Quando você olha alguma coisa – uma árvore, sua esposa, seus filhos, seu vizinho, as estrelas na noite, a luz na água, o pássaro no céu, qualquer coisa – existe sempre o observador, o censor, o pensador, o experimentador, o investigador, e a coisa que ele observa; o observador e o observado; o pensador e o pensamento. Assim, há sempre divisão. Esta divisão é que é tempo. Essa divisão é a própria essência do conflito. E quando há conflito, há contradição. Há “o observador e o observado”, o que é uma contradição; existe uma separação. E por isso, onde existe contradição, existe conflito. E quando há conflito, existe sempre o impulso para ir além dele, dominá-lo, superá-lo, fugir dele, fazer alguma coisa com ele, e toda essa atividade envolve tempo. E enquanto houver esta divisão, o tempo prosseguirá, e tempo é sofrimento. E o homem que quiser compreender o fim do sofrimento deve compreender isto, deve descobrir, deve ir além desta dualidade entre o pensador e o pensamento, o experimentador e o experimentado. Ou seja, onde existe uma divisão entre o observador e o observado, existe tempo, e, portanto, não há o fim do sofrimento. Então, o que a pessoa faz? Você compreende a pergunta? Eu vejo, dentro de mim, o observador está sempre olhando, julgando, censurando, aceitando, rejeitando, disciplinando, controlando, moldando. Esse observador, esse pensador, é o resultado do pensamento, obviamente. O pensamento vem primeiro; não o observador, não o pensador. Se não houvesse absolutamente pensamento, não haveria observador, nem pensador; então haveria apenas atenção total, completa.
J. Krishnamurti
Fonte: The Book of Life
www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: www.morguefile.com
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