quinta-feira, 27 de março de 2014

A VERDADEIRA PENITÊNCIA

Penitência não significa retirar-se para a floresta e viver de frutas e tubérculos. Na verdade, esse tipo de vida pode ser chamado de uma vida de tédio (thamas), e não de penitência (tapas). A verdadeira penitência consiste em controlar emoções, pensamentos, palavras e ações decorrentes das características Sátvicas, Rajásicas e Tamásicas. Você deve contemplar Deus em todos os momentos e alcançar a harmonia de pensamento, palavra e ação. Uma pessoa nobre é aquela cujos pensamentos, palavras e ações estão em harmonia completa (Manasyekam Vachasyekam Karmanyekam Mahatmanam). Não se deixe levar pela dor ou prazer. A Gita ensina que se deve ser equânime na felicidade ou na tristeza, ganho ou perda, vitória ou derrota. Deve-se cumprir seu dever com a máxima sinceridade e servir à sociedade sem qualquer expectativa de recompensa. Tal estado de equanimidade e de ausência de desejos é a verdadeira penitência.




Sathya Sai Baba




Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: http://www.morguefile.com/

SUPERANDO A INSEGURANÇA

Recentemente me perguntaram a respeito da raiz da insegurança. Respondi que certamente, em um nível, há motivos psicológicos para que nos sintamos inseguros. Por exemplo, talvez w, y ou z tenham acontecido durante minha infância, de tal forma que tenham causado insegurança em uma ou outra área.

Do ponto de vista metafisico, entretanto, o motivo pelo qual podemos nos sentir inseguros nesta vida, é que EXISTEM CERTOS NÍVEIS QUE NÃO ALCANÇAMOS EM NOSSA VIDA ANTERIOR.

De certa forma, é como se tivéssemos sido preguiçosos demais para realizar tudo que poderíamos ter realizado e assim, quando retornamos a este mundo, trazemos conosco um sentimento incomodo de que não somos suficientemente bons, porque nossa natureza espiritual sabe que poderíamos ter feito as coisas de forma diferente na última vez que aqui estivemos. Talvez, por exemplo, haviam pessoas que poderíamos ter ajudado, mas dissemos: "Não, vou deixar para fazer isso na próxima vez."

Então, agora é a "próxima vez".

Assim, o propósito global desse tipo de insegurança é na verdade positivo: se a utilizamos da forma correta, ela pode nos ajudar a nos forçarmos a fazer mais e a continuar a lutar para revelar nosso potencial neste mundo.

Vamos supor que não esteja com vontade de ir a uma festa porque me sinto insegura e receosa de que ninguém vá gostar de mim lá. Neste caso, tenho a oportunidade de fazer algo diferente. Isso não significa que tenha que ir ao extremo oposto e ser a pessoa mais extrovertida e gregária da festa, mais significa que talvez eu devesse dizer a mim mesma: "Olha só, eu vou a essa festa e vou tentar ser a pessoa que consigo ser. Desta vez vou fazer as coisas de outra maneira."

Lembre-se de que a insegurança começa com: "Eu" e não "Nós" e que a maneira de superá-la é empurrar a nós mesmos e dizer: "Talvez eu não seja tão bom quanto meu irmão, mas eu sou tão bom quanto posso ser e posso fazer tanto quanto sou capaz de fazer."

Na vida, no momento em que dizemos: "Não consigo fazer" ou "É difícil demais para mim", estamos voltando para o lugar da insegurança de onde nos originamos. Não estou dizendo que deveríamos ter uma postura perfeita ou que devemos ser absolutamente o máximo em tudo que fazemos. O que estou querendo dizer é que ao nos apresentarmos, seja qual for a situação que nos desafie, o universo estará nos dando a oportunidade de dizer: "Sabe de uma coisa? Talvez eu consiga fazer isso. Deixe-me tentar mais uma vez".




Karen Berg




Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

quarta-feira, 26 de março de 2014

ESPÍRITOS COMO ADIVINHOS

Muitos imaginam os Espíritos como adivinhos infalíveis, detentores de todo saber, protetores perfeitos, capazes de todos os prodígios. Se assim fosse, não haveria espírita com dúvidas e problemas. Houve um tempo em que, dirigentes desavisados ou com pouco conhecimento das obras básicas estimulavam essa tendência, transformando os Centros Espíritas em gabinetes de consulta, envolvendo médiuns sem disciplina e orientadores sem orientação. Muitos deles acreditavam que com este tipo de fenômeno a Casa Espírita ficava cheia. Mas, infelizmente, ficava cheia de curiosos. Quando os fenômenos acabavam, eles também iam embora. Como disse o espírito Nora, no livro “Aconteceu na Casa Espírita”: “A doutrina espírita não está interessada em lotar a casa espírita com pessoas que procuram simplesmente "fenômenos". A pretensão é simples, que é fazer vibrar entre as paredes da casa os ensinos de Jesus e Kardec. O mais importante é receber fraternalmente os que nos procuram, socorrê-los quanto possível, oferecer conhecimento doutrinário, despertando as criaturas para a transformação moral; o resto é consequência deste processo do bem realizado".




Rudymara




Fonte: Grupo de Estudo "Allan Kardec"
http://grupoallankardec.blogspot.com/
Fonte da Gravura: http://www.morguefile.com/

SEU CORAÇÃO É SEU TEMPLO

Você frequentemente deseja que tivesse paz. Na verdade, todo ser quer paz, mas poucos a tem. Eles só vêem fragmentos em todos os lugares. De onde você obterá paz? Ela está presente aí mesmo, dentro de você. Encha seu coração completamente com amor - então você se fundirá na paz presente em seu coração. Não haverá agitação. Uma mente livre de agitação lhe conferirá paz. O que é a verdade? Tudo o que vem de um coração amoroso é a verdade. O que é retidão (Dharma)? Todas as ações que emergem do âmago do seu coração, todas as ações feitas por amor altruísta são Dharma. Hrud + Daya = Hrudaya. Amor e Compaixão devem permear seu coração. Tenha fé que o seu coração é seu templo e não há nenhum templo maior que ele. Na verdade, é um lugar permanente e puro para o Senhor, só que você deve mantê-lo assim.




Sathya Sai Baba




Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: http://www.morguefile.com/

A LUZ QUE BUSCAMOS

Na maioria das vezes, as respostas que almejamos, encontram-se dentro de nós.

Algumas quedas sofridas, na verdade, depois se tornam a chance de nos reerguemos espiritualmente.

Solidão que queima a alma, no fundo, nos convida a refletir sobre o caminho que escolhemos trilhar.

Desilusões que ontem nos machucaram, hoje, transformam-se em bênçãos do Pai.

Sofrimento que bate a nossa porta, com o tempo, nos mostra outras portas que sempre estiveram a nossa frente, porém, não conseguíamos enxergar.

Mágoas que ferem o coração, acabam, perdendo a sua força e cedendo lugar ao amor.

Derrotas que nos desanimam a continuar, apenas estão nos preparando para verdadeiras vitórias.

Tristezas que se aproximam, no fim, se tornam verdadeiras reflexões perante os atos que estamos realizando.

Doenças que nos fragilizam, buscam nos levar ao encontro dos verdadeiros valores espirituais.

Desespero que nos consome, é nosso íntimo a gritar por renovação.

Dificuldades que nos atingem, apenas buscam preparar nosso Espírito para novas caminhadas.

Trevas que nos envolvem, nos ensinam a importância da confiança no Pai, porque com confiança, atravessaremos qualquer caminho.

Intrigas que se aproximam, também trazem consigo, a compreensão que deve ser exercida.

Espinhos nos ferem, porém, logo depois, passamos a perceber as flores que os acompanham.

Raiva que chega de repente, nos descontrola, mas a fé dentro de nós traz a serenidade.

Sim, todos os percalços que a vida nos apresenta, estão sempre acompanhados de grandes ensinamentos espirituais.

Nenhuma dor chega se não tiver um porquê.

Nenhuma doença se aproxima se não quiser nos mostrar algo.

Nenhuma tormenta paira sobre a nossa cabeça sem finalidade.

Porém, em cada um desses momentos, estejamos confiantes, porque se o sofrimento bate à nossa porta, a esperança já se encontra dentro de nós e é com ela que iremos renovar nossos caminhos e compreender o que se faz necessário.

Lembremos que, uma vez a lição aprendida, a dor cessará e novos horizontes nos convidarão a prosseguir a jornada.

E a luz que buscamos brilhará mais intensamente a nossa frente...




Sônia Carvalho




Fonte: do livro "E a Vida se Renova"
(via "Vídeos e Mensagens Espíritas")
http://videosemensagensespirita.blogspot.com/
Fonte da Gravura: http://www.morguefile.com/

A SIMPLICIDADE DO PARAÍSO

Os opostos se repelem na espiritualidade. Se Deus responde às nossas orações, Deus é a causa e nossa felicidade é o efeito. Os opostos se repelem, e portanto Deus não pode responder às nossas orações diretamente. Não iria funcionar. É por isso que as orações ficam sem resposta. Em vez disso, Deus nos dá dons, habilidades, talentos e sabedoria para que possamos nos tornar a causa e responder às orações de outras pessoas. E assim podemos ser a causa e ficamos idênticos a Deus. Assim, nos conectamos a Deus e, automaticamente, a Luz brilha em nossa vida e respostas às nossas próprias orações chegam – mas desta vez não somos o efeito.

Normalmente, a resposta vem através de alguém, quando damos a essa pessoa a oportunidade de se tornar a causa das orações de uma outra pessoa.

É brilhante e simples.

Agora, se as pessoas e as nações soubessem que essa era a forma como o mundo funciona, ao invés de lutar para tirar as coisas dos outros, estaríamos correndo por aí tentando nos tornar a resposta das orações de outras pessoas.

Imagine só, apenas imagine, se os países pensassem e se comportassem da mesma maneira.

(...)

Quando chegarmos a esse estado, todos nós alcançaremos a imortalidade e o paraíso, porque aí sim seremos todos a causa – e não há mais efeitos para criar espaço entre nós e a Luz de Deus.

Assim, como Rav Berg ensina, fazemos isso por ganância iluminada, e não por moral ou ética.

Toda a ideia é que ninguém na terra desista de nada ou abra mão de nada.

Pelo contrário, todos nós saímos ganhando.

Esse é o grande segredo que nos foi escondido por milhares de anos.

Somente o ego, o Satan, nos convence de que é melhor pegar do que dar.

Somente o ego nos diz que fazendo isso, acabamos com menos e que não há nenhuma força chamada Deus esperando para revelar sua infinita Luz e o paraíso, uma vez que nos tornamos a causa.

Somente o ego inflama medo dentro de nós para que falhemos ao encontrar a verdade sobre como nos preencher e realizar os nossos próprios sonhos.

Quem é que sabia que por ser a causa da realização dos sonhos de uma outra pessoa, eu inevitavelmente me tornaria a causa da realização dos meus próprios sonhos?

Os kabalistas sempre souberam.

Ouvimos a voz negativa do Satan, do ego, e vivemos a vida fazendo o oposto para encontrarmos nossa própria paz e a imortalidade.

E nós morremos a cada geração por causa disso.

Imagine se começarmos a viver a vida sendo a causa, ao invés de sermos o efeito .

Imagine só.


Billy Phillps




Fonte: Estudantes de Kabbalah
http://estudantesdekabbalah.com/2014/03/16/a-simplicidade-do-paraiso/
Fonte da Gravura: http://www.morguefile.com/

GERAÇÕES INFELIZES NA CAÇA DA “FELICIDADE” CONSTRUÍDA NAS AREIAS DA ILUSÃO

Após o ano de 1945, a Alemanha despedaçada era um cenário caótico sob o ponto de vista psíquico, social e econômico. Foi um desafio para nova liderança reorganizar a Nação, dividida entre duas disposições ideológicas: a Alemanha Ocidental (capitalismo) e a Alemanha Oriental (socialismo). Nesse panorama, encontramos a juventude europeia, notadamente a germânica, completamente sem rumo. Sociólogos, filósofos, pedagogos, psicólogos e professores muito se preocuparam com aquela geração de jovens marcada por inimagináveis agonias psíquicas, físicas e morais resultantes de um conflito estúpido, testemunhas oculares de uma guerra que teve início a 1º de setembro de 1939 com a invasão de Hitler à Polônia e se estendeu até agosto de 1945, com as detonações das duas bombas termonucleares em Hiroshima e Nagasaki, no Japão.

A interrogação que aflorava em cada um desse espantoso contingente de moças e moços depois da guerra era: e agora como será o nosso destino? Já não nos basta trabalhar, ganhar dinheiro, comer, beber, procriar! A vida não pode se resumir somente nisso. Contudo, a percepção materialista, na Europa, sobretudo com base na ideologia negativista de Jean-Paul Sartre, acabou reconduzindo aqueles adolescentes do pós-guerra à caverna, fazendo-os afundar nas masmorras das metrópoles e ali se confiando à fuga espetacular da consciência e da razão pela busca desenfreada do prazer alucinado do gozo imediato.

A juventude desgovernou-se e a filosofia da flor (“paz”) e do amor (“sexo”) assumiu dimensões assombrosas, solicitando de especialistas as propostas para preparação de novos conceitos filosóficos apropriados para conter a invasão da droga, do sexo e da violência. Instala-se a reedição do ancestral princípio de Diógenes (isolamento social, reclusão em casa e negligência de higiene são os principais padrões do comportamento), adicionado pela luxuosidade e desinteresse pela vida. O “Cinismo diogenano” esguichou nas últimas amostras filosóficas, transformando os alucinógenos e barbitúricos em rota de fuga da realidade e espetacularização da paranoia.

A geração do pós-guerra foi uma geração aniquilada. Com o advento da “Guerra Fria” dos anos 50, surge as manifestações da juventude transviada americana. Logo após apareceu a geração hippie como artifício do movimento de contracultura dos anos de 1960. Nos idos dos anos de 1970 encontramos uma geração com qualidades deprimentes. No Brasil convivemos com os patéticos “Anos Rebeldes”, em cuja circunstância os jovens, manipulados por ideologias materialistas, repugnavam o regime estabelecido. Na ocasião, alguns impetuosos admiradores do violentíssimo guerrilheiro “Che Guevara” somaram esforços no sentido de transplantar para a Pátria do Evangelho o execrando ateísmo materialista tramado pela Revolução Soviética, o que resultou em despropositados conflitos ideológicos, numa luta terrorista, por reivindicações menores no que tange à situações econômicas e sociais.

Nos anos de 1980 e 1990, houve uma invasão generalizada de ideologias extravagantes. Há irrupção dos desvios de vidas passadas, e surgem as gangues neonazistas, os bad boys, os Punks. Paralelo às buscas desses jovens estranhos, desencadeia-se, no anverso social, a explosão do consumo com o advento, em profusão, dos centros comerciais (Shopping Center). Os meios de comunicação quebraram os valores regionais e introduziram uma cultura uniforme, sem fronteiras. Em face de valores como o amor, a liberdade, a justiça e a fraternidade, que na prática perderam o conteúdo original, surgia uma nova realidade, o CONSUMO, estabelecendo os seus próprios valores: o sucesso e a competição.

Atualmente se faz menção a uma geração sem necessariamente compará-las com as mesmas características de gerações anteriores. Antigamente, quando se fazia referência à crianças, adolescentes ou pessoas mais velhas, generalizavam-se o comportamento e características das mesmas, independente da época em que viviam. Agora, estuda-se o comportamento do adolescente, considerando o modo de vida de sua época. De tal modo, procura-se entender que um adolescente do Século XIX, carrega características desiguais de um adolescente do início do Século XX, ou dos anos 50, 60 ou 90.

A primeira proposta para explicar essa querela foi batizada como Geração “X” (nascidos entre os anos 1960 e 1980). Geração essa constituída pelos filhos dos “Baby Boomers”(1) da Segunda Guerra Mundial. A Segunda geração foi a denominada Geração “Y” - Yuppie(2). Apesar de não haver um consenso a respeito do período da Geração “Y”, a maioria da literatura faz referência a ela como as pessoas nascidas entre os anos de 1980 e de 2000. São, por isso, muitos deles, filhos da geração “X” e netos da Geração “Baby Boomers”.(3)

Afirma-se que a Geração “Y” (Yuppie), também conhecida como Geração “Next” ou “Millennnials”, é uma geração infeliz.(4) São jovens profissionais entre os 20 e os 40 anos de idade, geralmente de situação financeira intermediária entre a classe “média” e a classe “alta”. Em geral possuem formação universitária, trabalham em suas profissões de formação e seguem as últimas tendências da moda. Para Paul Harvey, professor da Universidade de New Hampshire, nos Estados Unidos, a geração Y tem “expectativas fora da realidade e uma grande resistência em aceitar críticas negativas” e “uma visão inflada sobre si mesmo”.(5)

Na experiência de cada geração, o jovem encontrará adultos inescrupulosos, ambiciosos, calculistas (ex-jovens sem ideais) e isso muitas vezes o deixará desanimado, esfriando-lhe o entusiasmo e o idealismo; apesar disso, não deve congelar o ânimo, porque também encontrará adultos idealistas, compreensivos, honestos. Um fato é real: quando o jovem (de qualquer geração) deixa de seguir os bons exemplos dos homens honestos e idealistas e se abate na amargura, a sociedade terrena sofre um prejuízo irreparável, isso porque a melhora do mundo depende invariavelmente das novas gerações.

Para a “infeliz” Geração “Y” podemos afirmar que a “felicidade” é um assunto subjetivo. Não há como restringi-la a discursos improdutivos, pois tendemos a configurá-la num modelo “perfeito”, num padrão que se enquadre para todos. E não existe um molde de felicidade, cada um atinge do seu jeito. Não há como alcançar a tal felicidade racionalmente, é impossível medi-la ou discorrê-la como um padrão que sirva para todos, o tempo todo. A percepção de “felicidade” é uma experiência pessoal, exclusiva para cada indivíduo.

No campo filosófico, as gerações podem entender que elas também têm o “direito” de ficar “(in)felizes” e que aflição não é enfermidade, mas parte da condição humana – e que, sem ela, não temos o ensejo de mensurar a virtude da resignação. Portanto, em tempos de tirania da “felicidade”, acatar e permitir essa aflição diária é uma forma de resistência, uma espécie de ventura. O ESPIRITISMO ESCLARECE QUE A FELICIDADE "É UMA UTOPIA A CUJA CONQUISTA AS GERAÇÕES SE LANÇAM SUCESSIVAMENTE, SEM JAMAIS LOGRAREM ALCANÇÁ-LA. Se o homem ajuizado é uma raridade neste mundo, o homem absolutamente feliz jamais foi encontrado.”(6)

Há dois mil anos o Cristo avisou que "A FELICIDADE NÃO É DESTE MUNDO", portanto, por elevadas razões, as gerações que se sucedem continuamente necessitam VIVER NO MUNDO SEM ESCRAVIZAR-SE AO MUNDO MATERIAL SOB O JUGO DE INSANA BUSCA POR UMA FELICIDADE CONSTRUÍDA NAS AREIAS DA ILUSÃO.




Jorge Hessen




Fonte: http://aluznamente.com.br
Fonte da Gravura: http://www.morguefile.com/



Notas e referências bibliográficas:

(1) Baby Boomer é uma definição genérica para crianças nascidas durante uma explosão populacional - Baby Boom em inglês, ou, em uma tradução livre, Explosão de Bebês. Dessa forma, quando definimos uma geração como Baby Boomer, é necessário definir a qual Baby Boom estamos nos referindo;
(2) "Yuppie" é uma derivação da sigla "YUP", expressão inglesa que significa "Young Urban Professional", ou seja, Jovem Profissional Urbano;
(3) Há outras definições para diferentes Gerações:
Geração Z (formada por indivíduos constantemente conectados através de dispositivos portáteis e, preocupados com o meio ambiente, que pode ser integrante ou parte da Geração Y).
Geração Alfa (Ainda sem características precisas definidas, poderão ser filhos, tanto da geração Y, como da Geração Z).
After Eighty: Geração de Chineses nascidos depois de 1980 (equivalente à Geração Y para os ocidentais).
Beat Generation: Geração de norte-americanos nascidos entre as duas Guerras Mundiais.
Lost Generation (Geração Perdida): Expatriados que rumaram para Paris depois da Primeira Guerra Mundial;
(4) O site Wait But Why publicou a reportagem “Why Generation Y Yuppies are Unhappy” ilustrando com detalhes as prováveis razões pelos quais a atual geração Y está infeliz;
(5) Disponível em <http://www.fashionbubbles.com/comportamento/o-motivo-da-infelicidade-da-geracao-y/>, acessado em 28/01/2014;
(6) Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.V, item 20, RJ: Ed. FEB, 1999.



Obs.: Leia o texto "O SUCESSO NÃO É POSSÍVEL", de OSHO:
http://coletaneas-essenciais.blogspot.com.br/2014/03/o-sucesso-nao-e-possivel.html

COMPAIXÃO - CORAÇÃO

Eu me importo com a honra de todos os seres, como um irmão a um irmão, como um benfeitor a uma causa. Os padrões da humanidade são cheios de mistérios, mas ainda assim eu tenho coração para permanecer sintonizado a este vasto caleidoscópio de experiências. Eu sou parte dele, compartilhando as doces e amargas lições do mundo. Entendendo a importância de cada ser humano, cada criatura, cada planta, eu aprendo a ser não-egoísta no meu amor.

Quando você se cura, nada pode feri-lo. Quando você não guarda nada mais em seu coração, você pode ter o poder do amor dentro de você. Deus torna responsáveis aqueles que são leves. Todos confiam naqueles que permanecem tutores altruístas. Mais responsabilidades são dadas a eles e isso os torna verdadeiramente dignos. Eles recebem cooperação de todos porque fazem tudo com um coração amoroso.




Brahma Kumaris




Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: http://www.morguefile.com/

terça-feira, 25 de março de 2014

UM TESTE DE CERTEZA

A vida é uma serie de testes. Nossa certeza na Luz é testada todos os dias. Quando chegamos à espiritualidade, geralmente nossa vida muda. Podemos fazer novos amigos e abrir mão dos antigos. Às vezes as coisas melhoram, mas mais frequentemente elas ficam mais difíceis. Da mesma forma que fazemos esforço na academia para ter um corpo saudável, precisamos nos esforçar em nossa espiritualidade: precisamos passar por testes.

Rabi Shimon, o autor do Zohar, passou quatorze anos numa caverna, fugindo da perseguição de seus opositores. Ao sair, seu corpo estava atrofiado e repleto de feridas. Mas quando seu sogro se aproximou dele, chorando ao ver seu corpo ferido, ele lhe disse: " Se não fosse por essas feridas, eu não seria quem sou." Em outras palavras, se não tivesse passado por essa dificuldade, ele não poderia ter revelado a Luz que revelou para o mundo.

Não penso que haja alguém neste mundo que mesmo nos momentos mais desesperadores dirá que sua certeza na Luz é sempre inabalável - não somos anjos e a vida é dura. Coisas acontecem.

O ponto é que mesmo quando não temos certeza em um determinado momento, isso não muda a certeza da presença da Luz, que é imutável. Se nos encontrarmos nas profundezas do desespero, precisamos saber que talvez o Criador esteja abrindo a porta para nós em um lugar diferente, para que possamos nos tornar as pessoas que estamos destinadas a ser.




Karen Berg




Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

QUAL É O FUTURO DO YOGA?

garbha pindasana 300 Qual é o futuro do Yoga?


O desenvolvimento tecnológico moderno, crescente e ilimitado, nos põe face a face com o poder humano frente ao domínio da natureza. Somos cada vez mais senhores das comunicações à distância, das conquistas espaciais, do aproveitamento racional do tempo, da juventude prolongada e da morte adiada. Parece que nossa ambição de conquistas tecnológicas desconhece qualquer limite. Temos a nosso favor todos os frutos desse desenvolvimento. Podemos nos comunicar com pessoas de todas as partes e de diferentes culturas do mundo e ter acesso a qualquer tipo de conhecimento através da internet. Temos uma indústria farmacêutica gigante que alivia nosso sofrimento físico e que promete aliviar também o nosso sofrimento psíquico. Suplementos alimentares garantem um equilíbrio nutricional perfeito para o funcionamento do nosso organismo. As intervenções médicas são cada vez mais especializadas e a busca pela cura de doenças, antes fatais, nos dão esperança do prolongamento da nossa existência.

O Ocidente é mestre no desenvolvimento de tudo aquilo que tende a facilitar a vida humana e economizar o tempo, tornando-o mais produtivo. Ou seja, busca-se mais resultado do trabalho com menos esforço e tempo. E assim a humanidade se desenvolve. Por que então praticar Yoga neste mundo tão rápido, pragmático e imediatista?

Talvez porque o mundo moderno seja o mundo das contradições. A depressão é o mal do século que, ironicamente, convive lado a lado com uma intensa e extravagante indústria do entretenimento e do lazer, movida pela busca incessante de um eterno estado de euforia. A pergunta é: “por que não estamos felizes?”. Se dependêssemos apenas de pílulas para garantir nossa felicidade, estaríamos plenamente satisfeitos, pois o “trio maravilha”, ou seja, prozac, viagra e xenical, nos aliviariam das dores da alma, das dificuldades sexuais e nos garantiria o corpo de modelo, tão sonhado e arduamente almejado pela maioria dos pobres mortais.

Diz o velho ditado que, se não encontramos nosso caminho (nosso sadhana) pelo amor, o encontramos pela dor. O “trio maravilha”, ou a “santíssima trindade” da modernidade, parece que realmente não está dando conta do recado. Parece que existe algo mais que a eterna busca pelo dinheiro, pelos bens materiais, pelo status profissional, pelo corpo perfeito, pelos prazeres dos sentidos, pela juventude infinita.

Estamos em Kali Yuga, era do declínio espiritual. Enquanto a ciência avança a passos largos em todas as esferas do saber humano, o sofrimento psíquico, ou, podemos pensar, o sofrimento da alma, se aprofunda, e nos sinaliza que as aflições humanas não são sanadas com conquistas externas. O desenvolvimento tecnológico e econômico certamente é vital para sobrevivência da humanidade, sobretudo na garantia de condições que possibilitem a existência humana com dignidade e com usufruto total de suas potencialidades na vida terrena. No entanto, os exageros do mundo moderno tendem a nos afastar de nós mesmos.

Yoga busca a nossa evolução enquanto seres humanos. O desenvolvimento externo de nada adianta se não é acompanhado pelo desenvolvimento interno. Yoga, após milênios de existência, adentrou no universo ocidental, e tem, cada vez mais, praticantes e estudiosos entusiasmados com as descobertas interiores desse caminho. A vida moderna parece desumanizar o ser humano, através de relações sociais utilitárias e mecanizadas, permeadas por interesse e pragmatismo. Banalizamos o cotidiano e estamos retirando todos os rituais que os antigos praticavam em respeito à sacralidade da vida. Yoga nos propõe um mergulho em nós mesmos em busca da nossa essência espiritual, que nos leva a reconhecer no outro a existência dessa mesma essência que nos sustenta.

O futuro do Yoga é desafiante, pois trilhar o caminho do auto-conhecimento em um mundo cada vez mais voltado para o auto-desconhecimento pressupõe muito esforço pessoal para manter-se em pé frente às turbulências de Kali Yuga. Estamos diante de um desafio, que nos instiga a harmonizar o progressivo desenvolvimento externo que nos circunda, através dos ganhos e das dificuldades que isso tudo gera, com o nosso crescimento interno, que pressupõe um caminho de interioridade, um recolhimento dos sentidos.





Subhashni Arora




Fonte do Texto e da Gravura: Ekadanta Yoga
http://www.ekadantayoga.com.br/

O SUCESSO NÃO É POSSÍVEL

Uma mulher que estava sentada em um carro conversível parado na rua percebeu que o homem que estava em pé, próximo a ela, balançava a cabeça para um lado e para outro como se fosse um parquímetro. A curiosidade da mulher foi se aguçando e ela perguntou a ele o que estava fazendo.

“Bem, assim eu posso marcar o tempo”, respondeu o homem.
“Ah, e que horas são, então?” perguntou ela.
“Quatro e meia”, disse ele, ainda balançando a cabeça.
“Você está enganado, meu caro, são quinze para as cinco”.
“Hum! Então, eu devo estar atrasado!” respondeu o homem, enquanto aumentava o ritmo do seu balançar.

É assim que as coisas prosseguem: se você não alcança algo, você acha que talvez não tenha feito o esforço que se fazia necessário ou você foi lento ou o seu espírito de competitividade não foi o bastante para competir com os demais ou não foi agressivo o bastante, ou não foi violento o bastante; que você foi letárgico e preguiçoso; que, da próxima vez, terá que se sobressair; da próxima vez, você quer provar que tem brio.

Isso não tem nada a ver com brio. Você fracassou porque o sucesso não é algo possível. Você não fracassou devido aos seus esforços, velocidade ou pouca agressão. Não, você não fracassou porque foi imperfeito. Você fracassou porque fracassar é a única possibilidade no mundo. Ninguém alcança o sucesso. Ninguém pode ter sucesso! O sucesso não é possível. OS DESEJOS NÃO PODEM SER PREENCHIDOS. E AS PROJEÇÕES NUNCA PERMITEM QUE VOCÊ VEJA ESSA REALIDADE E VOCÊ FICA APRISIONADO.

Você também experimenta o mesmo fracasso várias vezes, como eu experimentei. Você também experimenta o mesmo fracasso várias vezes como Buda ou Saraha experimentaram.

Então qual é a diferença?

A única diferença é que você experimenta o fracasso, mas você não aprende nada com ele. Esta é a diferença.

E no momento em que você começar a aprender com essas experiências você será um iluminado, um buda.



Osho, em "A Visão Tântrica - Discursos Sobre as Canções de Saraha"




Fonte: http://www.palavrasdeosho.com/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

REVOLUÇÃO INTERIOR

O que é verdade só pode ser encontrado de momento a momento, não é uma continuidade, mas a mente que quer descobrir isto, sendo ela mesma produto do tempo, só pode funcionar no campo do tempo; portanto é incapaz de encontrar o que é verdadeiro. Para conhecer a mente, a mente deve conhecer a si mesma, pois não existe "eu" apartado da mente. Não existem qualidades separadas da mente, do mesmo modo que as qualidades do diamante não estão separadas do próprio diamante. Para compreender a mente você não pode interpretá-la segundo a ideia de outra pessoa, mas deve observar como sua própria mente trabalha. Quando você conhece o trabalho dela como um todo, como ela raciocina, seus desejos, motivos, ambições, buscas, sua inveja, ambição e medo então a mente pode ir além dela mesma, e quando o faz há a descoberta de algo totalmente novo. Essa qualidade de novidade confere uma extraordinária paixão, um tremendo entusiasmo que produz profunda revolução interior: e só esta revolução interior pode transformar o mundo, não qualquer sistema político ou econômico.




J. Krishnamurti




Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sexta-feira, 21 de março de 2014

ÁRIES - 1º Trabalho de Hércules - A CAPTURA DAS ÉGUAS DEVORADORAS DE HOMENS

Preâmbulo

Hércules, na mitologia grega, foi um Titã, ou seja, gerado pela união entre um ser Divino e um ser humano. Desta forma, todos nós somos titãs, pois somos manifestação da união da Centelha Divina com a parte humana.

Este titã, Hércules, foi enviado à Terra por seu Instrutor (Eu Superior) para realizar 12 trabalhos que o elevariam à categoria de herói, tirando-o da inconsciência e completando tudo o que é possível realizar na Terra. Esta é também a nossa condição através das reencarnações.

Na nossa caminhada evolutiva precisamos vencer estas 12 tarefas que são obstáculos que o ego impõe à plena manifestação do Espírito; como nem sempre logramos êxito total nestas batalhas, repetimos por várias vezes a mesma tarefa ...

Utilizamos o termo trabalho para qualificar o esforço pessoal na intenção de obter êxito na consecução de objetivos; não se refere ao dispêndio fortuito de energia nem ao trivial feito sem meta, sem entusiasmo. 

Serviço é estar à disposição para realizar o que for necessário sem visar ao desenvolvimento pessoal, porém ao coletivo, à humanidade. Para servir é preciso estar em ligação com o "Eu Superior" de maneira constante e, desta forma, participar da manifestação do Plano Divino na Terra sob a tutela da Hierarquia de Mestres e Mentores.

Tarefa é o que se realiza para que o trabalho seja concluído; é a manifestação concreta do trabalho, tem começo, meio e fim. O trabalho é perpétuo ao nível do Planeta Terra e, de tarefa em tarefa, vai sutilizando-se de modo que possa ser executado em tarefas cada vez mais complexas, tornando-se as provas progressivamente mais sutis.

Signos Zodiacais não representam, nesta explanação, o que se designa como signo solar nos horóscopos de nascimento. Sua identificação está muito além da conotação astrológica: referem-se à Energias Cósmicas que, atingindo o nível evolutivo do plano terrestre, assumem características que permitem à alma realizar trabalhos sobre a personalidade. O referencial não é astrológico, mas sim energético.



ÁRIES - 1º Trabalho de Hércules
A CAPTURA DAS ÉGUAS DEVORADORAS DE HOMENS


O MITO

Hércules recebe de seu Instrutor a mensagem de que partirá para uma missão que o tornará herói e vencedor. Esta missão compõe-se de doze etapas e Hércules assume uma atitude positiva perante o desafio e atravessa um portão que lhe é indicado, ingressando assim no primeiro trabalho, acompanhado de um amigo fiel que o encoraja e apóia.

O Instrutor diz a Hércules que ele está num local onde um senhor temível cria éguas selvagens que devastam a região, destruindo as plantações, a criação e os próprios seres humanos. As crias destas éguas nascem cada vez mais fortes, mais violentas. A paisagem é devastadora: um imenso pântano fétido pelo qual ecoam os relinchos terríveis destes animais maléficos.

A tarefa do herói compreende duas etapas: dominar as éguas e conduzi-las a um local onde elas se tornem inofensivas. Com facilidade, pois Hércules é forte e corajoso, as éguas são encurraladas, laçadas e confinadas. Percebendo que a parte mais difícil estava cumprida, ele deixa ao amigo o encargo de conduzir estas éguas ao local seguro predeterminado; mas este amigo é fraco, não tem a coragem de Hércules e sucumbe à ferocidade das éguas que acabam por matá-lo, voltando a ocuparem toda a região, ainda mais selvagens e perigosas do que antes.

Quando Hércules percebe o ocorrido, volta sobre seus passos e recebe o impacto de ver o amigo morto e as éguas devastando todo o ambiente. Observa-se, e da auto-observação nasce a humildade. Ele então decide retomar a tarefa, recaptura os animais e por suas próprias mãos os conduz ao local de paz que estava designado, guardando em seu coração a dor pela perda do amigo, enquanto o povo o aplaude, agradecendo-o.

O Instrutor faz-se presente, analisa seu desempenho, qualificando-o como notável; como houve esforço e sinceridade, considera o primeiro trabalho como feito, porém malfeito, ensinando-lhe que não existe fracasso, mas sim o aperfeiçoamento perpétuo das formas de execução como conseqüência do processo natural da

aprendizagem. Hércules recolhe-se num período de quietude em que pensa, medita e concilia os fatos, preparando-se para prosseguir a caminhada.


A SIMBOLOGIA

HÉRCULES simboliza o indivíduo que tem a personalidade (corpo físico-etérico, corpo emocional e corpo mental racional) iluminada pela alma.

A ALMA é o corpo intermediário entre o Espírito e a matéria física, entre o Eu Maior e a personalidade.

A FORÇA que ele manifesta não é o vigor físico simplesmente, mas a Inteligência, a força da alma atuando sobre os corpos mais densos, da mesma forma que, na passagem bíblica, o pequeno David pôde derrotar o gigante Golias. Há a necessidade de concentrar as energias da alma e manifestá-las na atividade física para que haja coragem, geratriz de força.

O AMIGO é a personalidade frágil e incapaz de atos de bravura quando não iluminada pela alma. Os corpos da personalidade são amigos fiéis da evolução espiritual de cada um de nós, mas precisam estar permeáveis à luz da alma para receberem força e orientação.

O SUCUMBIR DO AMIGO perante a ferocidade das éguas significa o inúmero conjunto de oportunidades em que a personalidade tenta agir somente sob o impulso egóico e tomba perante tendências inferiores arraigadas. Como diz Paulo de Tarso: "...o Espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca".

Quando Hércules lamenta e sofre a perda do amigo reflete a dor da alma quando os corpos se desgastam e sucumbem pelo atrito com a vida tridimensional; o corpo físico-etérico desgasta-se nos vícios, na má-alimentação, no deixar-se dominar por forças instintivas e reativas de qualquer espécie, inclusive as da sexualidade; o corpo emocional desgasta-se na emotividade exacerbada ou reprimida e no confundir das sensações com as emoções, na raiva, na angústia, na melancolia, no apego etc; o corpo mental desgasta-se nos julgamentos, nos preconceitos, nas tramas e articulações, na vingança.

As ÉGUAS personificam a mente inferior, individual e coletiva, que é cruel consigo mesma e com os outros, que é ilusória. Esta mente nasce e se alimenta das críticas não-construtivas, dos comentários maldosos, das conversas inúteis e maledicentes e precisa ser controlada pela mente superior, aquela que está ligada ao objetivo de vida, às metas, à inteligência, à intuição, ao discernimento e à reflexão para que se eleve acima da massa mental humana que não reflete, que atrita, que é belicosa e devasta a Terra e seus habitantes e que tem crias cada vez mais fortes.

O PÂNTANO é o ambiente gerado pelo domínio das éguas: traiçoeiro, movediço, não confiável; assim é também o meio que o homem criou para a sua manifestação ao nível mental e que acaba por materializar-se criando situações sócio-econômicas indignas e relações humanas deturpadas e cruéis. Este pântano fétido é o mental coletivo plenificado de ideias de usurpação, soberba, libertinagem e corrupção que criam o astral inferior da Terra (ou inferno) e acaba se concretizando em roubos, assaltos, estupros, guerras em todos os graus e níveis.

O SENHOR TEMÍVEL que cria as éguas é o grande covarde que não aparece para defender suas "crias"; é o que qualificamos como Satã ou Satanás: é o desejo que sobrevive através das ilusões, que as mantém e sustenta, transformando-as em éguas devoradoras e inconscientes, mas que só pode sobreviver através delas. Ou seja: sem ilusão não há desejo e sem este as ilusões não sobrevivem; é um círculo vicioso, a serpente que engole o próprio rabo.

O INSTRUTOR, em todos os trabalhos, representa o "Eu Superior", que atua através da energia chamada Comunhão dos Santos, em que está abolida a separatividade e existe a unidade, criando o plano de manifestação dos "Eu-superiores". Simboliza a Hierarquia, os Mestres, os Mentores que canalizam para a alma a Energia Crística do Amor e a Luz do Espírito Santo que é a Sabedoria.


CONCLUSÃO

Este trabalho refere-se ao primeiro signo zodiacal, ÁRIES, e é a síntese de todos os outros. Quando esta tarefa de dominar a mente inferior através da Inteligência e do agir com confiança, força e decisão, mantendo a fé e a coragem (ação com o coração), estiver feita e bem-feita, ou seja, devidamente concluída, todas as outras estarão realizadas.

Enquanto este trabalho estiver feito e malfeito, haverá outras tarefas, outras propostas, até que ele possa ser concluído.

Neste trabalho aprendemos a humildade, ou seja, o valor que temos como almas e o valor que passamos a ter como personalidades à medida que esta alma, iluminada pelo Espírito, deixa fluir Luz e Amor à vida terrena cotidiana, transparecendo o Divino em todas as atitudes, em todos os pensamentos. Compreendemos, no sentido de abranger, conter, abraçar, as limitações que temos como personalidades e, assim, ultrapassamos limites, ganhamos força de alma que advém do exercício constante do Poder sobre Si mesmo, sobre os desejos, sobre as ilusões. Este poder exercita-se todas as vezes que podemos TER, mas optamos conscientemente por ABSTER em prol do objetivo e do serviço.

Aprendemos a lidar com a decepção, até que percamos as ilusões e dominemos os desejos.


EXERCÍCIOS

1) Fazer como Hércules: refletir, usar a meditação, a reflexão, a oração e o silêncio interior e exterior como meios que propiciam o deixar fluir a Luz da alma, abrindo um canal de contato com o Instrutor.

É preciso ritmo e constância, com esforço no início, para que se crie o hábito e que o hábito gere uma segunda natureza, até que a meditação seja tão necessária para sua alma como o alimento para seu corpo físico.

Depois, este estado meditativo irá permeando todo o seu viver e tornar-se-á tão inerente ao cotidiano quanto o respirar na vida física.

Você estará numa constante oração, restando à mente manter o estado de vigília, e ao corpo, a ação.

Disse Jesus: "...vigiai e orai para não cairdes em tentação".

Jamais dê o trabalho como pronto, deixando que a personalidade conduza o processo. Para subir é preciso esforço; para cair basta descuidar e tropeçar (não se esqueça de que Hércules delegou a tarefa a seu amigo e terminou por perdê-lo, tendo que recomeçar).

E tenha sempre no consciente que o importante é a sinceridade, a "inteireza" e a persistência com que se executam as tarefas, por menores que possam parecer.

2) Ser constante é essencial: faça propostas que possa cumprir, caminhe espiritualmente de hora em hora, ou até por períodos menores, para que não se perca a atenção (não adianta tensão, é preciso estar atento). Diga para você mesmo: na próxima hora eu vou:

• concentrar-me no que faço;

• evitar qualquer julgamento;

• deixar de me precipitar nas decisões;

• evitar críticas e comentários sobre a vida alheia;

• evitar divagações;

• evitar conversas telefônicas dispensáveis;

• meditar e orar por cinco minutos;

• observar meus pensamentos;

• reverter uma atitude perniciosa;

• fazer algo de que não goste, mas que é benéfico, com boa-vontade;

• deixar de reclamar das atitudes dos outros;

• controlar meus apetites.

Quando conseguir, por uma hora, aumente o tempo e, quando achar que fracassou, não desista; lembre-se da lição do Instrutor a Hércules: 

“Não existe fracasso!"

Fracasso e decepção não são a mesma coisa!

Se você fizer propostas que não possa cumprir, será como aquela mãe que, num momento de nervosismo, diz ao filho que vai atirá-lo pela janela!

O filho sabe que ela não cumprirá com o prometido e o efeito será contrário ao esperado. Sua personalidade é como seu filho, exige asserção e disciplina, amor e sabedoria; a rosa e o chicote.


Iara Cristina Leopardi Pinheiro




Fonte: do livro ANTAKARANA: PORTAIS DA LIBERTAÇÃO, 2003, Madras Editora Ltda.
Fonte da Gravura: http://www.gnosisonline.org/magia-cosmica/aries/



Leitura recomendada: "Os Trabalhos de Hércules", Alice Bailey

quinta-feira, 20 de março de 2014

O AMOR É PERIGOSO

Como pode o homem viver sem amor? Nós só podemos existir, e existência sem amor é controle, confusão e dor – e é isso que a maioria de nós está criando. Nós organizamos a existência e aceitamos o conflito como inevitável porque nossa existência é uma incessante demanda por poder. Certamente, quando amamos, a organização tem seu próprio lugar, seu lugar correto; mas sem amor, a organização se torna um pesadelo, meramente mecânica e eficiente, como o exército; mas como a sociedade moderna se baseia em mera eficiência, temos que ter exércitos e o propósito de um exército é criar guerra. Mesmo na chamada paz, quanto mais intelectualmente somos, mais cruéis, mais violentos, mais insensíveis nos tornamos. Por isso há confusão no mundo, por isso a burocracia é mais e mais poderosa, por isso mais e mais governos se tornam totalitários. Nós nos submetemos a tudo isto como sendo inevitável porque vivemos em nossos cérebros e não em nossos corações e, assim, o amor não existe. O amor é o elemento mais perigoso e incerto na vida; e porque não queremos ter incerteza, porque não queremos ficar em perigo, nós vivemos na mente. Um homem que ama é perigoso, e não queremos viver perigosamente; queremos viver eficientemente, queremos viver meramente na estrutura da organização porque pensamos que as organizações trarão ordem e paz para o mundo. Organizações nunca produziram ordem e paz no mundo. Só o amor, só a boa vontade, só a clemência pode produzir ordem e paz no final e, portanto, agora.





J. Krishnamurti





Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: http://www.morguefile.com/

TRISTEZA E SOLIDÃO



TRISTEZA E SOLIDÃO
Prof. Laércio Fonseca

Nesta conferência o prof. Laércio fala da origem fundamental dos sentimentos de tristeza e solidão e como superá-los. A alma humana encarna na Terra e se enclausura dentro de corpos físicos e perde totalmente a sua relação com sua natureza cósmica e espiritual disso advém o sentimento de solidão porque o indivíduo se sente um ego aprisionado dentro de um corpo e existindo somente nesta condição.

Esse isolamento profundo traz ao ser uma profunda angústia e um infindável sentimento de solidão. O prof. Laércio nos mostra o porquê deste fato e como superar e transcender esse aspecto da vivência terrena.



Fonte: http://youtu.be/SWJiAlGkjkw

O MÁGICO E AS OVELHAS

Gurdjieff costumava contar uma parábola ... 

Havia um mágico que era também um pastor. Ele tinha milhares de ovelhas para cuidar, e era um homem muito avarento, por isso não queria muitos empregados e muitos vigias. Ele não queria pagar ninguém e não queria que suas ovelhas se perdessem ou que fossem comidas pelos lobos. Mas era muito difícil para ele tomar conta de todas as ovelhas sozinho. Ele era muito rico e tinha muitas ovelhas.

Assim, ele pregou uma peça nas ovelhas. Ele as hipnotizou  —  ele era um mágico. Ele as hipnotizou dizendo a cada uma: “Você não é uma ovelha. Não tenha medo”. Para algumas ele disse: “Você é um leão”. Para outras ele disse: “Vocês são tigres”. Para outras ainda ele disse: “Vocês são homens. Ninguém irá matá-los. Não tenham medo e não tentem escapar daqui”.

As ovelhas começaram a acreditar na hipnose dele. Todo dia ele matava algumas ovelhas, mas as outras pensavam: “Não somos ovelhas. Ele está matando apenas ovelhas. Nós somos leões, somos tigres, somos lobos, somos isso e aquilo...” até mesmo que eram homens. Para algumas foi dito, até mesmo, que elas eram mágicas  —  e elas acreditaram. Era sempre uma ovelha que seria morta. Elas permaneceram indiferentes, distantes. Não estavam preocupadas. E, pouco a pouco, todas foram mortas.

“Essa é a situação”, costumava dizer Gurdjieff.

Quando alguém morre, já ocorreu a você que é a sua morte? Não. A mente continua a fazer o jogo. A mente diz que é sempre o outro que morre, nunca é você.

De vez em quando, um homem muito velho vem a mim. E ele está sempre preocupado com a minha morte. Ele pergunta: “Osho, se você morrer, o que acontecerá comigo?” Ele tem quase setenta e cinco anos. Fico sempre surpreso quando ele diz: “Se você morrer, o que vai me acontecer?” Osho vai morrer e ele não vai morrer. Há toda possibilidade de ele morrer antes de mim, mas sobre isso ele nunca pergunta. Sempre que ele vem, essa é a pergunta: “Não me deixe. Se você morrer, o que acontecerá comigo?”

É assim que a mente continua a funcionar. É sempre uma outra pessoa que morre. Você não vê as pessoas correndo em seus carros numa velocidade louca? Por quê? Há uma ideia profunda na mente de que acidentes só acontecem com outras pessoas. Até mesmo nas placas de sinalização está escrito quantos acidentes estão acontecendo todos os dias, quantas pessoas morreram ontem; e ainda assim as pessoas continuam correndo.

Quem se importa? Essas coisas acontecem aos outros. “Esses acidentes, sim, eles acontecem, mas nunca aconteceu comigo”. Esta ideia persiste. A parábola de Gurdjieff não é simplesmente uma parábola.

Tudo o que é errado acontece para outras pessoas. Mesmo a morte. Você não consegue conceber sua própria morte. E, se você não pode conceber sua própria morte, você não pode se tornar religioso. Até pensar sobre ela parece impossível — como posso morrer? Como?

A pessoa continua a se manter separada de tudo, continua a acreditar que ela é a exceção. Cuidado! Sempre que você sentir que é a exceção, lembre-se, a mente vai enganá-lo. A mágica da mente está iludindo você. E tem iludido todo mundo. Esse é o sono metafísico. “A morte não vai acontecer a mim. E eu já sou aquilo que quero ser. E tudo é bom. E estou acordado. E eu já sei. Assim, o que há para buscar e procurar?”

Essas noções falsas, essas ideias absurdas têm se repetido por tanto tempo que você está hipnotizado por elas. Você tem se auto-hipnotizado. O mágico não está em algum lugar do lado de fora, ele é a sua própria mente. Ele tira toda a significação de você. A significação está apenas na consciência, a significação é consciência. É um tipo de esplendor. Quando você se torna radiante com consciência, tudo se torna radiante com significação.





Osho, em "Sufis: O Povo do Caminho"





Fonte: http://www.palavrasdeosho.com/
Fonte da Gravura: http://www.morguefile.com/

quarta-feira, 19 de março de 2014

TRANSMITINDO COMPAIXÃO

Se estou interessado em compaixão, amor, com o sentimento verdadeiro de algo sagrado, então como esse sentimento é transmitido? Por favor, acompanhem isto. Se eu o transmito através do microfone, através do mecanismo da propaganda, e assim convenço o outro, o coração dele estará ainda vazio. A chama da ideologia irá operar, e ele simplesmente repetirá. Como vocês todos estão repetindo, que nós devemos ser gentis, bons, livres – toda a tolice que os políticos, os socialistas, e o resto deles falam. Então, vendo que nenhuma forma de compulsão, mesmo sutil, não traz beleza, este florescer da bondade, da compaixão, o que faz o indivíduo? Qual é a relação entre o homem que tem esse sentido de compaixão, e o homem cuja mente está enredada no coletivo, no tradicional? Como vamos descobrir a relação entre estes dois, não teoricamente, mas de fato? Aquilo que se conforma nunca pode florescer em bondade. Deve haver liberdade, e a liberdade só chega quando você compreende a totalidade do problema da inveja, ambição, ganância, e o desejo de poder. É a liberdade dessas coisas que permite a extraordinária coisa chamada qualidade de florescer. Tal homem tem compaixão, ele sabe o que é amar – não meramente o homem que repete uma porção de palavras sobre moralidade. Então o florescimento da bondade não está dentro da sociedade, porque a sociedade em si é corrupta. Só o homem que compreende toda a estrutura e processo da sociedade, e está se libertando disto, tem qualidade, e só ele pode florescer em bondade.





J. Krishnamurti





Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: http://www.morguefile.com/