quinta-feira, 20 de março de 2014

O AMOR É PERIGOSO

Como pode o homem viver sem amor? Nós só podemos existir, e existência sem amor é controle, confusão e dor – e é isso que a maioria de nós está criando. Nós organizamos a existência e aceitamos o conflito como inevitável porque nossa existência é uma incessante demanda por poder. Certamente, quando amamos, a organização tem seu próprio lugar, seu lugar correto; mas sem amor, a organização se torna um pesadelo, meramente mecânica e eficiente, como o exército; mas como a sociedade moderna se baseia em mera eficiência, temos que ter exércitos e o propósito de um exército é criar guerra. Mesmo na chamada paz, quanto mais intelectualmente somos, mais cruéis, mais violentos, mais insensíveis nos tornamos. Por isso há confusão no mundo, por isso a burocracia é mais e mais poderosa, por isso mais e mais governos se tornam totalitários. Nós nos submetemos a tudo isto como sendo inevitável porque vivemos em nossos cérebros e não em nossos corações e, assim, o amor não existe. O amor é o elemento mais perigoso e incerto na vida; e porque não queremos ter incerteza, porque não queremos ficar em perigo, nós vivemos na mente. Um homem que ama é perigoso, e não queremos viver perigosamente; queremos viver eficientemente, queremos viver meramente na estrutura da organização porque pensamos que as organizações trarão ordem e paz para o mundo. Organizações nunca produziram ordem e paz no mundo. Só o amor, só a boa vontade, só a clemência pode produzir ordem e paz no final e, portanto, agora.





J. Krishnamurti





Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: http://www.morguefile.com/

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