quarta-feira, 30 de abril de 2014

QUANDO TROCAMOS O FIM PELOS MEIOS (A ESPREITA DO EGO)

A religião como geralmente conhecemos ou reconhecemos, é uma série de crenças, de dogmas, de rituais, superstições, adoração de ídolos, de fetiches e gurus que o levarão ao que você quer como meta final. A verdade final é sua projeção, é isso que você quer, que o fará feliz, que lhe dará uma certeza do estado imortal. Assim, a mente presa em tudo isto cria uma religião, uma religião de dogmas, de habilidades sacerdotais, de superstições e adoração de ídolos e nisso você está preso, e a mente fica estagnada. Isso é religião? Religião é uma questão de crença, uma questão de conhecimento das experiências de outras pessoas e afirmações? Ou religião é meramente seguir a moralidade? Você sabe que é comparativamente simples ser moral para fazer isto e não fazer aquilo. Porque é fácil, você pode imitar um sistema moral. Por trás dessa moralidade, espreita o ego, crescendo, se expandindo, agressivo, dominador. Mas isso é religião? Você tem que descobrir o que é verdade porque essa é a única coisa que interessa, não se você é rico ou pobre, não se você está bem casado e tem filhos, porque todos eles chegam ao fim, existe sempre a morte. Assim, sem nenhuma forma de crença, você deve descobrir; você deve ter o vigor, a autoconfiança, a iniciativa, de modo que por si mesmo você saiba o que a verdade é, o que Deus é. A crença não vai lhe dar coisa alguma; a crença apenas corrompe, cega, obscurece. A mente só pode ser livre pelo vigor, pela autoconfiança.


Organizações religiosas se tornam tão fixas e rígidas como os pensamentos daqueles que pertencem a elas. A vida é uma mudança constante, um contínuo se tornar, uma revolução incessante, e porque uma organização não pode ser flexível, ela fica no caminho da mudança; ela se torna reacionária para se proteger. A busca da verdade é individual, não congregacional. Para comungar com o real deve haver solidão, não isolamento, mas liberdade de toda autoridade e opinião. Organizações de pensamento se tornam, inevitavelmente, obstáculos para o pensamento. Como você mesmo está ciente, a ganância por poder é quase inesgotável em uma chamada organização espiritual; esta ganância é encoberta por todos os tipos de palavras doces e autorizadas, mas o câncer da avareza, do orgulho e do antagonismo é nutrido e partilhado. Daí cresce o conflito, a intolerância, o sectarismo, e outras manifestações horríveis. Não seria mais sábio ter pequenos grupos informados de vinte ou vinte e cinco pessoas, sem obrigações ou associação, encontrando-se onde for conveniente para discutir calmamente a abordagem da realidade? Para impedir que algum grupo se torne exclusivo, cada membro poderia de tempos em tempos encorajar e talvez participar de outro pequeno grupo; assim, ele seria extensivo, não estreito e paroquial. Para subir alto deve-se começar baixo. A partir deste pequeno começo a pessoa pode ajudar a criar um mundo mais sensato e feliz.


O que está acontecendo no mundo? Vocês têm um Deus cristão, deuses hindus, maometanos com sua concepção particular de Deus, cada pequena seita com sua verdade particular; e todas estas verdades estão se tornando como muitas doenças no mundo, separando pessoas. Estas verdades, nas mãos de poucos, estão se tornando meios de exploração. Você vai de uma para outra, testando todas elas, porque começa a perder todo o senso de discriminação, pois está sofrendo e quer um remédio, e você aceita qualquer remédio oferecido por qualquer seita, seja cristã, hindu, ou qualquer outra seita. Então, o que está acontecendo? Seus deuses estão dividindo vocês, sua crença em Deus está dividindo vocês e, contudo, você fala de fraternidade do homem, unidade em Deus, e ao mesmo tempo nega a própria coisa que você quer descobrir, porque você se prende a estas crenças como o meio mais poderoso de destruir a limitação, ao passo que elas só intensificam isto. Estas coisas são tão óbvias.


Você sabe o que é religião? Não é o canto, não é a execução do “puja”, ou algum outro ritual, não é a adoração de deuses de metal ou imagens de pedra, não está nos templos e igrejas, não está na leitura da Bíblia ou do Gita, não é a repetição de um nome sagrado ou seguir alguma outra nova superstição inventada pelos homens. Nada disto é religião. Religião é o sentimento de bondade, aquele amor que é como o rio, vivendo, se movendo eternamente. Nesse estado você descobrirá que chega um momento em que não há absolutamente mais busca; e esse fim da busca é o começo de uma coisa inteiramente diferente. A busca por Deus, pela verdade, o sentimento de ser completamente bom – não o cultivo da bondade, da humildade, mas a procura de alguma coisa além de invenções e truques da mente, o que significa ter um sentimento por aquele algo, viver nele, estar nele – isso é verdadeira religião. Mas você só pode fazer isso quando sair da poça que cavou para si mesmo e entrar no rio da vida. Então a vida tem uma forma surpreendente de tomar conta de você, porque então não há você tomando conta. A vida leva você aonde for, pois você é parte dela mesma; então não existe problema de segurança, do que as pessoas vão dizer ou não dizer, e essa é a beleza da vida.





J. Krishnamurti





Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

POR QUE ESCOLHEMOS SER INFELIZES?

Pergunta a Osho: Por que escolhemos ser infelizes?

Esse é um dos mais complexos problemas humanos. Precisa ser examinado a fundo e não é algo teórico, mas algo que lhe diz respeito. É assim que todos têm agido - sempre escolhendo o caminho errado, escolhendo ficar tristes, deprimidos, infelizes. Devem existir razões profundas para isso, e de fato existem.

A primeira razão diz respeito ao modo como os seres humanos são criados. Se você for infeliz, irá ganhar alguma coisa com isso. Se for feliz, perderá.

Desde o início, uma criança atenta percebe essa diferença. Sempre que está infeliz, todos são compreensivos com ela e ela ganha essa compreensão. Todos tentam demonstrar afeto e a criança recebe amor. Mais do que isso, sempre que fica infeliz todo mundo é simpático e ela recebe atenção. A atenção funciona como alimento para o ego, como um estimulante alcoólico. A atenção lhe dá energia, você sente que é alguém. Por isso tanta necessidade, tanto desejo de obter atenção.

Se todos estão olhando, você se torna importante. Se ninguém o olhar, é como se você não estivesse ali: deixa de existir, vira um não-ser. O fato de as pessoas estarem olhando, estarem preocupadas, lhe dá energia.

O ego só existe no relacionamento. Quanto mais as pessoas prestam atenção em você, maior fica o seu ego. Se ninguém o olhar, seu ego se dissolve. Se todo mundo esquecer completamente de você, como o ego pode existir? Daí a necessidade de sociedades, associações, clubes: eles existem para dar atenção às pessoas que não a conseguem de outras formas.

Desde a mais tenra infância, a criança aprende a fazer política. A política é: pareça infeliz e irá atrair simpatia, todos serão atenciosos. Pareça doente e ficará importante. A criança doente fica prepotente: toda a família deve lhe obedecer, o que quer que diga se torna a lei.

Quando ela está feliz, ninguém a ouve. Quando está saudável, ninguém liga para ela. Quando está perfeita, ninguém lhe dá atenção. Desde o começo, optamos pela infelicidade, pela tristeza, pelo pessimismo, pelo lado sombrio da vida. Essa é uma das razões.

A segunda razão está relacionada ao seguinte: sempre que você está feliz, exultante, extasiado e inebriado, todo mundo sente inveja. Isso significa que todos ficam hostis: num segundo, todos viram inimigos. Então você aprendeu a não parecer tão extasiado para evitar que todos virem inimigos: aprendeu a não mostrar a felicidade, a não rir.

Olhe para as pessoas quando elas riem: é um gesto calculado, não é uma risada que sacode a barriga, não vem das profundezas do ser. Primeiro olham para você, avaliam e, então, riem. E riem de uma forma que seja tolerada, que não seja considerada imprópria, que não desperte inveja.

Até nossos sorrisos são políticos. A risada desapareceu, a felicidade passou a ser uma coisa absolutamente desconhecida e é quase impossível chegar ao êxtase, porque não é mais permitido. Se você está infeliz, ninguém vai achar que é louco. Se está exultante, dançando por aí, todo mundo vai achar que você está louco. Dançar e cantar não são coisas aceitas. Quando alguém vê uma pessoa feliz, logo acha que há algo errado.

Que tipo de sociedade é essa em que é permitido se sentir infeliz mas que acusa aqueles que estão em êxtase de loucos e sem juízo? Por causa da inveja, tentamos, de todas as maneiras possíveis, impedir o êxtase dos outros. Chamamos a tristeza de normalidade. Os psiquiatras poderão ajudar a trazer uma pessoa de volta para sua infelicidade normal.

A sociedade não pode permitir o êxtase. O êxtase é a maior das revoluções. Se as pessoas ficarem extasiadas, toda a sociedade vai mudar, porque ela está baseada na infelicidade.

Se as pessoas são felizes, não podem ser conduzidas à guerra. Alguém feliz vai rir e dizer: “Isso não faz sentido!” Se as pessoas são felizes, não se pode fazer com que fiquem obcecadas por dinheiro. Acharão que é loucura passar a vida toda acumulando algo sem vida como o dinheiro.

Se as pessoas estiverem em êxtase, todo o padrão dessa sociedade terá de mudar. A sociedade existe por causa da infelicidade. A infelicidade é um grande investimento para ela. É para isso que criamos nossos filhos: desde a mais tenra infância, fomentamos uma tendência para a infelicidade. É por isso que todos sempre escolhem esse sentimento.

Em todo instante existe a opção de ser infeliz ou feliz. Você sempre opta por ser infeliz porque há um investimento; isso se tornou um hábito, um padrão. A infelicidade parece uma descida, o êxtase parece uma subida.

O êxtase parece muito difícil de alcançar - mas isso não é verdade. O que acontece é justamente o oposto: o êxtase é a descida e a infelicidade é a subida. A infelicidade é uma coisa muito difícil de alcançar porque é antinatural, mas você a alcançou, fez o impossível. Ninguém quer ser infeliz, mas todo mundo é.

A educação, a cultura, os pais, os professores - eles têm feito um grande trabalho. Têm transformado criadores extasiados em criaturas infelizes. Toda criança nasce extasiada. Toda criança nasce um deus. E todo homem morre louco.

Como recuperar a infância, como reivindicá-la? Se você conseguir ser criança outra vez, não haverá mais tristeza.

Não estou dizendo que as crianças nunca sofram - elas sofrem, mas ainda assim não são infelizes. Uma criança pode ficar extremamente infeliz num momento, mas mergulha tão completamente nessa infelicidade, entra em tal comunhão com ela que não há divisão.

Não há uma criança separada da infelicidade. Ela não está contemplando o sentimento como algo à parte dela. A criança é a infelicidade - está completamente envolvida nela. E, quando você e a infelicidade se tornam uma coisa só, a infelicidade não é infelicidade. Se você comunga tão profundamente com ela, até mesmo a infelicidade adquire uma beleza só dela.

Quando uma criança que não foi estragada está com raiva, toda a sua energia se torna a raiva: nada é deixado para trás, nada é contido. A criança se moveu e se tornou a raiva: ninguém está manipulando ou controlando essa raiva. Não há uma mente.

E daí surge a beleza, o fluir da raiva. Uma criança nunca parece feia - até nos momentos de raiva ela é bela. Parece mais intensa, mais viva - um vulcão pronto para entrar em erupção, um ser atômico, com todo o universo pronto para explodir.

Depois de toda essa raiva a criança fica silenciosa, totalmente em paz. Ela se descontrai. Podemos achar que estava muito infeliz no momento da raiva, mas a criança não estava infeliz - ela usufruiu da raiva.

Sempre que você entrar em comunhão com algo, se sentirá em êxtase. Sempre que se separar de algo, mesmo que seja da felicidade, ficará infeliz.

Essa é a chave. Ficar separado como um ego é a base de toda a infelicidade; se ficar em comunhão, fluindo com aquilo que a vida colocar em seu caminho - entranhado nisso tão intensa e completamente que você deixe de existir e se perca nisso -, todas as coisas passam a ser felizes.

A escolha existe, mas até mesmo a consciência disso foi perdida. Fique atento. Cada vez que estiver escolhendo ser infeliz, lembre-se de que é uma opção sua. Imediatamente sentirá a diferença. Seu estado mental terá mudado. Ficará mais fácil se voltar para a felicidade.

Depois que souber que se trata de uma escolha, será um jogo. Se gosta de ser infeliz, seja infeliz, mas lembre-se de que é uma escolha sua - por isso não reclame. Ninguém é responsável por isso.

Não saia por aí perguntando às pessoas como se faz para não ser infeliz. Não saia por aí questionando mestres e gurus sobre como se faz para ser feliz. Os pretensos gurus só existem porque você é um tolo.

Primeiro cria a infelicidade e depois sai perguntando aos outros como se faz para não criá-la. Você continuará a criá-la porque não se dá conta do que está fazendo. A partir de agora, experimente ser feliz e bem-aventurado.





Osho, em "Corpo e Mente em Equilíbrio"





Fonte: http://www.palavrasdeosho.com/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

NADA É INTEIRAMENTE BOM OU INTEIRAMENTE MAU

É difícil pronunciarmo-nos categoricamente sobre o bem ou sobre o mal. Por quê? Porque na Terra nada é inteiramente bom ou inteiramente mau; mesmo as melhores coisas são acompanhadas de alguns inconvenientes. Como não se regozijar com a chegada da primavera? Com a luz e o calor, tudo cresce e se desenvolve, é maravilhoso. Sim, mas os bicharocos nocivos também se desenvolvem: as vespas, as moscas, as lagartas, as pulgas, os mosquitos... E o progresso técnico, é um bem ou um mal? Muitas descobertas que começaram por trazer imensas melhorias à vida dos humanos acabaram por provocar catástrofes porque eles não souberam ser prudentes, clarividentes, e refletir nas consequências! Não é preciso dar mais exemplos, vós podeis constatar isto todos os dias. Portanto, quaisquer que sejam os acontecimentos ou as condições, será sempre necessário tomar precauções. As melhores coisas tornam-se más para os ignorantes porque eles não estão preparados para fazer face a elas. Ao passo que aqueles que refletem e aprenderam a trabalhar conseguem tirar partido até das maiores dificuldades.




Omraam Mikhaël Aïvanhov




Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

terça-feira, 29 de abril de 2014

FESTIVAL DE WESAK - FESTIVAL DE TOURO


“Como é em cima é embaixo, como é embaixo é em cima” reza o axioma oculto, e o Festival de Touro não é exceção. Quando falamos de Wesak estamos nos referindo a um evento de fundamental importância na vida da humanidade e sobretudo do planeta, porque fazemos referência ao contato entre três reinos: Shamballa, o centro onde a Vontade de Deus é conhecida; a Hierarquia espiritual, o reino das almas, e a raça humana. Se tivermos em mente que a humanidade é a grande responsável por iluminar-se para abrir as portas da energia espiritual aos reinos animal, vegetal e mineral, compreenderemos que se trata de um momento de união com amplos efeitos espirituais para a evolução planetária interna.

Mas a vivência não se acaba ali: Wesak não é um evento abstrato ou meramente intelectual, nem apenas um relato interessante cheio de fórmulas complexas; é também uma realidade da consciência, uma fusão entre a mente e o coração. Vejamos algumas analogias que podem nos iluminar a respeito, sempre as considerando do grupal e com ênfase no subjetivo.

Sabemos pela literatura religiosa e esotérica que, em Wesak, a Hierarquia de Mestres, integralmente, e Seus colaboradores realizam um grande ato de invocação de energia espiritual, culminando com a chegada do Buda e uma bênção trazida dos planos superiores. A humanidade está representada pelos discípulos, e cada pessoa que leva uma vida espiritual é chamada a ocupar seu lugar. Trata-se de um grande ato de invocação, através do qual a Hierarquia facilita o contacto com a energia superior do Buda e produz uma síntese durante um breve instante, resultando em uma iluminação cujos efeitos internos se estendem durante largo tempo.

Existe uma chave psicológica para interpretar o anterior, isto é, como o contato entre a mente (humanidade), a Alma (a Hierarquia) e a Mônada ou Fogo Espiritual (o Buda), e a analogia é tão somente um simples ato de meditação enfocado no coração a serviço das metas do eu superior, com o vale e a montanha indicando os distintos estados do ser.

Temos assim um elemento mental, a humanidade, que prepara a forma para a afluência da energia sutil trazida pelo Buda (representando Shamballa). A atividade mental, meta da atual quinta raça, reflete-se nos desenhos geométricos criados antes do contato, os quais constituem uma linguagem simbólica profundamente carregada de significado.

A iluminação é antes de tudo um efeito mental, um estado de realização que surge da união entre a formalidade do intelecto e a intrepidez do coração. Em certo sentido é buscada conscientemente, mas de pouco servem a luta, o esforço e o intelecto se não forem acompanhados pelo amor de servir à Vida Una, e aí vemos a necessidade de que a Hierarquia assista a humanidade nesse contato.

Desse modo, cada pequeno átomo da mente preparada para o contato com a luz é simbolizado pelos discípulos e Iniciados que participam do ritual. E, tal como nem toda a mente é utilizada na meditação, nem toda a humanidade pode participar do Festival, salvo aqueles que se encontram preparados para ele.

O outro componente é naturalmente o coração e, como dizíamos antes, não é possível ascender mais além de um determinado estado da consciência se este não estiver envolvido na reflexão. O amor, a horizontalidade, a fraternidade, o princípio de partilha são as chaves do processo, porque expandem a mente e a conectam em toda sua integridade, ampliando assim a capacidade de serviço, e como graça a iluminação. A analogia é a presidência pela Hierarquia do ritual de fusão realizado pelos homens, simbolizando a alma que guia a personalidade para o superior, e provendo através do Cristo a palavra de poder que, no momento culminante da invocação, convoca o Buda.

Diz-se que o Buda é invocado graças à atração magnética criada pelo ritual, e isso nos fala da impossibilidade de atuar se não existir previamente uma consciência grupal, a qual marcará a medida da bênção. Novamente preparação, invocação, equilíbrio e evocação, mais a iluminação resultante.

Estamos então ante um grande ato de magia organizada planetária, como gostava de dizer Vicente Beltrán Anglada, com uma importância fundamental para os sete reinos (ou corpos individuais) porque envolve a mente humana consciente, o grande meio de contato entre o superior e o inferior neste período. A realização cíclica (uma vez por ano) nos sugere que se trata de um ato de reflexão sintética, que reúne o melhor de um pensamento meditado e o ofereça amorosamente ante o Buda para que este o inunde de luz. Como se vê, é a analogia em grande escala da formação de um pensamento, a meditação centrada no coração e na revelação da luz.

Sejamos então parte desses ciclos espirituais dos quais Wesak é hoje a máxima expressão, esses momentos em que a humanidade como um todo é chamada à reflexão e à vida interna. Que o silêncio do contato nos refresque em nossa essência, o fogo, e que nas proximidades da união compreendamos o significado da fraternidade e do destino comum de todo ser vivente, chaves da Era de Aquário que estamos compartilhando.





Martin Dieser




Fonte do Texto e da Gravura:
LOGOS - Grupo de Investigação em Astrologia Esotérica
http://logosastrologiaesotericaport.blogspot.com/2014/04/wesak.html

segunda-feira, 28 de abril de 2014

RENASCER

O transitório esquecimento do passado facilita os recomeços, ensejando mais amplas possibilidades ao entendimento e à cordialidade. Lembrasse-se o Espírito dos motivos da antipatia ou do amor, vincular-se-ia apenas aos seres simpáticos, afastando-se daqueles por quem se sentiu prejudicado, complicando, indefinidamente, a libertação das causas infelizes do fracasso.

Assim, o filho revel retorna na condição de pai, a esposa ultrajada volve como mãe abnegada, o criminoso odiento reinicia ao lado da vítima antiga, o infrator da existência física, autocida, reencarna com as limitações que ocasionou, mediante o atentado perpetrado contra a organização somática. A cerebração mal aplicada redunda em idiotia irreversível e a impiedade, o ultraje, o abuso de qualquer natureza constroem o suplício da miséria, física ou moral, como medida educadora de que necessita o defraudador.

Seja qual for a situação em que te encontres, agradece a Deus a atual conjuntura expiatória ou provacional, utilizando-te do tempo com sabedoria e discernimento, de modo a construíres o futuro, desde que o presente se te afigure afligente ou doloroso.

O que hoje possuis vem de ontem, podendo edificar para o amanhã, através do uso que faças das faculdades ao teu alcance.

Qualquer corpo, mesmo quando mutilado ou limitado, assinalado por enfermidades ultrizes e rigorosas, constitui concessão superior que a todos cabe zelar e cultivar, desdobrando recursos e entesourando aquisições, mediante os quais poderá planar logo mais nas Regiões Felizes, livre dos retornos dolorosos e recomeços difíceis.





Divaldo Pereira Franco / Joanna de Ângelis





Fonte: do livro "Estudos Espíritas", FEB
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A MUDANÇA DELIBERADA NÃO É ABSOLUTAMENTE MUDANÇA

Na própria ação da mudança individual, certamente, o coletivo mudará também. Eles não são duas coisas separadas em oposição uma à outra, o individual e o coletivo, embora certos grupos políticos tentem separar os dois e forçar o indivíduo a adaptar-se ao chamado coletivo. Se pudermos elucidar juntos todo o problema da mudança, como provocar uma mudança no indivíduo e o que essa mudança implica, então talvez, no próprio ato de ouvir, participar na investigação, pode haver uma mudança sem sua vontade. Para mim, uma mudança deliberada, uma mudança compulsória, disciplinar, conformativa, não é absolutamente mudança. Força, influência, alguma nova invenção, propaganda, um medo, um motivo obriga você a mudar – isso não é absolutamente mudança. E embora intelectualmente você possa concordar muito facilmente com isto, eu lhe asseguro que penetrar a verdadeira natureza de mudar sem um motivo é totalmente extraordinário.





J. Krishnamurti




Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sexta-feira, 18 de abril de 2014

3400 ANOS DE ESCRAVIDÃO (OS CÓDIGOS CABALÍSTICOS DE PESSACH/PÁSCOA)

A história tradicional de Pêssach fala de escravidão, exílio e liberdade para os Israelitas que saíram da terra do Egito. Tradicionalmente, essa escravidão tem sido descrita como tendo sido brutalmente difícil e com trabalho duro e chicotadas com muito sangue, suor e lágrimas. Os antigos kabalistas, entretanto, trouxeram LUZ à história, revelando alguns fatos interessantes que foram desconsiderados igualmente por muitos rabinos, sacerdotes, ministros, papas e acadêmicos.

Em um nível literal, a história de Pêssach nos conta que os Israelitas estavam na prisão no Egito por 400 anos. Eles eram escravos e filhos de escravos aprisionados pelo cruel e sem coração Faraó, rei do Egito.

Veio então um grande líder chamado Moisés. Numa missão enviado por Deus, Moisés ganhou a liberdade para o seu povo. Ele então liderou-os numa longa e árdua jornada, incluindo o famoso episódio da travessia do Mar Vermelho. No final, eles chegaram no Monte Sinai onde tiveram um compromisso com o destino.

Mas aqui está a parte interessante: os Israelitas estavam experimentando a liberdade pela primeira vez em séculos e mesmo assim, começaram a reclamar, a se lamentar, sendo ingratos assim que o calor e a temperatura esquentava um pouco no deserto.

Eles até chegaram a implorar a Moisés que os levasse de volta para o Egito! Eles até acusavam Moisés de tentar matá-los.

Será que devemos acreditar que os Israelitas estavam mesmo numa boa no Egito? A vida no deserto era muito pior do que a escravidão no Egito?

Parece que algo aqui não está muito certo. A história literal não faz sentido. Por que então ano após ano nós temos que recontar essa história tão questionável no feriado de Pêssach?

E a escravidão de outros povos através da história? Devemos partir do pressuposto que somente os Israelitas tiveram um período de dureza enquanto a vida era um piquenique, um passeio de lazer no parque e um prazeroso tempo livre na praia para os outros povos?

O grande kabalista conhecido como o Ari (Rav Isaac Luria) viu essas mesmas discrepâncias; ele fez as mesmas perguntas verificando no Zohar Sagrado, um livro que traz Luz para todas as nações e todos os povos. O que se segue são algumas respostas iluminadas do Ari e do Zohar.


REVELANDO O CÓDIGO

O Ari revelou que a história bíblica completa é um código. Egito é uma palavra código para o ego humano. Egito é uma metáfora para a incessante natureza humana de reatividade e autossatisfação. Qualquer aspecto de nossa natureza que nos controla é Egito.

Portanto pare de culpar os antigos Egípcios, Árabes ou Mulçumanos hoje em dia pelos nossos problemas.

Ninguém ou nenhuma outra pessoa é o nosso problema ou o nosso mestre malvado.

É o nosso ego, simples e puramente, que a Bíblia e o Zohar estão se referindo quando estão discutindo sobre “Egito”.

O controle e a influência do ego humano sobre nós é a mais antiga relação de senhor e escravo em toda a Criação. Todos os seres humanos – não apenas os Israelitas – estão escravizados a esta força negativa chamada ego.

O ego é alimentado de duas formas:

1 - Nós o alimentamos. Como? Nossas ações egocêntricas buscam satisfação imediata. Todas as vezes que escutamos e cedemos às tentações do ego, nós recebemos uma gratificação momentânea que nos dá um flash de energia e o ego captura a Luz que nos foi destinada pelo Criador caso tivéssemos resistido ao ego. É assim que funciona o jogo da vida. Portanto, toda vez que reagimos ao ego, nós o fortalecemos e perdemos a energia e a Luz do Criador.

2 - Existe uma força global de escuridão que incita nosso comportamento reativo. Nossos egos individuais também nutrem a força escura global. Essa força global causa terremotos, tsunamis, vírus ebola, pandemia, tufões, e outros desastres “naturais”. O ego individual é o que causa problemas nos negócios, no casamento, na saúde pessoal, no nosso bem estar emocional, e os nossos medos, preocupações e ansiedades. E mais importante, o nosso ego individual é o que causa nossas dúvidas e ceticismo sobre tudo que acabei de escrever. Especialmente a ideia de uma força global de escuridão. É assim que ela existe e continua a existir. A dúvida em nossas mentes é a sua estratégia de sobrevivência.

Ego e a escravidão tomam muitas formas diferentes:

Somos aprisionados pelos aspectos baseados no ego de nossa existência material.

Somos mantidos na escravidão por nossos desejos egocêntricos e reativos.

Somos escravizados pelos nossos incansáveis impulsos.

Somos prisioneiros das percepções que os outros tem de nós.

Somos mantidos presos dos nossos empregos, carreiras, e relacionamentos superficiais.

Somos encarcerados pela necessidade do nosso ego de sermos aceitos pelos outros.

Somos reféns da nossa constante necessidade de sermos melhores do que os nossos amigos.

Nosso ego é o nosso verdadeiro algoz e o ego faz o seu trabalho tão bem que a maioria de nós não percebe que está escravizado.

Nós queremos começar uma dieta mas deixamos para depois. É o ego.

Nós queremos fazer exercícios mas adiamos e continuamos a engordar. É o ego.

Nós queremos parar de fumar, de gritar com os outros, de falar de maneira grosseira e abusiva. Mas não temos força de vontade. É o ego.

Ele nos controla.

A única maneira de ganhar a liberdade de sua superpoderosa influência é no período de Pêssach.

Você  pode negar tudo isso e o seu ego vai amá-lo por isso.

Você pode não acreditar nisso que escrevemos e o ego vai te agradecer e fazer você se sentir mais inteligente do que os demais.

A força global da escuridão fez com que Pêssach se tornasse um feriado tradicional e um período para reunião com a família (onde geralmente nos desentendemos ou brigamos com os nossos familiares), ao invés de ser o mais poderoso instrumento de tecnologia e ferramenta para nos libertar da força da morte. Você consegue imaginar? Estamos cegos em relação ao poder de Pêssach e falamos de negócios ou mantemos a tradição ou ignoramos tudo e ficamos sofrendo, e estamos morrendo por causa disso. Pêssach, quando feito incorretamente sem uma compreensão e sem a tecnologia e as ferramentas da Kabbalah para ativá-lo, se torna uma experiência vazia espiritualmente trazendo zero resultados. Os últimos 2.000 anos de sofrimento global é uma prova disso.

Pêssach não tem feito nada para mudar o mundo.

E esse tempo todo, os segredos do Zohar e de Pêssach estavam escondidos no Zohar.


RESPONSABILIDADE

Enquanto eram escravos no Egito, os Israelitas não eram responsáveis por suas próprias vidas. Eles permaneciam como vítimas. Se o caos acontecia com eles, não tinham que aceitar a culpa. É muito mais fácil ser vítima – um escravo – do que aceitar a responsabilidade pelos problemas da vida.

E nós amamos muito estar como vítimas. É uma delícia e um prazer. Nós conseguimos receber muita energia reclamando e mal dizendo a sorte, nos sentindo péssimos, e sugamos a energia daqueles que nos escutam e simpatizam com a nossa situação. O problema é que a energia que recebemos é temporária. É um passo para frente e dois passos pra trás. Fazemos com que nossa situação piore ainda mais quando reclamamos.

A consciência de vítima foi a verdadeira escravidão no Egito. O êxodo dos Israelitas os levou a uma liberdade genuína e controle de seu próprio destino. Mas quando a liberdade chega, temos que assumir a responsabilidade e isso é muito desconfortável.

Nós detestamos assumir a responsabilidade. Eu sei que detesto. Pressupõe um grande esforço se tornar responsável. A vitimização é como uma cola super bonder. É difícil de tirar quando ela seca e gruda em você.

Esse é o significado espiritual por trás das repentinas reclamações dos Israelitas e seus desejos de retornarem ao Egito. Era muito mais fácil para os Israelitas serem escravos e vítimas e botar a culpa de tudo nos egípcios. Dessa forma os eventos negativos eram simplesmente “além do nosso controle”.

Mas a realidade é esta: nenhum evento está além do nosso controle. Entretanto, nossa natureza reativa nos cega para essa oportunidade de liberdade e do segredo da responsabilidade. Repentinamente somos desafiados a olhar no espelho e assumir a culpa pelo caos e dificuldades que caem sobre nós. E de alguma forma, temos que assumir a responsabilidade pelo resto da dor que existe no mundo também.

Se nós aceitarmos esta responsabilidade (e isso não é fácil), nós podemos então atingir o poder da liberdade genuína e obter o controle sobre o cosmos e colocá-lo na palma da nossa mão.

Quando nos tornamos a causa absoluta dos nossos problemas, nós então somos capazes de nos tornarmos a causa absoluta das nossas soluções.


MAIS CÓDIGOS

Os rituais conectados com Pêssach são cabos, a tecnologia pela qual o cabo de fibra ótica espiritual alcança a nossa vida. É a banda larga da tecnologia para o download da energia intensa de liberdade nas nossas vidas. Vamos examinar o significado interno espiritual por trás dos conceitos mais comuns de Pêssach.


ABSTINÊNCIA DE PÃO

Durante oito dias de Pêssach, o pão é substituído por Matzá.

Provavelmente 95% das pessoas que vemos observar a tradição de Pêssach não tem a mínima ideia sobre a tecnologia genial e o poder que essa simples comida pode trazer. A maioria das pessoas faz gozação com a Matzá e existem piadas incontáveis sobre todo esse período de Pêssach.

Mais uma vez, o ego é o sabotador e mantém a morte, a dor e o sofrimento vivos para o mundo todo e para nós.

Os kabalistas ensinam que o pão é uma ferramenta poderosa, como uma antena que transmite energia espiritual, é por isso que pão é incorporado em todos os rituais de muitas religiões.

A Kabbalah ensina que pão também está relacionado metafisicamente ao ego humano. Assim como o pão tem o poder de expandir e crescer, nosso ego tem a habilidade de crescer e expandir.


PÃO SEM EGO

Matzá é pão sem a consciência do ego. É pão no qual a natureza egoísta foi desligada e erradicada. Ao comer Matzá com a consciência e as meditações kabalísticas apropriadas e a intenção correta, recebemos o poder de desligar e erradicar nosso próprio ego. Dessa maneira podemos nos libertar da escravidão e nos elevarmos para alturas espirituais enormes. Se comermos Matzá porque nossos pais ou avós comeram Matzá e queremos preservar a tradição, tudo que iremos captar são as calorias. Se torna sem sentido e sem valor nutritivo.

Se compreendermos o que ela realmente é, se nos defendermos do nosso ceticismo e nosso cinismo, e captarmos um pedacinho dos mecanismos geniais e os desígnios que embasam a manufatura dessa comida tecnológica, iremos obter o poder de cura, o poder de liberdade e o poder de uma existência absoluta e imortal destruindo a fonte do anjo da morte – o ego global e individual.


VELOCIDADE DA LUZ 

Pão também atrai uma energia imensa para dentro de casa. Por essa razão, nem mesmo uma migalha de pão é permitida durante Pêssach, quando essa infusão de energia atinge intensidades ultra altas. Considere esse exemplo: Você está dirigindo um carro a 30 milhas por hora. Se você abre a janela do carro a mudança na pressão do ar dentro do carro é mínima. Você ainda pode controlar o automóvel sem problema nenhum. Suponha agora que você está num jato 747 voando numa linha aérea. Quer saber? Mesmo a abertura mínima ou uma rachadura minúscula na janela pode colocar o avião em risco e o piloto pode perder o controle e provocar um desastre. Durante Pêssach, nós estamos voando na velocidade da Luz – isso é a intensidade da energia da Luz de liberdade para nós. O ego é tão forte e tão magnânimo em seu poder de influência crua que requer uma infusão de Luz para nos libertar de suas garras, especialmente o ceticismo.

Até mesmo o mínimo pedaço de pão em nosso sistema mandará você e seu sistema reativo de comportamento numa rota de colisão com o caos no ano todo.


AS DEZ PRAGAS

Os cientistas e os kabalistas concordam que a realidade consiste em dez dimensões, cada uma das quais é expressa em sua própria forma espiritual. Em outras palavras, nosso ego e nossos impulsos reativos englobam dez graus de negatividade.

A história bíblica fala das Dez Pragas que aconteceram no Egito. Os antigos kabalistas explicam que isso na verdade significa que dez injeções de energia foram necessárias para apagar os dez níveis de negatividade que se mantinham dentro da nossa natureza humana. Quando os dez níveis foram erradicados, nós alcançamos a liberdade genuína do nosso ego.

Todos os segredos e mistérios por trás dos rituais de Pêssach foram revelados completamente na Hagadá de Pêssach da Kabbalah.


CÓDIGO DO TEMPO   

De acordo com o calendário hebraico, a noite de Pêssach abre uma janela de oportunidade única no Universo. Os portões da prisão são abertos subitamente. Temos a chance de escapar dos nossos medos e de nossas inseguranças.

Esta abertura foi criada há 3.400 anos atrás quando os Israelitas foram libertados da escravidão nessa mesma data.

A liberdade que apareceu no Egito foi com um único propósito – criar um reservatório de energia para as futuras gerações, de forma que nós pudéssemos acessar o poder da liberdade em nossas vidas.

A física moderna nos fala que a energia não se dissipa ou desaparece. A mesma energia espiritual de liberdade retorna todos os anos na noite de Pêssach.

O tempo é como uma roda girando. A liberdade que se tornou disponível há 3.000 anos atrás no Egito volta de novo exatamente nessa data. Os eventos não passam por nós como um trem numa linha de mão única. Nós nos movemos através da roda do tempo enquanto ela gira, revisitando os mesmos momentos a cada ano. A única coisa que muda são as “decorações externas” que nos dá a ilusão de um novo ano e de uma vida diferente.

Que possamos acordar e enxergar como o nosso ego colocou a cortina sobre os olhos do mundo, um mundo preso ao materialismo que nos dá gratificação imediata juntamente com dor e sofrimento no longo prazo. Nós simplesmente falhamos em ligar os pontos. Não nos damos conta de que todo caos, qualquer que seja ele, pode ser conectado ao passado em alguma ação que praticamos que estava enraizada no nosso ego.

Por que não ligamos os pontos? Por que não enxergamos a ordem subjacente e a conexão com a consciência humana?

Porque nossa escravidão nos cega.

Que possamos todos atingir a liberdade verdadeira esse ano e que todas as pessoas de todas as nações possam experimentar a Luz curadora do Criador de tal forma que a paz venha para nós eternamente.





Billy Phillips 




Fonte: Estudantes de Kabbalah
http://wp.me/p32BQd-gB
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A COMPREENSÃO É O SEGREDO DA TRANSFORMAÇÃO

Procure ter uma compreensão um pouquinho maior de todos os seus sentimentos e emoções — eles têm um certo lugar na harmonia total do seu ser. Mas estamos quase cegos para as nossas potencialidades, dimensões.

Fique um pouco mais alerta com relação a tudo e lembre-se de que o natural é superior e o artificial é falso...

Desde o início, temos de lembrar que estamos em busca de um lugar, de um espaço, onde nada se eleva — nem poeira, nem fumaça; onde tudo é puro e limpo, absolutamente limpo, é só amplidão. Desde o início, temos de ter uma ideia clara do que estamos procurando.

A atenção consciente é necessária, não é uma condenação — por meio dela a transformação acontece espontaneamente. Se você tomar consciência da sua raiva, a compreensão acontece. Basta que você observe, sem nenhum julgamento, sem dizer que aquilo é bom ou ruim, só observe o seu céu interior.

Cai um raio, a raiva, o seu sangue ferve, todo o sistema nervoso se agita e estremece, e você sente um tremor no corpo inteiro — é um momento de beleza porque, quando a energia está em movimento, você pode observá-la com facilidade; quando ela não se movimenta, isso não é possível.

Feche os olhos e medite a respeito. Não lute, só olhe o que está acontecendo — todo o céu cheio de eletricidade, com tantos raios, com tanta beleza — deite-se simplesmente no chão, olhe para o céu e observe.

Então faça o mesmo interiormente. As nuvens se acumulam, porque sem nuvens não pode haver raios — nuvens negras, pensamentos. Alguém insultou você, alguém riu de você, alguém disse isso e aquilo... muitas nuvens, negras, no céu interior e muitos relâmpagos. Observe! É uma cena belíssima — terrível também, porque você não a compreende.

Ela é misteriosa e, se você não compreende o mistério, ele fica terrível, você tem medo dele. Sempre que um mistério é compreendido, ele se torna uma graça, uma dádiva, porque você passa a ter as chaves — e com as chaves você é o amo.

Você não controla o mistério, você só se torna o amo quando está consciente. E quanto mais consciente, mais fundo você mergulha, porque a consciência é um mergulho interior, ela sempre se volta para dentro: quanto mais consciente, mais para dentro; se você está perfeitamente consciente, está perfeitamente dentro; quanto menos consciente, mais fora você está; inconsciente — você está totalmente fora, está fora de casa, perambulando por aí.





Osho, em "Emoções: Liberte-se da Raiva, do Ciúme, da Inveja e do Medo"




Fonte: http://www.palavrasdeosho.com/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

segunda-feira, 14 de abril de 2014

SERVIR A UM IDEAL

Antes de decidirdes servir um ideal, vós sois livres de fazer o que vos apetece, mas, depois de tomardes essa decisão, já não sois, estais comprometidos: desencadeastes um movimento e é suposto que permaneçais fiéis ao vosso compromisso. Sabendo isso, alguns pensarão que é preferível não se comprometerem para preservarem a sua independência... Têm esse direito. Mas a independência tal como eles a compreendem trará inevitavelmente decepções, provações, e aí é que eles se sentirão verdadeiramente atados de pés e mãos. Outros dirão que a ideia de servir um ideal os enche de entusiasmo, mas que sabem que são fracos e receiam cair pelo caminho. Eu responder-lhes-ei que as quedas não são assim tão graves: eles levantar-se-ão, procurarão entender por que caíram e depois, fortalecidos por essa experiência, na próxima vez saberão melhor como vencer as suas fraquezas. Desde que se permaneça no bom caminho, mesmo que se caia, chega um dia em que se alcança o objetivo. Imaginai que precisais de atravessar uma floresta muito densa e emaranhada para ir ter com uns amigos: certamente ireis tropeçar de vez em quando, mas, se tiverdes uma bússola para manter a direção, acabareis por encontrá-los. É preferível tropeçar para chegar ao objetivo do que não fazer nada com o pretexto de que se conhece as suas limitações.





Omraam Mikhaël Aïvanhov





Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: http://www.morguefile.com/

sábado, 12 de abril de 2014

SE A MENTE ESTÁ OCUPADA

Se a mudança é provocada consciente ou inconscientemente, é ainda a mesma. A mudança consciente implica esforço; e o empenho consciente para provocar uma mudança também implica um esforço, uma luta. Assim, enquanto houver luta, conflito, a mudança é meramente imposta, e não há compreensão; e, portanto, não é absolutamente mudança. Então, é a mente capaz de chegar ao problema da ganância, por exemplo, sem fazer um esforço, apenas vendo toda a implicação da ganância? Porque você não pode ver a totalidade do conteúdo da ganância enquanto houver empenho para mudá-la. A verdadeira mudança só pode acontecer quando a mente chega ao problema nova, não com todas as memórias velhas de milhares de ontens. Obviamente você não pode ter uma mente nova, viva, se a mente estiver ocupada. E a mente deixa de estar ocupada apenas quando ela vê a verdade sobre sua própria ocupação. Você não pode ver a verdade se não estiver dando sua completa atenção, se estiver traduzindo o que é dito em alguma coisa que lhe convenha, ou traduzindo em seus próprios termos. Você deve chegar a algo novo com uma mente nova, e a mente não é nova quando está ocupada, consciente ou inconscientemente. 





J. Krishnamurti





Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: http://www.morguefile.com/

quarta-feira, 9 de abril de 2014

O VERDADEIRO HEROÍSMO

As condições que os humanos criaram é que vão obrigá-los a desenvolver sentimentos mais fraternos. Por enquanto, eles ainda não compreenderam bem: aqueles que podem tirar proveito dos meios materiais postos à sua disposição estão tão maravilhados com eles que não se preocupam em perceber se aquilo que consideram útil e benéfico para si próprios também o é para os outros, e usam e abusam desses meios; tentam sempre ser os primeiros nisto e naquilo, e tornam-se cruéis, desumanos. São esses os heróis que as pessoas em geral tomam como modelos, sem se aperceberem de que, muitas vezes, esses modelos são monstros! Pois bem, agora são necessários outros heróis, heróis para o nosso tempo. O verdadeiro heroísmo é conseguir vencer o seu egoísmo, esse egoísmo que leva sempre ao confronto com os outros. Se todas essas pessoas ricas, poderosas e influentes que há por todo o planeta usassem para procurar um pouco mais de fraternidade uma parte da energia que canalizam para ser bem-sucedidas no plano material, a abundância e a paz reinariam em toda a terra.


"As condições que os humanos criaram é que vão obrigá-los a desenvolver sentimentos mais fraternos."




Omraam Mikhaël Aïvanhov




Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

NOSSA RESPONSABILIDADE

Para transformar o mundo, devemos começar conosco mesmos; e o importante em começar conosco mesmos é a intenção. A intenção deve ser o compreender a nós mesmos e não deixar para os outros se transformarem ou provocarem uma mudança modificada pela revolução, ou pela esquerda ou pela direita. É importante compreender que esta é nossa responsabilidade, de vocês e minha; pois, conquanto pequeno o mundo possa ser, vivemos nele, se pudermos nos transformar, trazer um ponto de vista radicalmente diferente para nossa existência diária, então talvez possamos afetar o mundo livremente, a relação ampliada com os outros.




J. Krishnamurti




Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

ACEITAÇÃO (JÚPITER - VÊNUS -NETUNO)


Introdução

Os textos espirituais utilizam muito a palavra aceitação, como o passo prévio para poder aprofundar com maior eficácia a autoconsciência e seu posterior reflexo nas experiências da vida.

Neste artigo vamos procurar aprofundar referido conceito, tentando relacionar seus aspectos mais psicológicos com suas diferentes expressões astrológicas.



Júpiter – Vênus – Netuno

Estes três planetas, sagrados, presidem em um horóscopo tudo que se relaciona com o atributo-qualidade das nossas emoções. Eles são os encarregados de dar “cor” à nossa emoção, eles a sensibilizam e idealizam (Netuno), a fazem generosa e includente (Júpiter), e a harmonizam gerando beleza (Vênus).

Os aspectos mais básicos da nossa personalidade, (Lua – Marte), são nutridos e motivados por esses três, condicionando e enriquecendo assim, através das muitas vidas, nossa sensibilidade, desejos, aspirações e valores.

As qualidades sagradas destes 3 planetas são o que oferece profundeza à emoção lunar, e ao agressivo desejo marcial, convertendo estas 2 forças mais básicas em algo cada vez mais “nobre” (mais receptivo e menos agressivo).


  • Júpiter (Raio II): mostra a expansão do Amor, seu cumprimento por generosidade e compreensão includente.
  • Vênus (Raio V): está no centro, relacionando com sua Luz mental as dualidades, e expressando com sua sabedoria a beleza na forma.
  • Netuno (Raio VI): é a base, o plexo solar onde o poder motivador é gerado. A imaginação criadora que gera o sentimento idealizado, antessala da ação.


ACEITAÇÃO

Aceitação é uma palavra relacionada com o aspecto emocional da existência.

Aceitar algo implica em compreender com o coração, mas isto é muito fácil de dizer e muito difícil de aplicar.

A palavra aceitação esconde atrás de si algum tipo de frustração que, necessariamente, nos leva a aprender uma nova atitude mental, compreensiva e silenciosa, que seja capaz de pacificar nosso convulsivo mundo emocional, armadilhado no desejo insatisfeito ou excessivo.

Como sabemos, na carta natal, a principal dificuldade geradora de frustração, vem escrita por Saturno, que nos mostra o tipo de padrão mental-emotivo que se imiscui, vezes seguidas, na conquista do desejado, como um impedimento.

Porém, tudo o que sabemos é que a aceitação é uma compreensão-empática para as nossas dificuldades e que tal compreensão deve nos conduzir ao silêncio, não propriamente à ação. Também sabemos que o nível de tal compreensão dependerá muito do tipo de consciência que experimenta a dificuldade.



Tipos de consciência

Com a intenção de aprofundar a análise deste conceito, enfocaremos nossa reflexão em dois tipos de consciência muito diferentes, sem esquecer por isso que, entre os dois extremos, há muitos matizes.

  • Consciência de Alma: “o Filho pródigo retorna ao Pai”.
O Ser includente – desapegado exerce dominio sobre os corpos instintivos.
Quem manda é o desejo de exercer serviço altruísta.

  • Consciência de Personalidade: “o Filho pródigo se afasta do Pai”.
            O Ser egoísta – centralizado, condiciona a consciência.
            Quem manda é o desejo da aquisição de experiências materiais.


Observemos que os dois filhos são o mesmo, mas um está polarizado em “ter (possuir) para o si”, e o outro, em “ter (oferecer) para o Tu”. Seria possível dizer, em honra aos “dois filhos em Um”, que para poder dizer “eu sou tu”, primeiro há que saber dizer “eu sou”. 

A Alma necessita da Personalidade para expressar o amor includente, e a Personalidade necessita da Alma para purificar seu poder ativo.



“O filho que retorna”

Para a consciência de Alma, o impedimento é entendido como a pedra angular que permite polarizar a nossa mente para as responsabilidades que a nossa sensibilidade ou percepção do ambiente gera para nós.

A aceitação, para esta consciência, é vivenciada como o silêncio interior que acolhe a compreensão das necessidades mais imediatas do nosso entorno. O aqui e o agora nos permitem não pensar no que será.

As responsabilidades frente a familiares, amigos, necessitados, grupos espiritual... tornam-se, graças ao silêncio alcançado, vitalmente dinâmicas, e esta atitude, tudo e o constatar das dificuldades, permite à autoconsciência identificar-se com um desejo mais descentralizado e incluente.

O desejo gerador de frustração passa para um segundo plano, para não dizer quase ao esquecimento, e seu posterior cumprimento ou não cumprimento não dependerá tanto da luta para consegui-lo, mas do seu direito divino de ser manifestado. Este direito divino, como se poderia pensar, não tem tanto a ver com a Lei do Carma, mas com o desenvolvimento e frutificação de uma compreensão profundamente honesta do significado da frase de Jesus o Cristo: “primeiro realiza a Deus e o demais virá por acréscimo”.

Todo desejo não realizado sempre esconde um desequilíbrio,  um excessivo apego às forças "velhas", frente ao poder que exercem as "novas" energias entrantes. Esta relação gera muitos desajustes, vividos no reflexo de uma personalidade desequilibrada. O "novo" demanda maior atenção e flexibilidade por parte do "velho" e, na medida em que a ordem é estabelecida, assim pode ser vivida a dificuldade como uma oportunidade.

O impedimento é a possibilidade de integrar as "novas" energias que demandam mais predomínio da mente inteligente frente ao excesso de desejos materiais,  e/ou mais empatia amorosa frente ao excesso de emoção centralizada,  e/ou mais atividade includente frente ao excesso de ação individualista.  O "velho" deixa de ser tão válido e é preciso refletir antes de atuar.

A autocomiseração, (sentido de própria culpa - complexo de inferioridade), neste tipo de consciência, é um “perigo” que deve ser evitado, aplicando, com constância, a atitude dinâmico-positiva frente ao ambiente. A consciência em constante atenção sabe que, na cura do irmão, está a própria cura. 

“O filho que se afasta”

Para a consciência de Personalidade o impedimento é vivido como uma derrota, que permite, graças ao amor próprio, reconduzir as forças para uma personalidade cada vez mais centralizada.

A aceitação, neste caso, é entendida como o descanso ou retirada para poder recarregar as baterias e tornar a intentar a conquista do desejado mais tarde. A atitude, aqui nos mostra uma grande rebeldia inconsciente, mas, por outro lado, esta inconsciência é entendida como um direito, uma liberdade necessária, que oferece o poder de seguir tentando.

Nesta atitude repetitivo-compulsiva, o padrão mental saturnino se imiscui vezes seguidas, frustrando a ação e gerando, na consciência pessoal, a sensação de que a dificuldade está desafiando seu amor-próprio. Há que ser valente e não desfalecer, se diz a si mesma este tipo de consciência, enquanto continua a luta, motivada por sua necessidade de adquirir poder de autoexpressão. Esta persistência, por outra lado, tão natural nela, é a que lhe oferecerá, mais cedo ou mais tarde, a experiência necessitada.

Temos de pensar, por isso, que todo triunfo de um ato pessoal, experimentado no momento e ambiente adequado, tem todo o direito de ser manifestado.

O ressentimento e a resignação, neste tipo de consciência mais pessoal, é o “perigo”. Para evitá-lo, a personalidade deve se esforçar para encontrar sua verdade: o nobre desejo que permite obter suas experiências criadoras, e não se fixar tanto em inimigos imaginários que impedem a realização ou em prestar atenção, (baixar os braços), ao medo à repetição do fracasso.



Quando a maior exerce seu poder incluindo a menor


Visto do ponto de vista mais elevado, a Consciência da Alma, inclui a consciência pessoal, já que, em suas reflexões, a Alma não é separatista, levando em conta, para suas atividades, tanto as necessidades do entorno como as suas mais próprias, inclusive as pessoais.

A Alma sabe que a personalidade deve ser respeitada, a Alma, necessita para sua expressão de uma personalidade equilibrada e integrada e, portanto, na medida em que as necessidades desta deixam de ser excessivamente egoístas, a Alma as inclui em seus planos de expressão.

Da Alma, e também em certa medida da personalidade, a aceitação é elevar os poderes do plexo solar para o coração, através da correta atitude mental.

Há que recordar que no plexo solar é onde reside o cérebro animal, e seu poder reativo-defensivo. É ali onde o poder de Vênus se deixa notar, oferecendo com sua luminosa mente, (a mente luminosa é a mente condicionada pela Alma - a análise includente), um plexo solar mais netuniano e menos marcial, mas sensível e menos agressivo, onde os desejos mais emotivo-agressivos se convertem em poderosas devoções e ideais a seguir as quais, paulatinamente chamarão as portas do coração-Júpiter, para expressar, daquele ponto, a generosidade inata, expansiva e inclusiva de toda Alma desapegada dos desejos mais egoístas de sua personalidade.


Em Netuno – Vênus - Júpiter se esconde a energia capaz de matizar a emoção, oferecendo-lhe um novo lar, onde serão acolhidas todas as tristezas e levadas à Luz da Compreensão Empática. O lugar onde o sentimento é a expressão da intuição.


Finalizamos com algumas palavras de Alice Bailey que, como sempre, sintetizam muito adequadamente a problemática exposta:

“… hão de amar seus semelhantes, mas não como a pessoa de sexto raio**, com devoção separatista, mas como a de segundo raio, com uma apreciação cabal da humanidade, um coração compreensivo, mais uma mente analítica, que ama firmemente apesar do erro constatado, com uma clara percepção dos "haveres e deveres" de um indivíduo ou de uma raça ..”  (“Espelhismo (Glamour)”Pág.: 172)


**a qualidade do 6Raio, em si mesma não é negativa, o que ocorre é que muitas vezes o excesso de identificação com as emoções ou devoções mais personalistas gera atitudes muito afastadas da verdadeira luz deste raio. O 6Raio bem entendido é a luz do ideal sensível, a luz do valor divino que nos faz avançar, o crescimento da árvore que busca a luz solar.




Fonte do Texto de das Gravuras:
LOGOS - Grupo de Investigação em Astrologia Esotérica
http://logosastrologiaesotericaport.blogspot.com.br/2014/04/aceitacao-jupiter-venus-netuno.htmltrologiaesotericaport.blogspot.com/