Nas nossas ações deveríamos seguir o impulso verdadeiro e espontâneo que nos vem do alto e não obedecer aos motivos de ordem contingente, egoística, restrita. Devemos amar a vida, respeitá-la, gozar as suas belezas e alegrias, permanecendo, porém, sempre desapegados internamente, sabendo que tudo é transitório, ilusório; esta vida é o reflexo de outra mais verdadeira e real.
Não devemos deixar de nos dedicar às criaturas, às formas, mas devemos nos dedicar tendo a consciência de que são invólucros da Vida Una, da Vida Divina e não por apego e pavor da morte.
Quanto à felicidade, mesmo sabendo que as alegrias da Terra são efêmeras e transitórias, devemos saber gozá-las como dons temporâneos, sem sermos tétricos, tristes e exageradamente sérios. Devemos saber gozar um belo dia de sol. Um jardim florido, um afeto sincero, a graça de uma criança, uma obra de arte, mas, com desapego, sabendo, em nosso coração, que a verdadeira alegria é outra, que a verdadeira felicidade é qualquer coisa diferente e inexprimível e que um dia nos será possível conhecê-la e prová-la.
Devemos ser alegres e serenos, permanecendo, entretanto, livres e desapegados interiormente. Enquanto estivermos presos pelo turbilhão dos desejos, estaremos atados a uma infinidade de apegos, estaremos preocupados, agitados, irrequietos, infelizes, sem perceber o chamado da nossa Alma e sem podermos ser sensíveis ao seu contínuo e constante apelo.
Dra. Angela Maria La Sala Batà
Fonte: do livro “Do Eu Inferior ao Eu Superior”
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
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