Essa aversão profunda, consciente ou não, que alguém experimenta contra outrem, é filha espúria do orgulho, esse dileto companheiro do egoísmo, que não admite ser desconsiderado ou sequer enfrentado nas mesmas condições.
O rancor é enfermidade moral que assinala muitos seres humanos, mantendo-os em estágio de inferioridade na escala da evolução.
Apresenta-se, inesperadamente, e tende a crescer, quando não combatido de imediato, atormentando aquele que lhe padece a férrea constrição moral, com sede de desforço, de reabilitação.
Muitas vezes, aquele que o experimenta nem sequer teria qualquer motivo atual para manter a animosidade profunda em relação a outrem que mal conhece ou de cujo convívio se afastou num momento de cólera e de ressentimento.
Não havendo uma explicação lógica para a sua presença na emoção, em face da falta de motivo que o justifique, ei-lo que procede de existência transata (passada), na qual enfrentaram-se os litigantes que ora se reencontram.
Os Soberanos Códigos estabelecem como impositivo básico da evolução a convivência fraternal e enriquecedora entre os seres humanos, ampliando os instintos gregários, através da qual desenvolvem-se os tesouros da amizade e do amor, da bondade e do socorro recíproco.
Nada obstante, enquanto predominam as heranças do primarismo, o ego exige consideração imerecida, autoconsiderando-se irretocável, elegendo uma postura falsa para reinar.
Qualquer ocorrência menos feliz, algum acontecimento desagradável que o atinge, são suficientes para dar curso ao sentimento de rancor, que se transfere de uma para outra existência com a férvida paixão destrutiva em relação a quem passa a considerar como seu antagonista.
Reencontrando-o, reaviva-se-lhe no inconsciente profundo o acontecimento infeliz, nem sempre lúcido, ensejando-lhe a antipatia que se converte em aversão e termina como rancor.
Todos os fenômenos dessa natureza obedecem à programação divina, para que haja a recuperação do equivocado, a fim de que sejam anulados os ressentimentos através da convivência jovial, que apaga as mágoas mantidas.
Divaldo Pereira Franco / Joanna de Ângelis
Fonte: do livro "Vitória sobre a Depressão"
Livraria Espírita Alvorada Editora
Salvador (BA)
mail: leal@mansaodocaminho.com.br
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