terça-feira, 16 de abril de 2013

VIOLÊNCIA É VIOLAÇÃO


Amado Osho: você pode, por favor, dizer alguma coisa sobre a violência como uma expressão de rebelião?

A violência nunca pode ser uma parte do espírito rebelde, pela simples razão de que a violência é todo o passado da humanidade - e o rebelde quer ser descontínuo com o passado.

A violência tem sido a forma de vida por milênios. Direta ou indiretamente, temos vivido sob a violência. Nossos exércitos, nossa polícia, nossas cadeias, nossos juízes,  nossas guerras, nossas assim chamadas grandes religiões, todos têm vivido em violência. E violência, reduzida à sua essência, é desrespeitosa para com a vida.

Para mim, o homem religioso, a consciência religiosa, nada mais é do que uma profunda reverência pela vida em si, porque não existe nenhum deus além da própria vida, não existe nenhum paraíso além da própria consciência. A violência é uma violação de ambas, vida e consciência. Ela é destrutiva.

O rebelde é um criador; toda a sua filosofia é aquela da criatividade. Temos vivido em destrutividade por muito, muito tempo, e qual é o benefício? É por isso que fiz uma clara distinção entre o rebelde e o reacionário. Também fiz uma distinção entre o rebelde e o revolucionário.

O reacionário é a categoria mais baixa. Ele nunca pode desconectar a si mesmo do passado. O passado é a sua orientação, ele reage contra ele. Mas se você está a favor ou contra o passado, ele permanece o seu referencial.

O revolucionário está um pouco acima do reacionário. Ele não apenas reage, mas também tem sonhos para o futuro, tem suas utopias. Mas no que se refere à violência, o revolucionário, através dos tempos, tem pensado que fins corretos podem ser atingidos por meios errados.

Eu refuto esta afirmação. Fins corretos podem ser atingidos somente por meios corretos. Através da violência você não pode conseguir uma humanidade pacífica, silenciosa, amorosa. A violência estará nas raízes, ela envenenará toda a sua superestrutura.

O rebelde tem que ser não-violento, por pura necessidade.

A não ser que ele seja não-violento, ele não pode ser o veículo de uma humanidade pacífica, sem guerras, sem classes.

Se você semear as sementes da violência, você não pode esperar e confiar que as flores não sejam afetadas pela violência. Essas flores virão das sementes que você semeou. Assim, cada revolução violenta tem criado uma outra sociedade violenta, uma outra cultura violenta.

É desonroso ver que ainda necessitamos de exércitos, que ainda necessitamos de armas nucleares. É desonroso ver que necessitamos de polícias, de tribunais, de cadeias. Uma humanidade melhor, um homem mais consciente, se livrará de todas essas coisas sem sentido que nos cercam e poluem todo o nosso ser.

O rebelde não pode ter o coração dividido. Ele não pode ser um selecionador: não pode escolher algumas coisas do passado e deixar de escolher algumas outras. O passado, como um todo, deve ser completamente negado. Somente então podemos nos livrar do barbarismo da humanidade, da crueldade, da violência e de um desrespeito pela vida e pela existência profundamente enraizado.

Reverência pela vida é minha abordagem.

O rebelde estará pronto para morrer, mas não estará pronto para matar. É um orgulho para o homem morrer por uma causa. E animalesco matar alguém, não importa o quão grande a causa possa ser. Matando, você a arruinará completamente. E olhando praticamente, o rebelde é um indivíduo contra o mundo inteiro; mesmo que ele escolha ser violento, ele será esmagado. O inimigo - o passado - tem muito mais poderes violentos em suas mãos.

O rebelde deve confiar no amor, deve confiar no estado meditativo, deve estar consciente de sua imortalidade - mesmo que seu corpo seja crucificado, ele permanecerá intocável. Aqui, não estou falando apenas da rebelião política. Estou falando sobre o rebelde individual - um fenômeno espiritual e não uma entidade política. E nenhuma espiritualidade pode aceitar a violência como um meio de atingir um fim.

A violência está simplesmente fora de questão no que se refere à minha rebelião, ao meu rebelde. Ele não pode destruir - nós já destruímos o suficiente. Ele não pode matar - nós já matamos o suficiente. É hora de acabar com toda essa maneira idiota da viver. Temos que sair desta escuridão para a luz. Mesmo que lhe custe a vida, isso está perfeitamente bem... porque o meu rebelde será basicamente um meditador.

Eu não estou concebendo o meu rebelde sem meditação; esta é a sua experiência essencial. E uma vez que você entenda que é imortal, quem estará preocupado sobre ser assassinado? E se milhões de meditadores estiverem prontos para abrir seus peitos diante das armas do velho e podre passado, existe uma possibilidade: talvez isso também traga uma mudança no coração daquelas pessoas que têm essas armas destrutivas em suas mãos.

A rebelião não foi tentada em larga escala. Apenas com o esforço de milhões de pessoas meditando, em silêncio amoroso e paz, e destruindo todos os tipos de discriminações que criam violência, estaremos abrindo o espaço, o intervalo, a descontinuidade que pode salvar o homem e a vida neste planeta.


Osho, em "O Rebelde: O Verdadeiro Sal da Terra"



Fonte: www.palavrasdeosho.com.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

OS CINCO ELEMENTOS


Os cinco elementos e suas permutações e combinações constituem o Universo. Terra é o mais grosseiro e tem o maior número de características. Ela tem seu próprio cheiro, bem como as características de toque, gosto, forma e som (Gandha, Sparsha, Rasa, Rupa e Sabdha). O próximo elemento é a Água, que é mais sutil que a Terra e tem apenas paladar, tato e forma. O próximo elemento, Fogo, é mais sutil ainda e tem som e toque. O elemento Ar é ainda mais sutil e tem toque como seu atributo especial e som como outra característica predominante. O mais sutil e penetrante elemento, Céu ou Éter, tem apenas uma característica, o som. Deus é mais sutil que todos, e por isso Ele é onipresente, ainda mais que o éter ou algo mais abrangente que isso. Sua natureza está além de todo vocabulário humano, além de toda matemática humana. Tenha esta convicção bem consolidada em seu intelecto.


Sathya Sai Baba



Fonte: www.sathyasai.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O ESPIRITISMO E A ALIMENTAÇÃO VEGETARIANA


A alimentação vegetariana é um tema que vem cada vez mais sendo alvo de discussões no meio espírita. Vários são os livros - psicografados ou não - que fazem alguma alusão a isso e antagônicas são as posições tomadas por diferentes pessoas com relação ao assunto. Mas o que realmente diz a doutrina espírita?

Analisando o Livro dos Espíritos, temos a seguinte passagem:

723. A alimentação animal é, com relação ao homem, contrária à lei da Natureza?

“Dada a vossa constituição física, a carne alimenta a carne, do contrário o homem perece. A lei de conservação lhe prescreve, como um dever, que mantenha suas forças e sua saúde, para cumprir a lei do trabalho. Ele, pois, tem que se alimentar conforme o reclame a sua organização.”

Esse trecho serve de base aos espíritas que se colocam a favor de uma alimentação onde a carne tenha lugar garantido. Mas não há nada mais a ser considerado sobre a resposta acima? Por exemplo: quando foi escrita? Qual era a situação do homem em termos de conhecimentos nutricionais à época em comparação com os dias de hoje? Percebe-se claramente no trecho citado que é colocada a questão da necessidade: uma palavra de grande importância para se discutir o assunto.

O Livro dos Espíritos foi publicado há mais de 140 anos atrás. Muito o homem se desenvolveu cientificamente e tecnologicamente nesse intervalo de tempo. Hoje, por exemplos práticos e não por suposições teóricas, vê-se que a necessidade de comer carne não existe. É plenamente possível viver de forma saudável sem a sua ingestão. 

A despeito de várias publicações espíritas que se colocam a favor da alimentação vegetariana – psicografias de Chico Xavier junto a Emmanuel e André Luiz, de Yvonne Pereira, dentre vários outros – muitos se prendem à questão 723 do Livro dos Espíritos para justificar suas posições contrárias a ela.

Vejamos alguns trechos dos livros O Consolador (Emmanuel – Chico Xavier) e Missionários da Luz (André Luiz – Chico Xavier):

“A ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes consequências, do qual derivaram numerosos vícios da nutrição humana.

É de lastimar semelhante situação, mesmo porque, se o estado de materialidade da criatura exige a cooperação de determinadas vitaminas, esse valores nutritivos podem ser encontrados nos produtos de origem vegetal, sem a necessidade absoluta dos matadouros e frigoríficos.

Temos a considerar, porém, a máquina econômica do interesse e da harmonia coletiva, na qual tantos operários fabricam o seu pão cotidiano. Suas peças não podem ser destruídas de um dia para o outro, sem perigos graves.

Consolemo-nos com a visão do porvir, sendo justo trabalharmos, dedicadamente, pelo advento dos tempos novos em que os homens terrestres poderão dispensar da alimentação os despojos sangrentos de seus irmãos inferiores.”

(Trecho do livro O Consolador, psicografado por Chico Xavier junto a Emmanuel)


“A pretexto de buscar recursos protéicos, exterminávamos frangos e carneiros, leitões e cabritos incontáveis. Sugávamos os tecidos musculares, roíamos os ossos.

Não contentes em matar os pobres seres que nos pediam roteiros de progresso e valores educativos, para melhor atenderem a obra do Pai, dilatávamos os requintes da exploração milenária e infligíamos a muitos deles determinadas moléstias para que nos servissem ao paladar, com a máxima eficiência.

O suíno comum era localizado por nós, em regime de ceva, e o pobre animal, muita vez à custa de resíduos, devia criar para nosso uso, certas reservas de gordura, até que se prostrasse, de todo, ao peso de banhas doentias e abundantes.

Colocávamos gansos nas engordadeiras para que hipertrofiassem o fígado, de modo a obtermos pastas substanciosas destinadas a quitutes que ficaram famosos, despreocupados das faltas cometidas com a suposta vantagem de enriquecer valores culinários.

Em nada nos doía o quadro comovente das vacas-mães, em direção ao matadouro, para que nossas panelas transpirassem agradavelmente.

Encarecíamos, com toda a responsabilidade da ciência, a necessidade de proteínas e gorduras diversas, mas esquecíamos de que a nossa inteligência, tão fértil na descoberta de comodidade e conforto, teria recursos de encontrar novos elementos e meios de incentivar os suprimentos protéicos ao organismo, sem recorrer às indústrias da morte.

Esquecíamo-nos de que o aumento de laticínios para enriquecimento da alimentação constitui elevada tarefa, porque tempos virão, para a Humanidade terrestre, em que o estábulo, como o Lar, será também sagrado.”

“Não nos cabe condenar a ninguém. Abandonando as faixas de nosso primitivismo, devemos acordar a própria consciência para a responsabilidade coletiva.

A missão do superior é a de amparar o inferior e educá-lo. E os nossos abusos com a Natureza estão cristalizados em todos os países, há muitos séculos.

Não podemos renovar os sistemas econômicos dos povos de um momento para o outro, nem substituir os hábitos arraigados e viciosos de alimentação imprópria, de maneira repentina.

Refletem eles, igualmente, nossos erros multimilenários. Mas, na qualidade de filhos endividados para com Deus e a Natureza, devemos prosseguir no trabalho educativo, acordando os companheiros encarnados, mais experientes e esclarecidos, para a nova era em que os homens cultivarão o solo da Terra por amor e utilizar-se-ão dos animais, com espírito de respeito, educação e entendimento.”

(Trechos do livro Missionários da Luz, psicografado por Chico Xavier junto a André Luiz)


É importante não existir o medo diante do novo. O próprio Allan Kardec, por várias vezes, colocou a importância da evolução das ideias. Não devemos pensar que tal evolução acabou na publicação de Obras Póstumas (último livro de sua autoria: uma coletânea de textos deixados por ele após sua morte física). A evolução continua. Quando surgem novas variáveis que permitam a análise de um ponto por novos prismas, assim deve ser feito. Aí está o caráter científico do Espiritismo se mantendo em equilíbrio com sua face religiosa, não permitindo que certos pontos sejam praticamente considerados como dogmas a serem aceitos.

(...)

A situação atual apresenta diferenças muito favoráveis à alimentação vegetariana, aumentando consideravelmente as opções dessa dieta em comparação com outras épocas. Há hoje variedades vegetais com níveis produtivos mais altos, melhores processos de armazenamento e conservação, sistemas de distribuição mais eficazes. Além disso, o homem conhece mais sobre os mecanismos da digestão, as necessidades diárias alimentares e as propriedades dos alimentos. Uma dieta vegetariana bem planejada permite a qualquer pessoa viver com boa qualidade de nutrição. Isso pode ser afirmado por fatos.

Vendo-se, pelos últimos parágrafos, que na realidade a necessidade de se comer carne não existe para o homem atual, toda a questão deve ser analisada por um outro ponto de vista: é justo e correto sujeitar um animal aos sofrimentos (sim, por menor que seja a sua capacidade cognitiva, eles têm a capacidade de sofrer – fato inegável) de que é alvo e posteriormente à morte para satisfazer as preferências de nosso paladar?

O Espiritismo, em seu aspecto moral de bondade, amor e caridade em todas as relações, condena o excesso. A partir do momento que se comprova uma não-necessidade, tudo muda. A partir desse caráter moral da doutrina pode-se concluir com facilidade que a interrupção da matança que hoje é infligida aos animais será um dos passos dados pelo homem no futuro. Passo que não ocorrerá de um só instante, mas ao longo de um tempo, visto que mesmo hoje se vê o seu andamento.

Acompanhando-se a linha de evolução da humanidade, percebe-se que atualmente são considerados bárbaros – ou, no mínimo, errôneos - vários costumes tidos como absolutamente normais e corriqueiros em outras sociedades no passado: os sacrifícios animais e mesmo humanos, a escravidão, a poligamia e o canibalismo, dentre outros. Como disse Victor Hugo: “primeiro foi necessário civilizar o homem em relação ao próprio homem. Agora é necessário civilizar o homem em relação à natureza e aos animais”.

Um ponto importante que deve, no entanto, ser ressaltado é o pretenso nível de intangibilidade moral que alguns podem querer se colocar por terem uma dieta vegetariana. De nada adianta não comer carne, mas também não perdoar, não praticar a caridade, não ser paciente, dentre várias outras coisas de alto grau de importância que estabelecem um bom nível de caráter moral no ser humano.

Apenas cumpre ao homem não cometer excessos e comer para viver, ao contrário de viver para comer. A partir da constatação que o ser mais fraco sofre por uma desnecessidade, o ato de causar tal sofrimento torna-se fútil e repugnante.



Fonte: www.saberespirita.com.br/artigos/alimentacao_vegetariana.html
Fonte da Gravura: http://www.escolovar.org/alimenta_rodas.htm

segunda-feira, 15 de abril de 2013

DISCERNIMENTO (VIVEKA)

Muitas vezes tenho dito: para que se possa distinguir a Realidade dentro do irreal é preciso exercer "viveka" (discernimento).

Se um indivíduo não usa "viveka", pode desviar-se do caminho, pode enganar-se com o que lhe parece ser o certo, e assim vem a perder seu tempo, suas energias e até a existência, buscando aquilo que apenas parece.

Para não chegar a comprar embustes, desenvolva e use discernimento ("viveka"). Jesus sugere: "Seja esperto como as serpentes."

Procure distinguir, com clareza, entre o que é temporário e o que é eterno, para que, esclarecido, busque o eterno; procure distinguir o que é meio e o que é fim, para que não venha a se desviar, empregando sua energia tentando acumular só os meios, transformando-os em objetivos da vida, negligenciando assim o fim. Para tanto, use "viveka".

Meio é aquilo que possibilita a conquista do objetivo. O indivíduo que não exerce "viveka", comete a imprudência de esforçar-se somente na busca dos meios, transformando-os em fins. Estes ficam esquecidos.

"Viveka" nos faz diferenciar o essencial, daquilo que não é, para que nossos esforços não se desperdicem na busca de objetivos ou valores menos significativos. Quando se procura o menos importante, o mais importante fica abandonado, no esquecimento.

Ora, a realização espiritual é o objetivo maior de nossas vidas. Existimos para isso. Não podemos portanto negligenciar tal objetivo.

A vitória na empreitada da vida depende de aplicarmos "viveka" sempre, em doses grandes, em nossas cotidianas opções.

Confundir aparência com Realidade nos arrasta à escravidão e à dor.

Tomar como Eterno o que é transitório nos aprisiona ao inquieto jogo dos opostos: sofrer e gozar; subir e descer; levantar e cair; ganhar e perder...

Aceitar e nutrir o estado de ilusão na existência nos priva da felicidade plena da Essência. "Viveka", no entanto, des-iludindo, nos liberta.

"Quem tenha olhos de ver e ouvidos de ouvir" saiba que "viveka" é exatamente "olhos de ver e ouvidos de ouvir".


Prof. José Hermógenes



Fonte: do livro "O Essencial da Vida", pp. 143/4, Ed. Record, 1989
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

PAZ ÍNTIMA


Para que uma conduta pacifista se estabeleça e predomine no homem, faz-se necessária uma vontade forte que promova a revolução interior, em violência contra si mesmo, através da revisão e reestruturação dos conceitos sobre a vida, assumindo uma posição de princípios definidos, sem titubeios nem ambiguidades escapistas.

Tomada essa conduta, a marcha se faz amena, porque o homem passa a considerar todos os sucessos do ponto de vista espiritual, isto é, da transitoriedade da existência corporal e da perenidade do Espírito.

Desse modo, muda a paisagem dos fenômenos humanos que, efeitos de causas profundas, devem ser examinados e corrigidos nas suas gêneses, antes que mediante a irrupção de novos incidentes, em razão das reações tomadas contra os mesmos.

Agir com lucidez ao invés de reagir pela força, é a conduta certa, porque procedente da razão, antes que decorrente do instinto-paixão dissolvente.

Não há outra alternativa para o ser inteligente, senão o uso da razão em todo momento e em qualquer ocorrência nas quais seja colhido.

A sua reação não pode ultrapassar o limite do equilíbrio, sustando o golpe que lhe foi desferido ou o amortecendo no algodão da misericórdia em favor de quem lho aplicou...

Mediante esse processo, ruem as barreiras da intolerância, e do ódio; acabam-se as distâncias impeditivas à fraternidade; apagam-se as mágoas; diluem-se os rancores, porque ninguém logra vencer aquele que a si próprio já se venceu.

Os ultrajes não o afetam; as agressões não o intimidam; a morte não o atemoriza, porque ele é livre, portador de uma liberdade que algema nenhuma escraviza ou aprisiona, nem cárcere algum limita...

É, portanto, imbatível, terminando por fazer-se amado, mártir dos ideais e das aspirações de todos. Pronto!


Divaldo Pereira Franco/Victor Hugo



Fonte: do livro "Árdua Ascensão"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

VERDADEIRA LIBERDADE


Um homem acusado injustamente é enviado para a prisão... Para não ficar aniquilado, é preciso que ele procure em si próprio alguma coisa que será mais forte do que tudo, e essa coisa é o pensamento, o espírito. Se ele o conseguir, descobrirá o que é verdadeira liberdade. Todos os dias ele trabalha sobre os seus pensamentos e os seus sentimentos para não sentir impaciência, nem cólera, nem ódio, pois estes pensamentos e estes sentimentos é que são as verdadeiras prisões e só ele pode libertar-se dessas prisões.

Ninguém atravessa esta existência sem ter de suportar privações ou injustiças. A Inteligência Cósmica, que quer tornar o ser humano poderoso e livre, é implacável. Ela deu-lhe uma vontade, um coração, um intelecto, uma alma e um espírito, e pretende que ele os utilize. Mas o que faz o homem com eles? Pouca coisa, e é por isso que, perante as provações, ele se sente pobre e sem recursos. 

Para medir a amplitude e o valor daquilo que possui, ele tem de ser obrigado a isso. Deveis prever, pois, que tereis de passar por provações e, mesmo que não seja a prisão, aceitai a ideia de que elas é que vos farão descobrir a verdadeira liberdade e as verdadeiras riquezas.


Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sábado, 13 de abril de 2013

CERTEZA DA ONIPRESENÇA DIVINA


Primeiro, tenha fé inabalável de que pode suportar a zombaria do ignorante, do mundano e do vulgar. Quando alguém ridicularizá-lo, reflita dentro de si mesmo - Estão ridicularizando meu corpo ou minha alma? Se estão ridicularizando meu corpo, estão me ajudando a desenvolver o desapego! Ridicularizar a alma é impossível, pois o Atma está além de louvor ou culpa, palavras ou pensamentos. Em seguida, repita para si mesmo: "Eu sou o Eu Eterno, Puro e Imutável (Nirmala, Nischala) e por isso devo transcender esse sentimento." Em segundo lugar, não se preocupe com altos e baixos, perda ou ganho, alegria ou tristeza. Você é o criador de seu próprio destino. Quando anseia por algo e consegue, você se sente alegre. Se não consegue, se desespera. Jogue o desejo fora e não haverá mais oscilações entre alegria e tristeza. Finalmente, tenha certeza da onipresença da Divindade.


Sathya Sai Baba



Fonte: www.sathyasai.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A LUA É SEMPRE A LUA

Nós nos preocupamos porque pensamos que após a morte, não mais seremos um ser humano outra vez. Nós vamos voltar a ser um grão de poeira. Em outras palavras, estamos decrescendo.

Porém, isto não é verdade. Um grão de pó contém o universo inteiro. Se fossemos tão grandes quanto o sol, nós poderíamos olhar para baixo, para a Terra, e vê-la como insignificante. Como seres humanos, olhamos para o pó da mesma maneira. Mas as ideias de grande e pequeno são só conceitos em nossas mentes. Cada coisa contém todas as demais; este é o princípio da interpenetração. Esta folha de papel contém os raios do sol, o lenhador, a floresta, tudo; logo, a ideia de que uma folha de papel é pequena, ou insignificante, é só uma ideia. Nós não podemos destruir nem mesmo uma folha de papel. Somos incapazes de destruir qualquer coisa. 

Quando assassinaram Mahatma Gandhi ou Martin Luther King, eles tinham a esperança de reduzi-los a nada. Porém, estas pessoas continuam a estar conosco, talvez ainda mais do que antes, porque elas continuam em outras formas. Nós mesmos continuamos a sua existência. 

Então, não vamos ter medo de decrescer. É como a lua. Nós vemos a lua crescendo e decrescendo, mas é sempre a lua.


Thich Nhat Hanh



Fonte: do livro "O Coração da Compreensão", pp. 62/3, Ed. Bodigaya, 2000
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

AS DELÍCIAS DA VERDADE (O 5º Evangelho - Tomé)

Disse Jesus: Por que saístes ao campo? Para verdes um caniço agitado pelo vento? Ou um homem vestido de roupas macias? Os reis e grandes vestem roupas macias - e eles não poderão conhecer a verdade. (Texto 78)

É sabido que estas palavras foram ditas com referência ao homem austero que era João Batista. Mas são aplicáveis a todo e qualquer homem que prefere a escravidão blandiciosa à verdade austera. Mahatma Gandhi falava de experiência própria quando dizia: "A verdade é dura como diamante, mas é delicada como flor de pessegueiro".

É experiência geral que a transição duma vida profana para uma vida sagrada é terrivelmente dura e austera; e os que não têm a coragem para enfrentar essa "dureza diamantina" nunca chegarão a conhecer a "delicadeza flórea", porque, no início, o caminho que conduz ao Reino de Deus é "caminho estreito e porta apertada"; somente no fim da espinhosa jornada se revela "jugo suave e peso leve". 

No princípio, o profano não está sintonizado com a nova dimensão de espírito, e o mais belo dos mundos lhe parece dissonante, por falta de sintonização do seu aparelho receptor com a estação emissora da música divina. Uma vez que o homem sintonizou a sua alma com o espírito de Deus, não há nada mais suave e encantador do que esta música.

Mas os que são como caniços frágeis agitados pelos ventos da multidão profana; os que não têm disciplina interior e temem a dureza inicial - esses jamais saborearão as delícias da verdade.


Prof. Huberto Rohden



Fonte: do livro "O Quinto Evangelho - A Mensagem do Cristo Segundo Tomé", pp.146/7, 5ª edição, Ed. Alvorada
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sexta-feira, 12 de abril de 2013

DISSOLVER A AUTO IMPORTÂNCIA


A ideia fixa que temos de nós mesmos como sólidos e separados uns dos outros é dolorosamente limitadora. É possível se mover dentro do drama de nossas vidas sem acreditar tão fervorosamente no papel que desempenhamos.

Levar-nos tão a sério, e nos dar tanta importância em nossas próprias mentes, é um problema para nós; nos sentimos justificados em ficar irritados com tudo, nos sentimos justificados em nos auto denegrir ou em achar que somos mais espertos que as outras pessoas.

A auto importância nos machuca, limitando-nos ao estreito mundo de nossos gostos e desgostos. Terminamos morrendo de tédio com nós mesmos e nosso mundo. Terminamos nunca satisfeitos.

Temos duas alternativas: ou questionamos nossas crenças ou não. Ou aceitamos nossas versões fixas sobre a realidade, ou começamos a desafiá-las. Na opinião do Buda, treinar em permanecer aberto e curioso — treinar em dissolver nossas suposições e crenças — é o melhor uso para nossas vidas humanas.


Pema Chodron



“The Pocket Pema Chodron“
(Weekly quotes from Pema Chodron, 2012-12-19)

Fonte: http://darma.info/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A MENTE

... Na prática, a mente é viciada em um padrão negativo, e sempre acaba voltando a ele. A mente frequentemente se ocupa com pensamentos que se tornam uma porta para que grande negatividade entre em sua vida. É preciso fechar esta porta. Para isso é necessária uma "limpeza mental".

Não estamos falando aqui da cultura do pensamento positivo. Isso vem dando origem a mais uma moda: "Pense positivo, vibre positivo!" Como o sujeito que está inteiramente falido e passa dia e noite repetindo: "Vai dar certo!", "Vou ficar próspero em breve!" Se você já fez isto deve ter descoberto que não funciona. Sabe o porquê?

Porque se trata apenas de mais um aprisionamento da mente, você aprende a pensar de uma forma nova, para realizar os seus desejos pessoais e prosseguir alimentando o seu ego. Mas lembre-se de que a negatividade e a positividade são lados extremos, opostos, mas de uma mesma corda.

O pensamento negativo é a linguagem do ego derrotado, o positivo, a do ego vitorioso. Que diferença faz, uma vez que você ainda continua no mesmo mundo ilusório, fora do estado de presença? ...


IAN MECLER




Fonte: do livro "Aqui, Agora", pp. 135/6, Ed. Record, Rio de Janeiro, 2010
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

quarta-feira, 10 de abril de 2013

OLHOS FECHADOS


De manhã à noite, os humanos dedicam-se aos seus assuntos, parecem despertos, mas, na realidade, a maior parte deles estão a dormir. Eles atravessam a vida com os olhos fechados, desrespeitando o santuário que é a natureza. Não sentem a presença invisível de outras criaturas vivas e inteligentes em seu redor e outras forças que circulam, limitam-se àquilo que é imediatamente acessível aos seus cinco sentidos.

Estar desperto é tomar consciência de todas as existências que povoam o espaço e estar em contacto com elas. Para estabelecer esse contacto, é preciso começar por se pôr num estado de harmonia, de pureza, de luz. São precisamente estas as condições que vós tendes de manhã quando assistis ao nascer do sol. Então, pelo caminho que percorreis, pensai em todos esses seres invisíveis que vos rodeiam. É graças a eles que a natureza é viva e nos oferece tudo o que possui. Dirigi-vos a eles e dizei: «Ó vós, gentis filhos da terra, da água, do ar e do fogo... vós, gnomos, ondinas, sílfides e salamandras, eu amo-vos, agradeço-vos e peço que sejais abençoados pelo vosso trabalho.»



Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O SONO E OS SONHOS


O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Questões 400 a 402

Respostas dos guias espirituais para Allan Kardec em "O Livro dos Espíritos".


400. O Espírito encarnado permanece de bom grado no seu envoltório corporal? 

"É como se perguntasses se ao encarcerado agrada o cárcere. O Espírito encarnado aspira constantemente à sua libertação e tanto mais deseja ver-se livre do seu invólucro, quanto mais grosseiro é este."

401. Durante o sono, a alma repousa como o corpo?

"Não, o Espírito jamais está inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos."

402. Como podemos julgar da liberdade do Espírito durante o sono?

"Pelos sonhos, Quando o corpo repousa, acredita-o, tem o Espírito mais faculdades do que no estado de vigília. Lembra-se do passado e algumas vezes prevê o futuro. Adquire maior potencialidade e pode por-se em comunicação com os demais Espíritos, quer deste mundo, quer do outro. Dizes frequentemente: Tive um sonho extravagante, um sonho horrível, mas absolutamente inverossímil. Enganaste. É amiúde uma recordação dos lugares e das coisas que viste ou que verás em outra existência e das coisas que viste ou que verás em outra existência ou em outra ocasião. Estando entorpecido o corpo, o Espírito trata de quebrar seus grilhões e de investigar no passado ou no futuro.

"Pobres homens, que mal conheceis os mais vulgares fenômenos da vida! Julgais-vos muito sábios e as coisas mais comezinhas vos confundem. Nada sabeis responder a estas perguntas que todas as crianças formulam: Que fazemos quando dormimos? Que são os sonhos?

"O sono liberta a alma parcialmente do corpo. Quando dorme, o homem se acha por algum tempo no estado em que fica permanentemente depois que morre. Tiveram sonos inteligentes os Espíritos que, desencarnando, logo se desligam da matéria. Esses Espíritos, quando dormem, vão para junto dos seres que lhes são superiores. Com estes viajam, conversam e se instruem. Trabalham mesmo em obras que se lhes deparam concluídas, quando volvem, morrendo na Terra, ao mundo espiritual. Ainda esta circunstância é de molde a vos ensinar que não deveis temer a morte, pois que todos os dias morreis, como disso um santo.

"Isto, pelo que concerne aos Espíritos elevados. Pelo que respeita ao grande número de homens que, morrendo, têm que passar longas horas na perturbação, na incerteza de que tantos já vos falaram, esses vão, enquanto dormem, ou a mundos inferiores à Terra, onde os chamam velhas afeições, ou em busca de gozos quiçá mais baixos do que os em que aqui tanto se deleitam. Vão beber doutrinas ainda mais vis, mais ignóbeis, mais funestas do que as que professam entre vós. E o que gera a simpatia na Terra é o fato de sentir-se o homem, ao despertar, ligado pelo coração àqueles com quem acaba de passar oito ou nove horas de ventura ou de prazer. Também as antipatias invencíveis se explicam pelo fato de sentirmos em nosso íntimo que os entes com quem antipatizam os têm uma consciência diversa da nossa. Conhecemo-los sem nunca os termos visto com os olhos. É ainda o que explica a indiferença de muitos homens. Não cuidam de conquistar novos amigos, por saberem que muitos têm que os amam e lhes querem. Numa palavra: o sono influi mais do que supondes na vossa vida.

"Graças ao sono, os Espíritos encarnados estão sempre em relação com o mundo dos Espíritos. Por isso é que os Espíritos superiores assentem, sem grande repugnância, em encarnar entre vós. Quis Deus que, tendo de estar em contato com o vício, pudessem eles ir retemperar-se na fonte do bem, a fim de igualmente não falirem, quando se propõem a instruir os outros. O sono é a porta que Deus lhes abriu, para que possam ir ter com seus amigos do céu; é o recreio depois do trabalho, enquanto esperam a grande libertação, a libertação final, que os restituirá ao meio que lhes é próprio.

"O sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono. Notai, porém, que nem sempre sonhais. Que quer isso dizer? Que nem sempre vos lembrais do que vistes, ou de tudo o que haveis visto, enquanto dormíeis. É que não tendes então a alma no pleno desenvolvimento de suas faculdades. Muitas vezes, apenas vos fica a lembrança da perturbação que o vosso Espírito experimenta à sua partida ou no seu regresso, acrescida da que resulta do que fizestes ou do que vos preocupa quando despertos. A não ser assim, como explicaríeis os sonhos absurdos, que tanto os sábios, quanto as mais humildes e simples criaturas têm? Acontece também que os maus Espíritos se aproveitam dos sonhos para atormentar as almas fracas e pusilânimes.

"Em suma, dentro em pouco vereis vulgarizar-se outra espécie de sonhos. Conquanto tão antiga como a de que vimos falando, vós a desconheceis. Refiro-me aos sonhos de Joana, ao de Jacob, aos dos profetas judeus e aos de alguns adivinhos indianos. São recordações guardadas por almas que se desprendem quase inteiramente do corpo, recordações dessa segunda vida a que ainda há pouco aludíamos.

"Tratai de distinguir essas duas espécies de sonhos nos de que vos lembrais, do contrário cairíeis em contradições e em erros funestos à vossa fé."

Comentário de Allan Kardec

Os sonhos são efeito da emancipação da alma, que mais independente se torna pela suspensão da vida ativa e de relação. Daí uma espécie de clarividência indefinida que se alonga até aos mais afastados lugares e até mesmo a outros mundos. Daí também a lembrança que traz à memória acontecimentos da precedente existência ou das existências anteriores. As singulares imagens do que se passa ou se passou em mundos desconhecidos, entremeados de coisas do mundo atual, é que formam esses conjuntos estranhos e confusos, que nenhum sentido ou ligação parecem ter.

A incoerência dos sonhos ainda se explica pelas lacunas que apresenta a recordação incompleta que conservamos do que nos apareceu quando sonhávamos. É como se a uma narração se truncassem frases ou trechos ao acaso. Reunidos depois, os fragmentos restantes nenhuma significação racional teriam.




Fonte: "O Livro dos Espíritos", Allan Kardec, 76ºed., FEB, 1995
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DHARMA


A tentação de ignorar o Dharma cresce do egoísmo e da aceitação de falsos valores. O desejo de satisfazer o desejo inferior é a origem de adharma (falta de retidão). Esse desejo toma conta de você maliciosamente, fingindo ser um companheiro que vem lhe salvar, ou um servo que vem servi-lo ou um conselheiro vindo avisá-lo. A maldade tem mil truques para capturar seu coração. Você deve estar sempre alerta contra a tentação; muitas vezes você lembra os outros do Dharma quando deseja extorquir algum benefício deles. Você deve se lembrar não apenas dos direitos que o Dharma confere, mas também dos deveres que ele impõe.


Sathya Sai Baba


Fonte: www.sathyasai.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

FOME DE SUCESSO

Não precisa muito para constatar que talento e capacidade inata têm pouco a ver com o sucesso nesse mundo. Alguns dos maiores escritores nunca chegaram à lista dos mais vendidos, enquanto os cantores mais talentosos continuam sem cantar. Um atleta que nasça com habilidades incríveis pode nunca chegar a ser um profissional.

A diferença entre aqueles que desfrutam do sucesso em suas áreas de atuação e o resto de nós é: Desejo

Faça-se as seguintes perguntas: quanta fome você tem de melhorar? De que tamanho é seu apetite para ter mais? O que você está disposto a fazer para transformar seus sonhos em realidade? … Com que intensidade você quer tudo isso?

Se você olhar para qualquer pessoa que admire e que esteja no topo – o melhor dentre os melhores e as lendas que o tempo não esquecerá – todos possuem uma coisa em comum: estavam dispostos a fazer o que fosse necessário para chegar lá.

Os antigos kabalistas também eram assim. Suas vidas eram vividas para um propósito. Eles sabiam que revelar o potencial da nossa alma é que revela felicidade pura.

Todos nós estamos famintos de sucesso, mas ao invés de fazermos o trabalho necessário para que as coisas aconteçam nas nossas vidas, encontramos meios de preencher o vazio. É mais fácil passar uma hora na frente da televisão do que estudar. É mais fácil dormir alguns minutos a mais do que ir à academia ou meditar de manhã. É mais fácil sair com os amigos do que dedicar nossa noite a completar um projeto.

Nada que vale a pena ser feito é fácil – mas pergunte a qualquer um que tenha experimentado o sucesso e eles dirão que o trabalho duro sempre vale a pena.

Ao invés de preencher o vazio, mantenha sua fome.

Quando você mantém sua fome, nada pode impedi-lo de revelar o seu melhor…Nada.


Rav Yehuda Berg




Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

FORTALEZA


"Sabendo que a tribulação produz fortaleza." - Paulo (Romanos, 5:3) 

Quereis fortaleza? Não vos esquiveis à tempestade. 

Muita gente pretende robustecer-se ao preço de rogativas para evitar o serviço áspero. Chegada a preciosa oportunidade de testemunhar a fé, internam-se os crentes, de maneira geral, pelos caminhos largos da fuga, acreditando-se em segurança. Entretanto, mais dia menos dia, surge a ocasião dolorosa em que abrem falência de si mesmos. 

Julgam-se, então, perseguidos e abandonados. 

Semelhantes impressões, todavia, nascem da ausência de preparo interno. 

Esquecem-se os imprevidentes de que a tempestade possui certas funções regeneradoras e educativas que é imprescindível não menosprezar. 

A tribulação é a tormenta das almas. Ninguém deveria olvidar-lhe os benefícios. 

Quando a verdade brilhar, no caminho das criaturas, ver-se-á que obstáculos e sofrimentos não representam espantalho para os homens, mas sim quadros preciosos de lições sublimes que os aprendizes sinceros nunca podem esquecer. 

Que seria da criança sem a experiência? Que será do espírito sem a necessidade? 

Aflições, dificuldades e lutas são forças que compelem à dilatação de poder, ao alargamento de caminho. 

É necessário que o homem, apesar das rajadas aparentemente destruidoras do destino, se conserve de pé, desassombradamente, marchando firme ao encontro dos sagrados objetivos da vida.Nova luz lhe felicitará, então, a esfera íntima, conduzindo-o desde a terra, à gloriosa ressurreição no plano espiritual. 

Escutemos as palavras de Paulo e vivamo-las! Ai daqueles que se deitarem sob a tempestade! Os detritos projetados do monte pelas correntes do aguaceiro poderão sufocá-los, arrastando-os para o fundo do abismo.


Francisco Cândido Xavier/Emmanuel



Fonte: do livro "Vinha de Luz"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

terça-feira, 9 de abril de 2013

ARRISQUE TUDO PELA VERDADE


Arrisque tudo pela verdade; ou então você vai continuar descontente. Você vai fazer muitas coisas, mas nada realmente vai acontecer com você. Você vai se movimentar bastante, mas nunca vai chegar a lugar nenhum. O resultado no fim será quase absurdo.

É como se você estivesse faminto e simplesmente fantasiasse sobre o alimento — maravilhoso, delicioso. Mas fantasia é fantasia, não é real. Você não pode comer um alimento irreal. Por momentos você pode se iludir, pode viver num mundo de sonho, mas o sonho não lhe dá nada. O sonho tira muitas coisas e não dá nada em troca.

O tempo que você gasta usando uma personalidade falsa é simplesmente desperdiçado; você nunca o terá de volta. Esses mesmos momentos poderiam ter sido de verdade, autênticos. Até mesmo um único momento de autenticidade é melhor do que uma vida inteira de vida inautêntica. Portanto não tenha medo.

A mente vai lhe dizer para continuar protegendo os outros e a si mesmo, para se manter em segurança. É assim que milhões de pessoas estão vivendo. Freud, em seus últimos dias, escreveu uma carta a um amigo sobre o que havia observado — e ele realmente observava a fundo, ninguém observou de maneira tão profunda, tão penetrante, tão persistente e científica; ele dizia na carta que até onde havia observado ao longo da vida, uma conclusão parecia ser absolutamente certa: a de que as pessoas não podem viver sem mentiras.

A verdade é perigosa. As mentiras são muito doces, mas irreais. Deliciosas! Você continua dizendo doces nadas à pessoa amada e ela continua suspirando em seus ouvidos nada além de doces nadas. E enquanto isso a vida segue escorrendo por entre as suas mãos e todo mundo se aproxima cada vez mais da morte.

Antes de a morte chegar, lembre-se de uma coisa: é preciso viver o amor antes de a morte acontecer. Do contrário, você terá vivido em vão, e toda a sua vida terá sido fútil, um deserto. Antes de a morte chegar, tenha certeza de que o amor aconteceu. Mas isso só é possível com a verdade.

Portanto, seja verdadeiro. Arrisque tudo pela verdade e nunca arrisque a verdade por nada mais. Deixe que esta seja a lei fundamental: mesmo que eu tenha de sacrificar a mim mesmo, à minha vida, vou fazer esse sacrifício pela verdade; mas a verdade eu não sacrificarei por nada. E você sentirá uma imensa felicidade, uma bênção inimaginável cairá sobre você.

Se você for sincero, tudo o mais se tornará possível. Se você for falso — só uma fachada, uma pintura, um rosto, uma máscara — nada será possível. Porque, com o falso, apenas o falso acontece, e com a verdade, só a verdade.

Eu entendo o problema, o problema de todos os amantes: no fundo, todos eles têm medo. Eles continuam imaginando se o relacionamento será forte o suficiente para suportar a verdade. Mas como você pode saber de antemão? Não existe conhecimento a priori. É preciso fazer para conhecer.

Como você vai saber, sentado dentro de casa, se será capaz de resistir à tempestade e ao vento lá fora? Você nunca esteve na tempestade. Vá e veja! Tentativa e erro é a única maneira. Vá e veja — talvez você seja derrotado, mas mesmo na derrota vai se tornar mais forte do que é hoje.

Se você for derrotado por uma experiência, depois por outra e mais outra, o simples fato de ir contra a tempestade vai deixá-lo cada vez mais forte. Um dia chegará em que você simplesmente começará a gostar da tempestade, simplesmente começará a dançar na tempestade. Então a tempestade não será um inimigo — essa também é uma oportunidade, uma oportunidade radical, de ser.

Lembre-se: nunca as pessoas se tornam um ser de maneira agradável; do contrário, isso aconteceria a todos. Lembre-se, tornar-se um ser não pode acontecer de maneira conveniente; do contrário, todo mundo não teria nenhum problema. Tornar-se um ser acontece apenas quando se correm riscos, quando se enfrenta o perigo. E o amor é o maior perigo que existe. Ele requer a totalidade do seu ser.

Portanto, não tenha medo; vá de encontro a ele. Se o relacionamento sobreviver à verdade, ele será lindo. Se ele morrer, então também será bom porque um relacionamento falso terminou e agora você será mais capaz de partir para outro relacionamento, mais verdadeiro, mais sólido, mais preocupado com a essência.

Mas lembre-se sempre, a falsidade nunca compensa; ela parece compensar, mas não compensa. Apenas a verdade compensa — e de início nunca parece que a verdade vale a pena. Parece que ela estraga tudo. Se você a olhar de fora, a verdade parecerá muito, mas muito perigosa, terrível. Mas essa é uma visão de fora.

Se você a assumir, a verdade será apenas uma coisa bela. E depois que começar a experimentá-la, prová- la, você vai querer cada vez mais, porque ela lhe trará contentamento.

Você prestou atenção? É mais fácil ser sincero com estranhos. As pessoas que viajam de trem começam a conversar com estranhos e afirmam coisas que nunca afirmaram antes aos amigos, porque com os estranhos não há nada em jogo. Depois de meia hora, a sua estação vai chegar e você vai descer; você vai esquecer e ele irá esquecer o que você disse. Portanto, o que quer que você tenha dito não faz diferença. Nada está em jogo com um estranho.

Ao falar com estranhos, as pessoas são mais sinceras, e elas abrem o coração. Mas ao falar com os amigos, com os parentes — com o pai, a mãe, a esposa, o marido, o irmão, a irmã — há uma profunda inibição inconsciente. “Não diga isso, ele pode ficar magoado. Não faça isso, que ela pode não gostar. Não se comporte dessa maneira; o pai está velho e poderá ficar chocado.” Assim vamos nos controlando.

Pouco a pouco, a verdade é abandonada nas fundações do seu ser e você se torna mais engenhoso e esperto com o que é falso. Você segue sorrindo falsos sorrisos, que estão apenas desenhados nos lábios. Segue dizendo coisas boas, que não significam nada.

Fica entediado com o namorado ou com o pai, mas continua dizendo: “Que bom ver você!” E todo o seu ser diz: “Ora, deixe-me em paz!” Mas verbalmente você segue fingindo. E eles também estão fazendo a mesma coisa; ninguém se torna consciente porque estamos todos navegando no mesmo barco.

Uma pessoa religiosa é aquela que sai desse barco e arrisca a sua vida. Ela diz: “Não importa se eu quero ou não ser sincera. Mas falsa é que não vou ser.” Não importa o que esteja em jogo; experimente, mas não continue seguindo o caminho da inverdade. O relacionamento pode ser forte o bastante, pode resistir à verdade. Então ele é muito, muito bonito.

Se você não puder ser sincero com a pessoa a quem ama, então, quando vai ser sincero? Onde? Se não puder ser sincero com a pessoa que pensa que o ama — se tem medo até mesmo de lhe revelar a verdade, de desnudar-se espiritualmente, se até mesmo ali estiver escondendo — então, onde encontrará um momento e um lugar onde possa ser totalmente livre?

Esse é o significado do amor: que no mínimo na presença de uma pessoa podemos nos desnudar completamente. Nós sabemos que ela nos ama; portanto, não seremos mal-interpretados. Sabemos que ela nos ama; assim o medo desaparece. Podemos revelar tudo. Podemos abrir todas as portas, podemos convidar a pessoa a entrar. Podemos começar a participar do ser de outra pessoa. 

Amor é participação; portanto, no mínimo com a pessoa a quem você ama, não seja falso.

Eu não estou dizendo para você sair à rua e ser sincero, porque isso criará problemas desnecessários no momento. Mas comece com a pessoa a quem você ama, depois, com a família, e depois com as pessoas que estão um pouco além.

Pouco a pouco, você vai aprender que ser sincero é tão bonito que vai ser capaz de apostar tudo nisso. Então, na rua, a verdade simplesmente se torna o seu modo de viver.

No alfabeto do amor, a verdade tem de ser aprendida com aqueles que estão muito próximos, porque eles irão entender.


Osho, em "Intimidade: Como Confiar em Si Mesmo e nos Outros"



Fonte: http://www.palavrasdeosho.com/2013/03/arrisque-tudo-pela-verdade.html
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal


O MUNDO TORNOU-SE A ARCA DE NOÉ



De que maneira cada um de nós pode se esforçar no Kli ("vaso") comum? O que precisamos fazer?

Cada um simplesmente tem que pensar no que desejaria que acontecesse consigo, com o grupo e o mundo inteiro: homens, mulheres, crianças, velhos, todos os povos, toda a humanidade. Hoje, nós estamos todos no mesmo barco, a verdadeira Arca de Noé.

Diz-se sobre a arca de Noé que todos foram arrumados nela e ninguém comeu ninguém, mas todos viveram em paz. Pois esta Arca é a característica de Biná (3ª Sefirá/Nível), que abrange e possui tudo dentro de si. Portanto, eles foram salvos do dilúvio, do grande ego, que entrou em erupção fora das paredes da arca e apareceu em todas as suas formas terríveis: erupções vulcânicas, furacões, tsunamis, nevascas e fogo ardente.

A Arca protegeu todos os que se encontravam nela, porque eles queriam salvá-la. Quanto mais protegemos a arca, mais a arca vai nos proteger. Pois a arca é a característica de Bina. Entrar na característica de Bina é como entrar num útero, numa arca que irá protegê-lo de todas as influências externas ruins e prejudiciais; nada pode prejudicá-lo mais.

Isso é especificamente o que precisa ser explicado ao mundo — que todos os problemas da humanidade são derivados do seu ego feroz. Mas se nós todos construirmos uma arca para nós mesmos e não nos comermos, se todos nós habitarmos juntos dentro dela, em nosso pequeno mundo fechado; se fizermos uma arca a partir do nosso pequeno mundo fechado, então seremos salvos. Caso contrário, o que aconteceu com todos aqueles que permaneceram fora das paredes da Arca de Noé acontecerá conosco, todos nós afundaremos nas águas do dilúvio.


Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 28/03/13, Escritos do Baal HaSulam



Rav Dr. Michael Laitman, PhD



Fonte: http://laitman.com.br/2013/04/o-mundo-tornou-se-a-arca-de-noe/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

segunda-feira, 8 de abril de 2013

DHARMAM CHARA - PRATIQUE A CONDUTA CORRETA


"Fale a Verdade e pratique a Retidão, Sathyam Vada Dharmam Chara", dizem as escrituras. 

Elas também declaram "Sathyam Naasthi Paro Dharmaha" - não há dharma ou lei maior que a Verdade. 

Note que a prescrição Védica é "Dharmam Chara" - Pratique a Conduta Correta. 

Não é suficiente aprender sobre ela, você deve praticá-la, preencher cada momento com pensamentos, palavras e ações que reflitam sua percepção desse Dharma. Tal vida é a marca registrada daquele que possui verdadeiro bom caráter. E é a esse caráter que as escrituras se referem como o melhor ornamento da pessoa.


Sathya Sai Baba



Fonte: www.sathyasai.org
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal