quinta-feira, 6 de junho de 2013

DIREITOS E DEVERES HUMANOS - UMA VISÃO DE TEILHARD DE CHARDIN


Estamos vivendo uma época em que certos conceitos devem vir à tona com mais frequência. Principalmente conceitos que reorientam o homem em sua marcha evolutiva e despertam a consciência global ou a consciência da unidade. No curso deste esforço temos, em Teilhard de Chardin, certos conceitos humanísticos que não devem ficar sem o nosso reconhecimento.

O humanismo na concepção de Chardin, segue três direções  essenciais, e são: "a fé apaixonada no progresso e na grandeza do homem"; "a exigência do universal"; e "o desenvolvimento sem limites das possibilidades e da expansão pessoal de cada homem". (cf. Denis Mermod, em "A Moral em T. de Chardin")

As três direções essenciais supra citadas são sintetizadas em Chardin em três ideias mestras, a saber: "Liberdade: a oportunidade oferecida a cada homem de tansumanizar-se, indo até o máximo de si mesmo; Igualdade: o direito de cada homem de participar, conforme suas qualidades e suas forças, ao esforço comum de promover, um pelo outro, o futuro do indivíduo; Fraternidade: do homem pelo homem, sentido de uma interligação orgânica fundada não somente em nossa coexistência sobre certa descendência comum, mas sobre o fato de representar, no conjunto, a frente extrema, o extremo de uma onda evolutiva ainda em pleno curso. Liberdade, igualdade e fraternidade não mais indeterminadas, amorfas e inertes, mas dirigidas, orientadas e dinamizadas pelo aparecimento de um movimento de fundo que subentende e os suporta." (cf. Denis Mernod, em "A Essência da Ideia de Democracia")

A soteriologia (salvação e redenção), em qualquer tradição religiosa ou filosófica, busca dar sentido e auxiliar a obra divina. E é neste sentido que conceitos de grandes pensadores, grandes almas e místicos se fazem cada vez mais necessários, mas não apenas no sentido de uma divagação filosófica, religiosa, sociológica ou política, porém em termos práticos, abarcando uma visão de síntese esotérica entre o protológico e o escatológico, ou seja, entre o princípio e o propósito ou destino do ser humano.

Lógico que isto só terá uma razão de ser aos que consideram o ser humano um ente com capacidade de ser redimido, reorientado e digno de respeito.

Que esta visão, sempre atual, de Chardin, possa dar ao ser humano a si mesmo e, ao mesmo tempo, o convite a descobrir-se, a (re)construir-se, a evoluir.




Prof. Hermes Edgar Machado Junior (Issarrar Ben Kanaan)




Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

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