terça-feira, 21 de maio de 2013

SAIREMOS DE NOSSAS CRENDICES, ILUSÕES E APRISIONAMENTOS QUANDO NOS CONSCIENTIZARMOS QUE:


Os problemas da humanidade são os problemas centrais do próprio homem;

O homem deve transformar-se mais num canal para a modificação, evolução e purificação do planeta do que ficar apenas enfocado em suas próprias imperfeições; 

O serviço verdadeiro começa quando se percebe com mais clareza as reais situações e necessidades individuais e coletivas; 

O conhecimento e a educação devem ser reorientados no sentido que desde a infância tudo o que se aprende é para o bem comum principalmente; 

Existe, no fundo, uma razão de ser implícita em todos os acontecimentos; 

Quando o homem redescobrir sua natureza espiritual e aprender a viver como alma, sofrerá mudanças fundamentais que se refletirão na vida social, política, econômica, religiosa, educacional, artística e ambiental; 

A própria crise, em todos os níveis, é a própria aceleradora e estimuladora da transformação, da transmutação e das mudanças significativas; 

A solução dos problemas humanos principiará quando for observada, com mais atenção, a busca da unidade e a sua conscientização; a busca da síntese que revela as unidades e a busca da visão dos vários aspectos ou faces que o mundo se apesenta e que são apenas ângulos de observação e não diferenças reais; 

É preciso que façamos uma mudança, deixando o antropocentrismo explorador e adotando um biocentrismo participativo; 

A criatividade poderá lidar com as tensões que hoje afligem o planeta em todos os sentidos da vida; 

A co-responsabilidade é uma consciência que aumenta à medida que nos conscientizamos de que tudo o que existe vive e merece viver e possui um propósito maior a cumprir; 

Precisamos de uma mundialização baseada na solidariedade, pelo intercâmbio aberto e pelo mútuo aprendizado; 

Não bastam as transformações estruturais; precisamos também transformar o subjetivo, tanto pessoal como coletivo; 

O homem deve descobrir-se como parte da natureza; 

É importante somar e integrar as várias contribuições e enxergar as complementariedades e assim construir o novo para frente, numa perspectiva de convergência e assumir o melhor e o positivo do que já se viveu e se vive, numa síntese humana e espiritual; isto pode ser o passo inicial rumo a um novo paradigma; 

A mudança deve ser vista como o assumir o que é assimilável e benéfico e inseri-lo dentro de outra visão ou parâmetro mais globalizante e benfazejo; 

Quando passarmos a viver junto com a natureza e não sobre a natureza o sentido mais profundo de vida terá desabrochado e saído da infância. É aí que todos os setores humanos começarão a tomar seus verdadeiros rumos e os problemas globais começarão a ser vistos e solucionados com mais eficácia e boa vontade; 

O governo de si mesmo é a condição de solução essencial e primeira à problemática do mundo; 

A verdadeira educação é a base para acertos concretos e realizáveis em todos os setores do mundo em que vivemos.


- Esta temática é fartamente desenvolvida nos escritos de Alice Bailey, Torkom Saraydarian, Angela Maria la Sala Bata, Roberto Assagioli e Vicente Beltran Anglada.


Prof. Hermes Edgar Machado Junior (Issarrar Ben Kanaan)



Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O DISCÍPULO ENFRENTA DOIS CAMINHOS, E EM CADA UM VÊ A MESMA VISÃO


"Por qualquer caminho que um discípulo se aproxima de mim, lá estarei a sua espera." (Krishna)

Todos vivemos em Deus, mesmo que a maioria ainda viva inconscientemente de tal fato. Entretanto, dentro desta vivência, lacunas e necessidades, problemas e obstáculos nos desafiam constantemente no espírito de serviço em toda a parte.

Impera ao discípulo, particularmente, a necessidade de não algemar o coração ao medo e aos obstáculos que o impede ao trabalho em benefício coletivo. E não manter a ideia de que está na obra do mundo e do Plano Divino para "aniquilar" o que achamos que é "imperfeito". Isto é uma necessidade fundamental e sempre atual. Não estamos em condições evolutivas para julgamentos.

Quando a luz começa a penetrar verticalmente (do "alto") em nós, urge que devamos difundi-la horizontalmente (no mundo) sem medo e sem desejo de aniquilar o que pensamos ser imperfeito. Devemos sim, completar o que está "inacabado", como colaboradores e coadjutores do Plano Divino.

Porém, o problema da dualidade acentua-se, pois o homem não possui ainda qualidades e nível evolutivo suficientes para registrar a verdadeira luz. Aqui faz-se necessário que, em nosso serviço, a prudência e a vigilância sejam constantes, e que nunca esqueçamos que a solução e a luz nem sempre residem onde nós ou a opinião comum pretendem observá-las. Sendo assim, lacunas e obstáculos rondam constantemente àqueles que procuram servir.

Devemos ter sempre em mente que as portas da colaboração ao Plano e o Divino Amor permanecem abertas àqueles que identificam a chamada para o serviço. Além disto, toda a oportunidade de serviço é uma benção dos Poderes Divinos manifestados no homem.

Manter-se no "caminho do meio" ou no "centro" é estar consciente de que o campo de serviço, o nosso horizonte, é o mundo inteiro, e que a luz, o amor e o poder nos penetram verticalmente e constantemente para que possamos cumprir, horizontalmente, nossa parcela de serviço no Plano Divino.

É necessário, cada vez mais, àqueles que se aproximam da realidade do serviço deixarem de ser meramente aprendizes que não atendem ao apelo da "cruz de serviço", ou seja, receber verticalmente e atuar horizontalmente; receber a luz e distribui-la à humanidade.

Se observamos os caminhos da horizontal (o mundo) vemos quão necessário se faz a aplicação da luz; se observamos os caminhos da vertical (a "fonte") vemos quão disposta é a luz para acudir e estar em meio da sua criação. Talvez aí esteja uma das razões pelas quais o discípulo, em qualquer posição ou ponto de vista, vê a mesma visão ou senda. E por qualquer caminho há possibilidades de serviço e evolução. "Por qualquer caminho que um discípulo se aproxima de mim, lá estarei a sua espera." (Krishna)

Possam os leais servidores, os homens de boa vontade, os que buscam as corretas relações humanas, aqueles que estão compreendendo e ingressando na senda do serviço, os espontâneos, dedicados e realistas, os trabalhadores devotados e que não demonstram predileções pessoais, serem canais, veículos e cumpridores de sua parte no Plano Divino para a Terra.



Prof. Hermes Edgar Machado Junior (Issarrar Ben Kanaan)



Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O AMOR REVELA O PLANO DIVINO


Sabendo-se que a vontade de amar governa o relacionamento e estabelece a síntese, podemos procurar intuir o Plano Divino, tal como ele existe no coração de amor,  para assim podermos auxiliar a revelar o mesmo Plano. Intuir esse Plano Divino é corresponder e buscar o amor que o revela. E o amor sintetiza igualmente como a intuição.

Não adianta somente a postura de análise, dissecação e separação intelectual. Devemos procurar sempre sintetizar, ir às essências e perceber o global, caminho que só a intuição pode fornecer, pois a intuição está além da razão, é de um grau perceptivo maior.

Como o Plano Divino é revelado pelo amor, cabe a cada um de nós, individualmente e também como grupo, buscarmos a intuição que é o amor e o caminho das corretas relações.

Do instinto à emoção, da emoção ao intelecto (razão), e do intelecto à intuição: eis uma longa jornada evolutiva. Nada disso deve ser extinto ou ignorado, pois são necessários no nosso cotidiano. Porém tudo deve ser controlado, sintetizado e transcendido. O importante é chegarmos ao intelecto e, a partir deste. coordenarmos nossa mente, emoção e instinto. O intelecto é o precursor da intuição; a intuição vem impregnada de amor da alma, que é o essencial para um verdadeiro serviço amoroso e desinteressado.

O amor em ação que o Plano Divino nos revela como amor essencial é o que devemos buscar, contatar e trabalhar. Isto nos chega exatamente pela intuição, pelo intuir do Plano exatamente no "coração", no interior, no nosso Eu Divino.

O segredo é bem guardado, está oculto no nosso íntimo, no Eu Sou, mas está muito próximo ao mesmo tempo; está ao nosso alcance, dentro de cada um de nós, se assim o desejarmos.
  
                               
Prof. Hermes Edgar Machado Junior (Issarrar Ben Kanaan)



Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

segunda-feira, 20 de maio de 2013

GÊMEOS - 3º TRABALHO DE HÉRCULES - OS POMOS DE OURO DE HESPÉRIDES

No mito, as Hespérides eram três ninfas que habitavam um jardim secreto, onde crescia uma árvore que dava frutos de ouro. Hércules recebeu a tarefa de conseguir tais frutos, mas ninguém sabia onde o jardim ficava. O herói iniciou a sua busca indo para o norte, a procura da orientação do sábio Nereu. E muitas vezes ele encontrou Nereu sem reconhecê-lo, nem reconheceu as pistas que o sábio sutilmente lhe forneceu. Depois, Hércules foi para o sul e confrontou-se com a serpente Anteus, invencível quando em contato com a terra. O herói teve que erguê-la e sufocá-la no alto para alcançar a vitória e poder prosseguir. Então foi para o oeste e conheceu Busiris, que afirmava ser o único portador da verdade. Hércules acreditou nele e tornou-se seu seguidor, esquecendo-se de sua busca e perdendo muito tempo. Até que recordou e compreendeu certas palavras de Nereu: “A verdade está dentro de ti”. Assim libertou-se e retomou a busca das maçãs de ouro.

Em seguida, Hércules encontrou Prometeu acorrentado a uma rocha, com abutres comendo-lhe o fígado. E de novo esqueceu-se de sua busca, mas desta vez para ajudar alguém que precisava de socorro. Ele afugentou os abutres, libertou Prometeu e cuidou de suas feridas. E eis que Prometeu indicou-lhe a direção em que deveria procurar o jardim. Para o leste, então, Hércules foi, mas quando finalmente achou a árvore, viu Atlas ali próximo, sustentando o peso do mundo sobre seus ombros. E mais uma vez, Hércules se esqueceu do seu objeto de desejo e foi auxiliar Atlas em sua tremenda tarefa. Ele transferiu o peso dos ombros de Atlas para os seus próprios. Liberado, Atlas e também as Hespérides trouxeram as maçãs de ouro para Hércules, e assim o trabalho foi cumprido.


O signo de Gêmeos é o principal relacionado com o trabalho ativo do candidato ao Iniciado no plano físico, à proporção que ele chega a uma compreensão de si mesmo. Mas, antes que este trabalho ativo se torne possível, é obrigatório haver um ciclo de pensamento interior e de anseio místico. Tal é o tema deste trabalho de Hércules. 

Gemini, os Gêmeos – Signo do Ar (como também o são Libra e Aquário).

Qualidade: Amor e Sabedoria. Fluidez. Controle de cada par de opostos. O subjacente amor divino alcança nosso sistema solar através de Gêmeos.

Oposto Polar: Sagitário. Um signo do Fogo (unidirecionalidade; preparação para a iniciação).

Regentes: Exotérico – Mercúrio. Esotérico – Vênus.

Ao definir apenas a necessária conquista das maçãs e os cuidados a ser tomado, seu Mestre não lhe deu, propositadamente, o local específico onde encontrá-la. Por essa razão teve de percorrer o mundo de norte a sul, leste a oeste, até encontrar Nereu que, em um de seus múltiplos disfarces, indicou-lhe o caminho do Sul.

Na simbologia esotérica, o Sul representa o retorno ao Mundo físico, da mesma forma que o Norte ao do Espírito. É neste plano que qualquer candidato ao discipulado, deve lutar para vencer a ilusão e a miragem do Mundo das Formas, ou em outras palavras, não se deixar iludir com os aspectos da fascinação material e do psiquismo inferior. A chamada “miragem” é a representação das aparências, do engodo, assim como a terra – Géia – é sua representação mitológica.

Seu primeiro embate simbólico com a fascinação material se deu com a figura de Anteu, aqui representado por uma serpente (em outras oportunidades na literatura grega citado como um gigante, filho de Poseidon, deus das águas, e de Géia, a terra, que era invencível enquanto em contato com sua mãe), que somente foi derrotado quando erguido ao ar, momento em que perdeu sua força. E Gêmeos é o símbolo do ar.

No entanto, após vencer a primeira ilusão material, outra miragem cruza o caminho do herói, representada agora na figura mitológica de Busiris, outro filho de Poseidon, agora como uma mulher mortal comum. Ele se apresentava como um grande mestre, afirmando-se portador de grandes talento e sabedoria, depositário da verdade, capaz de conduzi-lo à Luz. Deixando-se vencer por suas palavras, cedeu aos seus encantos, até deixar-se dominar por completo. Mas, recordando-se dos conselhos de Nereu, e cansado de sua prisão, consegue libertar-se após muitos esforços, acorrentando Busiris no mesmo altar onde estivera preso. É no Plano Físico, ou seja, no Corpo Material, que a prova do trabalho de realização e de obtenção das maçãs de ouro da Sabedoria para o aspirante sincero tem lugar.

Um anseio de ser bom, um profundo desejo de averiguar os fatos da vida espiritual, esforços espasmódicos para a autodisciplina, oração e meditação, precedem quase que inevitavelmente, este real e tenaz esforço.

O lugar onde se obtém a experiência e onde as causas que foram iniciadas no mundo mental têm que se manifestar é na matéria. É o lugar, portanto, onde o Conhecimento é obtido, e onde deve se transmutar em Sabedoria, pois ela, a Sabedoria, é o onisciente e sintético conhecimento da Alma. Compreensão é a aplicação do Conhecimento sob a luz da Sabedoria aos problemas da vida e à conquista de seu objetivo.

Unificar a Alma ao Corpo, de tal forma que a dualidade de lugar à unidade, é a grande tarefa a se realizar no terceiro trabalho hercúleo. A unificação do “eu inferior” com o “eu superior”, do aspecto mortal e imortal, é o objetivo e a grande luta de todo aspirante.

Gêmeos é o signo da dualidade e de sua qualidade mental. Isto se enfatiza na história de Hércules, quando é influenciado por dois professores: Nereu, o instrutor superior (ou Alma) e Busiris, seu instrutor inferior (sua Razão).

Há em Gêmeos, duas estrelas denominadas de Castor e Pólux, ou os Gêmeos. Elas personificam dois grupos principais de estrelas, as Sete Plêiades e as Sete Estrelas de Ursa Maior, que são duas constelações no norte, ao redor das quais nosso universo parece girar. Esotericamente considera-se que esses dois grupos de estrelas representam Deus, o macrocosmo, enquanto que, em Gêmeos, Castor e Pólux simbolizam o Homem, o microcosmo. Estas estrelas também são chamadas de “Apolo” e “Hércules”, a primeira significando “o Governante”, e a segunda “aquele que vem trabalhar”. Representam os dois aspectos da natureza do homem, a Alma e a Personalidade, o homem espiritual e o ser humano através do qual aquela entidade espiritual está atuando.

Considerava-se Castor o símbolo do mortal e Pólux do imortal. Por estranha coincidência, a astronomia registra o fato de que a estrela Castor está perdendo seu brilho, não mais apresentando a mesma luz de vários séculos atrás; Pólux - o irmão imortal – cresce em brilho ofuscando seu irmão mortal. Isto simboliza a crescente potência da vida espiritual e do decrescente poder do eu - pessoal.

A dualidade enfatizada no signo de Gêmeos percorre um grande número de histórias mitológicas. Deparamos com os mesmos irmãos em Rômulo e Remo, por exemplo, e em Caim e Abel: um irmão morrendo e outro vivendo. Vemos o símbolo astrológico de Gêmeos nos dois pilares da Maçonaria e muitos acreditam que, se tivéssemos poder para acompanhá-la, a tradição maçônica poderia ser rastreada até aquele período anterior à era de Touro, quando o sol estava em Gêmeos, e até aquele grande ciclo no qual a raça lemuriana – a primeira raça estritamente humana – veio à existência onde o aspecto mente começou a emergir e a dualidade do homem tornou-se um fato na natureza.

A raça humana foi a terceira raça; e este trabalho que simbolicamente Hércules executou, é o terceiro. Era a Alma que ele buscava, e tem sido sempre a não-reconhecida busca do ser humano até que ele se reconheça como Hércules, e comece a se concentrar na busca das maçãs de ouro da instrução e sabedoria.

Assim, na tradição maçônica, está exemplificada a busca da família humana: a busca da Luz, a busca da Unidade, a busca da Divindade. Os dois pilares – Boaz e Jachin – permanecem como símbolo dessa unidade.

Gêmeos é predominantemente o signo do intelecto, e tem sobre a raça ariana especial efeito vital, desenvolvendo a faculdade da mente e do intelecto continuamente. Tem influência diretamente nos assuntos que dizem respeito às relações humanas, governando todos os aspectos da educação; lida com o conhecimento, as ciências e lança as bases para a sabedoria, além de representar “a relação entre” a dualidade.

No terceiro trabalho Hércules recebeu uma importante revelação e, nas cinco etapas de sua busca, sua educação foi desenvolvida.

As três constelações em conexão com Gêmeos são Lepus, a Lebre, Canis Major, o Cão Maior, e Canis Minor, o Cão Menor. 

Em Canis Major, o Mastim do Céu, encontramos Sírio, a Estrela do Cão, também conhecida na antiguidade como “a líder de todas as hostes celestiais”, com brilho dez ou doze vezes maior do que qualquer outra estrela de primeira grandeza; é o símbolo da Alma Universal, tanto quanto da Alma individual. É considerada a estrela da Iniciação.

Em Canis Minor, “o pobre coitado” ou o homem na encarnação física, sua principal estrela significa “a redentora”, e a segunda, “a carregadora de fardos” ou “a que carrega o fardo dos outros”, significando estes dois nomes o exemplo de Hércules, ao trabalhar por sua própria salvação, ao carregar o fardo de atlas, além de aprender o significado de “Servir”.

Lupus, em associação com estas duas constelações, contém uma estrela de coloração escarlate, quase uma gota de sangue, denominada por alguns de Bashtibeki, que significa “caindo em confusão”. Vermelho é sempre o símbolo do desejo das coisas materiais. Caracteriza o “eu inferior”, eternamente caçado pelo “eu superior”; a Alma humana perseguida pelo Mastim do Céu.

Toda esta história significa, realmente, a primeira lição que todos os aspirantes têm que aprender a dominar, o que é impossível sem haver passado pelas provas em Carneiro e Touro. Então, no Plano Físico, no campo do cérebro e em consciência vígil, o discípulo tem que registrar o contato com a Alma e reconhecer-lhe as qualidades. A grande lição resume-se no fato de que os candidatos não podem se esquecer, que não basta mais ser um visionário místico, mas há que somar à realização mística o conhecimento oculto da realidade. O conhecimento adquirido que lhe permite compreender melhor a Criação, um sincero desejo do Bem, o caráter refinado e uma pureza de intenções. Sem o serviço ao próximo, com o esquecimento de si próprio, de nada valem no progresso espiritual do iniciado.

Quando os aspirantes no campo religioso, no campo teosófico, no campo rosacruciano, e nos muitos grupos em torno do qual gravitam, tiverem aprendido a esquecerem de si mesmos no serviço, deixarem para trás o seu egoísmo espiritual e passarem a ajudar a humanidade, haverá uma muito mais rápida reunião de iniciados atravessando o portão do Caminho que conduz das trevas à Luz, e da irrealidade à Realidade.

Como todos que buscam com sinceridade, Hércules libertou-se do mundo da miragem psíquica pseudo-espiritual, e começou a servir. Inicialmente se libertou dos “abutres” do passado, do desejo que tanto tempo o torturava. O Plexo Solar, o estômago e o fígado são as exteriorizações da natureza do desejo. Deixou de ser egoísta e de satisfazer a si mesmo. 

No signo de Gêmeos recebeu duas difíceis lições e, sob o signo de Prometeu, que significa “o Deus encarnado” ou “o Deus Interno”, pode seguir para o serviço do mundo e aliviar Atlas de seu fardo.

Do sacrifício vem a recompensa; e para sua surpresa, depois que libertou Prometeu do altar onde fora aprisionado (deixando seu “eu - inferior” em seu lugar) e Atlas, abandonando sua busca em troca de ajudar o mundo (colocando-o em suas próprias costas) recebeu as maçãs de ouro, e foi colocado em contato com as três belas virgens, ou os três aspectos da Alma.

Ao dar início ao seu trabalho ele (Hércules) faz contato com sua Alma, simbolizada como Nereu; ao término do trabalho, tendo vencido muitas miragens, ele conquista uma visão muito ampliada de sua Alma, vencendo-a em seus três aspectos, cada um contendo em si a potência dos três princípios da divindade.

Aegle simboliza a glória da vida e o esplendor do sol poente; a magnificência da manifestação no plano físico. Ela oferece uma maçã a Hércules e diz-lhe: “O caminho até nós é sempre através de atos de amor”. Eritéia guarda o portão da Alma, que é sempre aberta pelo Amor-Sabedoria, e dá a Hércules outra maçã, na qual está inscrita em ouro a palavra SERVIÇO. Héspero, a estrela vespertina, a estrela da iniciação, personifica a Vontade. Ela diz a Hércules: “palmilha o Caminho”.

Corpo, Alma e Espírito; Inteligência, Amor e Vontade, visualizados e contatados pelo aspirante desprendido por meio do SERVIÇO ao próximo, a verdadeira FRATERNIDADE.



Texto baseado nos seguintes autores:

*** Alfredo Roberto Netto .'.
A.’.R.’.L.’.S.’. União e Solidariedade - 387


*** Ricardo A. Georgini
ricardogeorgini@yahoo.com.br
http://logosastrologiaesotericaport.blogspot.com/


*** Alice A. Bailey 
"Os Trabalhos de Hércules"

*** Walter H. Sampson 
"O Zodíaco: Uma síntese da Vida" 

*** Homer Curtiss 
"A Mensagem de Aquária"


Fonte da Gravura: 
As hespérides e os pomos de ouro
http://eventosmitologiagrega.blogspot.com

DESAPAIXONAMENTO - DESPAIXÃO - DESAPEGO

Despaixão ou desapaixonamento é a libertação das paixões, dos desejos e ambições que obscurecem e modificam a mente do ser humano. Leva ao desapego, à indiferença a todas as coisas ou ações do eu pessoal inferior (personalidade, ego). 

A tranquilidade e a paz da mente é alcançada a partir de uma atitude desapaixonada em relação ao prazer ou à dor ou às formas de bem ou mal. Desapego em relação a todas as formas que atraem nossos apetites e sentidos, quer possam causar danos ou não. Todas as formas devem ser igualmente transcendidas. O desapego deve substituir a dor e o prazer e é consequência do desapaixonamento ou despaixão. 

Levará todas as percepções sensoriais a desempenharem suas reais funções. É a libertação do anseio por todos os objetos do desejo, quer terrenos, quer tradicionais, aqui ou no futuro. 

Pela despaixão o aspirante e servidor ameniza os efeitos cármicos resultantes de suas atividades no cotidiano. 

É o nosso desejo que nos prende aos três mundos (físico-etérico, astral e mental concreto) e aos seres. "Prender a" é de natureza diferente de "união com". O primeiro está cheio de desejos e provoca obrigações e efeitos; o segundo está livre de desejos; produz a "identificação com" e não provoca efeitos que prendam aos três mundos. 

Pelo desapego, as formas de conhecimento com as quais o homem entra em contato pelos sentidos vão perdendo seu domínio. Finalmente chega a ocasião em que ele é finalmente libertado e é mestre de todos os seus sentidos e de todos os contatos sensoriais. Isto não envolve um estado em que os sentidos estejam atrofiados e inutilizados, mas que sejam úteis quando e como o homem o desejar, e ainda por ele utilizados para aumentar sua eficiência no serviço grupal e nos esforços grupais. 

Pela prática do desapego e da despaixão, torna-se possível ao homem reorientar-se de modo que a sua atenção não mais seja atraída, subjugada, excitada e iludida pelas exterioridades, pelos conteúdos inconscientes e conscientes e pelo fluxo de imagens mentais, emocionais e instintivas, mas seja retirada e fique sua atenção, no aqui e agora ou presente, dirigida exclusivamente sobre a realidade; por isto o desapego a todas as formas de percepção sensorial, tanto a superior quanto a inferior, deve ser desenvolvido pelos aspirantes e discípulos mundiais.

Despaixão, ainda pode ser dito, é a "indiferença" ao pequeno eu ilusório reencarnante (personalidade, ego, eu inferior). Ou seja, a sabedoria do senso de proporção e realidades das coisas; discernimento e crivo. 

A atitude de "não me importo" e a "indiferença" (no sentido esotérico) são métodos rápidos pelos quais se liberta o ser das demandas da personalidade (persona, máscara). São atitudes a serem adotadas, pela personalidade pensante e integrada do discípulo, ao corpo astral, ou seja, ao seu sentir e perceber. Então assume-se a atitude de que nada que produza qualquer reação de dor ou aflição no corpo astral é de importância. Estas reações são sensivelmente reconhecidas, vividas, toleradas, mas não produzem mais limitações porque o enfoque do discípulo é mental e na busca do intucional. Uma longa viagem do instinto à emoção, e da emoção ao mental, e do mental ao intucional.

A partir desse momento e enfoque que o verdadeiro discipulado e serviço à humanidade começa.


Prof. Hermes Edgar Machado Junior


Fonte da Imagem: Acervo de autoria pessoal


Leitura recomendada para aprofundar o tema: obras de Alice Bailey, Torkom Saraydarian, Roberto Assagioli, Angela Maria La Sala Bata, dentre outros.

CONHECIMENTO DIGNO


Nossos conceitos (e preconceitos) colorem e provisionam a maior parte do material de nosso pensamento. Sendo assim, como podemos nos assegurar de que nossas suposições básicas são corretas e que construímos através de um conhecimento correto?

Podemos ter essa segurança, segundo a ciência espiritual, somente quando nos basearmos no "ser", que é a realidade essencial. Daí baseados na verdadeira natureza, imaculada, sem o colorido da ilusão das preferências e enfoque no impermanente.

O conhecimento incorreto advém da percepção unicamente enfocada na forma, nos aspectos externos, no "ter", no ilusório e transitório, no impermanente. Eis a gênese do conhecimento errôneo e falso.
    
Para um conhecimento correto é necessário uma percepção, dedução e evidência corretas. A vida baseada no "ser".

Portanto, só conseguiremos esse conhecimento real a partir da meditação, estudo, concentração, reflexão e análise isentos de preconceitos, presunções, tradições e tudo mais que possa obstaculizar o pleno crescimento e evolução. Deste modo estaremos transpondo o nível de conhecimento para o de sabedoria.



Prof. Hermes Edgar Machado Junior (Issarrar Ben Kanaan)



Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sábado, 18 de maio de 2013

VAZIO


Vazio é uma modalidade de percepção, uma maneira de encarar as experiências. Ela não adiciona nada e não retira nada dos dados brutos dos eventos físicos e mentais. Você vê os eventos na mente e nos sentidos sem qualquer pensamento quanto à existência de algo por detrás deles.

Essa modalidade é chamada de vazio porque ela é desprovida das pressuposições que normalmente adicionamos às experiências para que elas façam sentido: as estórias e ideias sobre o mundo que criamos para explicar quem somos e o mundo no qual vivemos. Embora essas estórias e ideias tenham utilidade, o Buda descobriu que algumas questões mais abstratas que surgem em decorrência delas - sobre a nossa verdadeira identidade e a realidade do mundo exterior - desviam a nossa atenção da experiência direta de como os eventos influenciam uns aos outros no momento presente. Dessa forma, elas nos atrapalham quando tentamos entender e solucionar o problema do sofrimento.

Digamos por exemplo, que você esteja meditando e apareça uma sensação de raiva em relação à sua mãe. Imediatamente, a reação da mente é de identificar a raiva como "minha" raiva, ou de dizer que "eu estou" com raiva. Em seguida você elabora sobre a sensação, quer seja procurando encaixá-la dentro do seu histórico de relacionamento com a sua mãe ou como parte das suas ideias gerais sobre quando e onde a raiva em relação às nossas mães podem ser justificadas. O problema com tudo isso, sob a perspectiva do Buda, é que essas estórias e ideias causam muito sofrimento. Quanto mais você se envolve nelas, mais você desvia a atenção de enxergar a verdadeira causa do sofrimento: os rótulos de "eu" e "meu" que colocam todo o processo em movimento. Como resultado, você não consegue encontrar a forma de desemaranhar a causa e dar um fim ao sofrimento.

Se, no entanto, você conseguir adotar a modalidade vazio - não agindo ou reagindo em relação à raiva, mas simplesmente observando-a como uma série de eventos em si mesmos - você verá que a raiva está vazia de qualquer coisa com a qual valha a pena se identificar ou possuir. A medida que você domine a modalidade vazio com mais consistência, verá que essa verdade não se aplica somente a emoções mais grosseiras como a raiva, mas também, até para os eventos mais sutis na esfera da experiência. Esse é o sentido de vazio em todas as coisas. Quando você enxergar isso, compreenderá que rótulos como "eu" e "meu" são inadequados, desnecessários e que causam nada além de estresse e sofrimento. Então você poderá abandoná-los. Quando você os abandonar completamente, descobrirá uma forma de experiência ainda mais profunda que é completamente livre.

Para obter domínio sobre a modalidade vazio de percepção é necessário treinamento em sólida virtude, concentração e sabedoria. Sem esse treinamento, a mente tende a ficar na modalidade que cria estórias e ideias sobre o mundo. E sob a perspectiva dessa modalidade, o ensinamento sobre o vazio soa simplesmente como mais uma estória ou ideia sobre o mundo, com novas regras. Em relação à estória do seu relacionamento com a sua mãe, parece estar dizendo que na verdade não existe uma mãe, nem você. Em relação às suas ideias sobre o mundo, parece estar dizendo que, ou o mundo na verdade não existe, ou que o vazio é o grande fundamento não diferenciado dos seres, do qual todos viemos e para o qual algum dia todos retornaremos.

Essas interpretações não somente não atingem o significado de vazio como também evitam que a mente adote a modalidade adequada. Se o mundo e as pessoas na estória da sua vida realmente não existem, então todas as ações e reações nessa estória são como uma matemática de zeros e você irá se perguntar se existe alguma razão para a prática da virtude. Se, por outro lado, você vê o vazio como o grande fundamento não diferenciado dos seres para o qual todos iremos retornar, então qual é a necessidade para o treinamento da mente em concentração e sabedoria, já que todos chegaremos lá de todo jeito? E mesmo se precisarmos de treinamento para regressar ao nosso fundamento dos seres, o que irá evitar que escapemos dele e soframos novamente? Portanto, em todas essas alternativas a ideia de treinar a mente parece ser fútil e sem sentido. Ao focarmos na questão de se realmente existe ou não algo por detrás das experiências, a mente fica tomada por assuntos que impedem-na de penetrar na modalidade do momento presente.

Agora, as estórias e ideias sobre o mundo têm sua utilidade. O Buda as empregou para ensinar as pessoas, mas ele nunca usou a palavra vazio quando falava nessas modalidades. Ele contava a estória das vidas das pessoas para mostrar como o sofrimento surgia das percepções inábeis que estavam por trás das suas ações e como a libertação do sofrimento pode surgir sendo mais perceptivo. E ele descreveu os princípios básicos subjacentes ao ciclo de renascimentos para mostrar como as ações intencionais inábeis e prejudiciais conduzem à dor dentro desse ciclo e como as hábeis e benéficas conduzem ao prazer, enquanto que as ações deveras hábeis podem conduzir à completa superação do ciclo. Em todos esses casos, os ensinamentos têm como objetivo fazer com que as pessoas foquem na qualidade das percepções e intenções da mente no presente momento - em outras palavras, fazer com que elas entrem na modalidade vazio. Tendo conseguido isso, elas podem usar os ensinamentos sobre o vazio para o objetivo desejado: afrouxar todos os apegos a ideias, estórias e pressuposições, deixando a mente vazia de todo desejo, raiva e delusão e dessa forma vazia de sofrimento e estresse. E no final das contas, esse é o vazio que realmente vale.


Thanissaro Bhikkhu



(Desconheço a fonte do texto)
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sexta-feira, 17 de maio de 2013

VOCÊ CONTINUA VIVENDO COMO UM ZUMBI


Você continua vivendo como um zumbi - uma vida de rotina, todos os dias, repetindo o mesmo - sem nunca pensar que você ainda não fez a coisa mais importante: você ainda não encontrou a si mesmo.

Você não atingiu a consciência de si mesmo, você está empenhado em fazer o seu ego tão grande quanto possível.

Mas o ego é seu inimigo, não seu amigo. É o ego que lhe dá feridas e te machuca. É o ego que faz você  violento, furioso, ciumento, competitivo. É o ego que está continuamente comparando e sentindo-se miserável.

A consciência de si mesmo é a consciência do seu mundo interior, o reino de Deus. Quando você se torna ciente da enorme beleza do seu próprio ser - a sua alegria, a sua luz, a sua vida eterna, a sua riqueza, o seu amor transbordante - você se sente tão abençoado que pode abençoar o mundo inteiro, sem qualquer discriminação.

Mate o ego, porque ele está escondendo sua alma autêntica. E descubra sua alma, que vai ser a sua consciência de si mesmo.



Osho, em "The Hidden Splendor"



Fonte: www.palavrasdeosho.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

AÇÃO DO PENSAMENTO


Todo pensamento cultivado se incorpora à conduta do homem.

O pensamento é força que plasma desejos cuja consistência varia de acordo com a incidência da ideia geradora.

O mundo parafísico é constituído de energia mento-neuro-psíquica maleável à vontade que age sobre ela, elaborando as formas nas quais o indivíduo se aprisiona ou com elas se liberta.

A conduta mental responde pelo comportamento físico e moral.

Hábito é vida, na ação do dia-a-dia.

O ódio contumaz atira dardos destruidores como o ouriço irritado lança espículos ferintes.

A mágoa constante intoxica e enferma, à semelhança do pântano que exala miasma venenoso.

A revolta contínua alucina, tanto quanto a serpente agressiva pica e mata.

A inveja permanente desarticula a capacidade de julgamento equilibrado, qual ocorre com o ciúme que se atormenta e persegue com desatino.

Os lobos caem nas armadilhas para lobos.

Quem semeia desequilíbrio, defronta tempestades.

A amizade pura exterioriza simpatia afável como a violeta, o perfume agradável.

O amor irradia beleza, da mesma forma que a terra cultivada oferta o pão.

A bondade natural cativa o próximo, como a paisagem iluminada ganha a emoção superior.

O perdão indistinto aureola de paz que contagia, à semelhança da luz que penetra e aquece.

Cordeiros pastam com cordeiros.

A vida responde conforme a proposta da questão.

Quem esparge esperança recolhe bênçãos.

O homem é a sua vida mental, que lhe cumpre educar e movimentar a bem de si próprio e do progresso geral, co-construtor que é, consciente ou inconscientemente, na obra da divina Criação.



Divaldo Pereira Franco/Carneiro de Campos





Fonte: do livro "Seara do Bem"
(Publicado em www.caminhosluz.com.br)
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

quarta-feira, 15 de maio de 2013

O VERDADEIRO TRABALHO ESPIRITUAL


Quando estudamos espiritualidade pela primeira vez, geralmente nossa intenção é ajudar a nós mesmos. Gostaríamos de nos tornarmos pessoas melhores, vivendo vidas melhores. Nosso objetivo é ter menos pensamentos negativos, menos julgamento e menos relacionamentos “tóxicos”.

Mas em algum momento, um verdadeiro aluno percebe que a Kabbalah não se trata de autoajuda. Trata-se de ajudar os outros, pois a melhora em nossas vidas é apenas o resultado de sermos um grande canal para melhorar a vida dos demais.

O verdadeiro trabalho espiritual é importar-se com a elevação espiritual do mundo inteiro.




Rav Yehuda Berg




Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal





TER SUCESSO PELO BEM COMUM E NÃO À CUSTA DOS OUTROS


Uma pessoa pode alcançar o amor geral por toda a humanidade, toda a natureza e toda a realidade a partir do amor dos amigos. Então, ela vê que o nosso mundo também assume uma forma onde há apenas atributos, onde não há matéria, mas apenas uma força. Esta força é a única coisa que opera no mundo em suas diferentes variações.

Não há mundo corporal e espiritual separados, mas apenas um mundo. Se a pessoa olha para si mesma e para o mundo inteiro corretamente, ela entende que não há nada que foi criado contra ela, mas tudo foi criado apenas para o benefício da conexão entre nós e a ascensão à doação mútua, à conexão.

Assim, do amor dos amigos, nós chegamos ao amor do Criador, isto é, o amor de toda a realidade, o desejo dar satisfação ao Criador. Doar ao Criador significa doar a todos. O termo “juntos” representa o Criador. A pessoa serve todas as criaturas e a força interior que as criou e anima, e através delas doa ao seu Criador que existe nelas.

Portanto, nós vemos que a sabedoria da Cabalá é um método muito prático. Nós podemos estudá-la como uma teoria por muitos anos e não avançar. O principal é a implantação real, e ela só pode ser realizada na conexão entre nós.

Assim, quando nos reunimos nestas Convenções, isso nos permite conectar e absorver o espírito geral. A quantidade de pessoas que se reúne ajuda-nos a chegar a uma grande intensidade. Elas não precisam ser necessariamente alunos antigos com grande experiência. A principal coisa é a força geral, quando cada um quer sair de si mesmo e entrar no outro, “derramar-se” para fora, e cair em seus braços. Assim, ela abre a percepção para o mundo e começa a descobrir a natureza, independentemente dos seus cinco sentidos físicos.

Há uma qualidade especial na conexão entre os amigos: como os seus pensamentos e opiniões são transmitidos de um para o outro, graças à sua adesão, todos são incorporados nas forças do outro, em seus atributos e sua perspectiva. Graças à incorporação geral, cada um recebe o poder de todo o grupo.

Cada indivíduo é pequeno e fraco, com poderes limitados. Mas tudo é organizado de modo que, se ele estiver incorporado no grupo, o qual não foi dado a ele por acaso, ele se completa através dele. Isso é o suficiente para sentir de forma plena todo o mundo espiritual. Nenhum de nós pode sentir a espiritualidade, mas através da conexão, todos podem adquiri-la.

É claro que a pessoa tem a chance de adquirir um grande desejo espiritual num grande grupo. É mais fácil de fazê-lo, porque é mais fácil de anular-se diante de uma grande sociedade, quando muitas pessoas influenciam a pessoa. Nós devemos apenas pressionar um pouco, e isso pode acontecer. Nós seremos capazes de transcender a nós mesmos e alcançar a realidade superior na incorporação entre nós. Eu espero que nós cumpramos isso e, juntos, descubramos a verdadeira realidade em que estamos vivendo.

Isso não é misticismo, mas uma ciência, a psicologia superior. Ao revelar o mundo superior, vamos descobrir as leis superiores da natureza, da qual a física moderna já está chegando perto. A física moderna está na fronteira da matéria, onde as leis corporais desaparecem, e é por isso que os físicos não conseguem descobrir o que está acima do tempo, espaço e movimento. Nós, no entanto, iremos revelar tudo isso, já que os nossos sentidos estarão prontos para isso. Então, vamos descobrir como devemos nos comportar corretamente no nosso mundo e como controlar nosso destino. Nós teremos a chave para o sucesso, não à custa dos outros, mas para o benefício de todos!


Rav Dr. Michael Laitman, PhD.


Da Palestra sobre a Importância da Reunião 10/05/13


Fonte: http://laitman.com.br/2013/05/ter-sucesso-pelo-bem-comum-e-nao-a-custa-dos-outros/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

PARÁBOLAS E SÍMBOLOS


Pergunta-se, frequentemente, por qual razão falava Jesus por parábolas.

A interrogação pode ser respondida após breve e cuidadosa reflexão.

Desejando que a Sua mensagem ultrapassasse o tempo em que era enunciada e o lugar em que se fazia ouvida, não poderia ficar encerrada nas formulações verbais vigentes, pela pobreza da própria linguagem.

Se assim fora, à medida que o tempo avançasse, ficaria superada em razão da maneira como fora formulada.

Utilizando-se, porém, da parábola, do conhecimento dos símbolos, deu-lhe caráter de permanência em todas as épocas.

A Semiótica ou disciplina que estuda os símbolos, demonstra a facilidade que os mesmos representam para o entendimento de tudo quanto é transcendental ou subjetivo, tornando-o de fácil identificação. Talvez o símbolo seja o recurso mais recurso de comunicação entre os seres humanos.

Especialistas em paleontologia encontraram-nos gravados em cascas de ovos há mais de sessenta mil anos, o que confirma a sua perenidade.

Todo símbolo reveste-se de um significado, não somente num como em todos os lugares, em qualquer idioma ou dialeto, facilitando o entendimento da sua representação.

Demais, uma narrativa amena, em forma de parábola, facilmente é entendida, ao mesmo tempo, memorizada, e quando é narrada, embora se alterem as palavras, o símbolo nela incluído ressalta e preserva-lhe o significado.

Convivendo com mentes pouco esclarecidas culturalmente, numa época de obscurantismo e de graves superstições, deveria superar os limites de então e coroar as futuras conquistas do conhecimento intelectual.

Concomitantemente, o seu objetivo era o de insculpir o pensamento no imo das emoções, e as parábolas, por centrarem o seu significado nos símbolos, jamais seriam olvidadas ou adulteradas.

Caberia à psicologia do futuro penetrar nos arcanos do inconsciente humano, no qual se arquivam todos os acontecimentos e se transformam em símbolos, que se fazem decompostos à medida que são liberados em catarse espontânea...

Uma figueira brava e uma rede de pescar, uma pérola e uma semente de mostarda em qualquer idioma e em todas as épocas preservam a sua realidade, facilitando o entendimento da narrativa na qual comparecem.

Desejando apresentar o reino dos Céus de forma inconfundível como deveria ser, totalmente desconhecido então, explicitado num símbolo adquiria fácil compreensão dos ouvintes e mais acessível assimilação emocional.

A moderna psicologia analítica, assim como a psicanálise penetram nos símbolos para interpretar os arquétipos, as heranças ancestrais, os mitos e contos de fadas, que se encontram arquivados nos recessos profundos do inconsciente humano.

Recorrem aos sonhos e às associações, para desvelar as imagens sombreadas e guardadas em símbolo que, interpretados, facultam trabalhar-se os conflitos, a fim de dilui-los. (...)

Todos os seres humanos têm no seu jornadear conflitos semelhantes aos do filho pródigo, que foge do lar, atraído pela ilusão do prazer e, tombando na realidade angustiante que desconhecia, retorna à segurança do pai generoso... (...)

A reflexão em torno das virgens loucas, insensatas e das prudentes, que se preservaram, teoriza, de forma segura, o significado da fidelidade ao dever de maneira muito especial. 

O pastor que vai em busca da ovelha extraviada, assim como a mulher que procura a dracma perdida, são especiais e inesquecíveis ensinamentos sobre a valorização e a dedicação pessoal. (...)

Todos os seres humanos estão incluídos no sermão do monte, quando o amor se transforma na fonte inexaurível da trajetória evolutiva dos Espíritos.

Por fim, ele exclamou: 

- O Reino dos Céus está dentro de vós... 

Exultai!



Fonte: trechos de mensagem psicografada por
Divaldo Pereira Franco
Centro Espírita Caminho da Redenção, Salvador/BA
http://www.caminhosluz.com.br/pesquisa.asp?s=parabola&tp=tit&x=-1075&y=-106
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

terça-feira, 14 de maio de 2013

NÃO HÁ NADA MAIS PARA CONSEGUIR


Quando duas essências se encontram, existe amor. E o amor é um fenômeno alquímico — assim como o hidrogênio e o oxigênio se encontram e algo novo, a água, é criado.

Você pode ter hidrogênio, pode ter oxigênio, mas, se estiver com sede, eles serão inúteis. Você pode ter tanto oxigênio quanto quiser, mas a sede não desaparecerá.

Quando duas coisas se encontram, uma coisa nova é criada. Essa coisa é o amor. E ele é como a água; a sede de muitas, muitas vidas é saciada. De repente, você fica satisfeito. 

Esse é o sinal visível do amor; você fica satisfeito, como se tivesse conseguido tudo. Não há nada mais para conseguir; você alcançou o seu objetivo. Não há outro objetivo além desse, o destino está cumprido. A semente virou uma flor, chegou ao seu florescimento máximo.

O contentamento profundo é o sinal visível do amor. Sempre que uma pessoa está amando, ela sente um profundo contentamento. O amor não pode ser visto, mas o contentamento, a satisfação profunda que a rodeia... sua respiração, cada movimento, todo seu ser demonstra contentamento.

Você pode se surpreender quando lhe digo que o amor faz com que você não tenha desejos, mas o desejo vem do descontentamento. Você deseja porque não tem. Deseja porque acha que, se tivesse algo, isso lhe daria contentamento. O desejo nasce do descontentamento.

Quando existe amor e duas essências se encontraram, dissolveram-se, fundiram-se e nasceu uma nova qualidade alquímica, o contentamento está presente. É como se toda a existência tivesse parado — nenhum movimento. 

Então o instante presente é o único instante. E aí você pode dizer, “Ah, este bolo está uma delícia”. 

Mesmo a morte não significa nada para o homem que ama.



Osho, em "Coragem: O Prazer de Viver Perigosamente"




Fonte: www.palavrasdeosho.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

RENOVAÇÃO EM AMOR


"E vós, irmãos, não vos canseis de fazer o bem”.  Paulo (II Tessalonicenses, 3:13)

Quando as crises te visitem, ante os problemas humanos, é justo medites nos princípios de causa e efeito, tanto quanto é natural reflitas no impositivo de burilamento espiritual, com que somos defrontados, entretanto, pensa igualmente na lei de renovação, capaz de trazer-nos prodígios de paz e vitória sobre nós mesmos, se nos decidimos a aceitar, construtivamente, as experiências que se nos façam precisas.

Se atingiste a integração profunda com as bênçãos da vida, considera a tarefa que a Divina Providência te confiou.

Deus não nos envia problemas de que não estejamos necessitados.

Aceitação e paciência, sem fuga ao trabalho, são quase sempre a metade do êxito em qualquer teste a que estejamos submetidos, em nosso proveito próprio.

Se qualquer tempo é suscetível de ser ocasião para resgate e reajuste, todo dia é também oportunidade de recomeçar, reaprender, instruir ou reerguer.

O amor que estejamos acrescentando à obrigação que nos cabe cumprir, é sempre plantação de felicidade para nós mesmos.

Onde estiveres e como estiveres, nas áreas da dificuldade, dá-te à serenidade e ao espírito de serviço e entenderás, com facilidade, que o amor cobre realmente a multidão de nossas faltas, apressando, em nosso favor, a desejada conquista de paz e libertação.


Francisco Cândido Xavier/Emmanuel




Fonte: do livro "Ceifa de Luz"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal