sábado, 27 de julho de 2013

MUDANDO A COMPREENSÃO SOBRE A LEI DO KARMA

À medida que o ser humano cresce em consciência, sua compreensão sobre a lei do karma vai mudando. Deixa de vê-la como mero instrumento para compensar erros cometidos no passado e reconhece que é um meio infalível para realizar a meta superior da vida. Começa a notar que a lei do karma está presente em diversos níveis da existência e que atua de diferentes formas. Desde então, coopera com ela de maneira inteligente. Já não é somente ator no próprio destino, senão colaborador efetivo da evolução, um verdadeiro criador.



Juan Ángel Moliterni



Fonte: www.escuelaclaridad.com.ar
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A ATENÇÃO É ILIMITADA, SEM FRONTEIRAS

No cultivo da mente, nossa ênfase não deveria ser na concentração, mas na atenção. Concentração é um processo de forçar a mente a se restringir a um ponto, ao passo que a atenção é sem fronteiras. Nesse processo a mente está sempre limitada por uma fronteira ou divisa, mas quando nosso interesse é compreender a totalidade da mente, a simples concentração se torna um obstáculo. A atenção é ilimitada, sem as fronteiras do conhecimento. O conhecimento chega através da concentração, e qualquer extensão do conhecimento está ainda dentro de suas próprias fronteiras. No estado de atenção a mente pode e usa conhecimento, cuja necessidade é resultado da concentração; mas a parte nunca é o todo, e adicionar muitas partes não funciona para a percepção do todo. O conhecimento, que é o processo aditivo da concentração, não provoca a compreensão do imensurável. O total nunca está dentro dos parêntesis de uma mente concentrada.Assim, a atenção é de importância capital, mas ela não vem com o esforço da concentração. A atenção é um estado no qual a mente está sempre aprendendo sem um centro em torno do qual o conhecimento se agrupa como experiência acumulada. Uma mente concentrada em si mesma usa o conhecimento como meio para sua própria expansão; e tal atividade se torna autocontraditória e anti-social.




J. Krishnamurti 



Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

ATRAÇÕES E REPULSAS

Cada um de nós tem uma predisposição natural para se aproximar ou se afastar de certas pessoas, de certos objetos, de certas situações. É uma questão de estrutura interior, de temperamento, vós sois feitos assim e é inútil pedir-vos que mudeis de temperamento, não o conseguireis. 

Mas aquilo que podeis é fazer um esforço para vos elevardes até às regiões da alma e do espírito, deixando-vos impregnar pelos eflúvios e pelas correntes dessas regiões, que são os eflúvios e as correntes do amor divino.

Quando fordes habitados por esse amor que se instala definitivamente em vós, já não vos deixareis guiar pelas vossas atrações e pelas vossas repulsas, olhareis a existência de outra forma e, quaisquer que sejam os vossos sentimentos em relação aos seres, fazei-los beneficiar da luz que assim adquiristes no alto, muito alto.



Omraam Mikhaël Aïvanhov




Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sexta-feira, 26 de julho de 2013

ATENÇÃO COMPLETA

O que queremos dizer com atenção? Existe atenção quando estou forçando minha mente a atentar? Quando digo para mim mesmo, “Eu devo prestar atenção, tenho que controlar minha mente e deixar de lado outros pensamentos”, você chamaria isso de atenção? Certamente isso não é atenção. O que acontece quando a mente se força a dar atenção? Ela cria uma resistência para impedir que outros pensamentos se infiltrem; ela está interessada em resistência, em afastar, portanto é incapaz de atenção. Isso é verdade, não é? Para compreender alguma coisa totalmente você deve dar sua completa atenção a ela. Mas logo descobrirá como isso é extraordinariamente difícil, porque sua mente está acostumada a se distrair, então você diz, “Por Deus, é bom dar atenção, mas como vou fazer isto?” Ou seja, você está de volta novamente ao desejo de conseguir alguma coisa, então nunca prestará atenção completa. Quando você vê uma árvore ou um pássaro, por exemplo, prestar completa atenção não é dizer, “Isso é um carvalho” ou, “Aquilo é um papagaio”, e ir em frente. Ao lhe dar um nome você já parou de prestar atenção. Ao contrário, se você está totalmente consciente, totalmente atento quando olha para alguma coisa, então descobrirá que uma completa transformação acontece, e essa total atenção é o bem. Não existe outra, e você não pode conseguir total atenção pela prática. Com a prática você consegue concentração, isto é, constrói muros de resistência, e dentro desses muros de resistência está quem se concentra, mas isso não é atenção, é exclusão.




J. Krishnamurti 



Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

CONVITE À GRATIDÃO

"Bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos insultam." (Lucas, cap. 6, v. 28)

Por temperamento te retrais em muitas circunstâncias, quando deverias e poderias exteriorizar os sentimentos que portas.

Supões que todos marcham guindados à alegria, tão jubilosos se manifestam, que evitas traduzir os tesouros da boa palavra e da gentileza que se vão enferrujando por desuso nos cofres do teu coração.

Recebes dádivas, fruis oportunidades, recolhes bênçãos, acumulas favores, arrolas benefícios e somente uma formal expressão já desgastada de reconhecimento te escapa dos lábios.

Justificas-te no pressuposto de que retribuíste com a necessária remuneração, nada mais podendo ou devendo fazer.

Não há, porém, moeda que recompense uma noite de assistência carinhosa à cabeceira do leito de um enfermo.

É sempre pálido o pagamento material, passado o sacrifício de quem se nos dedicou em forças e carinho.

Mas o gesto de ternura, a palavra cálida, a atenção gentil, o sorriso expressivo de afeto espontâneo são valores-gratidão que não nos cabe desconsiderar ou esquecer.

Em muitos profissionais deste ou daquele mister esfria-se a dedicação, substituída por uma cortesia estudada e sem vida, em conseqüência da ingratidão constante dos beneficiários das suas mãos e das suas atenções.

Acostumaram-se a ver no cliente de tal ou qual procedência apenas um outro a mais e se desvincularam afetivamente, por não receberem o calor humano do sentimento da gratidão.

Gratidão, como amor, é também dever que não apenas aquece quem recebe, como reconforta quem oferece.

A pétala de rosa espalhando perfume ignora a emoção e a alegria que propicia.

Doa a tua expressão de reconhecimento junto aos que se tornaram frios e o teu amor aquece-los-á.

Batendo-se-lhes às portas da afetividade, por gratidão, elas se abrirão para que a paz que ofereças reine em derredor deles e de ti mesmo, porquanto a regra excelsa é bendizer até aqueles que nos maldizem, orando por quantos nos insultam.



Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis



Fonte: do livro "Convites da Vida", Ed. LEAL, Cap. 26
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

ESOTERISMO BÍBLICO - ALEGORIA DO PATRIARCA JACÓ (Gênesis, 27 a 50)

“A fé cega e a crença são parasitas que só florescem no estéril campo da ignorância e da indolência.” (Carlos Brandt)

As Escrituras Sagradas, de todas as tradições, revelam verdades eternas, atemporais, tais como as leis do ser, as experiências místicas interiores e a evolução dos mundos e seres. O mito, os símbolos e as histórias são panos de fundo para mostrar, aos que têm olhos e condições evolutivas de ver além da “letra morta”, operações do Altíssimo na natureza, universos e seres.  Mostram as operações e experiências místicas e esotéricas do gênero humano em geral, o despertar gradual da consciência humana e as grandes iniciações do homem e da humanidade.

O Antigo testamento, em questão neste artigo, trata com riqueza simbólica e mitológica diversas experiências que o homem, os homens, as nações, o planeta e os universos passaram, passam e passarão no que se refere à evolução.

Uma das passagens bíblicas se refere ao Patriarca Jacó. Na longa vida de Jacó, a Bíblia narra a lenta e penosa transformação de uma pessoa desonesta e egoísta num homem sagrado de Deus, quando Jacó se torna Israel. A história ilustra, na verdade, os três níveis da humanidade: Esaú representa o nível físico, instintivo e emocional, Jacó e Labão o nível mental e Israel o nível espiritual. Do ponto de vista esotérico, esses nomes representam estágios no caminho da iniciação espiritual. (conf. Baughman)

Jacó e Esaú, filhos de Isaac e Rebeca, não deram no início da vida nenhuma indicação de estarem à altura da herança que haviam recebido. A diferença entre esses gêmeos era evidente desde o nascimento, quando Jacó, “o que suplanta”, nasceu segurando o calcanhar de Esaú, o “ruivo”. (conf. Fillmore) O Criador havia explicado a Rebeca que duas nações estavam em seu ventre, e que o mais velho iria servir ao mais novo. Esaú iria tornar-se pai dos Edomitas, um povo que habitaria o deserto ao sul do Mar Morto, em geral subserviente aos descendentes de Israel (Jacó), na parte norte.

A traição com que Jacó trapaceou Esaú, tirando-lhe seu direito de primogênito e, mais tarde, a bênção paterna, é descrita nesta famosa história do Velho Testamento. Como nas histórias anteriores (Abel e Set suplantaram Caim; Sem suplantou Caim e Jafé; Abraão tomou a frente com a morte do irmão Harã; Isaac era o legítimo herdeiro, em vez de Ismael), eis aqui uma história em que o “fraudulento” e “mentiroso” Jacó rouba a herança de Esaú. Parece ser uma lei da eugenia espiritual que aqueles nascidos mais tarde sejam mais evoluídos e, portanto, mais qualificados para promover a evolução do seu povo.

A história de Esaú e Jacó tem certas semelhanças com a história do “filho pródigo” das Escrituras Cristãs. Ou seja, o prazer proporcionado pela vida sensorial dura até que o vazio e a falta de significado dessas experiências forcem a alma a dar as costas para o que é material e voltar-se para o espiritual. Esaú é um exemplo de pessoa que se concentra principalmente no plano físico da existência e que, sendo uma pessoa cuja mente está voltada para as coisas materiais, teria de servir a Jacó, uma pessoa mais voltada para as coisas espirituais, até evoluir para um nível mais espiritualizado. O corpo e as emoções não devem acaso servir à mente e à alma? (conf. Heline)

Os principais acontecimentos na vida de Jacó representam aventuras na ascensão da consciência, passos ilustrativos da iniciação ao longo do caminho espiritual. A primeira experiência aconteceu quando Jacó estava correndo rumo ao norte, aparentemente para procurar uma esposa em Harã mas, na realidade, fugindo da ira assassina do irmão Esaú. Cheio de medo e de culpa com a enormidade dos seus pecados e aflito devido ao exílio forçado, Jacó pegou no sono e teve a sua famosa visão de uma “Escada” que conduzia ao céu, com anjos subindo e descendo. Estava assustado, mas sabia que o Senhor o estava guiando e zelando. Jacó despejou óleo em seu travesseiro de pedra e consagrou-o a Deus, prometendo-Lhe um décimo de tudo o que ganhasse.

Jacó estava fugindo de Berseba, um lugar de consagração, para as montanhas de Harã, um lugar de consciência elevada. No simbolismo das Escrituras Sagradas, monte e montanha sempre simbolizam uma elevação de consciência. Seu sono significava que os sentidos exteriores estavam amortecidos; seu travesseiro de pedra tem paralelo com a sabedoria da “pedra filosofal” dos alquimistas. Os anjos subindo e descendo a escada representam os níveis da consciência, de Deus até a humanidade.

De um ponto de vista cósmico, a escada revela todo o plano de evolução que o Grande Arquiteto (o Deus de nossos corações) projetou. As almas "descem" do céu para a materialidade e, então, "sobem" novamente. A “Terra Prometida” a Jacó significa um corpo regenerado e purificado. O ato de despejar óleo sobre a pedra indica a sabedoria e compreensão obtidas com essa visão, um paralelo com o “desbastar da pedra bruta”, ou com a “reforma íntima”.

Ao continuar sua viagem para o leste, Jacó encontrou três rebanhos de ovelhas deitados ao lado de um poço. Os rebanhos não podiam beber água, pois havia uma grande pedra na boca do poço. O “leste”, na filosofia esotérica, é associado à fonte de luz. (conf. Heline) A tarefa de Jacó era remover a pedra da ignorância, do preconceito e da superstição, tirando-a do poço da verdade viva, para que ele pudesse beber das águas da vida. Aqui ele encontrou sua prima Raquel, que viera para dar água às ovelhas do pai. Raquel representa a alma, a divindade feminina, alimentando outras almas (rebanhos de ovelhas). A busca do ser humano pela alma é ilustrada pelos 14 anos de luta de Jacó para tomar Raquel por esposa. Somente quando coordenarmos nossa personalidade (é uma luta constante) poderemos ouvir a alma e beber das suas águas (sabedoria).

Na casa de seu tio Labão, em Harã, Jacó encontrou alguém à sua altura em matéria de astúcia. Uma interpretação literal do Gênesis indicaria que os dois aplicaram truques desleais um ao outro durante 21 anos. Jacó certamente foi o perdedor nas disputas pelas noivas Lia e Raquel, mas levou a melhor sobre Labão na disputa pela riqueza representada pelos rebanhos de ovelhas. O nome Labão significa “branco” ou “brilhante” (conf. Heline), indicando que ele era mestre espiritual de Jacó. Jacó levou sete anos para receber a mão de Lia, a irmã mais velha, menos favorecida e menos evoluída. Os nossos primeiros anos no caminho espiritual são longos, penosos e difíceis. Foram necessários mais sete anos de trabalho duro para ganhar a qualidade de alma personificada por Raquel, a irmã mais nova. (conf. Fillmore) A maturidade espiritual não vem da noite para o dia, exige muita reforma íntima e conhecimento de si mesmo.

Os dez filhos e a filha de Jacó com Lia e com sua serva (Bala) e também com a serva de Raquel (Zelfa) representam os atributos da personalidade duramente adquiridos. Estas eram as qualidades a serem conquistadas antes que a alma (casamento com Raquel) pudesse frutificar. (conf. Heline) Somente depois que Jacó conquistou uma personalidade plenamente integrada (psicossíntese) é que Raquel finalmente deu à luz o filho José, “aquele que tira a luz da escuridão”. Depois que os níveis espirituais são alcançados, eles precisam ser expressos na vida cotidiana. “A fé sem obras é morta.” Jacó, então, tinha trabalhado para Labão durante 21 anos. Era chegado o momento de retornar à sua própria terra levando a luz.

Depois de alguns acertos de contas com Labão, todos de significado espiritual, Jacó, suas esposas, filhos e grandes rebanhos foram para Canaã. Entretanto, ele soube que Esaú, com 400 homens, estava vindo ao seu encontro. Jacó ficou assustado e rezou a Deus pedindo ajuda. Esta história nos diz que Jacó ainda tinha algumas forças rebeldes na sua natureza, as quais ele tentou expiar mandando presentes para Esaú.

Em outra ocasião, enquanto dormia, Jacó teve uma nova visão, na qual lutava a noite toda com alguém até que, finalmente, descobriu que não somente não conseguia dominá-lo, como também descobriu o caráter sobrenatural do seu adversário, um anjo de Deus. Após essa descoberta passou a exigir-lhe uma bênção. O adversário, visto como um anjo, deslocou, então, a articulação da coxa de Jacó, fazendo com que a luta parasse. Isto indica sua luta interior com as sombrias forças interiores, com aquelas lições de vida que ainda estavam por ser aprendidas. Ao vencer seu desesperado desafio, ele teve uma visão interior que descreveu como “ver a face de Deus”. Já ao romper do dia, significando um novo nascimento e um novo nome, Jacó ganhou o nome de Israel por ter sido “forte contra Deus e contra os homens.” Tendo visto e vencido o anjo do Senhor, Jacó estava espiritualmente apto para enfrentar qualquer circunstância adversa que a vida lhe impusesse e para agir com amor e de forma correta.

Entretanto, ele foi suficientemente esperto em proceder com cautela no seu encontro com Esaú, que poderia ainda estar ressentido. Aqui a Bíblia oferece uma linda descrição de um rito de iniciação em que o mal é transmutado em bem. Nesse encontro, Jacó “viu Deus” em Esaú e abraçou-o com ternura e compaixão. Esaú também tinha crescido espiritualmente e deu a boas-vindas a Jacó sem nenhum resquício de ressentimento pelos antigos maus-tratos.

Nos anos seguintes, Jacó teve outras oportunidades para pôr à prova e aperfeiçoar suas qualidades espirituais, até que, finalmente, sua comunhão com os mundos superiores foi consumada. Isto descreve aquilo que conhecemos hoje como a “continuidade de consciência”. Agora, a fusão do espírito com a alma, ou seja, de Jacó com Raquel, estava concluída. Sua união foi abençoada com o nascimento do décimo segundo e último filho, Benjamim. Nos 12 filhos de Jacó vemos as características do Ser divino "dentro" dos seres humanos.

Em virtude da conversão espiritual vivida por Jacó, que, assim, ganhou o nome de Israel, a nação de Israel nasceu espiritualmente. (conf. Bock) A família de Jacó estava mudando de Harã, na Babilônia, para o local conhecido hoje como Palestina, a terra natal de seu pai Issac, que herdara de Abraão. Com o nascimento do décimo segundo filho, Benjamim, a família tornou-se, finalmente, uma nação com sólidas raízes. Graças à purificação de sua vida religiosa e à força de caráter que os capacitou a responder aos desafios da vida com crescimento espiritual, eles desenvolveram as faculdades mentais e o senso de responsabilidade pessoal, que chegaram até eles juntamente com um influxo de energia da alma.

Os três valorosos patriarcas (Abraão, Isaac e Jacó) seriam seguidos por um quarto grande líder, José. Ele foi o primogênito de Raquel e Jacó, um homem predestinado e o salvador da raça hebraica em épocas difíceis que estavam por vir. Mas isto é tema para outro artigo.

Como me referi no início deste artigo, nunca podemos deixar de entender o fato de que os “personagens” bíblicos, com raras exceções, nunca existiram; são somente símbolos e arquétipos, comum a todas as tradições do mundo. A essência e a mensagem são as mesmas, o que muda é o cenário, a representação. São personificações de atitudes e da grande caminhada dos mundos, povos e de cada ser humano individualmente, caminhando das trevas à luz, do profano ao iniciado.

Que isto possa nos inspirar na nossa senda evolutiva, fazendo-nos compreender que a caminhada é longa e árdua; muitas vidas, muita ação e reação, encontros e desencontros e muita reforma interior são as exigências para sermos “fortes até perante Deus”, e retornarmos ao “paraíso perdido”, ou seja, a mundos superiores de muita luz.


Prof. Hermes Edgar Machado Jr.




Referências e sugestões bibliográficas:

-“Gênesis: uma interpretação esotérica”, Sarah Leigh Brown
-“A Bíblia como uma História Pessoal: uma jornada para a luz”, John Lee Baughman
-“Gênesis, Criação e Patriarcas”, Emil Bock
-“Dicionário de Metafísica Bíblica”, Charles Fillmore
-“Mistérios do Livro Gênesis”, Charles Fillmore
-“A Bíblia e as Estrelas”, Corinne Heline
-“Uma Nova Interpretação Bíblica: Velho Testamento, vol 1, Corinne Heline
-“O Conceito Rosacruz do Cosmos”, Max Heindel
-“A Epopeia de Gilgamesh e Paralelos com o Velho Testamento, A. Heidel


Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

quarta-feira, 24 de julho de 2013

ATENÇÃO SEM RESISTÊNCIA

Você sabe o que espaço é. Existe espaço nesta sala. A distância daqui para seu hotel, entre a ponte e sua casa, entre esta margem do rio e a outra; tudo isso é espaço. Agora, existe espaço em sua mente? Ou ela está tão cheia que não existe absolutamente espaço nela? Se sua mente tem espaço, então nesse espaço há silêncio e desse silêncio tudo o mais vem, porque então você pode ouvir, pode dar atenção sem resistência. Por isso é muito importante haver espaço na mente. Se a mente não está superlotada, não incessantemente ocupada, então ela pode ouvir àquele cachorro latindo, ao som do trem cruzando a ponte ao longe, e também estar totalmente consciente do que está sendo dito por uma pessoa falando aqui. Então a mente é uma coisa viva, não está morta.




J. Krishnamurti 




Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

BIG-BANG - TZIMTZUM - EVOLUÇÃO

“O 'Princípio' ampliou-se e fez um palácio para si mesmo, para glória e louvor. Ali semeou a semente sagrada (…) Assim que a semente entrou, o palácio encheu-se de luz. Dessa luz jorraram outras luzes, centelhas voando pelos portais e dando vida a tudo.” (Sefer haZohar)

A teoria do big-bang explica, em simples palavras, que havia, no princípio, um ponto ou semente de energia de proporções menores que um próton. Ao seu redor havia o “nada”. Num dado momento, “no princípio”, esse ponto explodiu lançando para todos os lados uma carga de energia que, à medida que ia se afastando do centro, formava os universos e os mundos.

Assim sendo, o “Nada Absoluto”, o “Ayin”, o “Zero”, o Deus Transcendente dá origem ao “Ayin Sof”, o “Um”, o Infinito, o “Tudo Absoluto”, o Deus Imanente. Na cabala, Nada e Tudo significa o mesmo. Porém, “Deus desejou ver Deus”, e esse desejo ou vontade tornou-se Luz, o “Ayn Sof Or”, a Luz Infinita. E “Deus desejando ver Deus” desencadeou uma “separação não separada”, de modo a Deus poder “olhar” para Deus. Isso foi realizado por uma “concentração” (Tzimtzum) no “Tudo Absoluto”, tendo como finalidade gerar um “lugar” (Makom), um “espelho”, a existência manifesta, um “lugar esvaziado” para a futura “existência existir”, lá “no começo”, “no princípio”. Na verdade, Deus não retirou-se, mas ocultou-se para que o finito pudesse existir. 

E do lugar oculto, o "Ayin Sof Or" enviou ou penetrou um Raio de Luz de sua Vontade (Kav), conhecido como “Ehyeh” (Eu Sou). E dessa emissão do Kav deu-se a origem de toda a "criação", manifestando-se em Dez Emanações Divinas (as Sefirôt da Árvore da Vida). O Raio de Luz, o Eu Sou, então, fez sua trajetória até o centro do “lugar esvaziado para a existência”, e formou, em sua trajetória, a grande Árvore da Vida (Etz Chaim), ou seja, o Eu Sou manisfestando-se como Kêter (a Coroa, a Vontade), Chochmá (a Sabedoria), Biná (a Inteligência), Chêssed (o Amor, a Misericórdia), Gvurá (o Rigor, a Força, o Julgamento), Tifêret ( a Beleza, o Coração do Céu), Nêtzach (a Eternidade, a Duração, a Vitória), Hod (o Explendor, a Glória, a Reverberação), Yêssod (o Fundamento, a Base, a Sexualidade) e Malchút (o Reino, a Receptividade). A partir de então, surge o Adam  haKadmon (o ser arquétipo, “criado à imagem e semelhança de Deus”) que contém a Árvore da Vida e é contido na Árvore da Vida.

Em Malchút, o Eu Sou manifesta-se como Shechiná, a Divina Presença Eu Sou, que está no íntimo de toda a manifestação (mundos e seres). Na maçonaria, na rosacruz e no martinismo, dentre outras ordens, a Shechiná está representada no centro do templo, como um pequeno altar triangular, sustentando três velas (luzes) e o Livro da Lei, dentre outros objetos ritualísticos. Representa, simbolicamente, a Presença de Deus (Eu Sou) no mundo, no templo e em cada criatura.

A "criação" "distanciou-se" do Criador. Entenda-se que a "criação" é o próprio Criador “distanciado” de si mesmo (“Deus desejou ver-se a si mesmo”), pois nada pode existir fora do Absoluto e Infinito, senão o Absoluto e Infinito deixaria de ser o Absoluto e Infinito. Tendo-se distanciado, necessitou de um caminho de retorno, depois de cumprir o caminho de “descida”. Temos, então, o longo caminho de “subida”. Caminho este que todos os seres e mundos percorrem. É Deus “retornando” a si mesmo.

Portanto, neste afastamento e retorno, encontra-se o possível segredo da existência: o aperfeiçoamento dos seres e dos mundos (a evolução, o despertar), o aperfeiçoamento de Adam haKadmon, que é a própria imagem de Deus. Em outra palavras, como escreveu o cabalista Warren Kenton, “o segredo da Existência é um espelho no qual o homem reflete a Imagem do Divino, para que, assim, Deus possa contemplar Deus.

Numa rápida e superficial visão e omitindo muitos detalhes e pormenores, procurei mostrar que a "Criação" Divina (emanação) não é obra do acaso. Há um propósito perfeito e definido, embora não nos seja possível, neste nosso atual grau evolutivo, de o sabermos em termos claros, precisos e definitivos. Tudo constitui-se, na verdade, numa viagem da inconsciência à consciência, e desta à uma super consciência. Muitas dificuldades a vencer. “Muita dor propulsionando a evolução, mas a própria evolução anulando progressivamente a dor”, como disse o filósofo Pietro Ubaldi. Dukkha, Samsara, Nirvana e as Quatro Nobres Verdades do budismo nos mostram muito similarmente o processo do Tzimtzum da cabala, em outras palavras.


Prof. Hermes Edgar Machado Junior (Issarrar Ben Kanaan)



Referências e sugestões bibliográficas:

-“Adão e a Árvore Kabalística”, Z'ev Ben Shimon Halevi
-“Universo Cabalístico”, Z'ev bem Shimon Halevi
-“A Grande Síntese”, Pietro Ubaldi
-“A Cabala”, Rabino Alexandre Safran
-“A Cabala”, Henry Serouya
-“A Rosa de Treze Pétalas”, Rabino Adin Even Ysrael
-“As 3 Dimensões da Kabalá”, Rav Chaim David Zukerwar
-“Cabala: Novas Perspectivas”, Prof. Moshe Idel


Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

TENHA FÉ E SEJA FIRME NA BUSCA DA META

A devoção é muito difícil de adquirir, não é fácil tornar-se um verdadeiro devoto. Um verdadeiro devoto deve se entregar totalmente, e estar em pleno contentamento, aconteça o que acontecer. Para falar a verdade, isso é mais difícil do que o caminho da sabedoria (Jnana Marga). Mas não se desespere. O rio deve fluir de volta à sua fonte, deve fluir sem parar, para baixo e profundamente até que se funda no oceano. Não desanime, mantenha sua esperança, um dia você vencerá. Tendo se esforçado para receber bons conselhos sobre a espiritualidade, você deve colocar em prática pelo menos um ensinamento. Um palito é o suficiente para acender uma fogueira, não é necessária toda a caixa de fósforos. Tenha fé e seja firme na busca da meta.



Sathya Sai Baba



Fonte: www.sathyasai.com.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

HUMILDADE

Uma pessoa grandiosa é naturalmente humilde. 

Ela entende a verdade de que apenas quando há humildade haverá sucesso. 

A humildade ativa o poder de curvar-se mas sem reduzir a auto-estima. 

Quando sou humilde sou capaz de experimentar minha própria grandeza interior, o que naturalmente me mantém estável no assento do meu auto-respeito. 

Assim, quando a situação exige, eu não vejo nenhum problema em curvar-me. 

Eu permito que as situações trabalhem em mim. 

Eu consigo me fortalecer a partir do meu interior – do meu auto-valor - em todas as circunstâncias. 

A grandeza está em ser humilde.




Brahma Kumaris




Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

LEÃO: A CONSCIÊNCIA E O TODO

A energia de Leão é a da identidade espiritual, a do ponto em um centro que abarca todos os pontos. É o fogo solar, o fogo do coração, que outorga um apoio “no tempo” para que o ser demonstre o Plano que o inspira.

Já dissemos, em outra ocasião, que o Sol rege Leão, e que isto não seria assim para outros reinos da natureza; consciência para o homem é sensibilidade “desperta” ao não eu, pelo menos nas primeiras etapas, e é correto que assim seja: a fim de que a alma se desenvolva em todo seu potencial, é necessário um receptáculo conscientemente refinado e adaptado à sua energia; o trabalho na forma deve acompanhar o do eu superior, e o trabalho sob Câncer simboliza essa preparação prévia.

Em todo caso, a energia de Leão é a que possibilita este maravilhoso estado que é o da percepção de si mesmo. Como dizem os livros, “todos os seres são, mas somente o homem sabe que é”. Para gerar esta percepção individual, é imprescindível a separação, que o ser tenha a capacidade de se diferenciar do resto, e essa energia vem através do Quinto Raio de Conhecimento Concreto (chamado no Tratado dos Sete Raios “A Espada Divisora”), que por essa razão se expressa mediante Leão. Isto pode se manifestar ou não nos raios da pessoa; se não o faz, é possível que a energia esteja cumprindo uma função mais interna, mas nem por isso estará ausente.

Por sua vez, intimamente vinculada à separação, está a afirmação do ser, que assim como se percebe diferente se conhece como uma potência, como um ente gerador de causas, como o amo da sua própria vida. Trata-se da energia do Primeiro Raio de Vontade ou Poder, que também se expressa por meio de Leão. É por isso que, em certo sentido, a energia de Leão rege os governantes do mundo, porque a atividade deles tem muito a ver com o exercício da autoridade, que (diga-se de passagem) de acordo com as disposições mais aceitas, requer o consentimento do povo.

Caberia aqui uma reflexão sobre a democracia e a representação: pode-se ver como a igualdade e a fraternidade, a compreensão e o respeito, simbolizados pela democracia, constituem a base sobre a qual se ergue um verdadeiro governo que, em certo sentido, é a cabeça da sociedade, da qual está constantemente recebendo demandas. Aprecia-se aqui uma ação combinada de raios: o 2º de Amor – Sabedoria está simbolizado pela democracia e suas qualidades de bondade e busca horizontal de decisões; sempre o 2º é a base do 1º, que sintetiza a energia atraída até convertê-la em um ponto com somente o essencial. 

Neste caso, o governo é a síntese das deliberações do povo, e assim como a autoridade espiritual se sustenta no amor e na compreensão, da mesma maneira a democracia é a base espiritual dos cargos representativos de governo. É por isso que O Tibetano, em O Destino das Nações, diz que a energia da Hierarquia de Mestres se encontra por trás da democracia, e a de Shamballa, que é a sua síntese, está por trás das figuras do rei ou do ditador.

Em todo caso, o período influenciado por Leão é muito propício para indagar interiormente acerca das origens da autoridade, da convicção que emana da verdade interior, do conhecimento de si mesmo. Outro fator ligado a essa condição é a identidade espiritual: todo ser humano tem um centro de consciência, um ponto a partir do qual se integra ao mundo e interatua com ele. De início, esse centro é o Sol físico, manifestando energia de 2º raio, e o ser crê que é o centro do universo, que tudo depende e gira em torno dele.

À medida que avança a evolução, gradualmente vai tomando consciência da inter-relação com o mundo, mas ainda mantém o estado no qual, em Astrologia Esotérica, descreve-se como “aquele que permanece só”, isto é, a percepção do eu próprio e do alheio nas questões diárias.

O interessante disto é que o anterior não seria o último degrau na evolução da consciência. À medida que a alma ganha em controle e revela seu poder, vai passando para a motivação espiritual, para a sensação do eu separado e também à colaboração e entrega aos demais, o que põe em ação uma energia oposta. A identidade espiritual se mantém, ao mesmo tempo em que a fortaleza do eu aparece como a etapa prévia imprescindível para expansões de consciência posteriores. Isto ocupa largo tempo.

Vem em seguida uma condição em que realmente é possível entender as palavras “Eu sou aquele, aquele sou eu”, lema esotérico do signo. 

O sentido do eu, da personalidade vinculada à alma, é muito particular: o discípulo não vê indivíduos, vê energia e Plano, vê a consciência una e não as partes, a unidade que subjaz na diversidade da forma; não crê ser uno, É uno, respira unidade e assim se expressa nos três mundos, sendo por isso tão potentes e duradouros os efeitos que produz; é a energia do Amor de Deus em ação. Crer que a unificação chegará por meio de uma anulação do eu, ou que se produzirá uma misteriosa fusão com as ações de outros, é uma deformação (e um perigo) no sentido oposto ao que mencionava.

Na realidade, e como bem sabe quem percorreu o Caminho com sinceridade e dedicação aos demais, a consciência não tem uma forma tão cerrada como a que conhecemos. O sentido do eu se mantém, ao mesmo tempo que a energia que expressa é compartilhada, conflui ativamente com a Grande Energia que é o Plano de Deus. É a consciência do Todo que se tornou ponto; como diz Vicente Beltrán Anglada, “não é a gota no mar, mas o mar na gota”.

A crença de que a consciência ocupa um lugar é por si uma ilusão da mente humana, mas muito maior é a ilusão de crer que cada consciência ocupa um lugar separado da outra. Isto poderia ser melhor entendido através de uma analogia com a figura de um círculo concêntrico: à medida que se chega ao centro, muitas vidas passam a compartilhar de um “espaço” comum. 

Esse espaço comum, esse vazio criador no qual se vive e sobre o qual se passa a afirmar a consciência é um conjunto de energias cuja forma mental é o Ashram, e no centro se encontra o Sol Central Espiritual, simbolizado pelo Mestre. Em uma escala menor, cada um de nós é parte dessa consciência grupal, e temos aí a base oculta da telepatia, embora não tenha que funcionar tão explicitamente e se manifesta como inspiração, recepção de ideias, etc.

Essa consciência comum é a base espiritual do princípio da fraternidade, que só pode ser entendido se for considerado da alma e não a partir da matéria, onde somos tão diferentes. É também a razão pela qual o trabalho espiritual pode ser realizado em grupo, porque coincide a fonte de inspiração e é a mesma energia que nos atravessa a todos; pela mesma razão, um discípulo pode implementar uma parte do Plano e outro dar continuidade a ela no plano físico, por exemplo; cada um, do seu estado de consciência, e todos necessários.

Outra reflexão que se extrai acerca da regência do Sol é sobre a união com a consciência alheia: muitas vezes se busca a aproximação através da palavra, o convencimento, a ênfase, etc. Seria útil, aqui, observar o Sol, que pela gravidade, concentração ou atenção consegue atrair o que o circunda. Em tal sentido, poderíamos dizer que uma boa maneira de se aproximar à consciência de outro é aprofundando esse nível antes que fazendo esforços do eu; a atenção baseada no amor, sobre si mesmo e sobre os demais, mas sempre tendo em conta o destino comum que é o da unidade da vida, é a maneira mais simples e profunda de chegar ao outro.

Leão nos proporciona então um ciclo onde é mais fácil levar a consciência para dentro, dar a ela mais profundidade e reforçar a identidade, para assim oferecer à alma um eu firme e valioso para prestar serviço; é ainda, como se assinalava, um ciclo para compreender em toda a profundidade o significado e as potencialidades da fraternidade espiritual.



Martín Dieser



Fonte do Texto e da Gravura: Grupo Logos
http://logosastrologiaesotericaport.blogspot.com.br/2010/08/leao-consciencia-e-o-todo.html

5º TRABALHO DE HÉRCULES (A CAPTURA DO LEÃO DE NEMÉIA) - LEÃO: O PEQUENO EU E O EU SUPERIOR


O trabalho de Hércules relacionado ao signo de Leão é a morte do leão de Neméia. Quinto signo do Zodíaco, Leão estimula nos seres humanos a autoconsciência e a auto regência. Este trabalho representa a descoberta de um eu mais profundo e o exercício de conduzir-se na vida a partir deste centro.

Um terrível monstro, um leão enorme e de pele impenetrável a qualquer arma, assolava a região de Neméia. Os seus habitantes estavam atemorizados e não podiam viver e se desenvolver normalmente. Hércules recebeu a tarefa de eliminar a fera. Quando ele encontrou o leão, disparou-lhe flechas, que bateram em sua pele e caíram ao chão. O leão foi aproximando-se do herói, rugindo de modo amedrontador, mas Hércules gritou com igual força, então a fera se pôs a fugir.

Hércules perseguiu o leão até o seu covil, que era uma caverna com duas aberturas. O herói entrou por uma abertura e atravessou a caverna escura até sair pela abertura do outro lado, sem encontrar a fera. O leão tinha saído pela segunda abertura e tornado a entrar pela primeira. Então Hércules reuniu algumas toras e bloqueou uma abertura, entrou pela outra e bloqueou-a também. E assim, no escuro da caverna, enfrentou sozinho e desarmado o monstro. Hércules agarrou o leão pelo pescoço, apertando-o até que morresse sufocado. Depois usou a garra do próprio leão para cortar-lhe e retirar-lhe a pele, e passou a vesti-la.

O leão é chamado o rei da floresta e representa o regente no interior de cada ser humano: o nosso eu. O eu é como o Sol; é a fonte da luz da consciência e o centro da nossa vida psicológica. Uma das principais tarefas evolutivas de todo ser humano é desenvolver a autoconsciência, e isso é o que estamos todos fazendo, quer percebamos ou não, através de tudo o que buscamos e realizamos no mundo. Quando há autoconsciência, o eu pode atuar como o regente interno, harmonizando pensamentos, sentimentos, desejos, palavras e ações, e produzindo uma vida de sucesso.

Os que aspiram trilhar o caminho espiritual devem estar bem encaminhados no desenvolvimento da autoconsciência. Não há espiritualidade genuína sem autoconsciência. Contudo, o longo e árduo trabalho de desenvolver a autoconsciência e fortalecer o eu se faz através do auto centramento e auto interesse, e muitas vezes leva a um egoísmo exacerbado, ambição desmedida, orgulho exagerado e vaidade excessiva. É essa condição que o leão monstruoso do mito representa.

Por trás desse eu que conhecemos, há o que poderíamos chamar de um eu mais profundo: o Eu Superior, a nossa essência espiritual. O pequeno eu é caracterizado por um sentido de isolamento e separação, mas o Eu Superior sabe que é um com todos e com tudo. No mito, Hércules representa esse Eu Superior, procurando eliminar os excessos do pequeno eu.

O leão era invulnerável a qualquer arma, o que significa que nenhum artifício mental, teoria, crença ou técnica poderá solucionar a exacerbação do eu. As duas entradas da caverna representam os pensamentos e os sentimentos, e enquanto estivermos envolvidos com eles, o pequeno eu continuará a nos despistar e ludibriar.

A solução encontrada por Hércules foi sufocar o leão, impedindo-o de respirar o ar que lhe dava vida. O ar que vivifica o pequeno eu é o nosso interesse em nós mesmos. Assim, sufocar o leão significa deixar de dar tanta importância e prestar tanta atenção ao pequeno eu, com seus defeitos e qualidades. A exacerbação do eu é causada pelo auto interesse e não poderá ser corrigida pela preocupação com o auto aperfeiçoamento. A solução é o auto esquecimento.



Ricardo A. Georgini
ricardogeorgini@yahoo.com.br




Fonte da Gravura e do Texto: Grupo Logos
http://logosastrologiaesotericaport.blogspot.com.br/2011/08/leao-o-pequeno-eu-e-o-eu-superior.html

terça-feira, 23 de julho de 2013

LEÃO - CONSCIÊNCIA DE SI



O mantra espiritual de Leão é: “Eu sou Aquele e Aquele sou eu.”

O eu mencionado nesse mantra não é o pequeno eu pessoal ou a nossa personalidade (mental, emocional e corporal). O mantra fala sobre a ampla consciência do Eu Superior ou alma, que sabe que é um com o Todo Maior (“Aquele”). Mas nós somos simplesmente humanos, e isso significa que cada um de nós ainda está no caminho de descobrir que é a alma, para assim descobrir a sua unidade com tudo e com todos.

Sob o Plano Evolutivo, o progresso da consciência começa pelo desenvolvimento de uma consciência individual ou pessoal, que depois se amplia tornando-se consciência grupal ou coletiva, e ainda depois chega a ser consciência planetária ou universal. Mas para garantir esses desenvolvimentos posteriores, deve haver aquele ponto de partida consistente, aquele firme ponto de apoio para a consciência, e esse é o eu pessoal. A consciência individual ou autoconsciência é apenas o começo da jornada espiritual consciente, mas é um passo tremendo, profundamente significativo e imprescindível.

O processo de desenvolvimento do eu pessoal é marcado por muitas características e buscas que tenderíamos a classificar como antiespirituais, mas que são simplesmente a preparação para a espiritualidade. No mundo das formas materiais, todas as coisas são conhecidas por comparação, e assim o eu busca conhecer a si mesmo comparando-se e competindo com os demais. O eu testa o seu próprio poder desafiando o mundo ao seu redor. Para construir e consolidar a própria identidade, o eu procura afirmar-se perante os outros. Mas quando, por meio dessas experiências, o eu finalmente conhece o seu valor, todas essas características da consciência imatura são naturalmente transcendidas e dão lugar a outras buscas, mais amplas.

A compreensão do próprio eu torna possível compreender que o outro também é um eu. 

Ao conquistar a consciência de mim mesmo, posso deixar de me comparar com outro e começar a ter consciência do outro. Então o outro deixa de ser para mim apenas um objeto, e torna-se, por assim dizer, um co-sujeito. A competição dá lugar à busca de cooperação. O indivíduo descobre aquilo que tem em comum com os seus semelhantes, e se une a eles para empreenderem uma busca grupal. Assim o indivíduo coopera com o grupo, não por lhe faltar desenvolvimento e poder pessoal para fazer diferente, mas porque começa a ter consciência de si como uma célula do grupo. Ele se identifica com o propósito do grupo e escolhe apoiá-lo. A cooperação consciente é, portanto, muito mais que estar junto, seguindo o rebanho; é uma participação voluntária e inteligente, fazendo a diferença, co-criando, enriquecendo e fortalecendo o grupo.

Através da experiência grupal, além de compreender que existem outros eus no mundo, o indivíduo começa a compreender também que existe um Eu Uno, abarcando todos os eus em Si. Finalmente, ele começa ter consciência de si como uma célula do Uno ou do Todo Maior (Deus, como alguns preferem chamar). Então o eu considera a si mesmo como apenas um representante e agente do Uno, e a genuína consciência disso é simplesmente um perfeito equilíbrio entre valor próprio, humildade e responsabilidade.

Talvez o maior mistério sobre Deus seja que Ele está verdadeiramente no ser humano. E talvez a maior revelação sobre o ser humano seja que ele é verdadeiramente expressão de Deus.


Ricardo Georgini
ricardogeorgini@yahoo.com.br


Fonte do Texto e da Gravura: Grupo Logos http://logosastrologiaesotericaport.blogspot.com.br/2012/08/leao.html

A ARTE DE OUVIR É A ARTE DA LIBERAÇÃO

Alguém está lhe dizendo alguma coisa, você ouve. O próprio ato de ouvir é o ato de liberação. Quando você vê o fato, a própria percepção desse fato é a liberação desse fato. O próprio ouvir, o próprio ver algo como um fato, tem um extraordinário efeito sem o esforço do pensamento.Tomemos uma coisa, digamos, a ambição. Nós já examinamos suficientemente o que ela faz, que efeitos tem. Uma mente que é ambiciosa nunca pode conhecer o que é simpatizar, ter piedade, amar. Uma mente ambiciosa é uma mente cruel seja espiritualmente ou externamente ou internamente. Você ouviu isto. Você ouve isto; quando ouve isso, você traduz e diz, “Como posso viver neste mundo construído sobre a ambição?”. Portanto, você não ouviu. Você respondeu, reagiu a uma informação, a um fato; portanto, não está olhando para o fato. Está apenas traduzindo o fato ou dando uma opinião sobre o fato ou respondendo ao fato; portanto, não está olhando para o fato. Se a pessoa ouve sem qualquer avaliação, reação, julgamento, certamente então, o fato cria essa energia que destrói, varre, afasta qualquer ambição que cria conflito.



J. Krishnamurti 



Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O REGENTE ESOTÉRICO DE LEÃO





Leão

Nos três signos de fogo (casas 1-5-9) nos é mostrado o poder do fogo mental. Em Áries a “Ideia” é exposta através de um poderoso e brilhante impulso; em Leão referida “Ideia” é “recriada”, (intelectualizada positivamente), e expressa ativamente pelo “si mesmo”; em Sagitário toda a positiva capacidade de Leão de autoafirmar a poderosa “Ideia” de Áries é reorientada para um objetivo definido e altruísta.

Leão é o signo que simboliza todas as qualidades da quinta (5) casa: a criatividade individual, a capacidade de fazer “coisas” a partir da própria certeza interna, a inteligência mais pessoal, as emoções mais generosas, o corpo causal, “o talento da Alma”, “os filhos da Ideia”.

O ambiente:

Em Câncer (casa 4) o indivíduo é dependente, sensível e apegado às suas raízes, ao lar e ao seu ambiente mais próximo e popular, seu trabalho é aprender a ser consciente da dependência para assim poder oferecer verdadeira sensibilidade “maternal”. A aceitação do “apego” é o primeiro passo para convertê-lo em empatia e compreensão para si mesmo e os demais. A Luz do lar depende da atitude interior.

Seguindo a lógica da roda zodiacal, em Leão, (casa 5) surge o indivíduo com a capacidade de dizer “EU SOU”, a dependência ao seu ambiente é mínima, Leão é o dirigente de referido entorno a partir da sua positiva atitude “paternal”, e dependerá muito do grau de evolução do sujeito se referida regência do ambiente será egocêntrica e impositiva ou generosa e altruísta.

O Sol

Em Áries o Sol está exaltado porque a Luz irrompe da escuridão, e em Leão o Sol é seu regente porque através dele a própria Luz é reafirmada, regida e interatuada.

Por que o Sol é o regente de Leão? 

A qualidade destacada de Leão é a sua capacidade de adquirir autoconsciência ou irradiação própria através da interação com o ambiente. Em nosso sistema solar, a fonte de todo tipo de consciência pertence ao Sol, daí que ele seja o dirigente da capacidade de Leão. Poderíamos dizer que o sujeito condicionado por Leão é capaz de “roubar” os diferentes segredos solares segundo sejam suas necessidades.

Urano - Netuno

O sujeito de Leão se expressa como um Sol, já que realiza todas as suas interações com seu ambiente a partir do centro do seu próprio universo, mas segundo seja a sua necessidade evolutiva, as suas atividades solares poderão estar mais ou menos “veladas” por Netuno e Urano, dois planetas que ajudam o Sol (autoconsciência) a aceder e expressar os segredos cada vez mas profundos e liberadores do “si mesmo”.

Mostramos aqui uma breve reflexão sobre os caminhos que um sujeito condicionado por Leão deve percorrer, conforme for a sua necessidade evolutiva:

Sol físico: Aqui a autoconsciência é adquirida através da experiência da personalidade com as necessidades físicas e emocionais mais básicas. O padrão Lunar - Netuniano impõe a lei. O “leão” (a personalidade) se mostra egoísta por necessidade sendo capaz de impor sua lei no entorno para assim satisfazer o próprio instinto-desejo. Saturno marca os limites físicos. (multiplicidade) 

O coração do sol: Aqui a autoconsciência se identifica com as qualidades da Alma: Autopercepção inteligente e Sensibilidade amorosa, sem esquecer o poder que a personalidade ainda exerce. Hércules (a Alma) está dentro da cova lutando com a personalidade (“o leão”). Nesta etapa intermediária, Urano oferece “inspirações” de caráter mental para que Netuno transmute suas forças astrais-emocionais em forças de devoção e aspiração. O plexo solar deseja conhecer o centro cardíaco. O “leão” pode ser muito generoso, embora também egoísta (dualidade). 

O sol espiritual: Aqui a autoconsciência é adquirida através do reconhecimento da Vontade Divina. A Vida corre em abundância através do corpo etérico do ser humano. Hércules venceu o “leão”, (a personalidade expressa através do corpo astral), e o utiliza e recria como a “vestidura” ou a ferramenta para servir aos demais. Nesta etapa final Urano exerce seu poder oferecendo a capacidade de materializar o Propósito Divino na Terra (unidade), graças à sua mente cósmica. 

Como sabemos, o processo de muitas vidas está em adquirir consciência e relação entre os dois primeiros sóis, e o triunfo final do segundo sobre o primeiro. A autoconsciência da grande maioria de nós flutua entre as nossas emoções mais pessoais e as possibilidades que a nossa consciência é capaz de perceber para “transmutar” desejos pessoais e alcançar atitudes mais altruístas e fraternais. Em última instância, estar motivado e ativado pelo desejo não indica verdadeira autoconsciência, mas que esta existe quando o ser humano demonstra percepção mental através de uma vida autodirigida para um objetivo definido. O sujeito muito evoluído de Leão é capaz de ser autoconsciente das suas capacidades pessoais em união com as espirituais, a ação e o objetivo podem ir juntos e quando isto acontece o Sol (a luz da Alma) é inspirado por Urano. 

Leão não é regido por nenhum planeta, é bem “aconselhado”, já que a autoconsciência (Sol) tem a última palavra, daí a grande capacidade de Leão de atuar sem condicionantes. Observem a atitude das pessoas influenciadas por Leão e observarão sua grande capacidade de se expressar livremente. Leão é a liberação pessoal do controle externo.

Frase:

A frase para Leão pouco evoluído é: “que outras formas existam e eu reine porque eu sou”. 

A palavra para o ser evoluído é: “ Eu sou Aquele, Aquele sou Eu”.

A primeira frase é muito evidente: há uma dualidade, onde uma da partes se impõe sobre a outra. A segunda dá a entender uma dualidade incluída, isto é, o ser continua reafirmando sua verdade: “Eu sou”, mas em sua afirmação inclui o outro: “Aquele”. O poder da sua autoafirmação lhe permite a máxima identificação com o “outro”, a multiplicidade em um todo igual; observemos que tanto o “Eu” como o “Aquele” estão em maiúscula. 

De um ponto vista subjetivo é curioso observar que a frase começa e acaba com o “Eu”, sendo este a expressão externa (personalidade), e o duplo “Aquele”, no interior da frase, como algo protegido e gerador de amor-sabedoria (alma).

Mas ainda podemos ir mais além, e pensar que o “Eu” é o pai (vontade), e o “Aquele” é o filho (personalidade purificada); espírito e matéria, unidos graças à qualidade (alma) do Leão.

Raios (I, II, VI, VII)

Leão traz em seu “ADN” o 1º raio, daí a sua poderosa capacidade de dirigir, regular (Regulus) e expressar. 

Por outro lado, e segundo nos dizem os livros esotéricos, o nosso sistema solar é de 2º raio, daí que o Sol seja chamado o olho de Júpiter (o agente do 2º raio)

Para falar de forma clara e sintética dos raios que condicionam o sujeito de Leão, utilizaremos um texto do Mestre DK: 

“O homem perfeito de Leão, a alma autoconsciente e amorosa (2º raio), leva seu poder de expressão (1º raio) diretamente do seu próprio plano ao plano da manifestação externa, mas conservando ao mesmo tempo o controle interno (Urano – 7º raio) e, deste ponto de realização, converte seu objetivo ideal (Netuno – 6º raio) em realidade em sua consciência, mediante a sensibilidade da vibração superior e o dirigido e inteligente serviço ao Plano. Reflitam sobre este resumo” (Alice Bailey (AE))



David C.M.  
logos.astrologiaesoterica@gmail.com



Fonte do Texto e da Gravura: http://logosastrologiaesotericaport.blogspot.com.br/2013/07/o-regente-esoterico-de-leao.html

LEÃO - A CHAMA DA AUTOCONSCIÊNCIA

Leão é um signo intimamente relacionado à humanidade. A energia deste quinto signo do Zodíaco estimula a autoconsciência — a grande característica que faz de nós seres humanos. Neste atual período o Sol está alinhado com Leão, avivando a sagrada chama da autoconsciência em toda a humanidade.

A autoconsciência é o que distingue o humano do animal. O animal está consciente do que se encontra ao seu redor, mas só o ser humano pode, além disto, estar consciente também de si próprio, o sujeito consciente. Assim, o animal simplesmente vê, ouve, sente, enquanto o ser humano não apenas vê, mas sabe que vê; não apenas sente e pensa, mas sabe que sente e pensa; e não apenas sabe, mas sabe que sabe.

Na maioria de nós, a autoconsciência permanece num estado brando, e ainda há muito a ser feito para desenvolvê-la plenamente. Grande parte do aperfeiçoamento humano tem a ver, especialmente, com este maior desenvolvimento da autoconsciência. A influência de Leão contribui para isto, como que soprando a brasa da autoconsciência, para que se intensifique e cresça — queimando e transformando, aquecendo e acalentando, iluminando e esclarecendo.

Faz parte do nosso potencial, como seres autoconscientes, perceber não apenas o que se passa ao nosso redor, mas também o que se passa dentro de nós mesmos. Contudo, habitualmente, a nossa atenção fica quase totalmente voltada para as coisas externas a nós, e temos uma percepção apenas vaga do nosso corpo e dos sentimentos e pensamentos que nos ocupam. No entanto, o tempo todo, são os nossos pensamentos, emoções e corpo que determinam as nossas experiências na vida, e não tanto as circunstâncias externas. Por isso, cultivar e exercitar a habilidade de auto observação é um requisito fundamental para estarmos mais conscientes na vida, compreendendo apropriadamente as nossas experiências e podendo escolher como nos conduzir.


O desenvolvimento da autoconsciência nos leva a descobrir-nos como o sujeito de nossa própria vida e história. O animal reage automaticamente aos estímulos externos, sem reflexão ou escolha. O ser humano pode ponderar, pode valer-se de sua experiência, pode conter-se ou empenhar-se e, assim, pode escolher como responder às suas circunstâncias. Portanto, o animal é sempre aquilo que o seu ambiente faz dele, mas o ser humano pode vir a ser o que ele mesmo fizer de si. À medida que compreendemos isso, desenvolvemos um correto senso de responsabilidade e nos apropriamos mais plenamente de todo o nosso potencial.



A autoconsciência leva também ao senso de individualidade. Fortalece internamente o indivíduo, de modo a poder apoiar-se em si mesmo, sem depender indevidamente dos demais. Permite ao indivíduo conhecer-se a si mesmo e saber aquilo que ele tem de próprio e único, aquilo que é a sua contribuição específica e original à coletividade. Cada indivíduo é único, e o seu valor, portanto, é inestimável. Se apenas um indivíduo não existisse, o Universo já não seria o mesmo. Cada indivíduo faz a diferença. A autoconsciência lhe permite fazer a diferença conscientemente, e portanto, mais potentemente.



A cada mês de Leão, anualmente, temos uma especial oportunidade de fortalecer em nosso interior a chama da autoconsciência e nos tornarmos cada vez mais plenamente Humanos.




Ricardo A. Georgini
ricardogeorgini@yahoo.com.br




Fonte do Texto e da Gravura: http://logosastrologiaesotericaport.blogspot.com.br/2010/07/leao-chama-da-autoconsciencia.html

DEFINITIVAMENTE, OS OPOSTOS NÃO SE ATRAEM!

Certa vez, criaram esta expressão – “os opostos se atraem” – para explicar um fenômeno específico, que realmente não vem ao caso agora. No entanto, resolveram aplicar a mesma expressão para tentar explicar a união de duas pessoas que nada têm a ver uma com a outra, na esperança de que poderiam se dar muito bem!

Porém, infelizmente, esta não é uma verdade. Muito pelo contrário, cada dia estou mais convencida de que, quando se trata de convivência, de compartilhar sentimentos e vida, quanto maiores forem as diferenças, mais difícil se torna caminhar lado a lado. Ou seja, se você quer viver um grande amor, se quer dividir os seus dias com alguém que realmente lhe complete, fuja dos seus opostos! Aprenda, de uma vez por todas, que os opostos não são complementares; e o amor, para sobreviver, para crescer e se tornar forte, precisa de complemento!

Se levarmos em conta que não há ninguém igual a ninguém, que todos nós somos particulares e, sendo assim, apesar de quaisquer semelhanças, seremos sempre únicos, teremos de nos conformar com as adversidades, que existirão sempre! Mas, definitivamente, não precisamos, por causa disso, deixar-nos enganar!

Num primeiro momento, uma pessoa muito diferente de nós, possivelmente nos atrairá. Afinal, somos seres naturalmente inteligentes e estamos sempre em busca do novo. Contudo, não podemos suportar as grandes disparidades por muito tempo.

Quando o assunto é amor, casamento, troca e evolução, precisamos de parceiros, de companheiros que caminhem ao nosso lado por estradas paralelas, que visualizem o mesmo horizonte, que se encantem pela mesma magia que nós! E para que a história aconteça, as prováveis diferenças deverão acrescentar, tornar mais fácil a caminhada...

Então, busque o seu complementar. É disso que se trata a expressão “Alma Gêmea”. Alguém que tenha uma alma gêmea da sua; alguém que, apesar das diferenças, carrega em sua essência um desejo muito parecido com o seu!

Provavelmente, a sua próxima questão seria: como identificar uma alma que seja gêmea da minha?!? E, para mim, só existe uma resposta: conhecendo muito bem a sua própria alma! A minha sugestão é que você se empenhe em conhecer tão bem a si mesmo que o encontro certo será inevitável!

Pare de tentar encontrar a resposta no outro. Pare de tentar justificar as suas escolhas a partir do jeito “assim” ou “assado” da pessoa escolhida. Descubra, antes de mais nada, qual é o perfil de sua própria alma, do que você realmente gosta e, principalmente, quão profundo é o amor que você está disposto a dar.

Somente depois de conseguir essas respostas, poderá encontrar o seu complemento, poderá desfrutar do prazer de compartilhar. Enfim, saiba o que você possui, quais são os seus tesouros... e, então, poderá identificar a pessoa que realmente está pronta para se interessar por você!



Rosana Braga
(Escritora, Jornalista e Consultora em Relacionamentos e Palestrante)



Fonte: Somos Todos Um
http://somostodosum.ig.com.br/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal