quarta-feira, 15 de maio de 2013

PARÁBOLAS E SÍMBOLOS


Pergunta-se, frequentemente, por qual razão falava Jesus por parábolas.

A interrogação pode ser respondida após breve e cuidadosa reflexão.

Desejando que a Sua mensagem ultrapassasse o tempo em que era enunciada e o lugar em que se fazia ouvida, não poderia ficar encerrada nas formulações verbais vigentes, pela pobreza da própria linguagem.

Se assim fora, à medida que o tempo avançasse, ficaria superada em razão da maneira como fora formulada.

Utilizando-se, porém, da parábola, do conhecimento dos símbolos, deu-lhe caráter de permanência em todas as épocas.

A Semiótica ou disciplina que estuda os símbolos, demonstra a facilidade que os mesmos representam para o entendimento de tudo quanto é transcendental ou subjetivo, tornando-o de fácil identificação. Talvez o símbolo seja o recurso mais recurso de comunicação entre os seres humanos.

Especialistas em paleontologia encontraram-nos gravados em cascas de ovos há mais de sessenta mil anos, o que confirma a sua perenidade.

Todo símbolo reveste-se de um significado, não somente num como em todos os lugares, em qualquer idioma ou dialeto, facilitando o entendimento da sua representação.

Demais, uma narrativa amena, em forma de parábola, facilmente é entendida, ao mesmo tempo, memorizada, e quando é narrada, embora se alterem as palavras, o símbolo nela incluído ressalta e preserva-lhe o significado.

Convivendo com mentes pouco esclarecidas culturalmente, numa época de obscurantismo e de graves superstições, deveria superar os limites de então e coroar as futuras conquistas do conhecimento intelectual.

Concomitantemente, o seu objetivo era o de insculpir o pensamento no imo das emoções, e as parábolas, por centrarem o seu significado nos símbolos, jamais seriam olvidadas ou adulteradas.

Caberia à psicologia do futuro penetrar nos arcanos do inconsciente humano, no qual se arquivam todos os acontecimentos e se transformam em símbolos, que se fazem decompostos à medida que são liberados em catarse espontânea...

Uma figueira brava e uma rede de pescar, uma pérola e uma semente de mostarda em qualquer idioma e em todas as épocas preservam a sua realidade, facilitando o entendimento da narrativa na qual comparecem.

Desejando apresentar o reino dos Céus de forma inconfundível como deveria ser, totalmente desconhecido então, explicitado num símbolo adquiria fácil compreensão dos ouvintes e mais acessível assimilação emocional.

A moderna psicologia analítica, assim como a psicanálise penetram nos símbolos para interpretar os arquétipos, as heranças ancestrais, os mitos e contos de fadas, que se encontram arquivados nos recessos profundos do inconsciente humano.

Recorrem aos sonhos e às associações, para desvelar as imagens sombreadas e guardadas em símbolo que, interpretados, facultam trabalhar-se os conflitos, a fim de dilui-los. (...)

Todos os seres humanos têm no seu jornadear conflitos semelhantes aos do filho pródigo, que foge do lar, atraído pela ilusão do prazer e, tombando na realidade angustiante que desconhecia, retorna à segurança do pai generoso... (...)

A reflexão em torno das virgens loucas, insensatas e das prudentes, que se preservaram, teoriza, de forma segura, o significado da fidelidade ao dever de maneira muito especial. 

O pastor que vai em busca da ovelha extraviada, assim como a mulher que procura a dracma perdida, são especiais e inesquecíveis ensinamentos sobre a valorização e a dedicação pessoal. (...)

Todos os seres humanos estão incluídos no sermão do monte, quando o amor se transforma na fonte inexaurível da trajetória evolutiva dos Espíritos.

Por fim, ele exclamou: 

- O Reino dos Céus está dentro de vós... 

Exultai!



Fonte: trechos de mensagem psicografada por
Divaldo Pereira Franco
Centro Espírita Caminho da Redenção, Salvador/BA
http://www.caminhosluz.com.br/pesquisa.asp?s=parabola&tp=tit&x=-1075&y=-106
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

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