sábado, 8 de junho de 2013

NOTAR COMO A MENTE REAGE


A atitude correta permite a você aceitar, reconhecer e observar o que quer que aconteça — tanto coisas agradáveis quanto desagradáveis — de um modo relaxado e alerta. Você precisa aceitar e observar tanto as experiências boas quanto as ruins. Cada experiência, boa ou ruim, te dá uma oportunidade de aprendizado para notar se a mente aceita as coisas como elas são ou se ela gosta, não gosta, reage ou julga.

Gostar de algo significa que você deseja, não gostar significa que você tem uma aversão. Desejo e aversão são obscurecimentos que surgem da ignorância — a ignorância ou ilusão também é um obscurecimento. Então não tente criar nada; tentar criar algo é cobiça. Não rejeite nada do que está acontecendo; rejeitar o que acontece é aversão. Não saber que alguma coisa está acontecendo ou que parou de acontecer é ilusão.

Você não está tentando fazer as coisas se transformarem naquilo que você gostaria que acontecesse. Você está tentando saber o que está acontecendo do modo como é. Pensar que as coisas deveriam ser desse ou daquele jeito, querer que isso ou aquilo aconteça, é expectativa. Expectativas criam ansiedade e podem levar à aversão. É importante que você se torne consciente de suas atitudes.



Sayadaw U Tejaniya (Birmânia)



Fonte: Trechos Budistas 
“Don’t Look Down on the Defilements, They Will Laugh At You”, p. 14
http://darma.info/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

PEREGRINOS


Cada ser é um peregrino pelo Dharmakshetra (terra da Retidão), que também é a morada da paz. Mas, no caminho, a pessoa é levada pelos sentidos por vielas e becos do prazer material, para que ela se torne um escravo. As pessoas anseiam saber sobre todos os tipos de trivialidades, como os detalhes da vida de outras pessoas, outros lugares etc., mas não têm entusiasmo em conhecer sua própria origem. Elas estão profundamente atoladas na ignorância sobre sua origem e essência, seus objetivos e seu destino. Você é o herdeiro de riqueza ilimitada e fortuna, mas se sente como um homem pobre (paupérrimo). Remova essa limitação do ego dentro de sua mente - então você reconhecerá a vastidão de si mesmo.



Sathya Sai Baba



Fonte: www.sathyasai.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sexta-feira, 7 de junho de 2013

O FENÔMENO MEDIÚNICO


O fenômeno mediúnico, para expressar-se com segurança, exige toda a complexidade do mecanismo fisiopsíquico do homem que a ele se entrega, assim como da perfeita identificação vibratória do seu comunicante.

Para o desiderato, o perispírito do encarnado exterioriza-se em um campo mais amplo, captando as vibrações do ser que se lhe acerca, por sua vez, igualmente ampliado, graças a cuja sutileza interpenetram-se, transmitindo reciprocamente os seus conteúdos de energia, no que resulta o fenômeno equilibrado.

Às vezes, automaticamente, dá-se a comunicação espiritual, produzindo o fato mediúnico, ora por violenta injunção obsessiva e, em outras oportunidades, por afinidades profundas, quando a ocorrência é elevada.

Seja porém, como for, sem o contributo e a ação do Perispírito, a tentativa não se torna efetivo.

Desse modo o conhecimento do Perispírito é de vital importância para quantos desejam exercitar a mediunidade colocando-a a serviço de ideais enobrecedores.

Penetrabilidade, elasticidade, fluidez, materialização, depósito das memórias passadas entre outras oferecem compreensão e recurso para melhor movimentação dessas características, algumas das quais são imprescindíveis para a execução da tarefa, no fenômeno de intercâmbio espiritual.

A fixação da mente, através da concentração, proporciona dilatação do campo perispirítico e mudança das vibrações que variam das mais grosseiras às mais sutis a depender, igualmente, do comportamento moral do indivíduo.

O pensamento é o agente das reações psíquicas e físicas, sem o que, os automatismos desordenados levam aos desequilíbrios e aos fenômenos mediúnicos perturbadores, que respondem pelas obsessões de variada nomenclatura, que aturdem e infelicitam milhões de criaturas invigilantes e desajustadas.

Todo fulcro de energia irradia-se em um campo que corresponde à sua área de exteriorização, diminuindo a intensidade, à medida que se afasta do epicentro. Graças a isto, são conhecidos os campos gravitacional e atômico, no macro e microcosmo, conforme os detectou Albert Einstein.

Na área psicológica não podemos ignorar-lhe a presença nas criaturas, gerando as simpatias - por decorrência de afinidades vibratórias entre as pessoas que se identificam - e a antipatia - que deflui do choque das ondas que se exteriorizam, portadoras de teor diferente produzindo sensações de mal-estar.

Invisível, no entanto preponderante nos mais diversos mecanismos da vida, o campo é encontrado no fenômeno mediúnico, através de cuja irradiação é possível o intercâmbio.

Cada ser humano, encarnado ou não, vibra na faixa mental que lhe é peculiar, irradiando uma vibração especifica.

Quando nas comunicações, os teores são diferentes, a fim de produzir-se a afinidade, o médium educado sintoniza com o psiquismo irradiante daquele que se vai comunicar, e se este é portador de altas cargas deletérias, demorando-se sob vibrações baixas, o hospedeiro permite-se dela impregnar até que, carregado dessas energias pesadas, logra envolver-se no campo propiciador, portanto, de igual qualidade, cedendo as funções intelectuais e orgânicas à influência do ser espiritual que passa a comandá-lo, embora sob a sua vigilância em Espírito, que não se aparta, senão parcialmente, do corpo.

Quando se trata de Entidade portadora de elevadas vibrações, mais sutis que as habituais do médium, este, pelas ações nobres a que se entrega, pela oração e concentração, em que se fixa, libera-se das cargas mais grosseiras e sutiliza a própria irradiação, enquanto o Benfeitor, igualmente concentrado, condensa, pela ação da vontade e do pensamento, as suas energias até o ponto de sintonia, proporcionando o fenômeno de qualidade ideal.

Em casos especiais, nos quais seres muito elevados ou grotescos, nos extremos da escala vibratória compatível com a Vida na Terra, vêm-se comunicar, os Mentores, que mais facilmente manipulam as energias, tornam-se os intermediários que filtram as idéias e canalizam-nas em teor mais consentâneo com o campo do sensitivo, ocorrendo o fenômeno da mediunidade disciplinada.

O fenômeno mediúnico, portanto, a ocorre no campo de irradiação do Espírito através do Perispírito, está sempre a exigir um padrão vibratório equivalente, que decorre da conduta moral, mental e espiritual de todo aquele que se faça candidato.

Certamente, como decorrência do campo perispiritual, diversos núcleos de vibrações, nos quais se fixa o Espírito ao corpo, bem como em face do mecanismo de algumas das glândulas de secreção endócrina, apresentam-se as possibilidades ideais para o intercâmbio espiritual de natureza mediúnica.

Assim havendo constatado, foi que o Codificador do Espiritismo com sabedoria afirmou que a faculdade "é simplesmente uma aptidão para servir de instrumento, mais ou menos dócil aos Espíritos em geral que "os médiuns emprestam o organismo material que falta a estes para nos transmitirem as suas instruções".



Divaldo Pereira Franco/Manoel Philomeno de Miranda



Fonte: Revista Presença Espírita setembro de 1991
www.caminhosluz.com.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal


quinta-feira, 6 de junho de 2013

SE VOCÊ NÃO DÁ NOME A ESSE SENTIMENTO

Quando você observa um sentimento, esse sentimento chega a um fim. Mas mesmo que o sentimento chegue a um fim, se houver um observador, um espectador, um censor, um pensador que permanece separado do sentimento, então existe ainda uma contradição. Assim é muito importante compreender como olhamos para o sentimento. Tome, por exemplo, um sentimento muito comum: ciúme. Todos nós sabemos o que é ser ciumento. Ora, como você olha para seu ciúme? Quando você olha para esse sentimento, você é o observador do ciúme como alguma coisa separada de você mesmo. Você tenta mudar o ciúme, modificá-lo, e tenta explicar por que você está justificando ser ciumento, e por aí vai. Assim existe um ser, um censor, uma entidade apartada do ciúme que o observa. Num momento o ciúme pode desaparecer, mas ele volta novamente, e ele volta porque você não vê realmente aquele ciúme como parte de você. O que estou dizendo é que no momento em que você dá um nome, uma marca para aquele sentimento, você o colocou na moldura do velho, e o velho é o observador, a entidade separada que é feita de palavras, ideias, opiniões sobre o que é certo e o que é errado. Mas se você não nomeia esse sentimento – o que exige tremenda atenção, muita compreensão imediata – então descobrirá que não existe observador, nem pensador, nem centro de onde você está julgando, e que você não é diferente do sentimento. Não existe “você” que o sente.



J. Krishnamurti, The Book of Life


Fonte: http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DESTINOS MELHORES


Todos nós temos ideias sobre como achamos que as coisas deveriam ser. 

Nosso emprego dos sonhos, nossa alma gêmea, nossa casa perfeita – mas a verdade é que não sabemos. A experiência nos diz que, só porque aquilo é nosso ideal, não significa que nos tornará felizes. Quantas vezes já desejamos algo, obtemos e depois continuamos insatisfeitos? Quantas vezes tornamos nossos sonhos realidade, para depois descobrir que, afinal de contas, não era aquilo que queríamos? Mudamos de emprego, de casa, de companheiro, carro, roupa, dieta e tudo o mais que podemos na busca por ter tudo.

Os kabalistas acreditam que o Criador só quer nos dar plenitude máxima. A parte complicada é que as coisas que nos trarão a maior felicidade nem sempre são como esperamos. Quanto mais ocupados ficamos correndo atrás do que pensamos que nos fará felizes, tanto mais deixamos de entender o que o Criador está tentando nos dar neste exato momento. 

Apesar de ser importante ter objetivos e desejos, também é importante estarmos abertos para as muitas oportunidades que a vida apresenta.

Existe uma energia (...) que nos ajudará a pensar de forma mais ampla e que nos lembrará de que existe sempre um panorama mais abrangente que não conseguimos enxergar. Se alguém com quem você nunca teve um contato social o chamar para almoçar, aceite o convite. Se seus amigos quiserem ver um filme que na verdade não o interesse, vá assim mesmo. 

Se você quiser viver toda a alegria que o Universo lhe reserva, é essencial manter-se aberto para recebê-la. 

Quando seguimos caminhos novos, podemos chegar a destinos melhores. 



Rav Yehuda Berg



Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A PSICOLOGIA DA ORAÇÃO

Convencionou-se, ao longo do tempo, que a oração é um recurso emocional e psíquico para rogar e receber benefícios da Divindade, transformando-a em instrumento de ambição pessoal, realmente distante do seu alto significado psicológico.

A oração é um precioso recurso que faculta a aquisição da autoconsciência, da reflexão, do exame dos valores emocionais e espirituais que dizem respeito à criatura humana.

Tornando-se delicado campo de vibrações especiais, faculta a sintonia com as forças vivas do Universo, constitui veículo de excelente qualidade para a vinculação da criatura com o seu Criador.

Todos os seres transitam vibratoriamente em faixas especiais que correspondem ao seu nível evolutivo, ao estágio intelecto-moral em que se encontram, às suas aspirações e aos seus atos, nos quais se alimentam e constroem a existência.

A oração é o mecanismo sublime que permite a mudança de onda para campos mais sensíveis e elevados do Cosmo.

Orar é ascender na escala vibratória da sinfonia cósmica.

Em face desse mecanismo, torna-se indispensável que se compreenda o significado da prece, sua finalidade e a maneira mais eficaz pela qual se pode alcançar o objetivo desejado.

Inicialmente, orar é abrir-se ao amor, ampliar o círculo de pensamentos e de emoções, liberando-se dos hábitos e vícios, a fim de criar-se novos campos de harmonia interior, de forma que todo o ser beneficie-se das energias hauridas durante o momento especial.

A melhor maneira de alcançar esse parâmetro é racionalmente louvar a Divindade, considerando a grandeza da Criação, permitindo-se vibrar no seu conjunto, como seu filho, assimilando as incomparáveis concessões que constituem a existência.

Considerar-se membro da família universal, tendo em vista a magnanimidade do Pai e Sua inefável misericórdia, enseja àquele que ora o bem-estar que propicia a captação das energias saudáveis da vida.

Logo depois, ampliar o campo do raciocínio em torno dos próprios limites e necessidades imensas, predispondo-se a aceitar todas as ocorrências que dizem respeito ao seu processo evolutivo, mas rogando compaixão e ajuda, a fim de errar menos, acertar mais, e de maneira edificante, o passo com o bem.

Nesse clima emocional, evitar a queixa doentia, a morbidez dos conflitos e exterioridades ante a magnitude das bênçãos que são hauridas, apresentando-se desnudado das aparências e circunlóquios da personalidade convencional.

Não é necessário relacionar sofrimentos, nem explicitar anseios da mente e do coração, porque o Senhor conhece a todos os Seus filhos, que são autores dos próprios destinos e ocorrências, mediante o comportamento mantido nas multifárias experiências da evolução.

Por fim, iluminado pelo conhecimento da própria pequenez ante a grandeza do Amor, externar o sentimento de gratidão, a submissão jubilosa às leis que mantêm o arquipélago de astros e a infinitude de vidas.

*

Tudo ora no Cosmo, desde a sinfonia intérmina dos astros em sua órbita, mantendo a harmonia das galáxias, até os seres infinitesimais no mecanismo automático de reprodução, fazendo parte do conjunto e da ordem estabelecidos.

Em toda parte vibra a vida nos aspectos mais complexos e simples, variados e uniformes.

Sem qualquer esforço da consciência, circula o sangue por mais de 150 mil quilômetros de veias, vasos, artérias, em ritmo próprio para a manutenção do organismo humano tanto quanto de todos os animais.

Funções outras mantidas pelo sistema nervoso autônomo obedecem a equilibrado ritmo que as preserva em atividade harmônica.

As estações do tempo alternam-se facultando as variadas manifestações dos organismos vivos dentro de delicadas ondas de luz e de calor que lhes possibilitam a existência, a manifestação, o desabrochar, o adormecimento, a espera.

O ser humano, enriquecido pela faculdade de pensar e dotado do livre-arbítrio, que lhe propicia escolher, atado às heranças do primarismo da escala animal ancestral pela qual transitou, experiencia mais as sensações do imediato do que as emoções da beleza, da harmonia, da paz, da saúde integral,

Reconhece o valor incalculável do equilíbrio, no entanto, estigmatizado pela herança do prazer hedonista, entrega-se-lhe à exorbitância pela revolta nos transtornos de conduta, como forma de imposição grotesca.

Ao descobrir a oração, logo se permite exaltar falsas ou reais necessidades, desejando respostas imediatas, soluções mágicas para atendê-las, distantes do esforço pessoal de crescimento e de reabilitação.

É claro que aquele que assim procede não alcança as metas propostas, pois que elas ainda não podem apresentar-se por nele faltarem os requisitos básicos para o estabelecimento da harmonia interior.

A oração é campo no qual se expande a consciência e o Espírito eleva-se aos páramos da luz imarcescível do amor inefável.

Quem ora ilumina-se de dentro para fora, tornando-se uma onda de superior vibração em perfeita consonância com a ordem universal.

O egoísmo, os sentimentos perversos não encontram lugar na partitura da oração.

Torna-se necessário desfazer-se desses acordes perturbadores, para que haja sincronização do pensamento com as dúlcidas notas da musicalidade divina.

A psicologia da oração é o vasto campo dos sentimentos que se engrandecem ao compasso das aspirações dignificadoras, que dão sentido e significado à existência na Terra.

Inutilmente, gritará a alma em desespero, rogando soluções para os problemas que lhe compete equacionar, mesmo que atraindo os numes tutelares sempre compadecidos da pequenez humana.

Desde que não ocorre sintonia entre o orante e a Fonte exuberante de vida, as respostas, mesmo quando oferecidas, não são captadas pelo transtorno da mente exacerbada.

*

Quando desejares orar, acalma o coração e suas nascentes, assumindo uma atitude de humildade e de aceitação, a fim de que possas falar àquele que é o Pai de misericórdia, que sempre providencia todos os recursos necessários à aquisição humana da sua plenitude.

Convidado a ensinar aos seus discípulos a melhor maneira de expressar a oração, Jesus foi taxativo e gentil, propondo a exaltação ao Pai em primeiro lugar, logo após as rogativas e a gratidão, dizendo:

- Pai Nosso, que estais nos Céus...

Entrega-te, pois, a Deus, e nada te faltará, pelo menos tudo aquilo que seja importante à conquista da harmonia mediante a aquisição da saúde integral.




Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis




Fonte: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=322
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DIREITOS E DEVERES HUMANOS - UMA VISÃO DE TEILHARD DE CHARDIN


Estamos vivendo uma época em que certos conceitos devem vir à tona com mais frequência. Principalmente conceitos que reorientam o homem em sua marcha evolutiva e despertam a consciência global ou a consciência da unidade. No curso deste esforço temos, em Teilhard de Chardin, certos conceitos humanísticos que não devem ficar sem o nosso reconhecimento.

O humanismo na concepção de Chardin, segue três direções  essenciais, e são: "a fé apaixonada no progresso e na grandeza do homem"; "a exigência do universal"; e "o desenvolvimento sem limites das possibilidades e da expansão pessoal de cada homem". (cf. Denis Mermod, em "A Moral em T. de Chardin")

As três direções essenciais supra citadas são sintetizadas em Chardin em três ideias mestras, a saber: "Liberdade: a oportunidade oferecida a cada homem de tansumanizar-se, indo até o máximo de si mesmo; Igualdade: o direito de cada homem de participar, conforme suas qualidades e suas forças, ao esforço comum de promover, um pelo outro, o futuro do indivíduo; Fraternidade: do homem pelo homem, sentido de uma interligação orgânica fundada não somente em nossa coexistência sobre certa descendência comum, mas sobre o fato de representar, no conjunto, a frente extrema, o extremo de uma onda evolutiva ainda em pleno curso. Liberdade, igualdade e fraternidade não mais indeterminadas, amorfas e inertes, mas dirigidas, orientadas e dinamizadas pelo aparecimento de um movimento de fundo que subentende e os suporta." (cf. Denis Mernod, em "A Essência da Ideia de Democracia")

A soteriologia (salvação e redenção), em qualquer tradição religiosa ou filosófica, busca dar sentido e auxiliar a obra divina. E é neste sentido que conceitos de grandes pensadores, grandes almas e místicos se fazem cada vez mais necessários, mas não apenas no sentido de uma divagação filosófica, religiosa, sociológica ou política, porém em termos práticos, abarcando uma visão de síntese esotérica entre o protológico e o escatológico, ou seja, entre o princípio e o propósito ou destino do ser humano.

Lógico que isto só terá uma razão de ser aos que consideram o ser humano um ente com capacidade de ser redimido, reorientado e digno de respeito.

Que esta visão, sempre atual, de Chardin, possa dar ao ser humano a si mesmo e, ao mesmo tempo, o convite a descobrir-se, a (re)construir-se, a evoluir.




Prof. Hermes Edgar Machado Junior (Issarrar Ben Kanaan)




Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

quarta-feira, 5 de junho de 2013

SÓ TEM UM JEITO DE FAZER VALER A PENA!


Penso que qualquer coisa que nos propomos a fazer precisa valer algo de bom. Precisa servir para algum crescimento, alguma evolução, mínima que seja. Assim, de atitude em atitude, de escolha em escolha, vamos desenhando a pessoa que de fato desejamos ser! 

Felizmente, muitas leituras, músicas, conversas e até filmes terminam servindo para fortalecer essa minha crença e mostrar que realmente "é preciso saber viver". Quando assisti "O Poder Além da Vida" pela primeira vez, fiquei encantada com a forma que esta mensagem é transmitida no filme. Baseado numa história verídica, o roteiro conta sobre um ginasta em crise existencial que encontra um amigo, uma espécie de mestre, com quem aprende lições fundamentais para seu amadurecimento.

E numa das melhores cenas, o mestre diz ao rapaz algo mais ou menos assim: se quer fazer a sua vida valer a pena, precisa aprender a responder três perguntas e vivenciar essas respostas. São elas:
- Onde você está? AQUI!
- Que horas são? AGORA!
- Quem é você? ESTE MOMENTO!

Quando você está vivendo, seja qual for a situação, estando de fato "aqui", "agora" e sendo inteiramente "este momento", é impossível não valer a pena, simplesmente porque você estará conectado com a única existência real - o presente!

Eckhart Tolle, autor do livro "O Poder do Agora" também dissertou de forma incrível e imperdível sobre como fazer sua vida valer a pena. E eu, seguindo minha linha de estudos e trabalho, escrevi o "FAÇA O AMOR VALER A PENA", na tentativa de nos relembrar o quanto temos sofrido por razões inventadas, por dificuldades desnecessárias e, assim, impedido nossa própria felicidade e a de outras pessoas. 

Ou seja, um livro para tentar nos manter atentos sobre a importância de se relacionar como Gente Grande, de fazer escolhas e assumi-las, vivenciá-las até o fim, validando nossos sentimentos, revendo nossas crenças e crescendo tanto quando acertamos, como quando erramos.

Sabe por quê? Porque enquanto está tudo bem, tudo acontecendo conforme esperamos, tendemos a nos sentir satisfeitos. No entanto, quando a vida nos surpreende com uma situação diferente da que gostaríamos, ou quando alguém nos frustra com palavras ou sentimentos que não correspondem às nossas expectativas, fazemos uma guerra!

E a guerra começa sempre dentro da gente! Armas, tiroteios, bombas, violência, agressividade, dor, morte e destruição! É isso que fazemos conosco quando não aceitamos os fatos e não encontramos recursos para lidar com eles. Estresse, ansiedade e até depressão podem ser os resultados, no final das contas.

Será que não está na hora de revermos essa postura? Será que não seria muito melhor adotarmos uma crença mais edificante e construtiva? Que tal um lema do tipo "para o que não tem remédio, remediado está". O meu é "já que tá, que fique!" e significa que quando entro numa situação desagradável e inesperada da qual não posso sair no mesmo instante, relaxo e repito pra mim mesma: "Rosana, já que tá, que fique!" e vivencio a experiência até o fim ou até a primeira oportunidade de mudar o rumo dos acontecimentos.

A ideia é evitar tanto sofrimento, tanta angústia e, mais do que isso, é fazer a vida e o amor valerem a pena realmente! Senão, continuaremos vivendo um dia depois do outro com a sensação de que viver e amar são armadilhas das quais precisamos tentar escapar... Não! Viver e amar são oportunidades maravilhosas que devem servir para nos dar a certeza prometida pela divertida frase de caminhão: "não sou o dono do mundo, mas sou filho do dono!". Ou seja, só privilégios e alegria, desde que façamos por merecer! 



Rosana Braga (*)



(*) Escritora, Jornalista e Consultora em Relacionamentos Palestrante e Autora dos livros "Alma Gêmea - Segredos de um Encontro" e "Amor - sem regras para viver", entre outros.
www.rosanabraga.com.br
Email: rosanabraga@rosanabraga.com.br


Fonte: http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/c.asp?id=10396
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

CONVITE À FÉ


"Se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda..." (Mateus, cap. 17, v. 20)

Para que a chama arda é indispensável a sustentação pelo combustível.

A fim de que o rio se agigante, a nascente prossegue sustentando-lhe o curso.

A mesa enriquecida pelo pão sacrifica o grão de trigo generoso.

No ministério da vida espiritual, a fim de que o homem sobreviva ao clima de desespero que irrompe de todo lado, com as altas cargas da aflição, do medo, da dúvida, que se generalizam, a fé é imprescindível para a aquisição do equilíbrio.

Seu milagre, todavia, depende do esforço despendido em prol da sua própria manutenção.

À fé inata devem ser adicionados os valores de reflexão e da prece de modo a canalizar a inspiração superior que passa a constituir fonte geradora de preservação do necessário capital da confiança.

Às vezes, para que as sementes que jazem no solo das almas, em lactência, se desdobrem em embriões de vida, torna-se imperioso condicionamentos psíquicos, somente possíveis mediante a busca sistemática pela razão, pelos fatos, através da investigação.

Seja, porém, como seja, o homem não pode prescindir do valioso contributo da fé, a fim de colimar os objetivos da reencarnação.

Apressado, ante a infeliz aplicação do avião nos jogos da guerra, Alberto Santos Dumont preferiu a fuga, através do autocídio nefário...

Porque a dinamite fora usada para extermínio de povos Alfredo Nobel amargurou-se até a desencarnação...

Se tivessem fé, poderiam acompanhar a marcha do progresso, ensejada pelos seus inventos, colocados a serviço mesmo da Humanidade.

Não obstante houvessem perseverado confiantes no êxito dos seus empreendimentos, faltou-lhes a fé religiosa para sustentá-los nos momentos terríveis que tiveram de considerar, em face da vida física que se extingue e da espiritual que é indestrutível.

A fé é a flama divina que aquece o espírito e dá-lhe forças para superar tudo: mágoas, desaires revoltas, traições e até mesmo a morte.

Alimentá-la para a própria paz é indeclinável dever que não podes postergar.


Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis 



Fonte: do livro "Convites da Vida". Ed. LEAL. Cap. 22
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DESAPEGO


É muito comum o fato de renunciarmos aos prazeres e ambições do mundo e adquirirmos, por outro lado, outros prazeres e ambições, geralmente disfarçados de espirituais e de tradições, não se dando conta da conduta teatral ou hipócrita. Habitualmente assim agimos, pensando que somos desprendidos do mundo, adotando posturas e comportamentos anacrônicos no vestir, no falar e no agir.

Por vezes manifestamos apego a uma devoção, a um livro, a um sistema de espiritualidade, a um método de meditação, às graças da oração, à virtudes e à coisas que são, realmente, positivas e benéficas. Mas, assim mesmo, corremos o risco de nos deixar cegar e fanatizar por tais atitudes.

A própria procura por paz interior é uma criação e apego; prazeres que buscamos no espiritual. Estar apegado e dependente dos "ismos" e "prazeres" espirituais é o mesmo, portanto, do que estar preso a um imoderado apego por quaisquer outras coisas. Ficamos cegos pelo desejo de chegar a um fim, a uma ávida fome de resultados, de visíveis êxitos. Tornamo-nos peritos na arte de nos iludir e não nos damos conta de que é o nosso eu pessoal, a personalidade que está tentando, disfarçadamente, salientar-se a si mesma.

Esquecemo-nos totalmente que a tranquilidade e a paz interior só são alcançadas quando nos desapegamos do mundo, ou seja, quando chegamos a uma atitude desapaixonada em relação ao prazer, à dor, às formas de bem e de mal. O desapego deve substituir a dor e o prazer. Só assim nossas funções sensoriais e elevados sentidos da alma desempenharão suas reais funções.

Devemos nos libertar do anseio por todos os frutos e objetos do desejo, quer terrenos, quer tradicionais, quer espirituais, em qualquer momento.

Pela despaixão e desapego, o aspirante e servidor fica livre de efeitos cármicos resultantes de sua atividade e torna-se possível reorientar-se, de modo que sua atenção não seja mais atraída para o exterior pelo fluxo de imagens mentais, mas seja retirada e fique dirigida exclusivamente sobre a pura realidade atemporal.

Urge que nos desapeguemos de todas as formas de percepção sensorial, tanto a superior como a inferior. Devemos ser indiferentes ao pequeno eu-personalidade.

O recolhimento é impossível para o homem dominado por todos os imprecisos e flutuantes anseios de seu próprio desejo. Tais anseios, mesmo que elevados, se não deixarem de ser interesseiros e apegados aos frutos das ações são impedimentos, ânsias e ansiedades que nos afastam da verdade e do caminho real.

Não podemos atingir a real paz interior e um crescimento pleno se não nos desprendemos e nos desapegamos até mesmo do desejo de ter paz e recolhimento espiritual, pois isso, por si mesmo, já gera uma ansiedade e um certo desconforto.

Parece que há uma só maneira de avançarmos: a renúncia a todos os desejos e o deixar-se levar, naturalmente, pela Vontade de Deus; Ele nos dará o recolhimento e a paz, mesmo entre as lutas e provações. O caminho que leva a Deus atravessa profundas trevas onde todo o conhecimento, todo o prazer, toda a alegria são aniquilados e absorvidos pela transbordante pureza da luz e Presença de Deus.

O que conhecemos, o que podemos possuir e desejar através das nossas faculdades poderá ser, conforme nossas intensões e uso, um certo obstáculo à pura "posse" do Divino no nosso interior.

Tudo isso, é lógico, não invalida nossas buscas, pesquisas, aspirações e crescimento material, psicológico e espiritual. O que deve ser entendido é que o processo deve ser natural, sem fanatismos, sem apegos, sem presunções e sem hábitos e cristalizações.

Esta é a razão pela qual de tudo devemos nos desapegar e nos libertar. Devemos estar acima de qualquer posse e alegria para alcançar a genuína "posse e gozo de Deus", pois se nos ligarmos demasiadamente nos "acidentes" corremos o risco de perder o que é essencial, o verdadeiro objetivo. Portanto, não troquemos o fim pelos meios para que entendamos, finalmente, a diferença entre "ter" e "ser", e assim, com humildade e despretensão, vivermos na real Presença Divina.




Prof. Hermes Edgar Machado Junior (Issarrar Ben Kanaan)




Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

FÉ E CRENÇA


Confunde-se muitas vezes fé e crença; no entanto, são duas coisas diferentes. Um homem compra um bilhete da loteria; ele crê que vai ganhar a taluda e isso enche-o de alegria durante algum tempo, até ao dia em que fica a saber que não ganhou absolutamente nada. Isto é crença. 

Agora, observemos um químico que quer realizar uma experiência: ele pega nos elementos indicados e, doseando-os nas proporções convenientes, crê que a experiência será bem-sucedida. E é isso que acontece. Neste caso, já não é crença, mas fé.

A crença está baseada na ignorância das leis naturais. Ter uma crença é desejar que o arbitrário reine na natureza. A fé, pelo contrário, assenta num saber. É uma certeza que resulta de um trabalho, de uma experiência. 

Assim, aquilo que nós estudamos, experimentamos, verificamos, em encarnações passadas impõe-se espontaneamente a nós nesta vida como uma fé inabalável.



Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

terça-feira, 4 de junho de 2013

CULTIVE O AMOR


Se você quiser alcançar Deus, cultive amor. Se promover o amor e olhar para tudo com amor, o ódio nunca será sua sina. Essa é a única lição importante que sempre ensino. Eu não peço que se torne um estudioso ou um monge ou um asceta hábil em recitação dos Nomes sagrados e Meditação (Japa e Dhyana). Deus apenas considera: "seu coração é cheio de amor?" Acredite firmemente que Amor é Deus, Verdade é Deus. Amor é Verdade, Verdade é Amor. Pois é somente quando se ama que não se tem medo. O medo é a mãe da falsidade. Se não tem medo, você vai se devotar à verdade. O espelho do amor reflete o Eu Divino dentro de você e revela-lhe que o Divino dentro de si é Universal e é imanente em cada ser.


Sathya Sai Baba



Fonte: www.sathyasai.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

SITRÁ ACHARÁ (o outro lado)


Sitrá achará (em aramaico) significa "o outro lado", "o lugar oculto". É um termo genérico para as "forças oponentes", estruturadas na forma de "Sefirot invertidas" (a "árvore invertida", a "sombra da árvore) e "impureza" cósmica.

Surgiu como parte do processo da Emanação do Criador, na "criação" do mundo, devido à necessidade de autolimitação dentro da Divindade, para que um mundo de entidades finitas pudesse ter uma existência "separada" do Divino.

Seu "lugar" é no "lado esquerdo", no "buraco do grande abismo" governado por Samael e Lilit.

Não tem energia própria e é parasita da Luz Divina para sua atividade. As transgressões dos homens o suprem de energia para separá-los de sua Shechiná (a Presença Divina).

Não é uma entidade separada, independente, oposta a Deus, mas um subproduto residual da Emanação que desempenha o papel de oponente ao desenvolvimento espiritual, ao retorno, ao Tikun/karma (correção).

É como uma força de inclinação para o "mal", que tenta cobrir a santidade como uma "casca" (klipá).

É, assim, um subproduto do Tzimtzum (ocultamento) e da justiça constritiva da quinta Sefirá (Gvurá, o rigor), que equilibra o transbordante Amor Divino.


Prof. Hermes Edgar Machado Jr. (Issarrar Ben Kanaan)



Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

segunda-feira, 3 de junho de 2013

FELIZ TODO O DIA



(...) eu gostaria que você se fizesse a seguinte pergunta: que bem quero compartilhar com o mundo? Talvez você nunca tenha pensado nisso antes ou talvez já tenha a resposta. Neste caso, é uma boa oportunidade de voltar a pensar no assunto. Lembre-se de que todos nós somos faíscas do Criador e que todos temos algo de bom — grande ou pequeno — para compartilhar com o mundo. 

E quando chega algum momento de escuridão — e isso acontece com todos nós — não podemos nos sentir vítimas. Temos que nos aprumar e dizer: “Ok, essa é a situação. Como saio dela sem desmoronar?" A verdade é que não podemos desabar, não importa quão ruim a situação pareça, porque a Luz nunca nos abandona. Nos dias mais sombrios, debaixo de chuva e trovoadas, o sol brilha. Sim, muitas vezes não enxergamos, mas o sol está presente. O motivo por que não o vemos é por não ter a certeza necessária para enxergá-lo na hora negativa. 

Quando meu marido, o Rav, e eu iniciamos nosso caminho, dissemos que iríamos ensinar Kabbalah às pessoas, saímos e ensinamos. Muitas pessoas pensaram que éramos loucos. Outras, quiseram nos destruir. Mas sabem o que aconteceu? Eis que um número crescente de pessoas disseram que o que estávamos fazendo não era ruim, e agora vocês podem estudar Kabbalah em praticamente qualquer canto do mundo. Mas isso só aconteceu porque dissemos que aquilo era bom e quisemos disseminar. 

Existe sempre algo positivo que podemos compartilhar com o outro. E se levarmos na cabeça no processo, está bem, mas não seremos vítimas. Às vezes a vida simplesmente nos diz: "Lembra quando você fez aquilo? Agora você está recebendo de volta". 

Quando aprendemos a aceitar a vida nesses termos, podemos ser felizes todos os dias.



Karen Berg



Fonte: www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

EDUCAÇÃO ESOTÉRICA E DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO


Faculdades psíquicas não atestam espiritualidade. Isto é óbvio, e qualquer um pode comprovar tal fato, bastando observar os temperamentos e atitudes dos canalizadores psíquico-mediúnicos através dos tempos; mas, como toda a regra, há exceções, e muitas.

Mas, o que é psiquismo ou poderes psíquicos? Em síntese, são faculdades de percepção além dos cinco sentidos objetivos do ser humano. Uma percepção e intercâmbio com o subjetivo, com o abstrato ou com outros planos de existência, de realidade e energias.

Sabe-se que a personalidade humana é ilusória. Os veículos que a constituem (os corpos físico-etérico, astral e mental inferior) são perecíveis e com eles desaparecem suas faculdades e atributos. Assim, as faculdades inerentes a estes veículos não são permanentes e não se transmitem de uma vida para outra, a não ser como reminiscências, tendências ou possibilidades. O psiquismo da personalidade é, portanto, transitório.

Por outro lado, podemos perceber que há faculdades psíquicas ou mediúnicas superiores, ligadas à espiritualidade, à realização da vida espiritual, à consciência da unidade da vida. São as faculdades ligadas ao que é permanente no ser humano; ao que não é tocado pela “morte”.

Segundo São Paulo, onde há dons sem altruísmo não existe espiritualidade. Mas, mesmo assim, não devemos condenar ou menosprezar o psiquismo “inferior”, porém dar-lhe um controle a partir do psiquismo “superior” e espiritualidade autêntica.

Não há indivíduo que não possua “poderes ocultos” latentes. “Todos somos médiuns”, como preconiza o espiritismo clássico. Todavia, esse poder possui duas origens: normais e anormais. E o segredo nesse processo é que quando desenvolvidas as faculdades psíquicas superiores, as inferiores podem ser utilizadas positivamente e construtivamente porque não engendrarão correntes inferiores de prepotência, egoísmo, lucro e interesses diversos, correntes estas tão apreciadas pela personalidade (máscara). Ou seja, não cairá nas garras da ilusão.

Muito importante é que saibamos que pode-se ser psíquico sem espiritualidade, ser espiritual sem ser psíquico e ainda ser psíquico e espiritual ao mesmo tempo. Mas nunca deve ser esquecido que a espiritualidade e o psiquismo superior não podem ser confundidos com o psiquismo comum e inferior, superstição, ignorância, mistificação e credulidade que tanto abundam em nosso meio "espiritualista".

O psiquismo quando bem aplicado transforma-se em serviço legítimo, operando em favor do progresso humano em todos os campos e níveis. É superior quando houver, no coração, o senso de liberdade, de responsabilidade, de altruísmo, de boa vontade e de cooperação. E isto nos leva a refletir que quanto mais nossa consciência se eleva, tanto mais os sentidos psíquicos superiores (e também os inferiores, em muitos casos) evoluem e desabrocham.

Quando refinamos a personalidade (nossos corpos físico-etérico, astral e mental) também refinamos o psiquismo que lhe é inerente, o que vale dizer que um psíquico ou médium de qualidade superior está relacionado com a pureza, desenvolvimento e equilíbrio físico, energético, emocional e mental; é um ser intuitivo, onde a alma (Eu Superior) coordena a personalidade (eu inferior) e a intui.

É importante ainda destacar que os homens progridem não pelo psiquismo, que não possui, na verdade, um valor por si mesmo, mas por sua aplicação benéfica, altruísta e cooperativa, a partir da alma, do Ser Interior, do Eu Sou. O que importa é a espiritualidade, o crescimento espiritual, a evolução e a capacidade de serviço amoroso e desinteressado à humanidade. O título de médium ou psíquico não é algo a ser ostentado como um indicador de espiritualidade, de ser superior ou de uma conquista, pois é totalmente transitório.

Correlacionando o que estamos tratando com o treinamento (aperfeiçoamento, educação) esotérico, podemos obter muita luz. Pois se admitirmos que a finalidade do desenvolvimento humano é o despertar da intuição profunda e visão espiritual, entraremos numa fase de progresso muito prático, pois sendo o esoterismo corretamente definido como “a ciência da alma das coisas”, ou “a ciência das essências”, ou ainda “a ciência do significado mais profundo das coisas”, faz-nos ver que no âmago de todos os acontecimentos do mundo fenomênico e dos seres existe o mundo das causas, das energias e das essências, e o psíquico superior percebe mais claramente essa essência ou a “ciência do mundo das energias” e tem, assim, uma oportunidade muito grande, como esoterista ou espiritualista, de ser responsável pela ciência da redenção. Muitas oportunidades de serviço ao Plano Divino se lhe apresentam. Isto implica em viver harmonicamente com as realidades internas e externas e não se deixar levar pelo mundo fenomênico, transitório, pelos fenômenos psíquicos vulgares, ilusórios e pela fascinação.

Podemos ser esoteristas em nosso cotidiano se em todos os momentos procurarmos entender e sentir a vida que se oculta nas formas e situações que nos rodeiam.

Ser esoterista ou autêntico espiritualista é viver de coração a coração; perceber o lado real e oculto da existência em tudo: universo, religião, filosofia, arte, sociedade e política. É perceber que a vida se reveste de uma forma transitória para crescer, manisfestar-se e evoluir. É entrar no coração da vida e não embrenhar-se na ilusão. É “ser” acima de “ter”.

Psiquismo, pois, por si mesmo não leva à verdadeira finalidade da vida. O valor está na espiritualidade, que pode estar acompanhada ou não, neste plano, do psiquismo ou mediunidade superior que vem da alma, sem a ilusão da personalidade (da máscara).




Prof. Hermes Edgar Machado Junior (Issarrar Ben Kanaan)




Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

domingo, 2 de junho de 2013

FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO É CAUSA DE GRAVES TRANSTORNOS MENTAIS



Filha de missionários da Assembléia de Deus, especialista ajuda há mais de 20 anos homens e mulheres a se recuperarem das doenças psicológicas não só causadas por crenças religiosas, mas também aquelas que acabam sendo realçadas pelo fundamentalismo religioso.

fundamentalismo religioso livro
“Depois de 27 anos tentando viver uma vida perfeita, eu achei que tinha falhado… Eu tinha vergonha de mim durante todo o dia. Minha mente lutava contra ela mesma, sem alívio. Eu sempre acreditei em tudo que me foi ensinado, mas ainda assim pensava que não tinha a aprovação de Deus. Eu pensava que ia morrer no Armagedom. Durante anos, eu me machucava literalmente, cortava e queimava meus braços, para me punir antes que Deus o fizesse. Levei anos para me sentir curada.”

Esse relato é de um paciente de Marlene Winell, americana de San Francisco que se especializou em desenvolvimento humano e estudo da família. Ela é autora do Leaving the Fold: A Guide for Former Fundamentalists and Others Leaving their Religion — livro que, como diz seu título, é um guia sobre como se livrar das consequências de religião fundamentalista.

Winell cunhou o termo “Síndrome do Trauma Religioso”, STR (na sigla em português), para classificar os sintomas de pacientes que sofrem de transtornos mentais em decorrência da lavagem cerebral de religiões fundamentalistas.

Filha de missionários da Assembleia de Deus, Winel ajuda há mais de 20 anos homens e mulheres a se recuperarem das doenças psicológicas não só causadas por crenças religiosas, mas também aquelas que acabam sendo realçadas ou despertadas pelo fundamentalismo cristão.

Em entrevista à psicóloga Valerie Tarico, Winel disse que os sintomas do STR inclui, além da ansiedade, depressão, dificuldades cognitivas e degradação do relacionamento social. “Os ensinamentos e práticas religiosas, por vezes, causam danos graves na saúde mental.”

“No cristianismo fundamentalista, o indivíduo é considerado depravado e tem necessidade de salvação”, afirmou. “A mensagem central é ‘você é mau e merece morrer, porque o salário do pecado é a morte. [...] Já tive pacientes que, quando eram crianças, se sentiam perturbados diante da imagem sanguinolenta de Jesus pagando pelos pecados deles.”

Síndrome do Trauma Religioso se manifesta em pessoas de todas as idades, mas principalmente naquelas cuja personalidade esteja em formação, as crianças.

“As pessoas doutrinadas pelo cristianismo fundamentalista desde criança podem ser aterrorizadas por memórias de imagens do inferno e do apocalipse”, disse. “Algumas sobreviventes desse período, as quais eu prefiro chamar de ‘recuperadas’, têm flashbacks, ataques de pânicos, ou pesadelos na vida adulta, mesmo quando se libertaram das pregações teológicas.”

Um paciente relatou seus tormentos dessa fase de sua vida: “Eu acreditava que ia para o inferno por acreditar que estava fazendo algo de muito errado. Estava completamente fora de controle. Às vezes, eu acordava no meio da noite e começava a gritar, agitando os braços, tentando me livrar do que sentia. O medo e a ansiedade tomaram conta da minha vida.”

Winell afirmou que a recuperação de quem nasceu em uma família de fanáticos religiosos é mais difícil em relação àquele que adotou uma crença fundamentalista na vida adulta, porque não dispõe de parâmetro de comparação.

Ela disse que se livrar de uma religião é muito difícil em muitos casos porque isso significa pôr em risco um sistema de apoio composto por parentes e amigos, principalmente em relação às pessoas que nasceram em uma família de crentes fanáticos.

Uma paciente relatou o seu caso: “Eu perdi todos os meus amigos. Eu perdi meus laços estreitos com a família. Agora estou perdendo meu país. Eu perdi muito por causa desta religião maligna, e estou indignada e triste. . . Eu tentei duramente fazer novos amigos, mas falhei miseravelmente. Eu sou muito solitária.”

Outro paciente contou: “Minha vida estava fortemente arraigada e ancorada na religião, influenciando toda a minha visão do mundo. Meus primeiros passos fora do fundamentalismo foram assustadores, e eu tive pensamentos frequentes de suicídio. Agora isso está no passado, mas eu ainda não encontrei o meu lugar no universo”.

Winell disse que resolveu dar o nome de “Síndrome de Trauma Religioso” ao conjunto de sintomas e características da lavagem cerebral religiosa porque assim fica mais fácil estudar e diagnosticar as pessoas que sofrem desses males.

Ela argumentou que a nomenclatura “STR” fornece um nome e uma descrição para as pessoas afetadas pela religião, de modo que elas se sintam parte de um grupo e possam assim compartilhar suas experiências, reduzindo sua percepção de solidão e de culpa.

Por isso, Winell discorda de que a criação de termos como “recuperação de religião” e “Síndrome de Trauma Religiosa” sejam uma tentativa de ateus de patologizar as crenças religiosas. Até porque, disse, “a religião autoritária já é patológica”.


Fonte do Texto e das Gravuras:
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/04/fundamentalismo-religioso-e-causa-de-graves-transtornos-mentais.html#
http://temporecord.wordpress.com/2013/06/02/fundamentalismo-religioso-e-causa-de-graves-transtornos-mentais/
http://www.paulopes.com.br/2013/03/livro-orienta-como-se-curar-da-sindrome-do-trauma-religioso.html#

sábado, 1 de junho de 2013

O DESTINO DO HOMEM


Nunca se deve esquecer que o destino do ser humano é dos mais gloriosos. Deus criou-o para que ele viva na harmonia, na luz, para que ele manifeste o amor, a sabedoria, o poder.

Vós perguntareis: «Então, por que é que nos é tão difícil atingir esse estado de perfeição a que estamos predestinados?» Porque não sabeis rechaçar os inimigos interiores que procuram arrastar-vos noutra direção. Esses inimigos são todas as más inclinações pelas quais vos deixais arrastar, porque a vossa consciência ainda não está desperta. Mas tomai bem em conta o seguinte: esses inimigos sentem muito bem se vós tendes ou não uma consciência clara da vossa predestinação. Então, quando eles veem que vós sabeis qual é a direção a seguir e a mantendes, porque sabeis que por aí há um objetivo a atingir, pouco a pouco acabam por afastar-se ...


Omraam Mikhaël Aïvanhov


Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal