos são ministrados na Loja conhecida como Conselho Filosófico do Kadosh. A palavra Kadosh é de origem hebraica e significa “sagrado”. Deriva das tradições rabínicas existentes nas antigas seitas de Israel. “Kadosh” era o sacerdote revestido de características especiais, inviolável, um mestre consagrado, possuidor de todos os conhecimentos da religião judaica e tido como verdadeiro profeta. Na tradição cabalística o “Kadosh” era o presidente da chamada Assembléia Sagrada, grupo de rabinos iniciados nos mistérios da Cabala e guardiões da Doutrina Secreta da religião de Israel. [6]

Nos antigos ritos da Maçonaria Escocesa o sacerdote “Kadosh” usava um cetro, ou uma medalha dourada na testa para demonstrar o seu status. Era tido como guardião dos “segredos ocultos”, aquele que defendia a entrada da “cripta” onde se ocultavam os Mistérios. É possível que esses elementos rituais tenham sido incorporados pelos cavaleiros templários em seus ritos, sendo depois trazidos para a Maçonaria pelos chamados rosacrucianos que se filiaram à Ordem no fim do século XVII e início do século XVIII, já que entre esses filiados havia muitos “cristãos novos”, que entraram na Maçonaria para escapar da dos Tribunais da Santa Inquisição. [7]

Embora sem o misticismo dos antigos rituais, o simbolismo dos ritos templários, com os enxertos que lhe foram dados pela tradição cabalística, foi adotado em vários sistemas maçônicos e tornou-se o conjunto conhecido como graus iniciáticos. No Rito Escocês, acredita-se que ele foi introduzido primeiro na Loja de Lion em 1743 e daí se espalhou pelas diversas Lojas do continente, sendo depois incorporado no conjunto do ritual. Em princípio era um rito de caráter predominantemente militar, uma vez que o próprio REAA, como se sabe, foi criado pelos partidários do Príncipe Charles, herdeiro do trono inglês, quando este esteve exilado na França. [8] Mais tarde ele foi reformado pelo Grande Oriente da França, transformando-se num rito essencialmente filosófico.


O simbolismo da Cavalaria

Dessa forma, podemos dizer que os chamados graus filosóficos, ou Kadosh, são estruturados a partir das tradições hebraicas fornecidas pela grande tradição da Cabala. Incorporam também vários elementos da Gnose cristã e da tradição hermética, que podem ser recenseados na forte presença dos temas ligados á prática alquímica. Finalmente, há também uma grande influência da cultura cavalheiresca, pela evocação constante de temas ligados à cavalaria medieval, especialmente os cavaleiros templários.

Esse cipoal de influências não é estranho, dado que a Maçonaria é a herdeira natural de todas essas tradições cavalheirescas, sendo como é, por analogia entre seus objetivos e os princípios cultivados pela Genette, uma verdadeira cavalaria moderna.

Essa analogia com a antiga instituição da Cavalaria foi um simbolismo muito explorado pelos maçons nos séculos XVII e XVIII, pois tal como o cavaleiro medieval, o maçom era visto como um “herói”, defensor dos fracos e oprimidos e realizador da Justiça. Essa postura dos maçons foi ironizada pelo Imperador Napoleão I (que também foi maçom), ao responder ao seu Ministro da Justiça, que propôs a ele fechar as Lojas maçônicas na França, pois em seu entender os maçons eram todos conspiradores. Napoleão respondeu que eles deviam ser deixados em paz, pois os “maçons gostam de brincar de cavaleiros e só serão perigosos no dia em que eles mesmos acreditarem em suas fantasias”. [9]

Napoleão falava com conhecimento de causa, pois ele mesmo, cuja carreira fora toda construída em cima dos acontecimentos que lastrearam a Revolução Francesa, e que ele mesmo fora iniciado na Maçonaria para compor forças políticas, que naquele momento a Maçonaria representava no Estado francês, sabia o poder que a Ordem tinha e o peso que ela representa quando seus membros efetivamente começam a exercê-lo.

Dessa forma, o iniciado maçom que se embrenha pelos ensinamentos dos graus filosóficos precisa ter em mente que o que ele vai aprender é um conjunto de ensinamentos que visa recuperar, em nível de espírito, um mundo arquetípico que norteou a formação do espirito dos maçons em um momento da história em que as questões éticas, morais, religiosas e principalmente cívicas, eram as principais preocupações da elite intelectual da época. Pois essa foi a época da consolidação dos estados nacionais e da formação das grandes nações do ocidente. Tempo em que os ideais de ordem, justiça, liberdade e igualdade entre as pessoas eram os principais anseios das pessoas, ideais que parecem ter se perdido com o tempo e esquecidas pela maioria das pessoas, e infelizmente pelos próprios maçons modernos.



Luiz Sergio Castro




Fonte do Texto e Gravura: Blog "O MALHETE" (Editor: Luiz Sergio Castro)
http://omalhete.blogspot.com.br/2016/10/a-estrutura-dos-graus-filosoficos.html




[1] Publicada pela Madras Ed. São Paulo, 2007.

[2] A Costa Mediterrânea espanhola, dominada pelos mouros, e a região do Languedoc francês foram os territórios onde floresceu a seita dos cátaros, seita gnóstica que adotava crenças semelhantes aos antigos maniqueístas. Eram cristãos, mas recusavam os dogmas da Igreja Católica, como a virgindade de Maria, a deificação de Jesus, o dogma da ressurreição etc. Alguns autores apontam estreitas ligações entre os cátaros e os cavaleiros templários, o que teria levado a Igreja de Roma a promover uma verdadeira cruzada contra os territórios por eles habitados. Uma das razões dessa cruzada seria o fato de os cátaros serem os depositários dos segredos dos templários, os quais herdaram após a extinção da Ordem dos Cavaleiros do Templo. Para mais informações sobre esse assunto veja-se o capítulo IV da nossa obra, Conhecendo a Arte Real, citada.

[3] A influência dessas crenças na Maçonaria é bastante forte. Vide especialmente o grau 21, denominado “ Cavaleiro Noaquita”.

[4] Baigent, Leigh e Lincoln, The Holly Blood and The Holly Grail, Ed. Harrow, Londres, 1966.

[5] Frances Yates, O Iluminismo Rosa-Cruz, Ed. Cultrix, São Paulo, 1967.

[6] A Assembléia Sagrada, segundo o Sepher Ha Zhoar, a Bíblia cabalística, era composta por dez rabinos e funcionava nos moldes de uma Loja Maçônica. Essa Assembléia tinha por função a guarda e a transmissão oral dos ensinamentos da Cabala.

[7] “Cristãos novos” era o apelido dado aos judeus que se filiavam ao Cristianismo para escapar da perseguição movida contra eles pelos tribunais da Inquisição. Um famoso “cristão novo” português foi o explorador Fernando de Noronha, que deu nome à ilha que leva esse nome.

[8] Ver, nesse sentido, o discurso proferido pelo Cavaleiro André Michel de Ramsay, em 1736, aos maçons franceses, exaltando as excelências da Maçonaria Escocesa e suas ligações com os cavaleiros cruzados.

[9] Cf. Jean Palou - A Maçonaria Simbólica e Iniciática.- Ed Pensamento, 1986.

A GRANDEZA DO AMOR, DA VERDADE, DO SACRIFÍCIO E DA UNIDADE


Encarnações do Amor Divino! Onde quer que vocês estejam, nunca dêem espaço para quaisquer diferenças. Todos devem se livrar de todo egoísmo, interesse próprio e egocentrismo. A consideração mútua (Mamatha), o equilíbrio (Samatha) e a tolerância (kshamatha) são qualidades básicas necessárias para todo ser humano. Portanto, desenvolvam amor, tolerância e compaixão. Percebam que o amor está presente em todos. Livrem-se de todas as diferenças e mantenham-se firmes a sua fé e tradições. Aprendam a viver em amor e harmonia com todos os membros de sua sociedade. Quando as diferenças de todos os tipos forem abandonadas, o amor crescerá em vocês e poderão ter uma visão direta de Deus. Sem amor, as preces verbais são inúteis. O amor divino é o único unificador, motivador e prenúncio da alegria para todos. Deus é amor e Deus só pode ser realizado através do amor. Todos os santos e religiões enfatizaram a grandeza do amor, da verdade, do sacrifício e da unidade. Portanto, cultivem o amor. (Discurso Divino, 24 de dezembro de 1980)




Sathya Sai Baba





Fonte: www.sathyasai.org.br
Fonte da Gravura: tumblr.com

A IMPORTÂNCIA DAS IMAGENS MENTAIS


Aqueles que consideram a imaginação como uma ficção, um fantasma da mente sem os atributos do poder e de manifestação, cometem um grande equívoco. A Nova Psicologia ensina que a imaginação é o molde, padrão ou plano geral da atividade da Vontade. Do caráter das imagens mentais de alguém depende o caráter de suas ações. (Maneira de Desenvolver a Imaginação, W. W. Atkinson)

A imaginação, entretanto, depende, em sua materialidade, das faculdades perceptivas e está sujeita à lei de atenção. Esta lei pode estimular ou restringir a imaginação pelo direcionamento ou abandono da atenção, respectivamente.





Fonte: Fraternidade Rosacruz da Colômbia
Grande Loja Raghozini
http://www.fraternidadrosacruzdecolombia.org/
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IMENSIDÃO DE LUZ


Vós olhais para um balão, preso por um fio: ele quer elevar-se para o céu, mas continua atado ao solo...

Tal como este balão, existe em cada ser humano algo que aspira a escapar-se, a elevar-se livremente nos ares, mas que está retido por laços.

Pois bem, ele deve esforçar-se por afrouxar ou desatar tais laços pouco a pouco, para corresponder a esse desejo profundo, eterno, inscrito na sua alma: o de se lançar para a imensidão de luz e de paz onde teve a sua origem.

É esta recordação, muitas vezes vaga, confusa, de uma pátria longínqua, de uma pátria perdida, que alimenta a fé na maioria dos humanos.

Eles trazem inconscientemente neles os traços indeléveis de um passado muito longínquo em que viviam no seio do Eterno e sentem a nostalgia desse passado.




Omraam Mikhaël Aïvanhov





Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: tumblr.com

sábado, 6 de maio de 2017

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA


Quando sua mente fala com a mente dos outros; quando sua atitude serve a atitude dos outros; quando seus sentimentos servem os sentimentos dos outros... Isto é chamado serviço através da mente. Para isso, certifique-se apenas que seus pensamentos sejam puros, sua atitude seja altruísta e seus sentimentos sejam de amor e misericórdia. Ao praticar esse exercício espiritual, você cria vibrações capazes de confortar o coração daqueles que estão sofrendo. O mundo está precisando dessa caridade.

Veja como o dia fica fácil quando você transita livremente sem ser afetado pelas atitudes negativas dos outros. Quando você aprende a ficar estável, você não apenas poupa energia mas também percebe sua força mental aumentar. Quando há força na mente e estabilidade há maturidade e caráter. A força do caráter depende da sua habilidade de ficar inabalável diante das situações adversas.

Nesse momento, Deus, o pai de todas as almas, está nos dando a chance de sermos elevados. Então vamos aproveitar essa chance! Vamos nos esforçar em mantê-Lo a frente de nós. Não pense sobre o seu passado ou o passado dos outros. Não se preocupe com o futuro também. Simplesmente empenhe-se em criar seu próprio presente. Procure concentrar seus  esforços em manter os pensamentos elevados e puros. Isso tornará sua visão, atitude e ações elevadas e puras. Assim sua vida trará nada mais do que benefício para você e para o mundo. (Dadi Janki)

O mundo saúda os heróis de muitas maneiras. Alguns são aplaudidos pelo seu ofício e talento. Outros mantêm elevada estima por seu prestígio, riqueza e poder. O mundo homenageia aqueles que fizeram uma façanha especial em seus campos profissionais e decora empreendedores e vencedores. Mas respeito, do coração, é muito mais do que isso. Respeito é recebido através dos atos de bondade, serviço e sacrifício. Uma pessoa que sempre valoriza a dignidade dos outros, é honesta, paciente e humilde em suas interações, e também é compassiva - especialmente com aqueles que são menos dotados - recebe amor e respeito de todos. Pessoas assim são os verdadeiros heróis.




Brahma Kumaris





Fonte: www.bkumaris.org.br
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quinta-feira, 4 de maio de 2017

EXPERIÊNCIA GNÓSTICA


Os gnósticos chegaram à conclusão de que o único caminho para superar o sofrimento era reconhecer a verdade sobre o papel e o destino da humanidade no universo. Convencidos de que as únicas respostas estariam dentro deles mesmos, os gnósticos empenhavam-se em uma jornada interior intensamente particular. Ao dar-se conta desse seu Eu Essencial, do Divino dentro de si, o gnóstico rejubilava-se por ter-se libertado das restrições exteriores e celebrava sua identificação com a existência divina. O gnóstico não pode simplesmente confiar no que os outros dizem, exceto temporariamente, até ter encontrado o seu próprio caminho e descoberto a sua própria relação imediata com a verdade em si.




Elaine Pagels




Fonte: do livro "Os Evangelhos Gnósticos", Ed. Cultrix, São Paulo-SP
Tradução de Carlos A. Malferrari
Fonte da Gravura: tumblr.com

SER LIVRE É SER UMA LUZ PARA SI MESMO


A desordem, a confusão e o sofrimento em que se encontram os seres humanos situam-se na área da consciência velha, e sem a mudarmos profundamente, toda a atividade humana - política, econômica ou religiosa - apenas levará à destruição de cada um de nós e da própria Terra. Isto é evidente para todas as pessoas de bom senso.

Temos de ser uma luz para nós mesmos; e esta luz é a lei. Não há outra lei moral. Todas as outras são feitas pelo pensamento, e por isso são fragmentárias e cheias de contradições. Ser uma luz para nós mesmos significa que não seguimos a luz de outrem, por muito razoável, lógica, tradicional e convincente que pareça. Não podemos ser uma luz para nós mesmos se estivermos sob a influência das pesadas sombras da autoridade, do dogma, de uma conclusão.

A verdadeira moralidade não é criada pelo pensamento; não é resultado da pressão do meio em que se vive, não vem do ontem, da tradição. Nasce do amor. E o amor não é desejo e prazer. A satisfação sensorial ou sexual não é amor. Ser livre é ser uma luz para si mesmo; não é, portanto, uma abstração, algo elaborado pelo pensamento. A verdadeira liberdade psicológica consiste em estarmos libertos da dependência, do apego, da ânsia de experiências «espirituais».

Estar liberto da estrutura condicionante do pensamento é ser uma luz para si próprio. Toda a ação acontece então nesta luz e assim nunca é contraditória. A contradição só existe quando a ação está separada dessa luz, quando o ator está separado da ação e projeta um ideal. O ideal - que se sobrepõe à realidade presente é uma atividade estéril do pensamento, e não pode coexistir com esta luz, um exclui o outro.

Quando o «observador» (o «eu» com os seus preconceitos, conclusões etc.), está presente, esta luz não está. A estrutura do «observador» é construída pelo pensamento, que nunca é livre, que nunca é novo (porque nasce da memória, da experiência, do conhecimento acumulado).

Para que esta luz exista, não há «como», não há sistema algum. Só há o ver, que é a ação necessária. Temos de ver, mas não através dos olhos de outro. Esta luz, esta lei, não é «nossa» nem é de outro. É apenas luz. E ela é amor.




J. Krishnamurti






Fonte: do livro "Meditação - A Luz Dentro de Nós"
Fonte da Gravura: Instagram

VOCÊ SABE A RESPOSTA À SIMPLES PERGUNTA: QUEM SOU EU?


Você tem imensas capacidades latentes em você, esperando para serem aproveitadas e utilizadas. Você tem muitos talentos que têm de ser trazidos à luz. Às vezes, todos sentem o desejo de amar todos os seres, compartilhar sua alegria e tristeza, saber mais e satisfazer seu intelecto, espiar por trás do temor e admiração que a Natureza desperta em você. Todos são aptos a reunir informações sobre o que acontece em todos os cantos do mundo. Deixe-Me perguntar: você está ciente do que acontece no canto de sua própria mente? Você sabe a resposta à simples pergunta: "Quem sou eu?" Por que você não sentiu que era essencial responder a esta pergunta importante? Sem saber essa resposta, como você pode precipitadamente ir julgando, rotulando e até mesmo difamando os outros? Pergunte isso sinceramente a si mesmo e busque as respostas para o enigma, a partir do seu interior. Nossas escrituras o orientam sobre o processo pelo qual você mesmo pode descobri-lo! (Discurso Divino, 19 de fevereiro de 1964)




Sathya Sai Baba





Fonte: www.sathyasai.org.br
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MEDITAÇÃO É SUA NATUREZA


O que é a meditação? É uma técnica que pode ser praticada? É um esforço que você deve fazer? É algo que a mente pode atingir?

Não é nada disso. Tudo que a mente pode fazer não é meditação, pois a meditação está além da mente e não pode ser penetrada por ela. Onde a mente acaba, a meditação começa. Lembre-se disso, pois, em nossas vidas, tudo que fazemos é feito pela mente. Portanto, quando nos voltamos para dentro, começamos novamente a pensar em termos de técnicas, de métodos e realizações, porque nossa experiência de vida nos mostra que tudo pode ser feito pela mente. Tudo, exceto a meditação. A meditação não pode ser feita pela mente porque não é algo que se conquiste. A meditação já está lá, é sua natureza. Não precisa ser conquistada, basta que seja lembrada. Está lá, esperando por você. Basta voltar-se para dentro, e ela está disponível. Sempre esteve dentro de você.

A meditação é sua natureza intrínseca, não tem nada a ver com suas atividades. Você não pode tê-la, assim como não pode não tê-la. Ela não pode ser possuída, não é uma coisa. É você. É o seu ser. Uma vez que você tenha entendido o que é a meditação, as coisas começam a ficar muito claras. Caso contrário, continuará tropeçando no escuro.

A meditação é um estado de clareza e não um estado da mente. A mente é confusa, nunca está clara. Não pode estar. Os pensamentos criam nuvens a seu redor, nuvens sutis. Uma névoa é criada por eles e a clareza se perde. Quando os pensamentos desaparecem, quando não há mais nuvens a seu redor, quando você está apenas sendo você mesmo, a clareza advém. Então é possível ver bem longe. É possível enxergar até o fim da existência, e seu olhar se torna penetrante, indo ao centro do ser.

A meditação é essa clareza absoluta da visão. Não é possível pensar sobre ela. Você deve parar de pensar. Quando digo “parar de pensar”: não tire conclusões apressadas, pois tenho que usar este idioma para me expressar. Eu digo “pare de pensar” mas, se você fizer um esforço no sentido de parar, estará no caminho errado, pois terá mais uma vez reduzido a meditação a uma ação.



Osho






Fonte: do livro "Aprendendo a silenciar a mente"
Tradução de Carlos Irineu Wanderley da Costa
Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2002
Fonte da Gravura: http://www.iosho.co.in/index.php/category/photos/

O COMPORTAMENTO DOS OUTROS COMO AFRONTAS PESSOAIS


Na maior parte das pessoas, à mínima contrariedade desencadeia-se todo um mecanismo interior: qualquer ocasião lhes serve para ruminarem pensamentos e sentimentos de irritação, de cólera, de hostilidade, de revolta. Tudo o que os outros fazem é interpretado em função dos desejos delas, das suas próprias expectativas, e ai dos outros se não corresponderem a essas expectativas! Não só se zangam elas com eles, como lhes atribuem todo o tipo de intenções malévolas. Nem pensam que eles podem estar ocupados, retidos algures, ou com preocupações, ou doentes, ou que talvez haja uma justificação para o seu comportamento. Por que é que hão de interrogar-se nestes termos? Preferem interpretar o comportamento dos outros como afrontas pessoais. Os humanos sentir-se-ão muito melhor quando se aperceberem de que não são os outros que lhes fazem o maior mal, mas sim eles próprios, porque não deixam de dar ouvidos à sua natureza inferior. É desta natureza inferior que eles devem desconfiar acima de tudo, pois ela é altamente neurótica e, à mínima ocasião, alimenta-se de ideias falsas e de crenças sem fundamento.




Omraam Mikhaël Aïvanhov




Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: instagram