sábado, 13 de abril de 2013

AS DELÍCIAS DA VERDADE (O 5º Evangelho - Tomé)

Disse Jesus: Por que saístes ao campo? Para verdes um caniço agitado pelo vento? Ou um homem vestido de roupas macias? Os reis e grandes vestem roupas macias - e eles não poderão conhecer a verdade. (Texto 78)

É sabido que estas palavras foram ditas com referência ao homem austero que era João Batista. Mas são aplicáveis a todo e qualquer homem que prefere a escravidão blandiciosa à verdade austera. Mahatma Gandhi falava de experiência própria quando dizia: "A verdade é dura como diamante, mas é delicada como flor de pessegueiro".

É experiência geral que a transição duma vida profana para uma vida sagrada é terrivelmente dura e austera; e os que não têm a coragem para enfrentar essa "dureza diamantina" nunca chegarão a conhecer a "delicadeza flórea", porque, no início, o caminho que conduz ao Reino de Deus é "caminho estreito e porta apertada"; somente no fim da espinhosa jornada se revela "jugo suave e peso leve". 

No princípio, o profano não está sintonizado com a nova dimensão de espírito, e o mais belo dos mundos lhe parece dissonante, por falta de sintonização do seu aparelho receptor com a estação emissora da música divina. Uma vez que o homem sintonizou a sua alma com o espírito de Deus, não há nada mais suave e encantador do que esta música.

Mas os que são como caniços frágeis agitados pelos ventos da multidão profana; os que não têm disciplina interior e temem a dureza inicial - esses jamais saborearão as delícias da verdade.


Prof. Huberto Rohden



Fonte: do livro "O Quinto Evangelho - A Mensagem do Cristo Segundo Tomé", pp.146/7, 5ª edição, Ed. Alvorada
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

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