terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

POR QUE EU DEVERIA ESCOLHER ? É POSSÍVEL SER LIVRE ?

Pode sua mente que foi condicionada pela sociedade, a cultura em que você viveu, ser transformada pela educação de modo que sob nenhuma circunstância você entrará na corrente da sociedade? É possível educá-lo diferentemente? “Educar” no sentido verdadeiro dessa palavra; não transmitir dos professores para os alunos alguma informação sobre matemática ou história ou geografia, mas no próprio ensino destas matérias produzir uma mudança em sua mente. O que significa que você deve ser extremamente crítico. Você tem que aprender a nunca aceitar alguma coisa que você mesmo não vê claramente, nunca repetir o que o outro diz. (On Education)

A pessoa pergunta, é possível ser livre? É possível para nós como somos, condicionados, modelados, moldados por toda influência, pela propaganda, pelos livros que lemos, os filmes, as rádios, as revistas, todos impostos sobre a mente, modelando-a para viver neste mundo completamente livres, não só conscientemente, mas em todas as origens de nosso ser? Esse me parece ser o desafio, é a única questão. Porque se a pessoa não é livre, não existe amor; existe ciúme, angústia, medo, dominação, a busca de prazer, sexualmente ou outro. Se a pessoa não é livre, não pode ver claramente e não existe sentido de beleza. (Talks and Dialogues Saanen 1968)

Sua tendência, suas propensões, sua inclinação, seu substrato social, religião – tudo isso empurra você em certa direção, e você diz que está escolhendo. Veja senhor, eu questiono todo este modo de escolher. Por que eu deveria escolher? Se um homem é livre, ele não tem escolha. Não existe a questão da escolha. Fim. Por isso eu disse no início que para estabelecer uma discussão séria, deve haver este exame de liberdade e paz. De outro modo você não pode prosseguir. (On Conflict, First Dialogue Rome 1966)




J. Krishnamurti





Fonte: J. Krishnamurti Online
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: http://orihinaleskrima.com/krishnamurti-imagenes-eskrima-views/

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

NOSSO GRAU DE CONSCIÊNCIA DA PRESENÇA DIVINA EM NÓS


Está escrito no livro do Gênesis que Deus criou o homem à sua imagem. Mas, como se pode dizer com precisão onde, nele, termina o homem e começa a divindade? É impossível. A natureza humana e a natureza divina estão tão estreitamente ligadas, tão intrincadas uma na outra, que não se pode delimitá-las. A divindade habita em todos os humanos, nos Iniciados mas também nos seres mais vulgares. A diferença entre eles está unicamente na consciência. Aqueles que não conseguem sentir que a Divindade habita neles, impedem-n’A de se manifestar. Existem seres e lugares que estão privados da presença divina porque não a recebem, não a aceitam. Deus existe em cada um de nós e quer revelar-se aí em toda a sua plenitude, em toda a sua beleza, em todo o seu poder, em toda a sua luz, em todo o seu amor. Mas cabe-nos a nós tomar consciência dessa presença, para lhe permitir que se revele e que aja.





Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com

domingo, 12 de fevereiro de 2017

O PROCESSO MEDITATIVO E A ALEGRIA



Na celebração o ego desaparece. Essa é a beleza, esta é a divindade da mesma. Quando você está celebrando, você não é mais; a celebração é; você não é. Lentamente, pouco a pouco a realização amanhece em você que quando você não é mais, o nirvana é. Então um dia, a pessoa simplesmente esquece tudo sobre si mesma. Esquecer-se de si mesmo é conhecer a si mesmo. Não ser é o caminho. Ser vem de não ser. O ser surge através do nada, mas como ser o nada?

Há duas maneiras que têm sido praticadas. Uma é a maneira falsa, você faz esforço. Mas isso cria o ego e o Eu; o monge se torna um dos egos mais cristalizados. Esse é um falso, um pseudo caminho. O único caminho verdadeiro é quando você começa a dançar e a cantar. Começa a perder-se de si mesmo, começa a se abandonar, torna-se bêbado. Então pequenos vislumbres começam a chegar a você. De repente algo acontece: por alguns momentos, você é e você não é. Como se uma porta se abrisse, você vê uma visão totalmente diferente da realidade.

A gestalt muda: não há nenhuma matéria, há apenas consciência. Não há nenhuma escravidão, há apenas liberdade. E nunca houve qualquer miséria; foi só imaginação. Tudo é alegria e êxtase. Estes momentos surgem e lentamente, pouco a pouco a trilha é criada em você. Eles se tornam frequentes visitantes, aí, então, de repente, um dia eles decidem residir em você. Então por vinte e quatro horas de cada dia a pessoa se encontra em um tipo de dança. (Osho, Believing the Impossible Before Breakfast, Talk #28)

Celebre agora; não diga amanhã. Não adie, não há necessidade. Tudo que é necessário para celebrar já está lá: você está respirando, você está vivo, você está consciente, você é inteligente. O que mais você precisa para celebrar? Você pode dançar agora, você pode cantar agora. E quanto mais você dança, quanto mais você canta, tanto mais você se torna capaz de celebrar. (Osho, The Sacred Yes, Talk #9)

Não é sem razão que eu quero que você termine sua meditação todos os dias com celebração, com alegria. Lentamente, pouco a pouco quando a meditação se torna mais profunda, sua celebração terá mais esplendor, se tornará mais majestosa, mais milagrosa. (Osho, The Miracle, Talk #4)

Continue meditando e continue a dançar e cantar. Veja a vida de tantas maneiras quanto possível, em todas as suas cores. Celebrando, você chega mais e mais perto do coração da realidade. No momento em que você para de celebrar você é cortado, desconectado. Celebração é a ponte. Quando você dança, não é só você que está dançando; a existência inteira está dançando com você – a terra, o sol, a lua e as estrelas. É uma celebração existencial... é uma dança contínua. (Osho, Believing the Impossible Before Breakfast, Talk #28)

Não há nada mais meditativo do que celebração. E a arte da religião é como transformar sua vida em uma celebração constante, em uma festa interminável. Comemore tudo, aí a meditação acontece por si mesma, ela segue você como uma sombra. (Osho, The Imprisoned Splendor, Talk #14)

Todo mundo sabe o que é celebração. Eu nunca encontrei uma pessoa que não sabe o que é celebração. Apenas regozije-se em seu ser, apenas regozije-se neste momento, neste tremendo universo. Você não pediu por ele, a você ele simplesmente foi dado um universo que é infinito e eterno. Você não pediu e que e a você foi dada uma consciência que é eterna, que pode se tornar muito festiva. Se você permitir, ela pode fazer você mais são, mais gracioso, mais amável... Um humano de muitas estações e muitos arco-íris. Há tantas dimensões da celebração. (Osho, Yaa-Hoo! The Mystic Rose, Talk #26)





OSHO






Fonte: OSHO Digital Newsletter, Janeiro, 2017
Fonte da Gravura: https://wonderfulbuddha.files.wordpress.com/2013/02/kill-out-desire-of-comfort.jpg

NÃO ADIE O QUE VOCÊ PODE FAZER HOJE

Havia um imperador que sempre perguntava aos sábios que visitavam seu palácio: "Quem é o melhor entre os homens? Qual é o momento mais abençoado? Qual a atitude mais benéfica?" Ele não conseguiu respostas satisfatórias por muito tempo. Por fim, seu reino foi invadido e ele teve que fugir para a selva. Lá, foi capturado por uma tribo que o escolheu como uma oferenda a sua deusa. Nessa condição precária, ele foi resgatado por um asceta que o levou a seu eremitério, onde ele e seus alunos cuidaram amorosamente dele até o retorno de sua saúde e felicidade. No meio desse ambiente amoroso e sereno, o rei descobriu as respostas às suas perguntas. O melhor entre todos é aquele que tem compaixão. O momento mais abençoado é o "presente" e o melhor ato é aliviar a dor e o sofrimento de outra pessoa. Não adie o que você pode fazer hoje, agora, neste exato momento, para uma data futura! (Discurso Divino, 07 de setembro de 1966)




Sathya Sai Baba






Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Círculo Rosacruz no Whatsapp

sábado, 11 de fevereiro de 2017

A SIMPLICIDADE SÓ CHEGA COM O AUTOCONHECIMENTO


Nossos problemas – sociais, ambientais, políticos, religiosos – são tão complexos que só podemos resolvê-los sendo simples, não nos tornando extraordinariamente eruditos e astutos. Porque uma pessoa simples vê muito mais diretamente, tem uma experiência mais direta do que a pessoa complexa. E nossas mentes estão tão abarrotadas com um infinito conhecimento de fatos que outros contaram que nos tornamos incapazes de ser simples e ter experiências diretas nós mesmos. Estes problemas demandam uma abordagem nova, e eles só podem ser abordados assim quando somos simples, internamente realmente simples. Essa simplicidade só chega com o autoconhecimento, com a compreensão de nós mesmos: os caminhos de nosso pensar e sentir, os movimentos de nossos pensamentos, nossas respostas, como nos adaptamos pelo medo da opinião pública, do que os outros dizem, o que o Buda, o Cristo, os grandes santos disseram – tudo mostra nossa natureza para a adaptação, estar seguro, estar protegido. E, quando se está buscando segurança, obviamente se está em estado de medo, e assim não há simplicidade.




J. Krishnamurti

Talks in Ojai, California, 1949





Fonte: J. Krishnamurti Online
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: http://orihinaleskrima.com/krishnamurti-imagenes-eskrima-views/

A LIBERDADE HUMANA



O homem age, segundo pensamentos inerentes a ele, os quais orientam suas metas. Se ele seguir ideais originados fora do seu próprio pensar, seu atuar limita-se a cumprir mandamentos morais. Nada do que é eticamente grandioso é incutido pelo poder da lei moral, dogmática e sim executado em virtude do impulso direto de uma ideia individual. O querer só executa o que, como conteúdo pensamental, reside na personalidade humana. O fundamento cósmico derramou-se completamente para dentro do mundo, movimentando-o a partir daí. A forma mais elevada sob a qual ele se manifesta dentro da realidade da vida comum é o pensar e com este, a personalidade humana. Assim, quando o homem realiza as metas que se propõe a partir de sua individualidade, essas metas são idênticas àquelas do fundamento cósmico. Portanto, não existe outro impulso para o nosso atuar além daquele que vem do nosso atuar, além daquele que vem do nosso discernimento.




Rudolf Steiner

Do livro "O Método Cognitivo de Goethe", cap. 19/resumo, Ed. Antroposófica, 2004





Fonte original: Blog do Dr. José Carlos 
www.casaderafael.blogspot.com
Via Biblioteca Virtual da Antroposofia (Texto e Gravura)
http://www.antroposofy.com.br

“O” HOMEM E “A” MULHER ANTE A QUESTÃO DE GÊNERO APÓS A MORTE


O homem moderno é modelado dentro de uma cultura racista, patriarcal, misógina e homofóbica. O Evangelho é um convite perene à prática da fraternidade, do amor, da não-violência, especialmente diante dos dessemelhantes que compõem o universo minoritário de uma sociedade densamente machista. Não obstante seja avesso à ideia de grupos de "minorias" ou "maiorias" sociais, reconheço que os termos já estão consagrados pelo uso e ademais é inaceitável qualquer tipo de discriminação perante os “desiguais”.

A hercúlea luta contra o preconceito e a homofobia possui aspectos sádicos. Diversas vezes essa luta descomunal principia onde o ser humano deveria se sentir mais acolhido e resguardado: ou seja, o grupo familiar. Atualmente, nos EUA, por exemplo, há uma nova classe de moradores de rua (isso mesmo! Moradores de rua) que está crescendo em deplorável rapidez, formada por adolescentes homossexuais expulsos da família. Segundo cálculo do Centro de Progresso Americano, mais de 300 mil jovens tiveram de recorrer a abrigos públicos após serem mandados embora de casa (banidos) pelos próprios pais em face da sua orientação sexual.

Estudos realizados nos EUA indicam que a grande maioria desses jovens excluídos afastam-se de famílias conservadores e profundamente religiosas. Nesses contextos, compreender a homossexualidade como algo natural é intensamente mais difícil. Quase metade dos homossexuais norte-americanos afastam-se de casa pouco tempo depois de admitirem suas orientações sexuais perante a família – a maioria contra a própria vontade. [1] Ora, a homossexualidade é uma orientação sexual, assim como a heterossexualidade e bissexualidade (assexualidade pode ser considerada uma orientação também). São orientações naturais, não provindas de distúrbios ou quebras de personalidade, conforme assegura o Espirito Emmanuel em “Vida e Sexo”, no capítulo intitulado “homossexualidade”.

Recentemente, como se não bastasse o barbarismo cometido por Omar Mateen, um aliado do Estado Islâmico resultando na morte de 49 de pessoas, na boate Pulse, deixando outras 50 feridas, sabemos de muitas outras formas de aberrações praticadas contra homossexuais. Na verdade, o fundamentalismo religioso é a maior tragédia que existe no mundo. Não há como entender o ódio que culmina em atos de violência e tortura contra as pessoas em nome de Deus.

Após o episódio ocorrido na casa noturna Pulse em Orlando, Estados Unidos, um pastor norte-americano disse que “não está triste por homossexuais terem sido mortos na boate. (...) a tragédia é que mais deles não tenham morrido. Eu gostaria que o governo os reunisse, colocasse todos contra uma parede, colocasse o pelotão de fuzilamento na frente deles e explodisse seus cérebros.” [2] Outros grupos cristãos extremistas, como a Westboro Baptist Church, afirmaram que os frequentadores da Pulse estavam “no inferno” após os assassinatos. “A tragédia mesmo é que mais deles não tenham morrido. A tragédia é o Omar Mateen não ter terminado o trabalho – porque estas pessoas são predadores. Eles são abusadores." [3]

O assunto homossexualidade não foi pesquisado em profundidade pelo Codificador nas obras básicas. Em O Livro dos Espíritos, observamos, porém, que podemos reencarnar na categoria de homem, ou na condição de mulher. No mundo espiritual a questão do título de “ele” ou “ela” não faz muito sentido, porquanto os espíritos não se tratam na condição de gênero.

Não há, portanto, reprodução de espíritos no além pelo processo de acasalamento sexual. Todavia, as genitálias existentes no corpo físico se justificam em razão das leis de manifestação biológica (carnal) objetivando adequar o processo reencarnatório pela reprodução biológica por meio da cópula sexual.

A prova masculina e ou feminina em múltiplas vidas, o predomínio em tal ou qual experiência estabelece que o espírito conserve as características que nele ficou gravado, consequência da influência que o corpo físico transmite ao perispírito. Por conseguinte, o espírito, em reencarnando, apresentará as particularidades do gênero que mais longamente viveu e apresentará na estrutura psicológica as inclinações afins a essas experiências pregressas.

Portanto, somos espíritos de polaridade psicológica masculina ou feminina, consequência de contínuas reencarnações num ou noutro gênero. Tão-somente após sobrepujarmos nossas falhas anexas ao apego à matéria, ao sensualismo, ao egoísmo e ao orgulho é que os nossos atributos sexuais desaparecerão, automática e gradativamente, após a obtenção de “qualidades nobres inerentes à masculinidade e à feminilidade”. [4]

As provas diferentes que vivemos no corpo físico se distinguem pela transitoriedade. Tudo se transforma e, se bem acolhido como lição vantajosa, será agente de maior felicidade no futuro. O que importa realmente é o que fazemos de bom nas hostes da caridade em favor do semelhante e de nós próprios, como abrigamos e compreendemos as ações dos outros e não as nossas condições de gêneros.




Jorge Hessen




Fonte do Texto e da Gravura: "Artigos Espíritas"
https://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com.br





Referências:

[1] Disponível em https://br.noticias.yahoo.com/40-dos-sem-teto-dos-eua-s%C3%A3o-adolescentes-133537214.html acessado em 15/06/2016

[2] Disponível em https://br.noticias.yahoo.com/pastor-norte-americano-diz-estar-chateado-por-081729018.html?nhp=1 acessado em 19/06/2016

[3] Idem

[4] Viera, Waldo e Xavier, Francisco Cândido. Evolução em Dois Mundos, ditado pelo espirito André Luiz, cap. XII, RJ: Ed. FEB, 1999

A LINGUAGEM DA NATUREZA


Procurai estar atentos à linguagem da natureza. Mesmo que tenhais a impressão de não a compreender, isso não tem importância: o importante é estardes abertos. Desse modo, preparais os centros sutis que, um dia, vos porão em contacto com toda essa vida que circula no universo e que nos fala, pois tudo o que é vivo fala, e a natureza, que é viva, também nos fala. E, tal como a natureza nos fala, nós podemos falar-lhe. Não importa que as pedras, as plantas, os rios, as montanhas, os astros, não conheçam as nossas línguas humanas: seja em que língua for, as palavras que nós pronunciamos com convicção e amor produzem vibrações, cores, ondas, que agem sobre a matéria; e a matéria reage, responde, como se tivesse compreendido. Apesar de a terra, a água, o ar e o fogo não compreenderem as palavras que nós pronunciamos, essas palavras têm efeitos, em função dos pensamentos, dos sentimentos e da força que pomos nelas.




Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

NEM TODA MORTE FOI PLANEJADA

Como diz Richard Simonetti: “A Terra é um planeta de provas e expiações. O simples fato de aqui vivermos significa que somos Espíritos comprometidos com débitos que justificam qualquer tipo de sofrimento ou morte que venhamos a enfrentar, como contingência evolutiva, sem que tenha ocorrido um planejamento dos superiores celestes nesse particular.”

Então, se desencarnarmos com um tiro, por exemplo, isso não significa que nascemos para desencarnar com um tiro. Por que? Porque ninguém nasce para atirar em alguém, matar, enganar ou prejudicar seu próximo e nem a si mesmo. Nascemos para EVOLUIR.

Os espíritos disseram na questão 741 de O Livro dos Espíritos que, “muitos flagelos resultam da imprevidência do homem”. O que acontece é que, muitos de nós usamos mal o livre arbítrio. Vejamos estes exemplos: Transgredimos a lei de trânsito, daí sofremos acidente que pode colocar a nossa vida e de outras pessoas em risco; nos atiramos num rio perigoso para nos refrescar e daí, acontece a desencarnação por afogamento... Assim somos nós quando vivemos perigosamente ou na adrenalina. Sofremos as consequências de nossas inconsequências. Nossos atos podem ocasionar a desencarnação antes da hora planejada. Mas, não é um suicídio direto, porque não teve intenção de se matar. É um suicídio indireto, porque a pessoa sabe que aquilo é perigoso e assim mesmo arrisca a vida. Então, se alguém atirar, esta bala vai atingir algo e este algo pode ser uma pessoa.

Também não podemos esquecer que, a maioria de nós tem algo a resgatar. Salvo os casos onde o Espírito pede, antes de encarnar, uma prova difícil ou dolorosa. Exemplo: para adiantar sua evolução, para despertar familiares a observar sua fé e por tantos outros motivos. Mas a maioria são devedores, uns resgatam individualmente, outros coletivamente. Num acidente de carro, por exemplo, a lei divina pode poupar quem ainda não chegou a hora ou está em MORATÓRIA (explicação no final do texto), como foi o caso do médium José Raul Teixeira que sofreu um acidente e sua vida foi poupada. Um dia, numa palestra de Divaldo Franco, este o chamou e disse que no momento do acidente Joanna de Ângelis entrou na sala de Divaldo e pediu para que  ele orasse em agradecimento por Raul ter recebido uma longa moratória. Mas, a lei divina também pode aproveitar o acidente para levar quem precisa ir, foi o caso de Luiz Sérgio, que desencarnou num acidente de carro e que ele relata no livro “O mundo que encontrei.” No carro havia várias pessoas, mas só ele desencarnou. Em seu segundo livro ele conta que em uma de suas encarnações ele sabotou a carruagem de uma pessoa para ficar com o cargo dela. Isto não significa que todos os que escapam de um acidente estão recebendo moratória, pode ser que precisem continuar sua expiação. Como vemos, cada caso é um caso e só Deus sabe os detalhes. Cabe a nós cuidarmos e preservarmos a vida, pois ela é dada por Deus como oportunidade de evoluirmos. 

A vida bem vivida pela causa do Bem pode nos dar “MORATÓRIA”, ou seja, uma sobrevida, uma dilatação do tempo de permanência do Espírito no corpo de carne. Por isso vemos muitos trabalhadores do bem desencarnando com idade bem avançada. Estes receberão uma carga extra de fluido vital para estender seu tempo no corpo físico.




Rudymara





Fonte do Texto e da Gravura: Grupo de Estudo Allan Kardec
http://grupoallankardec.blogspot.com.br

OS ARQUÉTIPOS DE JUNG (ARQUÉTIPOS E MARKETING)

O conceito de arquétipos, do jeito que conhecemos hoje, surgiu em 1919 com o suíço Carl Gustav Jung, discípulo de Freud.

Segundo ele, os arquétipos são conjuntos de “imagens primordiais” originadas de uma repetição progressiva de uma mesma experiência durante muitas gerações, armazenadas no inconsciente coletivo.

Os arquétipos da Morte, do Herói e do Fora de Lei são exemplos de algumas figuras que todos nós temos no imaginário desde criança. Independente de onde fomos criados, do país que vivemos e das nossas religiões e crenças, essas imagens são muito parecidas para todos.

É por isso que os arquétipos estão presentes nos mitos, lendas e contos de fadas. São eles que dão o verdadeiro significado para as estórias que passamos de geração em geração. Afinal de contas, as pessoas criam estas estórias para externar o que existe no inconsciente. Hoje os arquétipos podem ser encontrados nos filmes, na publicidade e em quase tudo que está ao nosso redor.

Os arquétipos nos ajudam a satisfazer algumas de nossas principais necessidades, como a necessidade de realização, pertença, independência e estabilidade.

Até mesmo quando consumimos produtos e serviços, somos influenciados pelos arquétipos. Uma cerveja, por exemplo, além de “matar a sede”, também pode satisfazer a necessidade de pertencer a um grupo, já que, para muitas das pessoas, o simples fato de sair para beber cerveja significa estar com os amigos, familiares ou colegas de trabalho. Portanto, nesse caso, a marca de cerveja que souber usar o arquétipo certo, vai conseguir transmitir essa mensagem muito melhor.


OS 12 PRINCIPAIS ARQUÉTIPOS


O Governante

O Governante está no comando e no controle sempre. É típico dele ser mostrado como indivíduo extremamente responsável, que joga com muitas responsabilidades importantes.

Esse arquétipo quer liderança e poder! Ele pode ser resumido em termos de responsabilidade, competência e soberania e, sendo um tanto mais ambicioso, este seria um arquétipo preocupado com o bem-estar da sociedade e do planeta.

No marketing: os produtos e serviços relacionados ao arquétipo do Governante resguardam e encorajam a administração desses encargos de modo adequado, reafirmando o poder, o prestígio e o status do cliente ou do consumidor. Cartões de crédito, instituições financeiras, computadores e produtos destinados ao público-alvo classe “A” são alguns exemplos.

Lema do Governante: “O poder não é tudo… é só o que importa”


O Prestativo

O Prestativo é um altruísta, movido pela compaixão, pela generosidade e pelo desejo de ajudar os outros. Ele teme a instabilidade e a dificuldade, não tanto por si mesmo, mas pelo impacto sobre as pessoas menos afortunadas ou menos resistentes aos choques.

No marketing: o arquétipo do Prestativo é percebido em praticamente quaisquer atividades relacionadas à prestação de serviços, tanto para indivíduos quanto para organizações, corporações e firmas, como por exemplo, conserto de vestidos e outros trajes, limpeza de moradias, avenidas, oficinas etc.; restauração de objetos avariados ou quebrados; cuidados para com a saúde e o bem estar de pessoas enfermas ou idosas; serviços de condutor de automóveis, entre outros.

Para o Prestativo, considera-se eficaz o marketing que leva em consideração as inquietações do consumidor direcionadas aos outros. O cliente, neste caso, deve ser exposto como tendo preocupações com os demais, e o produto deve auxiliá-lo no sentido de demonstrar maior empenho e fornecer grande facilidade de ação.

Lema do Prestativo: “Ama teu próximo como a ti mesmo”


O Amante

O Amante quer um tipo mais profundo de conexão: que seja íntima, genuína e pessoal. Tais formas de conexão – seja com namorados, amigos ou membros da família – exigem muito mais conhecimento, honestidade, vulnerabilidade e paixão do que a ligação mais fria do Cara Comum.

No marketing: pode-se dizer que ao passo que o Cara Comum deseja bens e serviços que o auxiliem em termos de fazer parte do grupo (por serem muito similares aos que os outros consomem), os Amantes preferem produtos que sejam exclusivos, raros ou customizados. Para que uma empresa seja capaz de alcançar este arquétipo, precisará oferecer um excelente produto, de alta qualidade e, preferencialmente, personalizado. O Amante deseja qualidade da marca que consome, não por uma questão de prestígio ou de status, como o Governante, mas para potencializar seu prazer de viver.

Este arquétipo é comum nas indústrias de cosméticos, jóias, moda e turismo. Pode-se ainda observar o arquétipo do Amante em certas categorias de alimentos ligadas à sensualidade e ao prazer, como vinhos e iguarias finas, em que tais atributos muitas vezes fazem parte da experiência de consumo.

Lema do Amante: “Só tenho olhos para você”


O Sábio

Quando o Sábio está ativo na vida de uma pessoa, ela sente um agudo interesse em aprender por aprender. A parte do Sábio que existe dentro de uma pessoa concorda com a frase: Penso, logo existo. A partir desta definição, é possível concluir que, quando o arquétipo do Sábio predomina no caráter do indivíduo, há grande e constante motivação e interesse pelo aprendizado.

No marketing: para o Sábio, o principal receio que pode ocorrer é o de ser enganado por informações irreais ou falsas, o que acarretaria uma má interpretação de informações, dados ou situações. Assim, os Sábios vêem uma compra como sendo uma transação lógica, racional. Eles demandam informações e conhecimento a respeito da qualidade do produto à venda e do custo a ele relacionado. Em seguida, tomam a decisão – lógica – com base nas informações de que dispõem. Se neste processo o vendedor os faz sentir exímios conhecedores do assunto, é mais provável que comprem o que é oferecido do que se os fizesse experimentar a sensação de serem inábeis ou de sentirem-se pressionados.

Lema do Sábio: “A verdade libertará você”


O Mago

O Mago representa o arquétipo daqueles que desejam buscar os princípios essenciais que regem o funcionamento das coisas e empregá-los para que estas aconteçam. Os empresários podem ser percebidos comumente como Magos, assim como os atletas. As pessoas “mágicas” geralmente possuem sonhos, ilusões e aspirações que muitos avaliam como impossíveis ou impraticáveis, mas o cerne da magia é ter uma visão na direção da qual se deva caminhar. Quando algo dá errado, os Magos analisam a si mesmos, a fim de perpetrar uma mudança interior.

No marketing: quando o arquétipo do Mago está ativo nos indivíduos, eles são catalisadores da mudança. Os Magos são motivados pelo desejo de transformação pessoal e pela oportunidade de mudar as pessoas, as organizações e a época. Eles apreciarão se você lhes oferecer experiências transformadoras, mas o maior lucro surge quando você consegue ajudar um cliente a aperfeiçoar a si mesmo.

Lema do Mago: “Pode acontecer!”


O Cara Comum

Quando o arquétipo do Cara Comum está ativo em uma pessoa, ela usará roupas simples ou outros trajes comuns (mesmo que tenha bastante dinheiro), falará de um modo coloquial e detestará todo o tipo de elitismo. O objetivo dele é fazer parte do grupo e ser igual a todos.

No marketing: este arquétipo não aprecia artificialismos, tendendo a valorizar o nivelamento entre as pessoas, independente de classe social, religião ou cultura. Por exemplo, em uma festa, pedir uma cerveja nacional em vez de um whisky importado; convidar o cliente para nadar ou jogar boliche em vez de lhe oferecer um jantar sofisticado; todas essas escolhas podem fornecer a indicação de que o arquétipo do Cara Comum é valorizado, apreciado e estimado.

Lema do Cara Comum: “Todos os homens e mulheres são criados iguais”


O Criador

Quando o arquétipo do Criador está ativo nos indivíduos, estes se sentem compelidos a criar ou inovar – caso contrário, sufocam.

Nos dias de hoje, em muitas ocasiões, as situações cotidianas fogem do controle dos indivíduos, que canalizam na criatividade seus problemas e dificuldades, usando-a como uma válvula de escape. Por exemplo, uma mulher que tenha tido um dia estressante no trabalho ou em alguma outra situação vai para casa e pinta uma tela ou desenha uma paisagem para relaxar e sentir-se melhor. Qualquer atividade de cunho artístico é útil na satisfação do desejo de harmonia e de estabilidade, além de elevar a auto-estima do indivíduo.

No marketing: praticamente todas as pessoas possuem uma forma de expressão por meio da criatividade, sendo esta exposta por meio de atividades como pintura, artes plásticas, escultura, decoração e outras mais. Os produtos do Criador tendem a prestar alguma assistência às pessoas em tais afazeres. A associação com este arquétipo fornece, ainda, uma evocação de status a seus produtos. Muitos produtos caros, como móveis, esculturas e tapetes, são negociados recorrendo-se ao arquétipo do Criador.

Lema do Criador: “Se puder ser imaginado, poderá ser criado”


O Bobo da Corte

Quando o arquétipo do Bobo da Corte está ativo em uma pessoa, ela quer apenas se divertir. O desejo básico, aqui, é ser espontâneo e recuperar aquele espírito brincalhão que todos nós tínhamos quando éramos pequenos. O arquétipo do Bobo da Corte nos ajuda a viver a vida no presente e nos permite ser impulsivos e espontâneos.

Enquanto o Cara Comum e o Amante fazem uso da autocensura para se adaptarem ou se acomodarem no grupo, ou para atrair os outros, o Bobo da Corte se solta completamente, demonstrando que a pessoa pode agir de forma espontânea e natural e ainda assim ser acolhida e admirada pelos demais.

No marketing: o Bobo da Corte é o arquétipo perfeito para as marcas de cerveja. Os comerciais de cerveja, que costumam ser divertidos e espirituosos, demonstram bem a similaridade com este arquétipo.

Por exemplo, o “ritual” de sair para beber cerveja é normalmente envolvido por um clima de descontração e despreocupação. Um ambiente sem pressões em que todos são semelhantes, aceitos do jeito que são e onde a cerveja é o grande nivelador. Este é o ambiente ideal para o Bobo da Corte, e portanto, ele é o arquétipo da categoria de cervejas. Veja o caso Skol.

Lema do Bobo da Corte: “Se eu não puder dançar, não quero tomar parte da sua Revolução”


O Inocente

Quando o Inocente está ativo em uma pessoa, ela é atraída para a certeza, para idéias positivas e esperançosas, para imagens simples e nostálgicas, para promessa de resgate e redenção. O Inocente é uma pessoa otimista que está sempre visando ao “paraíso”. Este arquétipo prefere coisas previsíveis e não gosta de mudanças.

No marketing: se o consumidor tiver a certeza de que o produto ou serviço em questão, ou a própria organização com quem se relaciona, cumpre suas promessas e se baseia em valores perenes e duradouros, ele será leal à marca. Mas se for preciso, estará disposto a abandonar os valores predominantes naquele momento e experimentar algo que acredita ter valor maior. O Inocente luta pelo bem e busca encontrar o produto adequado, que compartilhe de valores como a bondade e os comportamentos morais, em vez da ganância, da cobiça e dos comportamentos imorais.

Por exemplo, as pessoas que abandonam uma cultura de alta pressão, focada no sucesso, para perseguir a alegria de uma vida simples, têm o arquétipo do Inocente presente em si.

Lema do Inocente: “Somos livres para ser você e eu”


O Explorador

Quando o arquétipo do Explorador está ativo na pessoa, seu chamado é para explorar o mundo e, nesse processo, encontrar a si mesmo para poder saber quem ele é.

Quando o sentimento de explorador é forte em uma pessoa, ela possivelmente faz, de modo consciente, algo que a diferencie dos outros indivíduos, como por exemplo os jovens que pintam os cabelos com cores chamativas, ou que colocam piercings em partes do corpo para conquistar ou afirmar sua individualidade. É como se mostrassem sua diferença como forma de resistência à resignação ou à conformidade.

No marketing: com base nesta definição, para ter sucesso na criação de uma marca sob este arquétipo, é preciso conhecer a história do Explorador: imaginar como, por exemplo, seria sentir-se aprisionado ou reprimido e desejar mais estímulo, agitação e aventura, sentir-se mais amplo do que a própria vida que se vive, como se ela de algum modo o contivesse ou refreasse.

Lema do Explorador: “Não levante cercas à minha volta”


O Herói

Quando o arquétipo do herói está ativo em uma pessoa, ela se fortalece com o desafio, se sente ultrajada pela injustiça e responde rápida e decisivamente à crise ou à oportunidade.

Há uma semelhança, e até uma afinidade, entre os arquétipos do Explorador e do Herói. Mas enquanto o Explorador busca encontrar a si mesmo, o Herói quer se ratificar ou provar, tentando sempre superar os seus limites, além de constantemente tentar melhorar o mundo em diversos aspectos, fazendo dele um lugar melhor, mais encantador e agradável.

No marketing: este arquétipo funciona bastante com produtos esportivos. Ele também pode ser utilizado no marketing ligado a causas sociais, como o próprio marketing social – que busca influenciar no comportamento de um determinado público-alvo, visando a um maior bem estar da sociedade no longo prazo.

Lema do Herói: “Onde há vontade, há um caminho”


O Fora-da-Lei

O arquétipo do Fora-da-lei é conhecido também como Revolucionário. Ele tem a sedução do fruto proibido e contém em si as qualidades sombrias da cultura, ou seja, as qualidades que a sociedade desdenha. Este arquétipo libera as paixões reprimidas da sociedade. Quando a consciência do Fora-da-lei está presente, as pessoas têm uma percepção mais aguda dos limites que a civilização impõe à expressão humana.

Percebe-se, de acordo com a definição deste arquétipo, que o Fora-da-lei ou o Revolucionário está fora de seu tempo. Tem valores discordantes que prometem a revolução, ou que acabam fazendo ameaças por intermédio dela. O arquétipo do Fora-da-lei fornece, ainda, uma maneira de dar continuidade às antigas qualidades, características e propriedades eventualmente existentes na cultura e fazê-las emergir novamente.

Lema do Fora-da-Lei: “As regras foram feitas para serem quebradas”





Pedro Calmon






Fonte do Texto e da Gravura:
Biblioteca Virtual da Antropsofia
http://www.antroposofy.com.br/forum/os-arquetipos-de-jung/
Via Blog "O Arquétipo"
https://oarquetipo.wordpress.com/o-arquetipo/

O QUE É O MARTINISMO ?


Segundo Papus, fundador da Ordem Martinista original, esta "É uma sociedade mística (...) Como sociedade, o Martinismo é a união das forças invisíveis evocadas para a pesquisa da Verdade (...) A OM é um centro ativo de difusão iniciática. Ela foi constituída para propagar rapidamente e de uma maneira ampla os ensinamentos do oculto e as linhas da tradição ocidental cristã. A sociedade Martinista tem como primeira característica o respeito a liberdade humana, (...) e como segunda característica aceitar em seu seio homens e mulheres. A terceira característica é de ser cristã (...). A Ordem em seu conjunto é antes de tudo uma escola de cavalaria moral, que se esforça em desenvolver a espiritualidade de seus membros, pelo estudo do Mundo Invisível e de suas leis, pelo exercício de devotamento e da assistência intelectual e pela criação em cada espírito de uma fé cada vez mais sólida, baseada na observação e na ciência (...)” (A propos du Martinisme).

O Martinismo é uma Ordem Iniciática, que sem esquecer os objetivos acima, visa principalmente transmitir a Tradição Iniciática Ocidental aos verdadeiros Homens de Desejo.

A palavra Iniciação deriva-se da palavra latina “INITIUM” que significa começo, e que para os Martinistas possui duas interpretações:

a) um novo estado
b) um novo caminho.

Entendendo que estas duas interpretações nada mais são que “duas faces de uma mesma moeda”, o Martinismo apresenta aos seus membros um novo caminho que fatalmente o levará à um novo estado de Ser, caso este mantenha em si este Desejo Real apresentado quando de sua entrada na Ordem, e efetivado com seus trabalhos e práticas internas.

A Iniciação Martinista gera no Iniciado, quando este realmente se dedicada à Grande Obra, uma nova condição, graças a qual pode libertar-se dos preconceitos do mundo comum e fenomênico chegando a Iluminação interior, também chamado de despertar espiritual.

Nossos ritos iniciáticos remontam à duas grandes personalidades do mundo Iniciático: Martinez de Pasqually e Louis Claude de Saint-Martin:

Pasqually fundou no século XVIII a “Ordem dos Elu-Cohens”, e trabalhava na chamada “Via Externa” que com seus diversos cultos (expiação, limpeza da aura da Terra, contra guerras, descida do Espírito Santo etc.) visava a evocação teúrgica de seres e forças espirituais com o objetivo de ajudar, orientar, limpar e preparar seus praticantes – e nosso planeta - em sua Regeneração, caminho para a Reconciliação, estágio final e introdutório para a Reintegração no seio do Absoluto. Destas liberações individuais sairá a libertação coletiva que permitirá a reconstituição do homem-arquetípico, esfacelado em pedaços na Queda bíblica, e sua reintegração no divino que o emanou.

Saint-Martin, discípulo de Pasqually, abandonou as práticas de seu primeiro Mestre e dedicou-se a trabalhar na chamada “Via Interna” ou “Via do Coração” onde a ênfase está na meditação, na ascese, na prece ativa e em técnicas precisas de retificação do interior do Ser no sentido de uma aproximação cada vez mais real com o Absoluto.

Contudo devemos tomar muito cuidado para não reduzirmos esta Via "Martiniana" a simples práticas de orações diárias, acompanhadas de trabalhos caritativos para com nosso próximo, mescladas com discutíveis catarses emocionais semelhante a determinadas religiões tradicionais.

Entendido estes pontos podemos resumir, de uma maneira geral, a diferença entres estes dois Grandes Mestres afirmando que enquanto Pasqually concedia a chave da Reintegração Universal, Saint-Martin concedia a chave ativa da Reintegração Individual.

Após a divisão da OM, com a morte de Papus, a Via Externa Teúrgica, chamada de "Martinezista", foi quase totalmente abandonada, e hoje, com raríssimas exceções, a quase totalidade dos ramos Martinistas trabalham exclusivamente com a Via Interior de Saint-Martin.

Complementando as informações lembramos que os Martinistas são indivíduos livres, respeitosos e tolerantes para com os pensamentos divergentes e indiferentes a tabus ou preconceitos de qualquer espécie. Os Martinistas se ligam por sua própria e livre vontade à humanidade, à natureza, e a Deus, tomando com seus trabalhos gradativa consciência do caráter sagrado desta ligação. Em suas reuniões, somente, os Martinistas são aceitos; as iniciações e seus respectivos graus se recebem segundo mérito próprio, onde a antiguidade não possui nenhum valor efetivo ou determinante.

Como conclusão lembramos que acima de todas definições e teorias, o Martinismo é um estado de Ser, é um Caminho, e mais que explicado deve ser sentido e vivenciado, para através do SILÊNCIO chegarmos ao seu Coração realizando em nosso Ser seu objetivo principal: a REINTEGRAÇÃO da coletividade no seio do Absoluto.






Fonte do Texto e da Gravura:
Ordem Martinista & Sinárquica - Grande Loja Nacional Brasileira
http://omsinarquica.blogspot.com.br

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

Todos nós temos uma parte que não é muito pacífica, onde reside a voz da dúvida e da crítica. A voz que precisa provar a si mesma: Eu estou certo. Tal ego tem uma capacidade incrível de destruir a verdade. Mas toda vez que eu faço uma escolha pela minha natureza original verdadeira – amorosa e pacífica - eu libero uma energia positiva. Essas vibrações alcançam àqueles que eu preciso alcançar e corrigem qualquer situação sem que eu tenha que fazer nada. Quando me estabilizo internamente, dou permissão para que tudo ao redor de mim também volte a sua posição original de paz. (Gopi Patel)

O hábito de reclamar cria uma visão negativa sobre tudo e todos. Você pode ver algo e saber que não está certo, mas se você começa a criticar você não está ajudando a situação. Contentamento também significa olhar para as coisas, mas de um modo positivo. Para isso tenha pensamentos positivos e eles criarão uma visão e uma atitude positivas. Então, enquanto vendo o que está errado, você também poderá ver como isso pode ser acertado. (Mohini Punjabi)

Há sempre uma solução para um problema e uma resposta para uma pergunta. Não existe uma só situação onde você não possa encontrar uma saída. Aqueles que têm a energia positiva do contentamento encontrarão a solução assim que a situação vier. Cuide disso muito bem e o contentamento ficará com você, caso contrario você poderá começar a se sentir vazio novamente. Como fazer isso? Você precisará do poder de discernir, deixar o passado. (Mohini Punjabi)

Muita gente diz que é muito difícil ser positivo neste mundo altamente negativo. Mas, assim como um incenso espalha fragrância por todo lugar, o poder dos pensamentos puros e positivos constantes pode transformar as atitudes e a atmosfera negativa de qualquer pessoa ou local.

Aquele que possui um coração limpo e claro tem todos os seus desejos puros preenchidos. Um coração limpo está sempre satisfeito. Basta criar um pensamento para ele ser preenchido. Não é preciso labutar. Por isso não deixe que manchas surjam em seu coração. Não tenha o sentimento de ser insultado. Torne sua mente de tal forma sagrada que você fique livre de todos os pensamentos inúteis. Aquele que tem um coração limpo é o mais amado e o mais próximo de Deus.

Agora, Deus, o Pai de todas as almas, está nos dando a chance de nos elevarmos. Então, que possamos aproveitar essa chance. Que possamos continuar a fazer nosso esforço individual para mantê-Lo na nossa frente. Não pense sobre o seu passado ou o passado dos outros. Não se preocupe com o futuro também. Simplesmente esteja atento em criar seu próprio presente. Foque nos seus esforços em manter seus pensamentos elevados e puros. Isto tornará sua visão, atitude e ações elevadas e puras. Dessa forma você viverá uma vida de benefício para si e para mundo. (Dadi Janki)





Brahma Kumaris






Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Tumblr.com

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

A NECESSIDADE DA PRÁTICA INTUITIVA (SADHANA)

A prática intuitiva (sádhaná) tem de ser aprendida a partir de um grande mestre (sadguru), e a emancipação é obtida pela sua prática sistemática. Nada pode ser conseguido meramente dependendo do mestre sem a realização da prática intuitiva (sádhaná). Todos devem realizar prática intuitiva. A emancipação não é possível sem ela.

Algumas pessoas têm a impressão errada de que não têm de fazer um esforço e que vão atingir a emancipação devido à graça do mestre. É verdade que a libertação não é possível sem a bondade do grande mestre mas estão enganadas se pensam que a libertação pode ser obtida sem esforço. Cada um tem que merecer a bondade e só então a libertação lhe será concedida. Nunca é oferecida a um discípulo que não merece. Para merecer a graça do sadguru cada um tem que seguir o sistema de prática intuitiva com devoção e fé, e não assumir que o grande mestre dará livremente tudo sem qualquer esforço por parte do discípulo.

Outras pessoas pensam que uma vez que são os discípulos de um grande mestre e como o sadguru veio para elevar os “caídos”, o mestre irá levá-los ao longo de todo o percurso da mesma forma como um pastor reúne todo gado que pastoreia antes de deixar o pasto ao entardecer. Esta maneira de pensar não é correta. Um grande mestre não vem a este mundo para pastorear os seus discípulos como gado. O grande mestre vem libertar as pessoas, para elevá-las à divindade. As pessoas devem fazer um esforço sincero para realizar prática intuitiva (sádhaná). Com a dependência ociosa no mestre não é possível obter a emancipação.

Quando cada um inicia a prática intuitiva, surgem problemas que são obstáculos para essa busca. Sádhaná (prática intuitiva) é o esforço para libertar-se das amarras de Prakriti*. Esta submissão é mantida devido às distorções auto-criadas na mente. A fim de obter a libertação a mente tem que ser restaurada ao seu estado natural, removendo essas distorções. Foi mostrado anteriormente que estas são as reações de suas ações e não podem ser removidas sem serem experienciadas. Assim, a emancipação não é possível até que se tenha experienciado todas as reações remanescentes de vidas prévias da pessoa. As pessoas comuns vivenciam estas reações de maneira normal e, se ainda permanecerem quando morrerem, elas renascerão para esgotá-las.

Aqueles que buscam a prática intuitiva não querem nascer de novo para experienciar as suas reações restantes. Na ânsia de obter emancipação rapidamente eles apressam-se a esgotar o saldo das reações nesta vida. Então, eles devem encarar os problemas como um bom sinal, uma vez que aceleram o esgotamento das reações restantes.

Sádhaná é o esforço para libertar-se da influência de qualificação de Prakriti. Avidyámáyá** também é uma qualidade, e que também tem de ser objeto de renúncia. Se um inquilino tem ocupado uma casa por muito tempo, será extremamente difícil de repente expulsá-lo pela força, especialmente se ele tem sido tratado como um inquilino respeitável ao longo desse tempo. Ele nunca vai deixar a casa de boa vontade e vai colocar todos os tipos de obstáculos no caminho de cada um. Cada um terá que lutar contra todas as suas manobras, e somente quando o tiver derrotado completamente é que o valentão irá permitir a entrada na casa.

Do mesmo modo, como cada um esteve à mercê de Avidyámáyá por muitas vidas, não vai libertar-se facilmente quando se começa a prática intuitiva. Como um inquilino intimidador, Avidyámáyá irá lançar todos os obstáculos possíveis ao longo do caminho de cada um que tente destruir a sua influência. Sádhaná ou prática intuitiva ensinada por um grande mestre é a maneira de remover Avidyámáyá. Apenas o sucesso na sádhaná pode fazer Avidyámáyá afrouxar a sua influência. Assim, o início da verdadeira sádhaná é marcado por uma grande resistência por parte de Avidyámáyá, que, através dos obstáculos que cria, tenta obrigar cada um a desistir de sádhaná. Nas suas tentativas de subjugar Avidyámáyá, a sádhaná irá naturalmente encontrar resistências da força maléfica de Avidyámáyá.

Obstáculos na sádhaná (prática intuitiva) devem ser considerados como uma indicação do sucesso de cada um na sua tentativa de remover Avidyámáyá. Os obstáculos não são criados por Deus ou o grande mestre (sadguru), eles desejam que cada um se possa tornar emancipado como eles. Eles são criados por Prakriti, contra quem cada um está a travar uma luta. Se uma pessoa pretender ganhar, Prakriti tem que ser derrotada com a arma da sádhaná, contra a qual Avidyámáyá se defende, colocando obstáculos no caminho de cada um. Obstáculos em sádhaná devem ser considerados como bons sinais, pois indicam que a influência de Avidyámáyá está a começar a diminuir.

*   Prakriti: natureza objetiva/ilusória
** Avidyámáyá: ignorância-ilusão


Shrii Shrii Anandamurti







Fonte: Ananda Marga Pracaraka Samgha Portugal
www.anandamarga.pt
Fonte da Gravura: Tumblr.com

A ÚNICA REALIDADE INACESSÍVEL AO MAL

De onde vem a serenidade que emana do rosto dos grandes sábios? Muito simplesmente do fato de eles terem conseguido vencer o medo de perder o que quer que seja. Eles elevaram-se até ao cume, onde sentem que existe neles algo de indestrutível e que não pode ser-lhes retirado. Aconteça o que acontecer, o verdadeiro sábio sabe que a única realidade, nele mesmo e em todos os seres, está nesse cume inacessível ao mal, acima de todas as atribulações: o espírito, a centelha que Deus inculcou em cada criatura humana. Mas, como podemos chegar até lá? Trabalhando sobre nós mesmos, purificando os nossos pensamentos e os nossos sentimentos, a fim de dissolvermos, pouco a pouco, as camadas opacas que nos separam dessa centelha e nos impedem de sentir que ela é a única realidade. Aquilo a que a religião chama Providência decorre desta certeza, ancorada em certos seres que viveram essa experiência, de que algo neles nunca pode ser atingido e escapa a todas as vicissitudes.




Omraam Mikhaël Aïvanhov





Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

LITERATURA MEDIÚNICA

Comecemos por uma premissa: não devemos aceitar nem rejeitar sistematicamente tudo quanto vem do alto.

A respeito de livros e mensagens do além, há duas posições que nos parecem muito sistemáticas, senão inconvenientes: há os que absolutamente repelem qualquer mensagem, qualquer trabalho mediúnico quando não conhecem o grupo, o ambiente onde a mensagem foi recebida; e há os que aceitam tudo, sem exame, sem crítica, apenas porque vem do alto. De um lado e do outro, há, evidentemente, exagero, porque é sempre necessário que prevaleça, antes de tudo, o bom senso. Não devemos aceitar como verdade tudo quanto nos dizem certos espíritos, ainda que o façam em boa forma literária.

O próprio Allan Kardec rejeitou muitas comunicações que não estavam de acordo com o bom senso e com os conhecimentos universais. Sem prejuízo desta orientação, que é mais lógica, mais aconselhável, não devemos repelir tudo imediatamente, sem exame.

Há ocasiões em que alguns trabalhos mediúnicos nos trazem palavras edificantes, palavras que confortam embora não possamos identificar o espírito comunicante. Tenho, por exemplo, em mãos, um livro mediúnico intitulado “Orai e Vigiai”, publicado há pouco nesta Capital. (...) Nele encontro uma comunicação em que a entidade comunicante, falando sobre a imortalidade da alma, diz: “A alma traz em si paixões e só depois de vencê-las é que começa a sentir a paz da imortalidade." Mais adiante afirma ainda: "Libertai a vossa alma de tudo que possa fazê-la padecer, porque se pensais que com a morte tudo acaba, é porque ainda não chegastes ao conhecimento da verdade."

Não há, evidentemente, originalidade nestes conceitos. Mas ninguém pode negar a exatidão do pensamento que estas palavras encerram para os que aceitam a imortalidade da alma. Não procuramos saber a identidade do espírito, mas concordamos com as ideias que ele defende. 

Queremos dizer com isto que na literatura mediúnica, embora haja muitas ideias que não podemos aceitar imediatamente, há muitos conceitos aceitáveis, muitas páginas que nos dão coragem, que nos reerguem espiritualmente. Não devemos, portanto, condenar tudo, apenas porque não conhecemos a fonte. Devemos ler tudo e raciocinar.




Deolindo Amorim


(Trechos de uma crônica lida no programa Seleções Espiritualistas, dirigido por Nélson Batista de Azevedo, da União dos Discípulos de Jesus, através da Rádio Guanabara, PRC-8, do Rio de Janeiro, nos anos 50.)




Fonte: do livro ANALISES ESPÍRITAS
(Livro compilado por Celso Martins, com plena concordância de Delta dos Santos Amorim e ajuda prestimosa de Enéas Pereira Dourado, Zilda Alvarenga e Yedda Macedo Sampaio)
FEB - FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA - Rio - RJ — Brasil
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DOS ANTIGOS MISTÉRIOS À MENSAGEM ESOTÉRICA DOS TEMPLÁRIOS


Nada para nós, Senhor, nada para nós, mas para glorificar o teu nome.


Já tendo abordado várias facetas da Milícia de Cristo iremos, neste capítulo, focar um aspecto diferente, mas que é, quanto a nós, talvez o mais importante: refere-se precisamente à Ordem do Templo. Fundada no século XII, teve um papel importantíssimo em toda a Europa, sobretudo no lado ocidental e, muito particularmente, em Portugal.

Há um fato, um fenômeno que nos suscita uma questão: porque é que no imaginário português está tão presente e tão viva a história dos Templários e o seu ideário? Não é fácil encontrar uma resposta definitiva, pois falta-nos ainda muito para compreender na sua totalidade este fenômeno que foi a Ordem do Templo.

Relativamente ao tema deste capítulo há, por um lado, a mensagem propriamente dita – que nem sempre é abordada e, por outro lado, existe um aspecto mais divulgado e extremamente importante, que é o dos símbolos e da história templária. Porém, este último aspecto sem a mensagem, sem o lado esotérico, equivale a um corpo sem alma, impedindo-nos de entender as causas profundas que moveram a Ordem do Templo. Convém, no entanto, esclarecer que o lado esotérico é muito subjetivo. O verdadeiro esoterismo não pode ser dito; o que se pode é propiciar o caminho para se chegar ao interior das coisas, às realidades que se encontram para além das aparências.

      S. Bernardo de Claraval


Se recuarmos um pouco na história, veremos que os finais de Roma coincidiram com a perda dos Mistérios na Europa, que se trasladaram para o Oriente. Nesse momento aconteceu a queda do Império Romano que originou a Idade Média europeia. Oficialmente, Roma caiu em 453 d.C., mas, na realidade, já tinha caído aquando do assassinato do Imperador Juliano e a consequente perda dos Mistérios e dos valores do mundo clássico. A partir daí assiste-se a um interregno enorme, comumente chamado “Idade Média”, que é na realidade um período intermédio entre duas culturas, duas civilizações. Os Mistérios deslocaram-se, pois, para o Oriente e o pouco que ficou foi canalizado por determinadas personagens, a nível individual, e por algumas organizações. A primeira tentativa de fazer emergir a Humanidade ocidental dessa terrível noite medieval nasceu com a Távola Redonda, o Rei Artur e o mito de Camelot, baseado no antigo esoterismo druídico celta. Cinco ou seis séculos mais tarde nasceu um fenômeno na Europa, uma personagem absolutamente excepcional, tanto sob o ponto de vista político como místico: São Bernardo.


Bernardo de Claraval. Mentor da Ordem do Templo a Ocidente e da Ordem Teutônica a Oriente, foi o precursor do projeto espiritual de uma Europa Unida.


O contexto histórico do século XII proporcionou o advento de São Bernardo. Para além deste vulto de gênio também surgiu a Escola de Chartres que muito contribuiu para o renascimento da antiga maçonaria de tipo egípcio na Europa. Os Templários, cuja Ordem foi fundada nos inícios do século XII, vão-se inserir perfeitamente neste portentoso fluxo de conhecimentos e espiritualidade, ao assimilarem os conhecimentos que a Escola de Chartres lhes propiciou, conhecimentos esses baseados na fusão do que restou dos antigos Mistérios de Roma com os Mistérios druídicos.

Havia a necessidade de uma organização que fosse a catalisadora de todo esse fluxo espiritual. Por um lado apareceu São Bernardo e, por outro, a Escola de Chartres, com a qual se deu início à construção das catedrais góticas, autênticos livros de pedra lavrada repletos de significado simbólico e esotérico. Ali estava todo um manancial de saber que, depois, irradiou um pouco por toda a Europa. Porém, a nível de organização propriamente dita, atuando no campo político e esotérico, surge a Ordem do Templo.

Os Templários apareceram com todo um conjunto de símbolos que tornavam evidente a sua missão para aqueles que os sabiam interpretar. Assim, quem sabia ler esses símbolos entrou imediatamente em contato com a mensagem esotérica e aderiu, de uma forma intelectual ou prática, à obra que os Templários se dispunham fazer. Não foi uma obra dentro de um contexto isolado, já que houve condições para que a realizassem. Se assim não fosse, nunca poderiam ter feito o que fizeram. No entanto, há um dado que importa salientar e que, quanto a nós, é a parte mais interessante desta temática: é que eles não concluíram a obra ou, como diria Fernando Pessoa “há uma missão que falta cumprir”. Nesta base, falar do passado é extremamente importante, mas falar do futuro assente no passado não é menos necessário. O passado, não o podemos modificar; o futuro, ainda o podemos construir.






Reflitamos um pouco sobre o significado da palavra TEMPLÁRIO. Eles pertenciam à Ordem do Templo, queriam construir um templo. A Ordem também tinha um outro nome: MILÍCIA DE CRISTO. Contudo, os Templários não se referiam em sentido estrito ao Cristo da Igreja Católica, mas ao Cristo Cósmico, porque Christos significa o Iluminado, que é o mesmo que Budha ou estado búdhico. Da mesma forma que Budha se chamava Sidharta Gautama antes de alcançar o estado búdhico ou a Iluminação, também Cristo se chamava Jesus antes de alcançar o estado crístico, ou seja, a Iluminação. Cedo os homens alteraram a sua mensagem, temporalizaram-na demasiado, tendo-se criado uma ou várias fraturas no cristianismo, a mais importante das quais no século IV, que deu à Igreja Católica Romana o domínio de todo o Ocidente e à qual todos deviam estar submetidos, sob pena de excomunhão. Ficaram de fora todos aqueles que seguiam a pureza do cristianismo original. Foram vários os movimentos que canalizaram esse espírito, nomeadamente a Gnose e, mais tarde – já que não iremos aqui fazer uma retrospectiva do cristianismo -, os Templários. Relativamente à denominação Ordem do Templo, é claro que, oficialmente, referiam-se ao Templo de Salomão; no entanto, este último só tinha importância para eles no seu aspecto simbólico porque, na realidade, o que eles queriam era construir o templo dentro deles próprios para, depois, se refletir no exterior. Por quê? Porque, para os Templários, como para todos os que seguem a via esotérica, o Homem é o templo de Deus. O Homem é feito à imagem de Deus. Só que a parte feita à imagem de Deus não é o corpo físico, mas o Espírito. Quando se entendeu, erroneamente, que era o corpo físico que estava feito à imagem de Deus, antropomorfizou-se Deus e criou-se Deus à imagem do homem e não o Homem à imagem de Deus. Na verdade, o corpo é o receptáculo-templo que alberga o Espírito, como um templo de pedra também alberga o Espírito. Daí haver toda uma relação entre o templo-universo-macrocosmos e o templo/corpo humano-homem-microcosmos. Assim, verificamos que as igrejas de outrora eram todas construídas na base da relação entre o macrocosmos e o microcosmos. Exemplificando, a planta típica de uma igreja compunha-se da seguinte forma:

a) havia uma nave central (linha vertical);

b) depois o transepto que cortava a nave (linha horizontal);

c) e a ábside (forma redonda)

Este esquema representa o Homem com os braços abertos e com a cabeça virada para o Oriente. O templo tinha determinadas formas, regras e leis, pois interessava que ao entrar aí o Homem sofresse um processo de transmutação. É evidente que tudo isso é simbólico, mas havendo a forma adequada o espírito pode entrar nela. O templo estava sempre orientado, pois se não estivesse no eixo oriente-ocidente estaria desorientado.

Ora, já temos um símbolo bastante indicativo do que pretendiam os Templários. Não iremos aqui analisar o número oito, mas sim o número cinco que tem mais diretamente a ver com o tema que agora nos ocupa e é uma das muitas chaves de acesso ao conhecimento interno da Ordem. Tomar, a segunda província templária no mundo, foi um foco importantíssimo de irradiação mística, espiritual e esotérica. Aí, na rosácea do pórtico principal da Igreja de Santa Maria do Olival – onde está sepultado Gualdim Pais, fundador do castelo e da cidade de Tomar -, está inscrita uma estrela de cinco pontas sobre uma rosa com as pétalas abertas. É clara aqui a relação entre a rosa e a cruz, à semelhança da que foi recentemente descoberta no interior do próprio castelo e que despertou, finalmente, a atenção dos nossos historiadores oficiais, ou seja, exotéricos. Começa-se, assim, a relacionar todo o simbolismo existente entre a Rosa e a Cruz.


A estrela de cinco pontas na Igreja de Santa Maria do Olival, em Tomar. Repare-se na foto de cima, onde a estrela surge de uma flor com as pétalas abertas.


A estrela de cinco pontas representa o microcosmos/homem, o quinto princípio humano – mente superior ou parte espiritual. Representa igualmente aquilo a que Fernando Pessoa chamou o quinto império, porque o quinto elemento é aquele que emerge do quatro, do quadrado. Se tivermos um quadrado e traçarmos duas diagonais, o seu ponto de intersecção é o quinto elemento e, se lhe dermos profundidade ao elevar esse ponto central, obteremos uma pirâmide de base quadrada e quatro lados triangulares que dá o número sete, símbolo da realização humana completa.

A nossa meta é a obtenção do quinto elemento, porque o quatro já nós o conhecemos: os quatro ângulos do espaço, os quatro pontos cardeais, o “quaternário”. O “quadrado” por si vê as coisas de forma quadrada. Necessitamos de uma dimensão metafísica, espiritual. É aí que entra o quinto elemento (o que dá profundidade), que os orientais, os alquimistas chamaram éter. Não interessa tanto o nome, mas sim que esse quinto elemento é o elemento espiritual.

Os Templários também deixaram outros símbolos que todos nós conhecemos. Um deles é o famoso medalhão com dois cavaleiros numa montada, símbolo da pobreza inicial da Ordem, já que os cavaleiros templários, à semelhança de todos os movimentos espirituais, começaram realmente com muitas dificuldades. Mas há um outro simbolismo por detrás desse, que é a representação de dois mundos, de duas missões; representa a dualidade esotérico/exotérico, espiritual/material. Os Templários tinham uma missão exotérica (exterior), pública, que satisfazia a Igreja e outra, interna, que nós ainda hoje não conseguimos desvendar na sua totalidade. Felizmente deixaram-nos símbolos, marcas, sinais que nos possibilitam avançar na busca.


A dualidade inscrita no medalhão templário e no seu gonfalão representa igualmente a luta do bem contra o mal.


Também utilizaram como símbolo o machado duplo, que vamos encontrar nas mais diversas civilizações do passado. Em Creta, no palácio do rei Minos havia o labirinto (da raiz labris = machado) onde estava encerrado o Minotauro. Teseu, o herói grego, entrou aí munido de duas armas ou instrumentos: um fio e um machado duplo. Foi com este último instrumento que ele matou o Minotauro. Do ponto de vista psicológico, este mito significa que o labirinto está dentro de nós e que, para encontrar o seu centro e matar o monstro, há que estar preparado e ir munido com esse fio para não perder o rumo e com o machado duplo para fazer um trabalho interno e outro externo.

Os Templários trabalhavam a sua natureza interna, tornando-se puros e convictos do Ideal que os habitava: um Ideal profundamente humano, universal, que se insere na atual Era de Aquário. Eles sabiam bem o perigo de cair na especulação intelectual. Atualmente, e para nosso grande mal, intelectualizamos muito e atuamos muito pouco, cristalizamos demasiado o nosso pensamento a ponto de a prática não se conformar com o que pensamos. Os cavaleiros do Templo, ao invés, não separavam o intelecto da prática. Recordemos que a divisa templária é “ORA ET LABORA”, ou seja, orar e trabalhar; cultivar o nosso interior e aplicar os seus frutos em prol da comunidade.

Dinis terá sido, na Europa do século XIV, o rei que melhor entendeu e soube da missão dos Templários. Assumindo a qualidade de Pontifex, assegurou a ponte entre o visível e o invisível, entre o mundo material e o mundo espiritual. Rei, poeta, lavrador, o seu símbolo era, por excelência, o machado duplo, que refletia a sua dupla ação: como poeta, lavrou os campos do espírito e, como lavrador, cultivou os terrenos físicos. D. Dinis lavrou as terras, construiu naus e preparou a epopeia marítima lusa que viria no futuro. Tal como diz Fernando Pessoa, “foi o plantador de naus a haver”. Além disso, protegeu os Templários perseguidos em toda a Europa pela cobiça de Filipe o Belo, criando para o efeito a Ordem de Cristo em substituição da extinta Ordem do Templo. A Ordem mudou de nome, mas os cavaleiros da Milícia de Cristo (nome pelo qual também eram conhecidos os Templários) foram preservados assim como os seus bens. D. Dinis, com este golpe político de génio, permitiu que a missão da Ordem do Templo continuasse na Europa, na sua primeira fase e, posteriormente na sua segunda fase, no mundo, como de facto veio a acontecer com resultados palpáveis na época dos Descobrimentos.

No Convento de Cristo em Tomar podemos observar ainda outros símbolos, criptogramas e criptografados com vários níveis de acesso. É interessante depararmos com uma mão com cinco dedos esculpida na pedra, uma das muitas chaves simbólicas representativas do quinto elemento utilizado tanto pelos Templários como pelas facções esotéricas do Islão. Inclusivamente e o que é interessante para um estudioso, trata-se de um símbolo universal que se encontra desde a América pré-colombiana até às culturas megalíticas. Num dos claustros do mesmo convento vemos também, esculpida na pedra, uma figura enigmática: Hermes Trismegisto. É uma divindade egípcia muito esotérica que simboliza, de entre muitas coisas, o conhecimento interno da natureza. De Hermes provém a palavra hermetismo, o que é hermético, fechado, reservado aos iniciados.

Outra figura que presumivelmente podemos encontrar no Convento de Cristo é o célebre Baphomet. Houve quem erradamente pensasse que se tratava do diabo. Na realidade, a palavra Baphomet provém do grego Bafe e Metis que significa “iniciação na sabedoria”, pelo que a sua presença nesse lugar terá um sentido mais amplo… a fazer fé pela forma como este símbolo é representado.

Um outro aspecto a realçar, e já referenciado, é o de que o Castelo de Tomar configura uma barca e está desenhado à imagem da constelação do Boieiro, da qual faz parte a estrela Arcturo (Arthus/Artur). Este desenho ou representação simbólica, figurada da barca do Castelo com a constelação do Boieiro, tem o seu quid, pois induz a missão a cumprir no tempo terreno. É um dos legados transmitidos e que nos indicia uma relação entre os cavaleiros templários em Portugal e o mito do Rei Artur. Lembremo-nos que o Rei Artur, o Rei Urso, num dos seus aspectos, é aquele que encarna na Terra o poder espiritual.


Arthus/Artur: o mito


Há uma lei na evolução do mito por forma a que as proezas de um herói antigo sejam “reatualizadas” nas de um herói mais recente. Assim, o novo Hércules (ou Arjuna, personagem guerreira do Bhagavad Gîta do pensamento indiano) do século VI d.C. chama-se Arthus e o seu instrutor é Merlin (o Krishna galocelta), o mestre iniciador que se manifesta ao discípulo antes de este dar início ao seu trabalho redentor. Merlin, arquidruida ou pontífice, surge epifanicamente perante o olhar assombrado de Arthus, incumbindo-o de empreender a difícil tarefa da conquista do Santo Graal, ou Monte Santo da iniciação, que não é nenhum cálice, taça, jóia ou pedra física.

Merlin, como mestre-iniciador, guarda relações com todos os heróis das teogonias e, deste modo, assume-se como Hércules ógmico – deus civilizador -, que inspira com seus doze trabalhos solares a demanda de seu discípulo Arthus. Este reúne, então, seus doze cavaleiros/discípulos em redor da mesa ou Távola Redonda, cavaleiros esses que representam os doze meses do ano e os doze trabalhos hercúleos que o Sol realiza na Terra ao longo do ano. Ou ainda, os doze patriarcas antediluvianos, os doze discípulos de Jesus Cristo, os doze deuses maiores, ou signos do Zodíaco…

A tradição cavaleiresca apresenta-nos Merlin encerrado na cidade de Daythia do submundo, transformado em corvo, ou seja, sumido nas trevas deste ciclo humano de queda na matéria, à espera do cisne, o Lohengrin ou cavaleiro andante do ideal, que virá um dia desencantá-lo, isto é, propiciar o ressurgimento da magia branca que trará de novo a Idade de Ouro. A lenda simbólica de Merlin está, pois, relacionada com as grandes lendas iniciáticas, desde o Prometeu agrilhoado, até ao Paraíso Perdido, às duas aves, branca e negra, de Odin (Hugin e Munin), e ao símbolo do corvo-cisne dos cavaleiros Templários.

Assim, o ancião Merlin, o jovem Arthus, os doze cavaleiros da Távola Redonda, mesa eucarística do Santo Graal, conformam todos uma teogonia medieval que, como as antigas, se apresenta no seu séptuplo significado (ou sete chaves de interpretação): astronómico, numérico, geométrico, filológico, biológico, artístico e histórico. E, tal como as demais, tratando-se de uma teogonia secreta, somente por iniciação se poderia alcançá-la.

A Távola Redonda, mesa eucarística do Santo Graal


À sua volta encontram-se os doze cavaleiros, iguais entre iguais. O cadeirão vazio (ou trono) aguarda o momento próprio para ser ocupado pelo Senhor do Mundo.


Por conseguinte, é mais um sinal de algo que os Templários nos quiseram deixar quanto ao sentido da mensagem que pretendiam levar ao mundo e a missão que pretendiam fazer. Não foi por acaso que D. Dinis, conhecedor e sabedor da interpretação iniciática da tradição da Ordem do Templo, os tenha protegido, compreendido e impulsionado na sua missão de levarem o ensinamento do Quinto Império ao mundo através da saga dos Descobrimentos Lusos. Porém, ainda não havia chegado a Hora, como bem entenderam os visionários da nossa história, entre os quais Camões e Fernando Pessoa.

O que é que podemos extrair, no imediato, da mensagem templária? Que não se pode realizar uma obra espiritual se se estiver demasiado apegado às coisas terrenas, dissipando a vida em ódios e intrigas. Há que primeiro realizar um trabalho interno de transmutação; depois, ter a coragem de o levar para a frente e de o concretizar. Neste momento, o que mais se necessita é de homens espirituais, de homens de boa vontade imbuídos do espírito de entrega e serviço a uma causa, a um ideal, com o fito de cumprir a missão pela qual a sua existência se realiza; homens de espírito que saibam a missão para a qual foram designados e tenham a luz, a força e o amor suficientes para canalizar todos os que aspiram, sem reservas, a ter um papel na história para que a missão se cumpra.

Esse sonho, esse Ideal habita de tal modo em nós que ainda hoje andamos massacrados interiormente com o Mito Sebastianista que, sob um determinado ponto de vista, é a consequência negativa desse sonho inacabado.

O que é que pretendiam os Templários? Pretendiam criar dentro do espírito da Nova Era e da Idade de Aquário, uma simbiose entre a Ciência e a Religião, ou seja, religião na ciência e ciência na religião, de modo a desenvolver a capacidade de percepcionar Deus, o Inteligível, a Unidade Cósmica na Ciência e na Religião. A Ordem do Templo, em suma, procurava a Verdade.

A mensagem que os Templários têm para nós é a de criar esse Quinto Império – o Império do Espírito na Terra, onde os valores espirituais predominam sobre os valores materiais. Isso não impede que haja concretização. Os frades do Templo sabiam muito bem que, para realizar a missão, era necessária uma sólida estrutura material, embora submetida aos valores do espírito. É esse o conceito de Quinto Império: o império do espírito sobre a matéria, o império do entendimento e da concórdia. No ideal templário todos tinham o seu lugar, porque haviam superado as diferenças de raças, credos, nacionalidades.

Nos séculos XII, XIII, embora fossem obrigados pelas circunstâncias a assumir uma posição oficial de acordo com as diretrizes da Igreja de Roma, mantiveram ocultamente ligações muito estreitas com as elites intelectuais do Oriente. Pretendiam preparar o terreno para que houvesse um entendimento entre os povos, baseado naquilo a que podemos chamar uma religião universal, respeitadora das diferenças de culto. Entendiam que Deus é Uno, que há um Caminho, uma Unidade, um Objetivo Último, um Destino Comum para toda a Humanidade.

Se aceitarmos que somos diferentes e que, apesar ou graças a essas diferenças, podemos conviver uns com os outros, porque sabemos que há algo de superior que nos une, começaremos a realizar no presente a anunciada Confederação de Estados regidos por um princípio unitário.

A obra que os Templários deixaram nas Índias e na América foi significativa; porém, ainda não tinha chegado o momento histórico para implantar um Império espiritual. Na realidade, tal como sucedeu na Grécia clássica com os pré-socráticos, houve naquela época um movimento esotérico que serviu de laboratório de ensaio para o futuro.

Os Templários constituíram um foco de luz de tal modo potente que ainda hoje ilumina o inconsciente coletivo do povo português. É uma força que não conseguimos controlar, pois ultrapassa a nossa razão. Daí querermos entender a mensagem que eles nos deixaram, descobrir verdadeiramente por que é que existiram, já que pressentimos que há algo que ficou inacabado. Há que procurar inteligir os símbolos, procurar compreender a missão templária e depois fazer a ligação com o futuro, com a Nova Era.

Portugal tem um papel importante no mundo. Teve no passado quando desbravou as trevas da Idade Média e terá no futuro dando o exemplo de como se pode conviver com os outros povos, independentemente de credos ou raças. Essa inspiradora luz podemos nós encontrá-la na Ordem do Templo (ou de Cristo) que é parte integrante da nossa história e é essa mesma história que agora nos chama para a missão do futuro. Chegou a Hora.





Eduardo Amarante






Fonte do Texto e das Gravuras: Cerberus Magazine
http://www.cerberusmagazine.com/dos-antigos-misterios-a-mensagem-esoterica-dos-templarios/